Ideias para adiar o fim do mundo

Ideias para adiar o fim do mundo Ailton Krenak




Resenhas - Ideias para adiar o fim do mundo


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Cassio Kendi 02/04/2021

O livro é curto, sendo uma transcrição de três palestras do autor. Gostei da linguagem direta e de ler sobre a visão de um representante de uma tribo indígena acerca da sociedade em que vivemos.

Apesar do título do livro, não são passadas muitas ideias concretas sobre como adiar o fim do mundo. É mais uma provocação sobre a forma como nos enxergamos enquanto humanidade, e como a exclusão da natureza desta definição de 'nós' e a consequente ideia de que a natureza tem como propósito o mero consumo contribuem para a exaustão dos recursos naturais do planeta.
Leituras da Dani 02/04/2021minha estante
Quero muito ler esse livro, tenho ele há quase 1 ano e, não sei o motivo de não ter lido antes... Através da sua resenha, fiquei com vontade de pegar para ler agora. Adorei a sua explicação, foi super didática e, me deixou com muita vontade de ler! ????


Cassio Kendi 04/04/2021minha estante
Legal, Danielle! É bem curto, acho que vale a pena conhecer!


Leituras da Dani 07/04/2021minha estante
Eu li ele ontem, li bem rápido, devorei, kkkk... É bem curtinho, porém muito interessante. Como vc mencionou, vale a pena mesmo!


Cassio Kendi 10/04/2021minha estante
Sim, também li em uma tacada só! Tem outro dele, acho que é 'O Amanhã não está à venda', que costuma estar de graça no Kindle


Leituras da Dani 11/04/2021minha estante
Eu também li em uma tacada só... Inclusive, logo após ler esse, eu peguei "O Amanhã Não Está À Venda" e, devorei também, e, mais rápido ainda, por ser mais curtinho...


danideias 08/06/2021minha estante
Da pra ler numa sentada. O próximo dele q lerei é "a vida não é útil". E bem interessante para fazer a gnt ressignificar nossa relação com aquilo que "não é humano".


Leituras da Dani 10/06/2021minha estante
Verdade mesmo! Eu li ele de noite, em uma tacada só. Quero muito ler "A Vida é Útil" também! E, concordo plenamente com vc, é muito interessante para fazermos ressignificar, refletir, analisar nossa relação com tudo aquilo que, não demos a devida importância!


Nay Lima 04/01/2022minha estante
Estou lendo e adorando.


Yasmin 25/03/2022minha estante
Concordo




mpettrus 01/09/2023

O Enigmático Caminho da Salvação do Planeta Terra
?Tudo é natureza. O Cosmo é natureza. Tudo em que eu consigo pensar é natureza.?

Vamos falar sobre um livro delicioso que explica o apocalipse em que vivemos, a separação da humanidade da natureza. Esse livro nos faz entender que somos natureza.

Nesse caminho, Ailton nos leva a uma reflexão sobre a contradição entre "Estado" e "Nação" e "Estado-Nação", levando-nos em nosso tempo a nos tornarmos "especialistas em criar ausências" do sentido de viver em sociedade e do próprio sentido da vida.

Em um dos trechos, José Mujica é chamado à conversa e pede que sejamos críticos dessa ideia modelada de uma humanidade homogênea, lembrando que devemos estar atentos à transformação das pessoas em cidadãos e não em consumidores.

Para Ailton, a falta de perspectiva política impossibilita que nos levantemos, respiremos e vejamos o que realmente importa para as pessoas, coletivos e comunidades em suas ecologias.

Ele nos diz: ?Quando parecer que o céu está ficando muito baixo, apenas empurre-o para cima e respire. Como constelações, diferentes umas das outras, resistindo à homogeneização e à imposição do desgosto de estar vivo.?

E assim, ao nos dizer que a experiência mágica de suspender o céu é comum em muitas tradições, ele nos lembra que nossas subjetividades não podem ser consumidas, mas celebradas, vividas e não vendidas como apenas mais uma forma de entretenimento.

Esta seria a forma de manter parte da natureza segura, e não deixar que esta parcela seja agredida, como rios, montanhas e florestas, pois como nos lembra "tudo é natureza". Mas o céu está muito baixo para colocá-lo de volta em seu lugar?

Com seu tom ácido e doce, Ailton nos mostra caminhos e enigmas.

Contar histórias e agarrar-se à criatividade deste pára-quedas colorido não são metáforas, mas discursos de um autor que conta o que é ser indígena no século XXI e, consequentemente, pertencer à história de quinhentos anos de resistência e reexistência.

Leitura surpreendente e recomendadíssima

?????????
Regis 02/09/2023minha estante
Sua resenha está maravilhosa, mpettrus, parabéns! ?????


mpettrus 02/09/2023minha estante
?????? muito obrigado pelo feedback, Regis!!!
Fico lisonjeado ???




David 31/05/2020

Vamos conhecer um pouco mais a diversidade de pensamentos e as pessoas com os seus modos de vida diferentes dos que conhecemos e levamos?

"O fato de podermos compartilhar esse espaço, de estarmos juntos viajando não significa que somos iguais; significa exatamente que somos capazes de atrair uns aos outros pelas nossas diferenças, que deveriam guiar o nosso roteiro de vida".

Espero que a gente aprenda a respeitar as diferenças e não mais impor a homogeneização do ser humano no sentido modo de vida.
Ana Rojas 31/05/2020minha estante
????????


David 31/05/2020minha estante
?


Lais544 31/05/2020minha estante
Achei interessante!


David 31/05/2020minha estante
Sim Flocky, e 'o amanhã não está à venda' também é uma leitura rápida e interessante!


Ton2eve 01/06/2020minha estante
?? vai pra minha lista.


David 01/06/2020minha estante
Maravilha!


Aline 16/01/2021minha estante
Adorei o trecho que você destacou ?


David 18/01/2021minha estante
=)


JEOA71 20/04/2021minha estante
Precisamos aprender a respeitar, também, as diferentes formas de vida, para só então, respeitarmos o modo de viver de nossos iguais. Krenak foi certeiro na parte em que falou da anciã que conversava com a irmã pedra.




Adonai 17/03/2021

Sinta-se parte da natureza
Em um texto ágil, Krenak faz pensar em como estamos nos afastando da natureza e o quanto isso é revelador em momentos de crimes ambientais, afinal, e as barragens rompidas? Quem é responsável por outros casos negligenciados de incêndios florestais ou invasão de territórios reservados e preservados?

O autor vai traçando a importância de sentirmos parte-natureza, pois o contrário potencializa o não-cuidado com a vida. É um livro rápido e que merece um tempo de leitura, mas principalmente de reflexão. É um livro que devia ser entregue entre pessoas que representam o povo enquanto governo.
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reads0 14/03/2024

"Porque tanto medo assim de uma queda se a gente não fez nada nas outras eras senão cair?"
Antropoceno, capitalismo, a terra como mercadora, construções do imaginario coletivo e reflexões sobre o que estamos deixando para as gerações futuras.
Maria14952 14/03/2024minha estante
Esse livro é uma leitura essencial!


Jessica1248 14/03/2024minha estante
Faz um tempo que ganhei esse livro, mas, ainda não o li? Ele é bom?




Bruna | @bmartinssss 23/02/2021

Livro de leitura muito rápida, muito interessante e reflexiva. Super recomendado!
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Juliete Marçal 19/07/2020

Somos mesmo uma humanidade? A humanidade que pensamos ser?
Será que ainda conseguimos despertar dessa cegueira coletiva para adiar o fim do mundo?

Os três textos desse pequeno livro foram adaptados de palestras que o autor fez durante a sua trajetória de lutas pelos povos indígenas, e consequentemente, pela natureza. Nesse livro, Ailton Krenak nos convida a olhar o mundo à nossa volta a partir de uma nova perspectiva, muito parecida com a visão (cosmovisão) dos povos originários do Brasil, trazendo ensinamentos, provocações e questionamentos sobre a humanidade que pensamos ser.

"A humanidade está se distanciando do seu lugar."

No primeiro texto, Krenak põe em dúvida a nossa ideia de humanidade, criada na colonização e que nos faz acreditar em uma humanidade homogênea (com um só padrão) que exclui tudo que é "diferente". Esse conceito justificou e ainda justifica todo tipo de violência praticada em nome de um bem maior: o de tornar todos iguais, e isso, segundo ele, interfere também na relação homem-natureza.

"Definitivamente não somos iguais, e é maravilhoso saber que cada um de nós que está aqui é diferente do outro, como constelações."

E no segundo texto, ele aprofunda a ideia de que a desvalorização, anulação, banalização e despersonalização da natureza são um dos grandes motivos de normalizarmos a exploração descontrolada dos recursos naturais. Pois, diferente dos povos indígenas, que consideram um rio como o Rio Doce como um avô, os demais humanos consideram essas características exclusivas deles, o que libera "esses lugares" à se tornarem resíduos da atividade industrial extrativista. Assim, o homem se considera proprietário da natureza, fazendo explorações indevidas e esbarrando no direito indígena.

"Enquanto a humanidade está se distanciando do seu lugar, um monte de corporações espertalhonas vai tomando conta da terra."

Por fim, no terceiro e último texto, o autor nos propõe a "cair" dessa ideia de realidade que criamos para finalmente sonharmos uma nova realidade, que inclua em humanidade tudo aquilo que nos condicionamos a deixar de fora; além de pensarmos sobre nós mesmos, e sobre que presente queremos deixar para os próximos humanos, quando forem lembrar da humanidade de agora.

"Talvez sejamos muito condicionados a uma ideia de ser humano e a um tipo de existência. Se a gente desestabilizar esse padrão, talvez a nossa mente sofra uma espécie de ruptura, como se caíssemos num abismo."

Com seus questionamentos, Krenak nos faz repensar pontos importantes da vivência humana e também nos faz refletir em relação à herança/legado que deixaremos para os que ainda estão por vir.

"O que aprendi ao longo dessas décadas é que todos precisam despertar, porque, se durante um tempo éramos nós indígenas, que estávamos ameaçados de ruptura ou da extinção dos sentidos das nossas vidas, hoje estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa demanda."

Essas pouco mais de 80 páginas não fazem jus ao tamanho da reflexão proposta. Quem ainda não teve a oportunidade de ler esse livro, leia! ;)

"O fim do mundo talvez seja uma breve interrupção de um estado de prazer extasiante que a gente não quer perder."

^^
Deni Cruela 20/07/2020minha estante
Suas resenhas são maravilhosas ?, pretendo conhecer a grandeza desse livro


Juliete Marçal 20/07/2020minha estante
Ahhh Obg! ?
Leia! ;)
Vale muito a pena ler as reflexões e provocações propostas pelo autor!


Roneide.Braga 31/07/2020minha estante
Nossa, fiquei super curiosa!


Juliete Marçal 31/07/2020minha estante
Recomendo, Neide! ;)




Fabio Shiva 24/08/2022

“Está em qualquer profecia que o mundo se acaba um dia”
Enquanto eu lia esse pequeno grande livro, ficou reverberando na mente a percepção do quanto o “fim do mundo” é uma ideia atraente e até mesmo irresistível para o ser humano. Creio que em todas as sociedades humanas ao longo da história existiram histórias bem definidas sobre quando e como o nosso mundo chegaria ao seu final. Do Apocalipse ao Ragnarok, da Profecia Maia ao Fim dos Dias, as escatologias diferem apenas nos detalhes, sendo a essência sempre a mesma, como bem resumiu Raul Seixas: “Está em qualquer profecia que o mundo se acaba um dia” (https://youtu.be/YWs_nwV80As).

O que torna o momento que vivemos tão único na história da humanidade é que a perspectiva do fim do mundo não é trazida por mitos ancestrais passados de pai para filho, mas por prognósticos e deduções científicas, feitas a partir de fatos reais que estão ocorrendo no planeta. A eclosão da pandemia do novo coronavírus tirou de cena essas sombrias ameaças – que não deixaram de existir, apenas saíram do noticiário por um tempo. Listo a seguir as primeiras que me vêm à mente.

POSSIBILIDADES DE FIM DO MUNDO:
1) Guerra atômica
2) Aquecimento global
3) Esgotamento e/ou poluição dos recursos naturais
4) Extinção das abelhas
5) Liberação do gás metano que está sob as geleiras do Ártico

Penso que a maioria das listas de “Top 5 de causas para o fim do mundo” terá pelo menos três dos itens que coloquei acima. Notem que essas cinco grandes ameaças à nossa continuidade na Terra estão todas mais ou menos relacionadas entre si e possuem uma característica principal em comum: todas são direta ou indiretamente provocadas pela ação humana no planeta. E é aí que entra o conceito de “antropoceno”, que desempenha um papel central nas reflexões de Ailton Krenak:

“Se já houve outras configurações da Terra, inclusive sem a gente aqui, por que é que nos apegamos tanto a esse retrato com a gente aqui? O Antropoceno tem um sentido incisivo sobre a nossa existência, a nossa experiência comum, a ideia do que é humano. O nosso apego a uma ideia fixa de paisagem da Terra e de humanidade é a marca mais profunda do Antropoceno.”

Krenak tem o dom de questionar as coisas mais óbvias, que damos como tão certas e garantidas que nem pensamos mais a respeito delas. Um de seus questionamentos mais viscerais é sobre o conceito de “humanidade”:

“A ideia de que os brancos europeus podiam sair colonizando o resto do mundo estava sustentada na premissa de que havia uma humanidade esclarecida que precisava ir ao encontro da humanidade obscurecida, trazendo-a para essa luz incrível. Esse chamado para o seio da civilização sempre foi justificado pela noção de que existe um jeito de estar aqui na Terra, uma certa verdade, ou uma concepção de verdade, que guiou muitas das escolhas feitas em diferentes períodos da história.”

“Como justificar que somos uma humanidade se mais de 70% estão totalmente alienados do mínimo exercício do ser? A modernização jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e em periferias, para virar mão de obra em centros urbanos. Essas pessoas foram arrancadas de seus coletivos, de seus lugares de origem, e jogadas nesse liquidificador chamado humanidade. Se as pessoas não tiverem vínculos profundos com as referências que dão sustentação a uma identidade, vão ficar loucas neste mundo maluco que compartilhamos.”

“Estar com aquela turma me fez refletir sobre o mito da sustentabilidade, inventado pelas corporações para justificar o assalto que fazem à nossa ideia de natureza. Fomos, durante muito tempo, embalados com a história de que somos a humanidade. Enquanto isso – enquanto seu lobo não vem – fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem alguma coisa que não seja natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo pensar é natureza.”

“É um abuso do que chamam de razão. Enquanto a humanidade está se distanciando do seu lugar, um monte de corporações espertalhonas vai tomando conta da Terra. Nós, a humanidade, vamos viver em ambientes artificiais produzidos pelas mesmas corporações que devoram florestas, montanhas e rios. Eles inventam kits superinteressantes para nos manter nesse local, alienados de tudo, e se possível tomando muito remédio.”

“Recurso natural para quem? Desenvolvimento sustentável para quê? O que é preciso sustentar?
A ideia de nós, os humanos, nos descolarmos da terra, vivendo numa abstração civilizatória, é absurda. Ela suprime a diversidade, nega a pluralidade das formas de vida, de existência e de hábitos. Oferece o mesmo cardápio, o mesmo figurino e, se possível, a mesma língua para todo mundo.”

“Sentimo-nos como se estivéssemos soltos num cosmos vazio de sentido e desresponsabilizados de uma ética que possa ser compartilhada, mas sentimos o peso dessa escolha sobre as nossas vidas. Somos alertados o tempo todo para as consequências dessas escolhas recentes que fizemos. E se pudermos dar atenção a alguma visão que escape a essa cegueira que estamos vivendo no mundo todo, talvez ela possa abrir a nossa mente para alguma cooperação entre os povos, não para salvar os outros, mas para salvar a nós mesmos.”

Outra imagem persistente ao longo da leitura foi a de Krenak como aquele menino do conto de fadas de Hans Christian Andersen, que não tem medo de gritar para todos que “o rei está nu”. E o escândalo é inevitável:

“(…) parece que a única possibilidade para que comunidades humanas continuem a existir é à custa da exaustão de todas as outras partes da vida.”

“Quando nós falamos que o nosso rio é sagrado, as pessoas dizem: ‘Isso é algum folclore deles’; quando dizemos que a montanha está mostrando que vai chover e que esse dia vai ser um dia próspero, um dia bom, eles dizem: ‘Não, uma montanha não fala nada’.
Quando despersonalizamos o rio, a montanha, quando tiramos deles os seus sentidos, considerando que isso é atributo exclusivo dos humanos, nós liberamos esses lugares para que se tornem resíduos da atividade industrial e extrativista.”

“Há muito tempo não existe alguém que pense com a liberdade do que aprendemos a chamar de cientista. Acabaram os cientistas. Toda pessoa que seja capaz de trazer uma inovação nos processos que conhecemos é capturada pela máquina de fazer coisas, da mercadoria. (…) É como se todas as descobertas estivessem condicionadas e nós desconfiássemos das descobertas, como se todas fossem trapaça.”

“O que aprendi ao longo dessas décadas é que todos precisam despertar, porque, se durante um tempo éramos nós, os povos indígenas, que estávamos ameaçados de ruptura ou da extinção dos sentidos das nossas vidas, hoje estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa demanda.”

Essa última fala de Krenak, aliás, é complementada pelo posfácio igualmente brilhante de Eduardo Viveiros de Castro:

“Assim, aqueles povos que fomos ensinados a ver como sobrevivências de nosso passado humano – povos forçados a ‘sobreviver’ no presente em meio às ruínas de seus mundos originários – se mostram inesperadamente como imagens de nosso próprio futuro.”

“Ele falava aqui especificamente do Brasil, então sob a ameaça, depois concretizada, da chegada ao poder de um governo brutalmente ecocida e etnocida. Mas sua inquietação irônica se estende, bem entendido, de todo o chamado ‘mundo civilizado’, hoje sob a dupla e conectada ameaça de um revival fascista e de uma catástrofe ecológica global.”

Mesmo diante de tantos pavorosos desafios, contudo, não devemos e nem podemos desanimar. Quando a realidade se apresenta escassa de sentidos para a vida, devemos buscar esperança e inspiração no sonho:

“Para algumas pessoas, a ideia de sonhar é abdicar da realidade, é renunciar ao sentido prático da vida. Porém, também podemos encontrar quem não veria sentido na vida se não fosse informado por sonhos, nos quais pode buscar os cantos, a cura, a inspiração e mesmo a resolução de questões práticas que não consegue discernir, cujas escolhas não consegue fazer fora do sonho, mas que ali estão abertas como possibilidades.”

“Um outro lugar que a gente pode habitar além dessa terra dura: o lugar do sonho. Não o sonho comumente referenciado de quando se está cochilando ou que a gente banaliza (…). O sonho como experiência de pessoas iniciadas numa tradição para sonhar. Assim como quem vai para uma escola aprender uma prática, um conteúdo, uma meditação, uma dança, pode ser iniciado nessa instituição para seguir, avançar num lugar do sonho.”

“E está cheio de pequenas constelações de gente espalhada pelo mundo que dança, canta, faz chover. O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição da vida. Então, pregam o fim do mundo como uma possibilidade de fazer a gente desistir dos nossos próprios sonhos. E a minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história. Se pudermos fazer isso, estaremos adiando o fim.”

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2022/08/esta-em-qualquer-profecia-que-o-mundo.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
DANILÃO1505 24/08/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!


Fabio Shiva 25/08/2022minha estante
Valeu!


Marlene Koch 18/09/2022minha estante
Interessante que as religiões pregam que Deus criou o mundo mas não pregam que os homens tem que preservar esse mundo. Estou do lado de adiar ou evitar o fim do mundo só que a balança do lado contrário pesa milhões de toneladas a mais.


Rosa Santana 18/01/2023minha estante
Que resenha brilhante! Assim como o livro, aliás! Estou encantada com ambos! Obrigada por sua escrita!




Ari 19/01/2021

Antropoceno
É um livro que vai dar um tapa na sua cara se lido corretamente. Terminei a leitura atordoada. Sempre busquei compreender minha relação com o ambiente e vivo me questionando onde as 24 horas do meu dia se vão, e é interessantíssimo ter uma perspectiva indígena, pois este conhece muito mais aspectos sobre nossa sociedade do que nós mesmos.

" Nosso tempo é especialista em criar ausências: do sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência de vida" - o que realmente importa? todas essas escolhas, mesmo que inconsciente, que nós e nossos antepassados fizemos, tem uma consequência. Nós despersonalizamos nosso ambiente, nos desanexamos do mundo, vemos a humanidade como algo a parte da natureza e assim perdemos o sentido do que realmente importa.
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Marcelo 16/01/2022

Esse livro é um tapa na cara de qualquer pessoa que possua um mínimo de senso crítico!
Num texto curto, porém muito bom, o autor mostra o que deveria ser claro para todo mundo, mas o antropocentrismo impede a humanidade de enxergar: somos parte do planeta e não a razão da existência dele.
Em tempos de negacionismo, é sempre importante ter à disposição um texto que ilustra de forma clara a ação nociva do homem "civilizado" para com o mundo em que habita.
Nathia 16/01/2022minha estante
"Não é o mundo que vai acabar, mas a espécie humana."




Lenir 18/06/2021

Reflexão muito pertinente para entender que humanidade somos e que humanidade queremos.
Krenak nos faz pensar e sair da zona de conforto.
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Lari 26/12/2023

Leitura obrigatória
Um livro de leitura rápida e de fácil compreensão. Nos faz refletir sobre o que é a humanidade, como vivemos e para onde estamos indo.
Certamente, todos deveriam ler essa obra.
brenmiranda 26/12/2023minha estante
Um dos meus livros favoritos da vida!




Pam 01/02/2021

Leitura obrigatória.
Um livro cheio de tapas na cara extremamente necessários.

Gosto da abordagem de jogar toda a problemática da nossa sociedade capitalista atual na nossa cara, sem medo nem filtros. Você sente na pele o nível do perigo que estamos vivendo no quesito de sustentabilidade - chega a ser irônico usar essa palavra depois de ler esse livro, que cita como tudo isso foi banalizado e a natureza preservada vai virar uma "amostra grátis" do planeta.

Achei extremamente afiada a análise de como tudo virou mercado, até a ciência. A humanidade focou todo o seu desenvolvimento em prol de como pode vender o resultado disso, e o desfecho, obviamente não será feliz.
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Rodrigo | @muitacoisaescrita 03/02/2020

Valioso, potente e importante
Muitas vezes a nossa sociedade entrou em desespero ao pensar que o mundo iria acabar. Krenak, no entanto, refuta esse pensamento, questionando a veracidade dessa perspectiva eurocêntrica. O mundo vai mesmo acabar? Quem disse? Por quê?
O compartilhamento desse pensamento, um pensamento que foge da lógica "normativa", mostra a necessidade de compreender como outros povos enxergam o mundo e nossa realidade; não somente vê-los, mas entendê-los como seres portadores de conhecimento científico legítimo, de cultura e perspectivas valiosas. Nem todos estão desesperados, pois entendem o mundo de outra forma.
08/05/2020minha estante
muito importante!!




Fael 01/09/2021

Um caminho possível
Krenak trabalha a ideia de exaustão que esse mundo tecnocapitalista chegou. Enxergando a terra como um recurso, a sociedade exauriu tudo o que podia, continuando nesse processo de degradação, onde os seres humanos se transformaram em meros consumidores, em coisas. Os seres que recusam essa lógica de vida são colocados como sub-humanos e vivem às margens dessa sociedade doente.
E é essa sub-humanidade que se aponta como possibilidade para superação de um modelo falido e abstrato de viver.

A conexão com a terra, com o cosmos, se apresenta como o sentido mais fiel da vida que deixamos de ter durante tantos séculos.
Temos uma oportunidade de pegar um retorno e voltar às nossas origens, deixando de lado abstrações e invenções de sentido para uma vida que se encontra mais simples do que pensamos.
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