livrosepixels 12/12/2023Quem não tem cão, caça como gato Marie Lu é uma das minhas autoras favoritas, me apaixonei por sua escrita e suas ideias na série Legend, acompanhei os dilemas e críticas sociais em Jovens de Elite e agora encarei Warcross. Com uma vibe à la Jogador Número 1, resolvi encarar essa nova aventura.
A narrativa é muito bacana, gosto dessa coisa de personagen desconhecido, mas que tem alguma habilidade e com isso vai ser peça chave para mudar algo do sistema. E em se tratando de uma nerd de jogos, até me senti representado. Não, não sou assim com jogos, mas o mundo da programação e internet me fascinam. A jornada da personagem dá uma baita guinada já logo no começo, mostrando mais uma vez que Marie Lu sabe que uma boa narrativa não fica perdendo tempo com detalhes inúteis. A protagonista é apresentada, seu contexto social é apresentado, um flashback aqui para aprofundar e bam: a virada que nos levará a uma grande aventura.
Porém, duas coisas me incomodaram um pouco. A primeira é uma característica comum em livros jovens, que é o par romântico. Emika vai ficar "mexida" pelo criador do jogo Warcross, Hideo Tanake, que inclusive é quem a contratará para desvendar um mistério dentro do jogo. Mas, é um leve incômodo, pois a autora também não perde muito tempo aprofundando o romance, só encaixa umas vezes aqui, umas ali.
Agora, o detalhe que mais me atrapalhou de começo foi compreender e imaginar como eles interagem e jogam Warcross. É descrito que esse universo é emersivo, tipo um Metaverso, mas tem umas cenas onde eles correm e pulam no jogo que fiquei bem perdido em imaginar como isso era feito no mundo real/metaverso. Me ajudou um pouco lembrar das cenas de Jogador Número 1 (filme), que há uma boa referência visual de como esse mundo virtual funciona.
Emika e Hideo são opostos em vários sentidos: ele é rico, bem sucedido, um gênio, mas bastante recluso, quieto. Ela é esperta, inteligente, mas vive se metendo em confusão. Órfã, precisa fazer trabalhos temporários aqui e ali para ter o que comer e viver. Mas além disso tudo, é uma hacker notável e muito ágil. Não é a toa que Hideo recruta ela para investigar coisas misteriosas que estão a ocorrer dentro do jogo.
O ritmo da narrativa é muito bom e você lê varias páginas em pouco tempo. Lá pela metade do livro há uma parte específica do passado de alguns personagens, e dali pra frente ficou meio óbvio quem seria o tal vilão que Emika está buscando. Mas confesso que o final Marie L me surpreende a dar uma nova reviravolta na trama. Danadinha essa Marie
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