Flávia 07/09/2015
Resenha no Blog Segredos e Sussurros Entre Livros
Imagine morar em um planeta inabitável, onde o ar se tornou tão tóxico que ninguém mais pode viver do lado de fora. Imagine morar em uma estrutura subterrânea, onde as leis são rígidas e as esperanças de um futuro melhor reprimidas, e a exposição de ideias é punida com a morte. É num ambiente como esses que se desenvolve Silo.
Como toda distopia a estória se passa num futuro apocalíptico, em que a terra se tornou imprópria para ser habitada, por isso todos os sobreviventes foram obrigados a viver no Silo, uma estrutura cilíndrica que desce para as profundezas da Terra. Juliette, nossa protagonista é uma mecânica que mora nos andares inferiores do silo, e não tem qualquer expectativa a não ser trabalhar e viver sua vida tranquilamente. Mas quando algumas coisas estranhas começam a acontecer, o mundo dela vira de ponta cabeça, e é aí, que ela se torna o centro de acontecimentos que viriam a mudar tudo para os habitantes do Silo.
Como o livro é narrado em terceira pessoa e os capítulos se alternam entre o ponto de vista de vários personagens, conseguimos conhecer bem todos os personagens envolvidos e é possível ter uma boa ideia geral da estória. Sobre os personagens também devo dizer que foram muito bem construídos, principalmente a heroína que é uma das melhores personagens femininas sobre a qual li, é forte, determinada, destemida e sem os "mi mi mis" comuns nas protagonistas de tantos livros. Silo foi muito bem escrito e é sem dúvidas uma leitura gostosa, embora eu deva confessar que demorou umas cem páginas iniciais para de fato engrenar, mas também depois disso não conseguia mais parar de ler.
Hugh Howey conseguiu construir uma ideia original no universo das distopias já tão abarrotado de títulos, sem usar de clichês para atrair a atenção do leitor, mas ao invés disso, nos prendendo através dos mistérios deixados nos ar ao final de cada capítulo e do friozinho na barriga de ansiedade que nos faz sentir ao vivenciarmos cada aventura junto com os personagens.
"Diriam que ele tinha perdido o controle e pronunciado o tabu fatal, mas Lukas agora sabia porque as pessoas eram mandadas para fora. Ele era o vírus. Se espirrasse as palavras erradas, mataria todos que conhecia."
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