Qnat 22/06/2022
É um livro tipo.... filminho leve da Netflix.
Não há nada surpreendente no livro, mas nada tão "ruim". Ele faz rir, prende a atenção em certas partes, não é muito longo, e tem até uma tentativa de plot twist.
Há muitaaasss referências nerds, muitas, e parece um que foi patrocinado pela Google. Chega a ser exagerado em como o protagosnista é nerd. Não fica tão ruim porque ele é bem humorado (me lembra os protagonistas de John Scalzi, sempre fazendo uma piada). Agora, ele pela idade dele deveria ser um pouco mais maduro né, em relação a suas relações.
Mas, esse excesso de referências hipster me lembrou o livro Mar sem Estrelas (que é um pouco mais complexo em enredo). Mas, da mesma forma que em Mar sem Estrelas essa ânsia do autor parecer tão cool, tão "tomo um chá matcha numa exposição de arte alternativa com meu amigo andrógeno", tão exagerado em parecer "modernoso", foi o único motivo pra eu não dar 5 estrelas. Mesmo que o leitor faça isso (e conheço várias pessoas que fazem isso), acho que ficar falando toda hora disso no livro, o deixa superficial.
O que mais gostei no livro é que o protagonista começa a examinar os dados, simplesmente porque é curioso. Tudo se inicia porque ele tem tempo, habilidade e um problema a resolver (que não precisava ser resolvido), mas o faz por pura curiosidade.
Acho isso lindo.
Eu mesmo, se me derem um banco de dados, eu começo a fazer gráficos, estatística, mapas, só porque gosto de examinar. Pego dados largados de outras áreas do meu trabalho por pura xeratagem, e nisso super me indentifiquei com o protagonista.
PS: Li algumas resenhas e falaram que o autor pode ser um pouco misógeno. De fato, todas personagens mulheres do livro são, na verdade, projeções, o tipo de garota que um adolescente nerd criaria na sua mente. Acho que essa superficialidade nas personagens mulheres deixou o livro um pouco aquém sim, e possivelmente aconteceu por falta de experiência de vida no escritor. Mas, como o livro é em primeira pessoa, e vemos só a descrição do protagonista que declara em vários momentos que tem problemas de relação e inexperiência com o outro sexo, pode ser que faça sentido. Livros em primeira pessoa confundem o que é a visão do autor ou do protagonista.
É só lembrar de livros como Lolita, ou Dom Casumurro... É difícil saber se a superficialidade (sempre na visão em primeira pessoa do protagonista) é algo para caracterizar o personagem mais fechado e "nerd", ou se é realmente uma falha do escritor.