vinizambianco 29/04/2024
13/13] O Fim – Senta que lá vem T-E-X-T-Ã-O
É difícil falar sobre o final de uma saga que você acompanha por tanto tempo, dar pequenas pausas para ler os volumes foi uma ótima decisão, cada vez que terminava um livro era como se fosse uma visita de um grande amigo, e quando recomeçava outro era como se nos víssemos depois de muito tempo, ver o crescimento dos Baudelaire é bastante gratificante como leitor, e ver a precisão e o cuidado que o autor tem com seus personagens e lugares é impressionante.
Toda a temática desse último livro faz uma critica a questão das massas, que já havia sido discutida no livro 7, critica ao seguimento cego de líderes que é muito bem feita, outra coisa legal é a maneira como eles falam a respeito dos efeitos negativos dos extremismos, seja de algo bom ou ruim, extremismos nunca são a solução.
Outro ponto interessante é o crescimento do Conde Olaf e toda a desconstrução para o grande final dele é muito bem escrito, adorei ver a questão mal resolvida entre ele e Kit, a cena final entre eles é muito forte, a maneira que o autor fala sobre a maneira de tentar convencer as pessoas a respeito do algo que está lhes fazendo mal, tendo como exemplo um dos momentos finais onde os Baudelaire tentam convencer os cidadãos a comer as maças e eles mesmo sabendo que poderiam salvá-los preferem não acreditar nos órfãos.
Mas, o posto de melhor cena do livro é o momento em que os Baudelaire são envenenados pelo fungo e correm para tentar descobrir um lugar para os antídotos, é uma cena bonita, linda e muito bem escrita.O único ponto que posso falar como “negativo”, é o fato do final não ser um “final”, mas toda essa questão é bem trabalhada pelo Lemony nas páginas do livro, toda a construção de nada nunca ter um final é bem colocada.
Com um final certeiro, bonito e doce, desventuras em série consegue em treze livros contar uma história que em nenhum momento deixa a desejar, constrói personagens verdadeiros, situações absurdas, mas críveis, paisagens inovadoras e um final que não fica devendo nada, mas deixa um vazio dentro de nós