Lorran 28/06/2010Depois de ficar extasiado com "A Menina que Roubava Livros" fiquei bastante curioso para ler "Eu Sou o Mensageiro". Queria saber se era um acerto ocasional do autor ou se o cara é bom mesmo.
Pois o cara é bom mesmo.
Em "Eu Sou o Mensageiro", escrito antes de "A Menina que Roubava Livros", Zusak já nos traz a sua escrita peculiar. Não tive problemas com o início de "A Menina que Roubava Livros", que muita gente reclama de ser lento e/ou confuso. Mas em "Eu Sou o Mensageiro" confesso ter dado um empurrão para continuar a leitura. Mas depois que você entra no ritmo, não para mais. É contagiante.
Acho que essa dificuldade nos inícios desses livros de Zusak se dá por causa da sua escrita. Ele escreve para o leitor. Melhor, ele fala com o leitor. Ed Kennedy, o mensageiro, não apenas conta a sua história. Ele conversa conosco sobre ela. Parece que estamos lá do lado dele, vendo tudo.
"Agora eu pergunto:
O que você faria no meu lugar? Me diga, por favor, me diga!
Mas você está longe disso. Seus dedos vão girando a esquisitice destas páginas que de certa forma ligam a minha vida com a sua. Seus olhos estão seguros. A história para você não passa de mais de umas 100 páginas em sua mente. Para mim, está aqui."
Zusak não só nos faz participar de tudo, ele nos entrega também a mensagem que o livro propõe. A mensagem não é subliminar. É bem explícita. E é para o leitor.
Ed Kennedy não é o mensageiro, é a mensagem.