Narri Chan 02/07/2014Superestimado.Não costumo fazer resenhas de livros no Skoob porque algum dia pretendo fazer um blog para isso. Mas desse livro eu simplesmente tenho que escrever agora mesmo.
A nota ideal para esse livro na minha opinião é 3 estrelas e meia, mas como só pode arredondar, resolvi por simplesmente 3 estrelas.
Muitos que já leram, falam que é uma história bastante original, mas isso não é verdade. Existe um livro chamado A Cidade das Sombras (City of Ember em inglês. Também foi lançado um filme baseado nesse livro) que tem mais ou menos a mesma base do Silo: uma cidade subterrânea, que existe já há centenas de anos, mas poucos falam sobre o que tem do lado de fora, ou porque estão ali. O decorrer da história vai ficando diferente do A Cidade das Sombras, mas em cada canto notamos alguma semelhança. E, particularmente, gosto mais do Cidade das Sombras.
Mas, foi exatamente essa semelhança com o livro de Jeanne Duprau que me fez ter vontade de ler Silo. Eu praticamente sou desesperada por livros assim, sem falar que adoro distopias. Bastou então eu achar o livro em promoção, que pronto, levei pra casa. Mas foi uma grande decepção.
A história começa despertando nossa curiosidade muito bem. Mas só COMEÇA assim, as primeiras páginas MESMO. Quando acaba aquele epílogo, começa uma jornada de páginas cansativas de se ler. Primeiramente, os personagens apresentados não nos cativa, e na verdade, não apenas os primeiros a serem mostrados, mas todos no livro. É difícil criarmos algum carinho por eles.
Depois, o autor derrama informações sobre nós, informações que podem até ser importantes para a história mas que poderiam muito bem ter aparecido em outro momento do livro. É muita coisa, e não fazemos ideia do que imaginar direito, nos perdemos.
Por falar em informações, temos a questão de detalhes do cenário. Eu sinceramente não sei como o autor conseguiu imaginar um cenário como o Silo. É extremamente complicado imaginar esse lugar. Não consigo visualizar o cenário se em "2D", ou seja, não é um cenário em que consigo imaginar como "natural", como se pudesse estar dentro dele. É difícil ter alguma noção de profundidade, de tamanho, e visualizar onde se encaixam as coisas. Chega a ser cansativo, especialmente nas 100 primeiras páginas, pois só o que fazem é descer as escadas.
Isso das escadas me leva a falar de outro problema: descrições de ações. Muita gente tem dificuldade para ler alguns livros porque alguns desses livros dá detalhes desnecessários sobre algum objeto ou alguma ação. Eu particularmente não costumo me incomodar com isso, mas nesse livro foi demais até para mim. Era muita informação desnecessária e pouca informação útil para ajudar a imaginar tudo aquilo de um jeito mais fácil. Aconteceu de ter até mesmo uma descrição repetida, que era importante mas não havia necessidade de aparecer duas vezes, uma na descida e outra na subida, bastava aparecer na subida!
Foi bem difícil aguentar mais de 100 páginas com tudo isso que citei, além de uma tremenda enrolação com: continuaram a descer... bengala prendendo nas escadas... todos aqueles degraus e mais degraus...
Sério, foi um saco. Pensei SERIAMENTE em parar de ler o Silo. Tanto que até vim aqui ler algumas resenhas pra saber se melhorava em alguma parte. E ainda bem que fiz isso, porque de fato, melhora.
O livro só começa a realmente ficar bom pelas páginas 130, por aí, mas só começa a MELHORAR quando já está quase na metade. Então, se está pensando em parar, sugiro que faça um esforço de ler até a metade e só então decidir isso ou não.
A história demora, mas começa a ficar intrigante. São várias páginas que não queremos parar de ler. E cenas feitas para perdermos o fôlego, bem, elas funcionam. Perdemos MESMO o fôlego. O decorrer da história se torna muito bom, mas mantendo algumas das falhas que citei acima, além de surgir uma nova: romance aguinha com açúcar. Eu até esperava que tivesse algum romance, mas achei ridiculo o jeito que isso aconteceu. Foi quase uma contradição a respeito da Juliette, e que aliás, nem foi a primeira contradição dela. Pra alguém que insiste que amava ficar lá embaixo, não estando nem aí para o que havia acima, ela mudou de ideia bem rápido.
Mas, concluindo: o livro tem suas muitas falhas mas não é um caso perdido, se torna muito bom em um certo momento. Só que nem as boas cenas foram o suficiente para aumentar minha nota. Tem coisas que certamente não consigo engolir e, infelizmente, uma história que eu estava tendo grandes expectativas, está repleta delas.
Eu pretendo continuar lendo, mas não estou nem um pouco desesperada por sua continuação.