Yueh.Fernandes 19/10/2023
O meu favorito do quarteto
Terminei de ler a quadrilogia agora a pouco, comecei a ler os livros sem compromisso nenhum, só pela curtição, e acabei me envolvendo com a história e impondo para mim mesma esse desafio de ir até o final. De todos os volumes, esse acabou se tornando o meu favorito, por conta da atmosfera ominosa que as autoras criaram para esta narrativa. Os personagens são obrigados agora a lidar com assuntos muito mais sérios, e fazem reflexões muito mais profundas e mais pesadas acerca das consequências das suas atitudes e das decisões que tomaram nos dois últimos livros. É claro, tudo dentro da limitação narrativa de um livro que eu considero infanto-juvenil, por conta do teor dos diálogos e da leveza com que assuntos mais sérios são tratados. A gente arranha a superfície de questões bastante complexas como o luto constante, o sacríficio e a perda, e principalmente, a linha tênue que separa a falsa dicotomia do que "ser da luz" e "ser das trevas" significa. Amei o modo como as autoras exploraram o passado da Sarafine, dar um background pra ela fez a gente desenvolver um nível de empatia pela Conjuradora das Trevas mais poderosa dos dois mundos. Gostei da dinâmica e do papel que a Ridley desempenhou nesse livro, gosto do fato de ela ser uma personagem cinzenta que por debaixo de uma capa de quem "age em prol dos próprios interesses", também tem um coração e se importa com as pessoas ao redor dela. Ser invocada para as trevas não é uma sentença de morte, como a cultura conjuradora impõe. Acho que a principal mensagem que o livro passa é essa, de que a maioria das pessoas existe dentro de uma área cinzenta, sendo o tio Macon uma metáfora para isso, já que o personagem carrega luz e trevas dentro de si na mesma quantidade. Mais uma vez, reforço que o ponto alto desse livro é a ambientação. Acho que as autoras acertaram o tom e entregaram o que eu esperava da série desde o início. Mereceu as cinco estrelas, apesar daquele final, que não vou nem comentar...
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