Resenhas - A Longa Marcha

Gabriel1994 01/03/2022

A Longa Marcha da Vida
Acordei recordando minha última leitura de 2021 e percebi que não fiz uma resenha dela...

A Longa Marcha é uma distopia de Stephen King que conta a história de 99 jovens e adolescentes que se inscrevem de forma voluntária em um tipo de Reality Show mortal: Uma caminhada sem fim, até restar apenas um e no final o ganhador pode escolher o que bem entender como prêmio.

As regras são: Manter uma certa velocidade consistente e tomar apenas três penalidades. Na quarta infração... Você perde o seu bilhete!!!

Acompanhamos a história do ponto de vista do jovem Garrity que parte a todo vapor nessa jornada, onde muitos se alistaram sem ter noção das consequências ou rumos que iria tomar. Apesar de Garrity jurar para si não gerar relacionamentos, para facilitar o desapego emocional, isso se torna inevitável quando olhando para os lados você encontra pessoas como você, vivenciando uma experiência louca e intensa com você, sentindo dores no mesmo nível ou piores que você.

E é cruel saber que, ao mesmo tempo que, Garrity faz amizades, apenas 1 restará no final das contas e durante essa Longa Marcha qual o tamanho do peso de perder pessoas nas mesmas condições que você, tendo construído uma amizade e aproximação com elas?

***

A proposta distópica de King nesse livro escrito como Richard Bachman caiu muito bem para mim! Gostei demais do personagem principal e dos outros que participaram dessa jornada com ele. Tanto os amigos, quanto os babacas. O que sustentou-me na leitura, que confesso ser arrastada e um pouco batida (Uma caminhada até restar 1, o enredo não tem muito para onde correr, o arco é o final da corrida, ou seja, por mais que fora bom é manjado) , mas os diálogos ajudaram a manter a atenção na história.

Senti que de alguma forma o King tinha uma proposta, uma lição para passar com esse livro. Na Longa Marcha da vida nós vivemos um trajeto, uma jornada sem fim... Fazemos amizades, amigos que são como irmãos, conhecemos pessoas das mais diversas personalidades; cruéis, ruins, boas, etc. Inimigos aparecem no nosso encalço para tentar nos tirar da trilha e nos fazer desviar do prêmio, vemos pessoas que começaram conosco caindo ao nosso lado, mas nos mantemos firmes, pois essa jornada nos pertence e essa caminhada é longa e árdua, porém no final se resume em um conflito e um confronto entre você e você. O Eu contra o Eu.

O engraçado é que durante toda a leitura eu ficava me perguntando "Mano... O que esse Garrity vai pedir como prêmio no final?" e a conclusão da história não revela nada disso. Porquê o verdadeiro prêmio e recompensa não é em bens ou dinheiro, está no trajeto e jornada construída até ali.

Essa leitura foi excepcional, apesar de ter sido arrastada e com um arco manjado sem muito para onde ir... Por isso as 4 estrelas, mas não deixa de ser uma nota digna para um livro que tem a oferecer mesmo com toda simplicidade do enredo.

Stephen King é King e não só por ser o "Mestre do Terror/Horror", ele é foda porque escreve muito e com qualidade!

Carola Shimoki 17/07/2020

Longa marcha e longa leitura
Quando comecei a ler a estória, fiquei extremamente empolgada pq eu queria saber quem ia ganhar o prêmio por vencer a longa marcha, o que aconteceria com o ganhador, que desejo ele faria e porque 100 "adolescentes" entre seus 17 e 18 anos com toda a vida pela frente para viver toparia participar de uma competição em que só haveria uma oportunidade não só de vencer, mas de se manter vivo, uma vez que os competidores que desistem são mortos instantaneamente.

"Pô, mas é só não desistir até o fim da competição!". Mas, aí é que está o pulo do gato. Só existe fim quando todos desistem, menos um. É o jogo do resta um, só que com seres humanos e quem sai está literalmente morto!

Essa ideia me fez ficar grudada nas págs, apesar de entre seus 50% e 70%, o livro ficar bem arrastado, acabei traçando um paralelo com o próprio nome do livro: "looooongo". E, isso me permitiu enxergar com outros olhos essa monotonia na leitura. Além disso, o fato de os competidores, que não tem direito a parar para comer, fazer suas necessidades fisiológicas e são privados do sono, afinal é uma competição e que vença o melhor (lê-se o mais resistente fisicamente) também me deixou muito cansada. A todo instante e cada virada de pág me perguntava:
- Quando vc vai sentir fome?
- Quando vc vai começar a sentir dores?
- Quando vc vai querer ir ao banheiro?
- Como pode não dormir? Ou pior ainda, dormir andando, e de pé?
- Como assim?

Todos esses questionamentos me acompanharam durante a obra inteira e isso também me deixava cansada, como se eu estivesse ali caminhando com eles, apreensiva, com medo e confesso, o tempo todo torcendo pelo McVries e não pelo Garraty. Isso também não me ajudava a ler mais rápido pq essa apreensão por todos esses questionamentos não me deixava avançar rapidamente pelos capítulos e com isso não conseguia ler mais que um cap por dia. Eu já estava ficando cada vez mais irritada que não chegava ao fim quando alcancei os 80% do livro e decidi terminar. E foi exatamente no final, mas, só no final mesmo, na última linha do livro é que eu me dei conta de que este livro não era sobre o vencedor da longa marcha, ou o desejo do vencedor a ser realizado, ou sobre se Garraty iria ou não casar-se com Jan, ou o que aconteceu no fucking passado do Garraty para que ele tenha tantas ressalvas em relação à mãe, ou ainda sobre o pq deste rapaz de 17 anos querer concorrer ao prêmio da longa marcha. Não era sobre nada disso...

Era sobre o mundo de pressão e o caminho que os mais jovens têm que transcorrer, transpor, transpirar e ralar para passar, e tudo o que eles têm que enfrentar até chegar a vida adulta. A perda da inocência quando o ímpeto que o jovem tem ao começar a crescer aliado à petulância de achar que serão bem sucedidos em todos os seus intentos e isso não acontece. As advertências que a vida dá aos jovens dizendo "Não é assim! Escute seu pai, sua mãe, pessoas que têm mais experiência do que vc neste caminho que vc está começando a trilhar agora". E a cada morte de um daqueles garotos durante a marcha, um sonho destruído, um objetivo não alcançado, uma vida destruída, uma rasteira da vida, do universo, de pessoas ao redor que estão competindo não com a intenção de matar-se uns aos outros mas de sobreviver as intempéries da vida. E eu achei isso tão profundo, tão delicado, tão visceral e tão real que passou a ser uma verdade para mim. Ao fazer a analogia da longa marcha com a transição da adolescência para o mundo adulto, exatamente naquele momento quando vc percebe que realmente não tem mais volta, é que a última frase do livro me acertou em cheio:

"Uma mão no ombro. Impaciente, desvencilhou-se com uma sacudidela. A figura escura acenava, acenava na chuva, acenava chamando-o, dizendo-lhe que andasse, que viesse e continuasse o jogo. E era tempo de começar. Havia ainda muito chão a cobrir. Olhos cegos, mãos suplicantes estendidas como se pedindo esmolas, andou na direção da figura escura. E quando a mão tocou-lhe novamente o ombro, conseguiu, de alguma maneira, encontrar forças para correr.
FIM"

Mari Sync 08/07/2020

Apesar de ter sido uma leitura fácil, não teve nada surpreendente ao meu ver.
Foi monótono do começo ao fim!

Heytor Vieira 28/05/2022

Ah, o King nos fazendo torcer pela desgraça dos outros. Mais um livro do King em que você deve se acomodar o melhor possível em uma poltrona, esticar as pernas e ficar bem confortável para poder acompanhar nossos "heróis" em sua jornada. Acho que o King certa vez disse que livros são para divertir e isso fica bem claro aqui.

Amanda Lavinea 25/05/2024

Muito bom
Mais um Stephen King pra conta. Esse livro é muito doido e meio sem sentido, me lembrou muito a vibe de Jogos Vorazes e Alice in Borderland em que juntam um monte de jovem e só um pode sobreviver. É muito doloroso ver eles fazendo amizade entre si e se ajudando sabendo que só um não vai morrer, todas as vezes que o McVries e o Garraty se ajudavam eu queria morre por dentro. Pra mim o pior momento foi a morte do Olson, extremamente desconfortável ler aquilo ele andando ainda vivo com as tripas de fora. Enfim num geral eu achei uma boa metáfora pra vida, ao longo do livro o King deixa isso bem claro de que era exatamente essa a intenção que ele tinha. Não consigo deixar de pensar que esse livro muito provavelmente inspirou sim Jogos Vorazes, Battle Royale e outros.

Maíra Marques 19/10/2021

Qual é o seu objetivo em sua caminhada?
Achei a narrativa cansativa e entediante, e os personagens pouco carismáticos. Os diálogos são interessantes apenas na parte final do livro.
Esperava mais suspense e algo inesperado no final, o que não aconteceu.
O livro remete a alguns questionamentos, mas nada muito profundo.
Recomendo para quem quiser conhecer as obras iniciais do King.

Francisco 04/02/2021

Maratona macabra
Os Estados Unidos é uma nação militar e anualmente ocorre o evento da "Longa Marcha", uma espécie de maratona onde cem jovens competem pelo seguinte prêmio: o que quiserem pelo resto de suas vidas. No entanto, durante o percurso de 600 km são constantemente monitorados e deverão manter sempre o ritmo superior a 6,4 km/h, sem pausa para descanso. Caso recebam três advertência, são automaticamente mortos. Consigo, os jovens levam cantis com água, tubos com pasta energética e uma barra de chocolate. Todo o evento da "Longa Marcha" é transmitido pela TV.

O protagonista da história é Ray Garraty, um jovem de 16 anos, não possui razões óbvias para participar do evento. Mas participa, apesar de sua mãe tentar persuadi-lo a não participar. Ao longo da maratona, Garraty sofre bastante com a morte de outros jovens por imaginar ser esse o seu fim. Contudo, faz inúmeras amizades com outros jovens como Peter McVries, Hank Olson e Art Baker.

Nessa sociedade distópica, as opiniões divergentes ao governo são punidas com a morte por soldados governamentais denominados "Esquadrões Nacionais", como veio a ocorrer a Jim Garraty, o pai de Ray.

O estilo de escrita de King enquanto Richard Bachman é sem rodeios, o que torna a narrativa dinâmica e simultaneamente faz com que a narrativa fique defasada de minuciosidades indispensáveis, a que estamos acostumados a perceber em outros textos do mesmo autor. Nesse ínterim, recomendo a leitura por ter apreciado tal, mas não se deve criar grandes expectativas para essa obra.

Andrea 30/09/2022

Esse livro não me cativou de forma alguma, e me interessei muito pela premissa. A escrita crua do King é bem evidente...a prolixidade dele já era bem proeminente, fazendo do Longa Marcha uma longa leitura, mesmo com suas poucas mais de 200 páginas. E o final honra bem a fama de final corrido (ai, o trocadilho kkkk). Enfim, não curti muito.

Valesca.Castelani 27/01/2023

As vezes o ganhador não vence
Mas um livro de king pra nós deichar sem fôlego.
Uma distopia que nos transmite o horror real.
Personagens que nos conquistam ao longo desta jornada. E nos fazem gostar e entender cada um a sua maneira.
King é sempre magnífico em tudo que faz .

Enzo.Michimura 13/09/2021

Meh...
Olha, A Longa Marcha tem uma premissa bem interessante, mas eu achei muito fraco. Tem partes muito boas, mas achei que faltava um contesto político - o do porque as pessoas adorarem ver adolescentes caminhando e não podendo parar, se não morrerem - e também não me senti ligado aos personagens.

Ele é só um pouquinho melhor que Fúria, mas continua sendo fraco. Enfim, o King estava começando a escrever na época que escreveu esse livro, então, compreendo.

Myllene Felix 26/10/2021

encontrei a lanterna do meu ranking do King
Olha, pra considerar esse livro muito bom, tem que ser muito "cadelinha do Stephen King" mesmo, porque é um livro todo defeituoso. Gosto do cara? Gosto, mas procuro criticar com imparcialidade.

Claramente esse desse ter sido uma das primeiras obras que ele escreveu, embora tenha publicado alguns antes. Por que eu acho isso? Porque a escrita é bem imatura e como sigo a ordem cronológica, fica claro que foi escrito bem lá atrás na sua juventude. (Acabei de confirmar no Wikipedia, realmente foi o primeiro romance escrito.) Enfim, o fato é que a escrita é bem confusa, às vezes desconexa. Lógico que essa edição que eu peguei não contribuiu, espero muito que a Suma publique no futuro, mas aqui foi a primeira vez que não enxerguei o rei da construção de personagens. Ainda que ele tenha desenvolvido um pouco os caminhantes, foi de uma forma singela.

A minha maior ressalva é em relação ao excesso de diálogos desnecessários, que me incomodaram bastante, uma vez que foi escrito lá pela década de 1960 e tem como protagonistas adolescentes do sexo masculino, ou seja, dialogos regados de sexismo, racismo, homofobia, capacitismo, entre outras coisas, que são coerentes para a época e personagens, porém descem quadradas lidas atualmente. Mesmo desconsiderando esse incomodo, a obra é tomada por conversas triviais.

A ambientação também careceu de um desenvolvimento maior, por vários momentos as cenas não faziam sentido, tendo em vista a missão de andar sem parar. A trama foi extremamente previsível, o King podia ter ousado mais.

O ponto alto do livro é a base do enredo, de fato foi bastante original, acho que muito por isso não abandonei na expectativa de que ele pudesse me surpreender, o que não ocorreu. Considerando também a densidade do autor, foi um livro fluido.
(A segunda metade é bem melhor que a primeira.)

Concluindo, acho que todo mundo tem direito de errar, ainda mais no primeiro romance. Não se assuste com a imaturidade na escrita, caso queira embarcar.

Sendo bastante justa, não recomendo. Acredito que seja melhor esperar a adaptação que já está confirmada.

Gabriela 22/05/2020

Um livro para quem não tem medo da vida
Eu adorei o livro! Parece um pouco monótono no início, mas depois do primeiro bilhete azul fica muito instigante!
Sim, 100 garotos precisam caminhar sem parar e aquele que receber 3 advertências está permanentemente fora...
Chega um momento em que pensamos: "quem, em sã consciência, aceitaria voluntariamente, participar de algo tão doentio assim?"
Mas a verdade é que todos nós em alguns momentos decidimos participar da longa marcha.
O Mestre King, como sempre, consegue fazer com que a narrativa seja tensa, chocante, inesperada... Mas nunca tanto quanto a vida!
E é por isso que SK é um mestre do terror!
O livro é muito bom, mas não é um thriller, então leia sabendo que as entrelinhas também devem ser compreendidas!

Suelen 23/11/2022

A Longa Marcha
Que livro horrível! Do início ao fim eu li tentando imaginar o que passava na cabeça do Stephen King ao escrever esse livro, SÉRIO!

Achei a história perturbadora!

MaC 31/08/2020

É um terror psicológico e não permite que a ansiedade te abandone.
O cenário do livro é monótono mas de uma forma que acaba não sendo nem um pouco chata; a leitura flui muito bem. Você não pode parar de andar, então você apenas anda e anda e continua andando. Mas você sabe que uma hora seu corpo ou sua mente vão te trair e isso, esse pequeno deslize levará ao seu fim.

"De algum modo, continuou a andar. Por puro instinto cego desta vez, pensou. E na próxima vez?"

Yuka 08/10/2022

O que esperar de Stephen King mesmo sob um pseudônimo além de horror? A longa marcha representa tudo o que sempre teve nas obras de King, horror, cansaço, medo, amizade... vários sentimentos em uma única obra. 
Acompanhamos Ray Garrety, um adolescente, que se inscreveu em uma competição chamada de A longa marcha, ao lado de mais 99 jovens como ele. O prêmio seria qualquer coisa que o vencedor quisesse. Mas nem tudo são flores, além de caminhar uma distância absurda, eles não podem levar mais do que 3 advertências, caso contrário receberão o bilhete azul, ou seja, um tiro, serão executados onde quer que estiverem e na frente de quantas pessoas estiverem vendo a marcha passar. 
O livro nada mais nada menos trata da sobrevivência humana, onde muitos ali não sabiam exatamente do porque estavam na marcha, só sabiam que não queriam morrer... a caminhada segue desumana com expectadores do lado da estrada torcendo por seus preferidos ou, quem sabe, até para ver alguém sucumbir, tanto pelo cansaço quanto mortos por tiros dos soldados implacáveis. 
No início da marcha, todos estão equipados com cantil de água e cinto com pastas de comida. Não há paradas para ir no banheiro nem dormir. Ao longo do caminho uns interagem com Garrety, apesar de ser meio óbvio quem ganha, o percurso até o fim foi desesperador. Imagina caminhar por tantos dias, sem poder trocar de roupa, calçado, se sentar por um momento sem levar advertência e o pior, saber que apenas um dos 100 sobreviverá a tudo isso. Será que vale a pena depois de ver tanto horror? 
Mesmo sabendo que todos são adversários, sempre vai ter alguém com quem vamos sentir uma aproximação e conforme os números vão diminuindo, a sensação de perda e solidão vai aumentando. 
Desde o início fiquei martirizada com essa marcha, não acreditei que realmente atiravam nos participantes após 3 infrações. Uma vez que eles haviam aceitado competir, não tinha mais como desistir a não ser perdendo a vida. 100 vidas ceifadas de modo tolo na minha opinião. Mas, em se tratando do terror vivenciado por esses jovens, uau, me senti cansada, com fome e com sono junto com eles, não  parava de pensar nessa jornada, queria chegar logo ao fim junto com eles.