givmoon 20/03/2024
Dezoito Luas
É interessante observar que nem mesmo os livros, nem mesmo as histórias contadas por suas infinitas páginas, estão salvos dos caprichos do tempo e das mudanças, ou então, para ser mais específica, estão salvos dos caprichos de autores que possuem total consciência de onde querem chegar com suas histórias. Assim como na vida, os livros mudam e sofrem com o passar dos anos, e como a arte imita a vida, ou a vida imita a arte, os personagens das histórias presas por entre as páginas de livros, também sofrem mudanças, lidam com a passagem do tempo, também devem enfrentar as consequências de suas escolhas, ou das escolhas de pessoas queridas, que os acompanharam durante toda a vida e sempre esperam o melhor e fazem de tudo para protege-los.
Após o ótimo final de Dezessete Luas, descobrimos algumas coisinhas sobre diversos personagens, além de descobrir um pouco mais sobre o mundo Conjurador e Mortal. Como todo bom final, nós também fomos deixados com diversas perguntas, alguns mistérios a serem resolvidos e é claro, recebemos algumas respostas em troca. Após sua Décima Sétima Lua, e a enorme confusão causada na Grande Barreira, Lena volta ao normal, ela está salva, mas sua salvação, sua escolha, teve um preço enorme para todo o mundo Conjurador e Mortal.Durante os eventos finais do segundo livro da série, Lena escolheu seu caminho, seu destino, escolheu as duas partes de si. Lena fez o impensável, ela escolheu permanecer tanto na Luz quanto nas Trevas (como prova disso ela mantém um olho verde e um olho amarelo/dourado, Luz e Trevas), pois todo mundo possui tanto Trevas quanto Luz em seu coração. Tudo parecia bem, parecia simples, parecia que finalmente todos estariam livres de maldições e parentes raivosos das Trevas, porém a escolha de Lena foi capaz de romper a Ordem, agora todo o mundo Conjurador e Mortal correm perigo.
Como na vida, as vezes quando uma coisa resolve dar errado, várias outras começam a desmoronar e sucumbir, e para se somar ao rompimento da Ordem, temos o desaparecimento de John Breed. Durante a loucura que se instalou na Grande Barreira ele simplesmente desapareceu sem deixar vestígios. Ridley também sofreu com suas escolhas, a famosa Sirena perdeu seus poderes, e assim como um passe de mágica, se viu Mortal. Agora Ridley deve ir para a escola, deve conviver com as pessoas normais, mas algo não a deixa desistir, ela ainda sonha com a volta de seus poderes, almeja por uma maneira de recupera-los. Para fechar com chave de ouro (e veja bem, eu nem contei todos os problemas que são apresentados nesse livro), temos os problemas de nosso querido personagem principal, porque o livro não teria graça se em meio a todo o caos, Ethan Wate não tivesse nem mesmo um probleminha para resolver, não é mesmo?
Dezoito Luas é bem diferente de Dezessete Luas, em diversos aspectos. A primeira diferença é que nesse volume nós já sabemos quem é o inimigo, quais são seus aliados e aos poucos, conforme viramos páginas e finalizamos capítulos, descobrimos alguns de seus segredos, um pouco de suas vidas e é claro, seus objetivos. O terceiro livro da série aposta em uma história repleta de acontecimentos, aqui nós observamos coisas acontecendo com todos os personagens da série. O caos se instalou e não deixou ninguém sem um problema, sem uma escolha ou consequência, mesmo os personagens mais simples, aqueles que você nunca prestou muita atenção, sofrem com atitudes tomadas por outros personagens, com suas próprias escolhas ou ainda, com ataques de seres das trevas. O fato de existir tanta coisa acontecendo é um detalhe importante na história, pois ajuda a prender o leitor, faz com que este queira saber o que vem a seguir, como aquele ou esse problema será resolvido. Apesar de haver muita coisa acontecendo de uma só vez, eu não achei a história difícil de entender, tudo está muito bem ligado e o leitor compreende facilmente tudo o que se passa.