Gabriela Cravo e Canela

Gabriela Cravo e Canela Jorge Amado




Resenhas - Gabriela Cravo e Canela


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Pedro Aires 17/01/2022

Ah, Gabriela
Resolvi ler depois da incrível experiência com Capitães da Areia e digo que foi bem agradável. A Gabriela é uma personagem encantadora, infelizmente presa no tempo errado. O livro tem uma trama política bem forte, não esperava, mas é interessante. Fiquei muito curioso em saber mais sobre Sinhazinha e Osmundo, a história deles nas adaptações para TV é melhor trabalhada.
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Etiene ~ @antologiapessoal 09/04/2020

Hoje não vim falar de Gabriela, não. Acredite. Depois de livro finalizado, digerido, só posso concluir que o protagonista aqui se chama (R)EVOLUÇÃO. No livro, logo de início, me deparei com gerações se enfrentando para a mudança de uma época. Presenciei a transição de costumes, observei novos interesses culturais surgindo naturalmente nas pessoas. Cada núcleo de personagens do Jorge apresenta um conflito autêntico que me fez repensar o quanto já foi percorrido na formação do nosso povo e, por óbvio, o quanto ainda há das mesmas manias, mesmo àquela época já retrógradas, na nossa sociedade atual.

Nessa crônica de uma cidade do interior, ao conhecer a vida de Gabriela e Nacib, Mundinho Falcão e seus amigos, Arminda, Ramiro Bastos, Malvina, fica claro como o autor usa os relacionamentos pessoais para compor o envolvente cenário de sua obra, criticando discretamente o crescimento tecnológico de 1925 que vibra em contradição aos hábitos antiquados dos coronéis. Essa ambiguidade entre progresso e costumes é latente, e por vezes corajosa, durante toda a obra.

Poderia desfilar as características da escrita do amado Jorge, nesse nosso segundo encontro, porém o que quero deixar registrado aqui é o ininterrupto debate do homem contra a sociedade, da mulher contra os costumes. Quantos destes personagens amadianos foram (ou são?) necessários para forjarmos o mundo como o vivemos hoje?

"Eh! camarada, ardia em seu peito, a dor de perdê-la. Mas era um deus de terreiro, na mão direta o orgulho, a liberdade na esquerda."
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Euler 01/07/2021

Com o olhar de hoje, ainda há muita coisa que reverbera da obra de Jorge Amado e que torna a leitura válida. Dentre elas, eu diria que a Gabriela Cravo e Canela é uma ode ao poliamor, é aquela pessoa que sabe amar sem pedir, nem cobrar e que é capaz de amar por conta da beleza que as pessoas tem. Além disso, numa cidade em que as mulheres pobres só tinham o trabalho precário e a prostituição, principalmente se retirantes -que ofertavam seus serviços no mercado de escrava(izad)os, tá passada? - uma mulher não se adaptar nem se interessar pelas coisas destinadas as mulheres nobres é muito provocador. De certa forma, o Jorge Amado traça uma discussão sobre a mulher e atrela uma ideia de que o feminicídio não combina com o progresso que era buscado na época. O que me frustrou foi que Gabriela não é a coisa mais importante da narrativa, o autor demandou muitá energia em representar o coronelismo e suas artimanhas políticas, e isso é bem interessante, mas para mim ele podia ter centrado mais no olhar do pobre, de pessoas como Gabriela, do que nos próprios politiqueiros. Talvez a narrativa tenha muito ocó pra mim, bateu ginge. Há passagens lindíssimas, o Amado combina com @pabllovittar porque ele me deixa Triste com Tesão. São lindas os trechos que descrevem a Gabriela, quando a compara a Iemanjá - que podia ter sido mais explorado - mas, não há passagem mais linda do que quando o reisado passa pelo clube no qual há a festa granfina e Gabriela abandona a festa para dançar junto ao cortejo e faz com que todos façam o mesmo, misturando as classes. É a força da cultura popular, manas. Essa cena-imagem nunca vou esquecer, é o jeito com que Amadinho constrói suas narrativas num emaranhado de gentes. ??
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Luciane.Gunji 25/10/2022

Segunda leitura de Jorge Amado, um pouco mais lenta do que Capitães da Areia, mas tão intensa quanto eu podia imaginar de Gabriela.

Eu, que nunca coloquei os pés na Bahia, sinto que mergulhar na literatura de Amado é descobrir-se um pouco baiano.

O regionalismo que se vê a cada página é apaixonante. Quero assistir à novela só para sentir que ainda não acabou.
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Edilene Freitas 30/12/2022

O livro conta a história de amor de Gabriela e Nacib. Mas, não é apenas sobre essa história de amor. Ao longo das páginas aconoanhamos o desenrolar de intrigas políticas, casos de amor e traição, muuuuita crítica social e algumas mudanças acontecendo na sociedade pequena e extremamente conservadora de Ilhéus. O amor entre o casal serve de pano de fundo pra todo o desenrolar dos demais personagens, e isso escrito com o dom inegável de Jorge Amado torna a leitura super gostosa, um super virar de páginas. São muitos personagens, mas aos poucos nos habituamos a todos eles e começamos também a tomar partido nas brigas políticas.
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Marselle Urman 09/03/2023

Nacib, alter ego de seu pai, Amado.
Primeiras 90 páginas :
Ilhéus é um fim de mundo que se acha grande cidade, explodindo da revolução cacaueira mas ainda tem ruas de barro e um porto onde navios maiores encalham. Picuinhas políticas locais entre velho coronel e novo forasteiro progressista. A cozinheira do seu Nacib pediu demissão e ele precisa de outra e não acha.

(Resumi em 6 linhas o que o autor demorou quase 100 pgs...e olha que em geral eu gosto de uma ambientação mais longa, mas quando ela promete levar a algum lugar...o que absolutamente não é o caso aqui.)

Surge Gabriela. Força da natureza, descrita em tantos versos e prosas como quase uma onça mansa, bicho lindo, risonho e livre. Apegada às danças e cantos, ao riso fácil, à sobrevivência.

(Lembro das críticas feitas pelos coaches quânticos da sociedade contemporânea ao "estilo Gabriela": eu nasci assim, eu cresci assim etc. Ao "Deixa a vida me levar"... de Zeca Pagodinho. Esses liberais agressivos, defensores da força de vontade magnânima do indivíduo empreendedor, do "self made man" que sucederá contra tudo e todos, que gritam :nunca seja Gabriela!
Sempre me deu infinita preguiça)

Muito apreciada na verdade pelos homens que a desejavam pra cozinhar; e comer.

Esperei por alguma visão do mundo visto pelos olhos de Gabriela, e não veio antes do último terço do livro, que é de fato quando as coisas acontecem. Gabriela se comporta basicamente como um bicho. Apesar de não querer pensar assim, não posso deixar de considerar que ela, como foi descrita por seu autor, tivesse algum problema mental. Sua frase mais longa foi : "Seu Nacib, homem bom..."Não que tenha nada errado com isso; mas ela é pintada como um ser de poesia e mistério, quando me pareceu ser simplesmente nascida com uma limitação.

Novamente, as deprimentes surras dadas aos homens em suas propriedades, as mulheres. Do Coronel Melk em sua filha Malvina. De Nacib em Gabriela (e tantas outras, não narradas). "Mulher come o juízo da gente", alguém disse em algum momento do livro. E isso autoriza o homem, ser superior, a surrar "suas" mulheres para se poupar do vexame social, esses objetos que só estão no mundo pra comer nosso juízo...Surra de dar bicho - afinal elas merecem, não é mesmo?

E ainda tem pessoas que se questionam o motivo de movimentos como incell, red pill etc. É um simples caso de ligar as linhas com o machismo estrutural.

O final do livro, fechamento do ciclo de Nacib e Gabriela, na minha opinião corrobora essa ideia. Gabriela deseja voltar pra Nacib (homem bom) por seus próprios instintos de autopreservação; e também algo pelo resultado disciplinante da surra que levou? Ela mesma considera que Nacib teria o direito de matá-la. Comporta-se ao final, portanto, como bom bichinho de estimação.

E assim termino esse livro, com um travo amargo na boca. Uma certa sensação de pairar de novo na mente do coronelismo, das vãs vaidades masculinas - sejam de ricos ou pobres - e seus direitos e propriedades sobre as vidas das mulheres.

O fato de esse já ter sido um retrato fiel de nossa sociedade não afasta o espanto de o quanto disso ainda perdura e resiste hoje em dia, ainda que de forma mais velada, nos números de feminicidio.

SP, 9/03/23
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EvaíOliveira 21/11/2020

Além das críticas aos coronéis, o trecho em que Gabriela questiona o fato de só o homem ter o direito de dormir com outras mulheres além da esposa também é crítico, pois essa declaração de direito do homem ainda é reproduzida seis décadas depois (se considerar o contexto retratado de 1920, são 100 anos).
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Kelly 17/04/2022

Sobre progresso e civilização
Essa narrativa é diferente de outros livros que eu já tinha lido do Jorge Amado. Embora a cereja do bolo seja o romance de Gabriela e Nacib, o livro tem como tema principal o progresso e civilização socioeconômica e moral em Ilhéus. É impressionante como o autor consegue desenhar tão bem essa temática sem deixar o livro cansativo. E como sempre, carregado de muito humor ao estilo de JA. Uma grata supresa! Expectativas supridas!
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Mônyca 22/12/2021

Impressionante como a gente de envolve na narrativa de Jorge Amado, passamos a fazer parte do cotidiano daquele vilarejo em Ilhéus, sofremos com suas mazelas e vibramos com suas conquistas.

Bom demais!
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skuser02844 10/04/2022

Gabriela é pássaro livre
Jorge Amado possui uma escrita maravilhosa, capaz de nos levar para a Bahia através dos livros. Para alguns Gabriela pode parecer depravada ou até mesmo sem caráter, mas na verdade ela é simplesmente humana, uma mulher dona de suas vontades que não aceita ser presa nos padrões impostos pela sociedade. Não dou as cinco estrelas pois o autor deixa alguns finais em aberto, mas fora isso a obra é incrível.
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Éverton 28/09/2020

Os tempos mudaram
É sempre um pouco perturbador ler costumes que não são do nosso tempo. E esse tempo nem é tão longe assim. Século passado, muito dele ainda está em nós. Essa obra tem muito de aprendizado de como não é fácil as ideias novas sobrepor pensamentos retrógrados, mesmo sabendo que o novo é melhor. Violência, machismo, patriarcalismo, desigualdade e outros temas sendo tratado em meio a histórias de amor e política. É um bom livro para nos fazer pensar um pouco como fomos como sociedade e o que ainda somos e temos a melhorar.
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gonzalez2799 04/06/2023

Bom, mas não lerei de novo.
O livro é bom, bem no estilo de Jorge Amado. A descrição do livro realmente nos leva pro nordeste, num quente úmido bem específico do Brasil.

Apesar do livro abrir muitas portas e não dar respostas convincentes pra todas, e ainda deixar algumas abertas, é uma história divertida.

Algumas reflexões sobre o papel da mulher e a vida privada versus vida pública são bem interessantes, mas um pouco abaixo do nível de outras história do autor.

Vale a pena, mas não tenha pressa.
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Amanda.Monteiro 14/10/2020

Tem como uma cidade ser considerada a protagonista em uma história?

Sobre a querida obra de Jorge Amado é curioso ver que apesar do livro levar o nome de Gabriela, demoramos um pouco para sermos apresentados a ela durante a leitura. Muita das vezes o seu protaganismo não ficou tão evidente, “competindo” inclusive com outros personagens e até mesmo com a própria cidade de Ilhéus. Tem como uma cidade ser considerada a protagonista? Porque se sim, já vejo um título alternativo tipo “Ilhéus, cacau e progresso” haha aquelas.

Mas sim, Gabriela é uma personagem super interessante que por mais que seja descrita como uma mulher independente, ela ainda sim é uma visão masculina de uma mulher independente. Daquela perfeita aos olhos do pai, sabe? Que é ingênua, passiva e no fim do dia tá sempre linda, com a casa arrumada e esperando o marido para atender seus desejos. Isso me incomodou levemente, mas também não julgo muito por causa do período em que se passava a história e o ano que foi escrita pelo autor.

Uma personagem que me chamou bastante atenção foi Malvina (inclusive se Jorge Amado quisesse ter escrito um spin-off sobre a vida dela, eu ia AMAR!), com sua independência e empoderamento, batia de frente com o seu pai e os costumes da época, onde não aceitava ser mulher da casa e sempre sonhava com mais.

Sobre a história no geral, é indiscutível a riqueza dos detalhes nela presente, em todos os sentidos. Por um lado é bom porque conseguimos imaginar perfeitamente cada cenário e se situar historicamente, mas por outro, em certos momentos a gente fica com um sensação de que Jorge Amado tava embromando demais. O certo é que a história dá muito pano pra manga e acredito que talvez até por isso virou novela da globo haha Mas nessa riqueza toda, não tem como não amar todo o regionalismo carregado nessa obra.

Outra coisa que amei sobre o livro foi acompanhar os dilemas do crescimento urbano e social de uma pequena cidade (Ilhéus em 1925) que cada vez mais se tornava uma potência econômica por conta do cacau e precisava crescer pra acompanhar o seu desenvolvimento. Ou o povo seguia as ideias do coronel Ramiro Bastos que era mais velho, apegado as coisas mais tradicionais e ao coronelismo, ou apoiava Mundinho Falcão, jovem, vindo de outro estado, moderno e com ideias mais voltadas ao progresso.

Mas enfim, no geral gostei. Gostei do final, apesar de ter sido um pouco previsível pra mim, mas acho que nada mais justo terminar do jeito que terminou.
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Lorena 09/10/2020

Gostei bastante da história, apesar de ter achado algumas partes bem maçantes .
Jorge Amado faz uma crítica muito bem desenvolvida ao modo de vida da época, onde o machismo e o coronelismo reinava. Gostei do empoderamento feminino de Gabriela, isso me fez refletir muito. Gabriela queria ser simples e viver bem não estava preocupada com aparências e costumes.
Calçar sapatos bonitos e apertados? Gostava Não. Usar vestido de seda? Gostava não.
"Eu nasci assim , eu cresci assim e vou ser sempre assim", essa frase muitas vezes usada pela sociedade de forma errônea , nada mais quis dizer que Gabriela não se enquadrava a sociedade, que Gabriela era simples e não iria deixar de ser ela mesma para viver como os outros queriam. Que não viveria de aparências.
Gabriela não queria ser esposa ela preferia ser solteira e empregada.Ela queria ser livre, dona de si.
Vale muito a pena ler. Levei um mês para ler e não me arrependo !
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