gibbs0 20/03/2023
Sangue de tinta
Sangue de tinta, segundo livro da trilogia de Cornélia Funke, retrata, em mais de 70 capítulos e em 552 páginas, a trajetória de Meggie e outros personagens da sequência ao entrar no livro Coração de Tinta, a obra fantasiosa de Fenóglio.
O início do livro se passa 1 ano após a morte de Capricórnio, no primeiro livro. Dedo Empoeirado consegue entrar na história, mas acaba deixando Farid e Gwin no nosso mundo. Farid, preocupado com o amigo e com o final destinado a ele na história, pede à Meggie que o leia para a obra, mas essa só o faria caso pudesse ir junto. Não muito depois, Mo e Resa também são lidos para a história, no intuito de procurar sua filha.
Meggie e Farid vivem um romance, que no começo é ingênuo e, no começo, é visto como fofo, porém não é de nenhum objetivo maior do que apenas fazer os personagens ficarem juntos. A relação não tem química e, caso fossem amigos, não haveria mudança alguma na trama.
No final da obra, vemos muito Dedo Empoeirado e sua paixão por Resa, fato que é presente desde o primeiro livro, mas nunca foi realmente utilizado. Entretanto, em quase todos os momentos em que temos tais sentimentos citados, Roxanne, esposa de Dedo Empoeirado, aparece quase que instantaneamente. A quebra de expectativa causa um aperto no leitor, que não consegue ingerir os sentimentos do dançarino de fogo por Resa sem sentir a culpa de que este tem uma esposa e filhos e, também passou 10 anos tentando voltar para sua família na história.
Do lado de fora da história, temos Elinor e Darius, que estão no nosso mundo sendo mantidos em cativeiro por Orfeu, o homem que leu Dedo Empoeirado de volta para Coração de Tinta. A impressão que tive sobre a participação de Elinor foi de que a autora teve outras intenções para ela, mas acabou não sabendo desenvolvê-la ou apenas esqueceu de sua existência, proporcionando-nos o final do livro como meio de mostrar que os poucos capítulos em que Elinor aparece não foram em vão.
Quanto a Dedo empoeirado, o leitor também passa alguns apertos ao perceber q o personagens está próximo de Basta, já que este apunhala o Cuspidor de fogo na história original de Fenóglio. Entretanto, o final proporcionado a ele é muito mais emocionante do que o leitor espera.
Em geral, a leitura de Sangue de tinta foi uma montanha russa. No início, me vi animada ao perceber que entraria na história de Fenóglio, porém o meio do livro é extremamente lento, não importava quantas páginas eram lidas, a história tinha mínimas mudanças, permanecendo quase a mesma, o que gerou muitas pausas na leitura.
Os capítulos finais, todavia, valem a pena e tornam o leitor ansioso para o terceiro e último livro, já que, ao contrário do primeiro livro, temos a insinuação de uma nova trama, deixando o leitor imaginando tudo que pode acontecer no final da trilogia.