Fernanda631 31/07/2023
Eragon (Ciclo da Herança #1)
Eragon (Ciclo da Herança #1) foi escrito por Christopher Paolini.
Eragon é aquele tipo de história fantástica e com elementos suficientes que encantam logo nas primeiras páginas. A presença de dragões, cavaleiros, elfos e feiticeiras é algo que encanta e chama atenção.
Na história acompanhamos a jornada de Eragon para se tornar um herói, algo batido e muito visto. No entanto, o que faz desta jornada ser diferente de outras é que existe todo um universo criado com crenças, guerras, derrotas, vitórias, mártires e lendas; que possuem uma verdade muito centrada, com organização e fundamento.
Ao encontrar um ovo de dragão, Eragon, tem sua vida virada de cabeça para baixo. Esse é o ponto crucial da história e que vai custar o despertar de muitas coisas em um mundo onde tudo parecia estar calmo
Eragon é um livro clássico de fantasia medieval com elfos, anões e, claro, dragões. Parte do Ciclo da Herança, ele foi o primeiro livro lançado pelo escritor Christopher Paolini.
A história começa quando Eragon encontra uma pedra azul dentro da floresta, sem saber que se tratava, na verdade, de um ovo de dragão. Quando Saphira – um dos últimos da sua espécie – nasce, os dois criam um laço único. Um laço que só existe entre um dragão e seu cavaleiro.
Apesar do livro gerar opiniões divergentes, o que posso dizer é que, para quem curte uma narrativa detalhada e com um ritmo equilibrado, Eragon com certeza é um ótimo livro para adicionar na estante. Ainda mais se você ama o universo de fantasia medieval daquelas bem clássicas.
Mas se você não gosta de um livro mais parado, sim, provavelmente não vai gostar.
Um dos grandes pontos positivos de Eragon são seus personagens e diálogos.
Saphira, o dragão, é uma personagem maravilhosa e que ganha todo destaque. Ela é toda orgulho e pose, além de ser super protetora com Eragon. Por mais que ela tenha só uns meses fora do ovo (porém muitos dentro dele), Saphira é muito ponderada, dando conselhos para Eragon na medida que pode.
Já Eragon, o protagonista, é um simples fazendeiro e um típico herói em sua jornada. Por ser extremamente curioso, ele age sem pensar e até interrompe as pessoas. Ele também é um pouco tímido e inocente de certa forma. Até quando ele acha que tem algum poder por ser um cavaleiro, logo já percebe sua inexperiência e sua falta de conhecimento de forma geral.
Além de tudo, Eragon é um adolescente de 15 anos que está aprendendo na marra que toda ação tem uma reação.
Além da dupla temos outros personagens importantes, como a bruxa Ângela, que foi inspirada na irmã de Christopher Paolini, e Solembum, um misterioso menino-gato.
E tem também, claro, a Arya – a elfa com traços felinos e selvagens. Nesse volume ela só aparece muito no final, então o que sabemos por enquanto é que ela é poderosa, muito mais poderosa do que qualquer humano poderia sonhar ser.
O que de fato mais me cativa nessa história, é o elo único que o dragão tem com seu cavaleiro. O dragão é quem escolhe o cavaleiro e, depois que o dragão nasce, os dois são conectados pela alma e pelo pensamento.
É um vínculo tão intenso que a morte de um devastaria o outro. Eles sentem as emoções e dores de cada um, chegando ao ponto de ser impossível separá-los.
A narrativa de Eragon é um pouco lenta demais, com viagens de capítulos infinitos e descrições maiores ainda, e as vezes rápida demais a ponto de pular construções importantes dos personagens.
Para quem está acostumado com livros mais rápidos e intensos, imagino que acabará achando maçante. Se for colocar em uma escala entre fluidez de outros livros de fantasia – vamos dizer que fica mais lento que O Senhor dos Anéis e O Nome do Vento -, Eragon fica ali.
Não é nenhuma novidade que o livro é bastante inspirado nos mundos de RPG e na terra-média, de Tolkien. O mundo de Eragon também tem quase as mesmas raças e apenas alguns seres mágicos que são específicos deste universo (como o menino-gato).
Não é nenhuma novidade esse tipo de inspiração no mundo dos livros de fantasia, então eu particularmente não vejo nenhum lado negativo. Em até em algum ponto da história, alguém comenta que havia uma época que os dragões roubavam o ouro dos anões: uma clara referência à Terra-média de Tolkien.
Outro ponto é que cada raça possui uma língua própria, o que deixa a história muito mais rica. Cada povo tem seus costumes e expressões específicas que você só entende se ler o dicionário no final do livro.
Entre as raças, a língua dos elfos é que é utilizada para lançar magia. Nesta idioma é impossível mentir, e saber os nomes reais dos elementos te dá grandes poderes sobre os objetos – ou até poder absoluto sobre alguém.
Christopher muitas vezes se perde em descrições longas demais. Isso acontece com mais frequência nos livros seguintes do que neste volume, mas mesmo assim é um pouco repetitivo.