JPHoppe 18/10/2011
"Alguma ideia viria"
Se, como relatava a wikipedia-PTBR, "2001" é a magnum opus de Arthur Charles Clarke eu não sei, mas posso afirmar que é, com certeza, um dos melhores livros de ficção científica já escritos, ao pé de clássicos como "Nightfall" de Asimov.
No começo do livro, estamos a 4 milhões de anos no passado, observando hominídeos primitivos lutando pela sobrevivência, dia após dia. A descoberta de um estranho monolito negro causa transformações no grupo de símios, que então aprendem a usar ferramentas para seu dispor, melhorando em muito as condições de vida do grupo. Aqui já podemos ver um tema da obra: a existência de vida inteligente extraterrestre que provê "saltos evolutivos" aqui e ali. Amigo da Lua, o hominídeo, não sabe o que fazer depois da descoberta de seus novos "poderes". Mas alguma ideia viria.
A recriação da cena é bem feita, e do ponto de vista biológico não está tão defasada: as primeiras ferramentas, osteodontoqueráticas, com alguma maleabilidade, podem ser datadas desse período, junto dos primeiros australopitecíneos. Mas também se vê o espectro da época, quando a Teoria do Macaco Assassino ainda estava em voga.
Então, somos apresentados ao Dr. Heywood Floyd, que vai à base Clavius na lua para investigar algo mantido com segredo absoluto: a descoberta de um monolito enterrado na superfície lunar. Assim que desenterrado, o então chamado AMT-1 envia um sinal direcionado aos confins do Sistema Solar.
Sem saber de nada, Dawid Bowman e Frank Poole estão a caminho de Saturno a bordo do Discovery, com a missão de lá chegar com o satélite e depois retornarem em uma nave de "resgate". Junto deles estão mais três pesquisadores em hibernação, além de HAL 9000, o inteligente computador de bordo.
A forma com que as duas histórias se encontram é, depois de certo ponto da leitura - e especialmente se você já viu a adaptação de Kubrick - previsível, mas não por menos bem feita.
O desenrolar é surpreendente, e no final, novamente, há a intervenção da mesma inteligência extraterrestre que deixa o protagonista sem saber o que fazer. Mas, ah... alguma ideia viria...
Leia e esteja com a sequência em mãos, você vai querer saber o restante!