Gabi 29/11/2012
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Me perdoem desde já porque a minha resenha não será digna desse livro. Eu jamais conseguirei expressar o quão bom ele é sem dizer demais. Aliás, se eu pudesse dar mil estrelas para esse livro, eu daria mil e uma, só por achar que não estava sendo justa o suficiente, então minha melhor dica é: compre! Vale cada centavo.
"Ele quer ser meu dono. Se eu ceder, não me restará mais nada."
O livro gira em torno de Carthya, um reino prestes a entrar em uma guerra civil com a morte de seu rei, sua rainha e o príncipe. Conner, um dos nobres regentes, logo planeja algo ousado: procurar um garoto que possa se passar pelo filho desaparecido do rei para assumir o trono. Em duas semanas, ele pretende preparar quatro meninos para essa tarefa e eles devem competir para ser o escolhido do nobre.
Entre os órfãos está Sage, um garoto que não confia em Conner, mas sabe que se não ganhar será morto. E com inimigos por todos os lados, ele sabe que suas chances são poucas. Com o plano de Conner desvendando-se como um verdadeiro jogo mortal, Sage logo percebe que para sobreviver ele deve ter seus próprios planos e virar o jogo quando ninguém mais esperar…
"Você não está cansado de mentiras? Eu estou."
Sage, com quinze anos, é um jovem sagaz, irônico, cínico e, ainda assim, honrado. Batedor de carteiras e ladrão de comida para sobreviver, ele é um garoto mirrado e uma peste, criando vários trechos e debates cômicos para sair-se com a sua. E quando Conner aparece, ele deve tornar-se um mentiroso melhor, e um príncipe, se tudo der certo.
"Seria tão ruim assim, ser apenas quem você é?"
Já Conner acredita que conseguirá criar o príncipe perfeito, mas logo fica claro que é possível mudar a aparência de uma pessoa mas jamais criar uma nova personalidade, não dá para adicionar certa quantidade de coragem e força e misturar para conseguir a pessoa desejada. Com a coragem e honra fazendo parte de Sage, ele tem tudo para o príncipe perfeito. Ele não vê as aparências ele vai mais fundo, e quando as apostas aumentam, essa habilidade poderá salvá-lo.
– Vai ser mais fácil para mim, sabendo que minha morte não causará dor a mais ninguém.
– Se você não pode causar dor a ninguém, então não pode dar alegria também.
Apesar de esse ser um livro para jovens, Jennifer A. Nielsen ousou e foi além. Depois de Harry Potter, eu só encontrei um livro para jovens tão bom assim em Percy Jackson. Não, o livro não possui magos nem Deuses do Olimpo, mas também é sobre um menino que não estava preparado para a carga que o destino colocou em suas costas, mas se superou quando foi provado. A escrita é leve, a trama foi muito bem elaborada, mostrando-se um verdadeiro jogo de xadrez, e logo meu coração foi tocado, chegando a me emocionar com esse personagem maravilhoso que é Sage. Com um leve sopro de romance e ainda muita aventura por vir, a Trilogia do Reino mostrou-se uma surpresa bem-vinda e algo pelo qual vale a pena esperar.