Alanna. 25/01/2013 Sempre gostei muito de ornitorrincos. O fato de eles serem seres improváveis, de serem como um rascunho inacabado, uma mistura de outros animais sempre me fascinou. Ai você se pergunta: O que cargas d'água isso tem a ver com o livro, e eu te respondo que tem tudo a ver.
Passei a pensar nos nossos órfãos como ornitorrincos, eles são diferentes de tudo o que já tinha visto. Eles tem um grau de união que me fez pensar que separados, não passam de uma menina inventora, um garoto que gosta de ler, é uma menininha com recém-descobertos dotes culinários. Separados são como uma engenhoca mecânica sem um parafuso, ou um livro sem as ultimas três páginas, ou como peixe frito, ainda estalando de quente, mais sem o limão e o sal. Mais juntos, esses órfãos tem o poder de fazer coisas que ninguém acreditaria serem possíveis a jovens tão desventurados. Eles juntos são como um ornitorrinco, que é um ser único. E isso é meio surreal pra mim.
Os nossos Baudelaire me fizeram ver que existe bem e mal dentro de cada um de nós, e que nos cabe decidir o que prevalece dentro da gente. Me fizeram entender que por mais que se fuja de certas coisas, elas sempre voltam a tona de alguma maneira inexplicável. E me ensinaram a sempre desconfiar de pessoas com uma única sobrancelha e que tenham uma aparente tatuagem de tornozelo, porque essas pessoas sempre escondem segredos terríveis, e que talvez a gente nem queria saber.
Agora, eu digo a você, que quem sabe leia essa pequena mostra de uma série fascinante, que se sentir interesse em ler os livros, por favor, ignorem o apelo que o autor sempre faz logo no início dos livros, e não abandonem a leitura mesmo que esteja em uma parte terrível. Você vai ver que eu tive razão ao dizer que os nossos órfãos são como ornitorrincos, que apesar de inusitados, são parte de algo muito maior.