Verena.Rodolpho 31/12/2020
A Longa Leitura
Lendo algumas críticas, percebi que é um livro bem 8 ou 80 para os leitores. Ou você ama ou você odeia. Consigo dizer que estou pendendo mais para a segunda opção.
A obra conta uma história focada em Ray Garraty, um garoto de 17 anos que se inscreveu na "Longa Marcha" e conseguiu uma vaga para participar dela.
Mas o que é essa "Longa Marcha"? É uma competição nessa sociedade distópica (porque só pode ser distópica para conseguir permitir isso), onde 100 garotos caminham, sem parar m, pela estrada até que reste apenas um. Mas o que acontece com os outros 99? Eles morrem. Resposta simples e direta. Conforme eles diminuem a velocidade para um valor abaixo do permitido, se tropeçam, se caem, se sentam, se saem da estrada, se abaixam para amarrar o cadarço, se encostam em alguém que está assistindo a competição, etc. A cada erro, uma advertência é dada, mas se o caminhante conseguir continuar por mais 1h, essa advertência é retirada, e assim por diante. Porém, se o competidor acumular 3 advertências e receber mais uma, essa última será o seu "bilhete azul", ou seja, um tiro na cabeça.
Mas então porque milhares garotos se inscrevem nessa competição insana? Porque o ganhador, aquele que ainda estiver caminhando depois das outras 99 mortes, receberá tudo o que desejar, por toda a sua vida.
É algo compreensível de se querer, mas o ganhador sai tão abalado da caminhada que talvez nem dure o bastante para aproveitar o prêmio.
A narrativa não é em primeira pessoa, mas é focada em Garraty, o "favorito do Maine", que acaba fazendo amizade com vários outros garotos, como McVries, Stebbins, Baker, Abraham e outros.
Para mim, McVries e Stebbins ganham o pódio da narrativa. São personagens muito interessantes, muito melhores do que Garraty, na minha opinião. Eu acho que de certa forma eles salvam um pouco do cansaço dessa leitura.
Eu não via a hora de acabar os capítulos, porque parecia que eles eram sempre muito parecidos, e isso foi me saturando um pouco. Do começo até o meio, é bem parado, e do meio para o final, acho que o King estava com pressa, porque tudo acontecia muito rápido, mas sem muitas explicações, então acabou ficando confuso.
E o final, nunca perdoarei o King por isso. Era algo que eu já esperava, mas ficou meio estranho, talvez tenha algo de sobrenatural ali, mas não sei se consegui captar direito o que é. Achei vazio, parece que "ficou no ar". O parágrafo havia acabado e eu fiquei decepcionada.
Infelizmente, não é uma obra que consigo indicar. Deu para passar o tempo, mas não é algo fantástico e que valha a pena.