Ressurreição

Ressurreição Leon Tolstói




Resenhas - Ressurreição


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Rosangela Max 22/07/2022

Uma obra-prima com forte apelo emocional.
A cada leitura de Tolstói só reforça meu favoritismo pela escrita dele.
A apresentação que Rubens Figueiredo fez neste livro é estimulante! Adorei saber as circunstâncias que envolveram a escrita da história, principalmente saber mais sobre a vida de Tolstoi. Sem a contar a tradução impecável o que só fez engrandecer o prazer pela leitura.
Outro ponto que merece destaque é o Prefácio escrito pela Natália Ginaburg, que oferece um ótimo panorama da história. Só tomem cuidado porque está cheio de spoilers, inclusive sobre outro romance do autor: Anna Karienina.
Quanto a história em si, achei a mais fluída de todas que li do autor até agora.
Todos os elementos característicos da narrativa de Tolstói estão fortemente presentes: personagens mergulhados em conflitos psicológicos, críticas a sociedade russa nos âmbitos políticos, sociais, culturais e ideológicos, o contrataste entre a nobreza e o povo miserável etc. O diferencial aqui é o enfoque da crítica em relação ao sistema judiciário e prisional.
O autor mandou muito bem, tanto na construção dos personagens quanto no desenvolvimento do enredo. Só o final que poderia ser melhor.
Recomendo a leitura.
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Cinara... 17/11/2020

"E, afinal, quanto esforço e que esforço ferrenho custa esse fingimento. "
"Seria melhor dirigimos a centésima parte desse esforço para ajudar essas criaturas abandonadas, a quem encaramos agora como se fossem apenas braços e corpos, necessários para nossa tranquilidade e o nosso conforto. Afinal, bastaria apenas aparecer uma pessoa"

Difícil é ler um livro do Tolstói e não sair maravilhada!
Esperei tanto por essa edição que quase choro quando chegou??
Angélica 17/11/2020minha estante
Esse livro ??? Esperando a Black Friday para ter essa edição. Já que a Companhia não entrou na Festa do Livro Da USP. Li em outra edição no Kindle, mas preciso da física para grifar e marcar e encher de flags! Hahahahaha


Cinara... 17/11/2020minha estante
Angélica no começo do ano ele entrou na pré venda do submarino né, estava até no meu carrinho... ai veio a pandemia sumiu do meu carrinho ????? adiaram, todooo dia eu olhava pra ver se tinha voltado? até que chegou o dia !!! Não consegui aguentar até a Black Friday, sempre via as pessoas mostrando suas edições da Cosac e eu sempre babando




Carolina.Gomes 20/12/2023

Não me ganhou
Comecei essa leitura com muita expectativa por ser o último romance de um dos meus autores favoritos.

Esperava encontrar aqui uma paixão como aquela de Vronsky e Anna, achei que o personagem, tentaria se redimir pelo amor.

Não! Pelo menos, não do amor entre homem e mulher (que Tolstoi parece ter tomado aversão).

Em toda obra do autor, sempre observei a crítica, ao casamento, que em muitas linhas ele reputa um mal necessário.

Nesse romance, contudo, tive a impressão que ele quis trazer a ideia de casamento como expiação para ?um mau comportamento?.

A famigerada culpa cristã impregna o personagem e isso me cansou.

Entendo que ele pretendia, não contar uma história, mas denunciar os absurdos do sistema carcerário da época. Essas críticas são relevantes para se repensar o sistema, mas a que conclusão o autor chega?

Só o amor redime. O amor resolve tudo. Se amarmos uns aos outros a humanidade será salva. ( ?!)

Não atribuo nota ao romance. N tenho pretensão de criticar uma obra dessa envergadura tampouco ouso criticar um autor como Tolstoi.

Essa é apenas a minha impressão sobre o que li. Gostei de ter lido, recomendo que leiam, mas não entrou para o rol de favoritos e não considero este a obra prima do autor.

O final ficou em aberto e muitas coisas ficaram no ar. Talvez, como dito, o escopo principal tenha sido angariar fundos para doar aos Doucobores.

Tem forte crítica social, a igreja e ao sistema penitenciário, cujos absurdos ainda são vistos em nossos dias.

Para mim, foi arrastado e cansativo porque busquei aquele Tolstoi de AK e vi um autor premido pelo peso de seus pecados e mais moralista que nunca.

Valeu a leitura, mas me frustrei.
Nath 20/12/2023minha estante
Se o Tolstói achava o casamento um "mal necessário" e uma instituição falida naquela época em 1800 e bolinha.. imagina se ele visse os casamentos de hoje em dia ein, miga?
kkkkrying ?
Sobre isso, o casamento, eu até concordo sim com ele.. mas entendi as suas ressalvas quanto a obra. Ann K e Guerra e Paz são novelões deliciosos, e esperar o mesmo do Ressurreição, onde o Tolstói já tava cansado, rs, talvez tenha sido o motivo da sua decepção. Agora fiquei com receio de achar o mesmo que vc! ? mas lerei mesmo assim, pois já tenho o livro e amo o Tolstói ?


Carolina.Gomes 20/12/2023minha estante
Leia, Nath! Eu leria de novo. Acho q vc me entende.


Gudegois 20/12/2023minha estante
????????




Luigi.Schinzari 04/02/2021

Sobre Ressurreição de Tolstói:
Dentro do panteão de belíssimas obras -- algumas das maiores já apresentadas ao mundo -- construído por Liev Nikoláievitch Tolstói (1828-1910) ao longo de sua longa e prolífica carreira, Ressurreição, seu último romance, publicado em 1899, tende a ficar apagado em relação a outros livros como sua epopeia Guerra e Paz (1869) e Anna Kariênina (1877), seus dois romances anteriores -- uma injustiça histórica: Ressurreição, por ter sido escrito em um momento da vida em que Tolstói preocupava-se mais com reflexões religiosas e filosóficas -- questões essas muito próprias do autor, tão íntimas e únicas que foram denominadas como tolstoísmo a época, tendo fiéis seguidores de suas crenças -- do que com a literatura em si, acabou por ter a fama de ser um romance extremamente ideologizado, uma mentira, claro: resumir toda a beleza traçada nas páginas de Ressurreição, tão carregada de reflexões sinceras de um autor preocupado com o mundo ao seu entorno, a apenas isso -- um romance ideologizado -- é pecar contra um grande expoente da literatura russa e universal e contra o trabalho de um autor no ápice de seu domínio da prosa e de todos os seus instrumentos.

A história é centrada no nobre Dmítri Ivanovitch Nekhliúdov. Chamado para participar de um júri em que três réus são acusados de envenenamento, reconhece em um destes uma antiga paixão juvenil que, com o tempo, transformou-se em um desfruto carnal passageiro. Katiucha Máslova, antiga empregada das tias de Nekhliúdov, tendo se apaixonado por este, acabou tendo sua vida desgraça depois de engravidar do sobrinho de suas patroas, enveredando para a prostituição e chegando ao ponto encontrado pelo protagonista. Nekhliúdov, percebendo que o estado lamentável atual de Katiucha deve-se a seus atos imaturos e inconsequentes do passado, busca de toda forma redimir-se perante aquela alma desgraça que a antes feliz Katiucha tornara-se. Em meio a sua redenção, Nekhliúdov, encontrando-se com figuras como advogados, diretores carcerários e outros chefes de cargos elevados dentro do sistema prisional, reflete sobre crime, sobre pena, sobre justiça, e culmina tendo sua vida inteira mudada pelos erros de seu passado e pela vida daquela mulher sofrida.

Ressurreição, diferentemente dos outros romances de Tolstói com suas dezenas de personagens e vozes, indo de um lado para o outro em uma profusão infindável de tramas e aconteceres, segue linearmente dois lados de uma linha guia. Pula de Nekhliúdov para Máslova, e vice-versa, sem abrir brechas para outras personagens darem seus pitacos e refletirem seus pensamentos: estamos estreitos a visão nova de mundo de Dmítri, sendo bombardeados com suas percepções ácidas sobre figuras intragáveis a ele, acompanhando o despertar de novas ideias, antes tão turvas que, com o passar da narrativa, começaram a clarear em sua pensativa e conflituosa mente junto a seu pesar perante injustiças e desgraças que ocorrem a luz do dia e, parece a ele, não incomodam a ninguém além dele.

Os ecos de Dostoiévski -- fortes por conta da trama linear e psicológica deste --, tão distinto de Tolstói em todas as outras obras por sua linguagem e suas filosofias acerca da fé e da vida, na obra Ressurreição estendem-se às críticas ao sistema carcerário. Tolstói divide com seu conterrâneo as duras críticas a percepção dura em relação a pena e ao criminoso existente em Escritos da Casa Morta (1862), livro com traços fortes da vida no cárcere siberiano de Dostoiévski. Ambos, tão dissonantes em tantos pontos e até mesmo em suas vidas (é irônico pensar que ambos, os dois maiores autores russos e contemporâneos, nunca trocaram nenhuma palavra e, em vida, até mesmo criticaram um ao outro de forma dura em certos momentos), convergiram em aceitar como o sistema prisional é ineficaz e ilógico.

Em Ressurreição, Tolstói aborda uma realidade próxima a nós: o prisioneiro, por vezes de pequeno potencial ofensivo, como no caso de um preso por furto, acaba saindo ainda pior por conta da realidade e do convívio dentro da prisão, em meio àquele ambiente predatório e intrinsicamente violento. É ilógico, diz ainda, por não haver sentido em o Estado gastar suas despesas com o enclausuramento temporário como resposta a uma ofensa à sociedade -- Nekhliúdov, a certo ponto do romance, fala que a morte ou uma punição física semelhante a Lei de Talião seriam mais justas e eficazes, servindo como exemplo e poupando gastos desnecessários. Mas tais características, isoladas, não refletem o pensamento do autor exposto no livro: é do caráter humano que Tolstói critica tanto a instituição prisão; com o cárcere, tira-se completamente qualquer vínculo do preso com a humanidade e o bestializa, maculando-o de uma forma ou de outra: ou saíra destroçado e sem perspectivas, ou abandonará de vez os traços que separam o homem da racionalidade e irá enveredar para o pior tipo de sujeito, da espécie mais cruel possível. Com isso em mente, Tolstói coloca na mente de Nekhliúdov e reflete ao leitor seus pontos, concorde ou não, com muito embasamento e questionamentos poderosos e contundentes, que, sem dúvidas, no mínimo deixarão o interlocutor com algumas dúvidas a cerca de certas certezas de antes.

Mas, além de todo seu conteúdo mais denso envolvendo as prisões, a existência, a fé e a redenção, Tolstói brinda o leitor com uma narrativa madura, equilibrando com maestria a beleza costumeira de sua prosa sensível e observadora -- em meio a tantas tragédias, existem momentos pontuais de contemplação em que a pena de Tolstói trabalha de seu modo único -- com teses filosóficas, religiosas e políticas.

Diferentemente de suas obras anteriores, o tom ácido de Nekhliúdov sobrepõe-se a perspectivas favoráveis sobre a sociedade ao seu redor -- é claro: Ressurreição é um romance mais crítico -- sem esquecer que Tolstói por si só sempre teceu suas opiniões, seja de forma sutil, seja de modo mais assíduo, em cada uma de suas obras, mesmo as precedentes de seu período mais retraído e voltado para si mesmo -- e, o que o destaca de outras obras, seus alvos são mais claros. Jamais, entretanto, sua verve dogmática retira o espaço cedido para a escrita por si só brilhar. São muitos os momentos catárticos de pura apreciação da essência humana e da nobreza -- a relativa ao caráter e não ao poder monetário ?, tão caras a Tolstói. Além do homem elevado por sua bondade, a fé em Deus e Cristo -- e a fé de Tolstói é muito única e distante dos dogmas católicos russos, tendo o autor sido excomungado pela Igreja Ortodoxa em 1901, fato que dura até hoje -- é motivo de contemplação (quando alcançado pelos meios que o autor acredita serem os corretos) em sua narrativa.

Com esses breves momentos de sentimentos humanos e religiosos nobres ao longo da obra, Tolstói encontra uma vertente nova -- talvez tendo sido utilizada antes apenas em sua A Sonata a Kreutzer (1889) -- ligada a certa vulgaridade necessária para narrar a bestialização que o cárcere a hipocrisia humana causam a certos tipos ao longo da obra. Mas, sendo Tolstói dono de talento único para compor suas obras, jamais deixa a vulgaridade se tornar regra, algo tão comum em autores menos hábeis e cansados; é instrumento, e nada além disso, que, como seus termos sujos, polui a obra e o espírito, causando repulsa e comiseração ao protagonista e ao leitor vislumbrar tais momentos.

Tratar Ressurreição, portanto, como obra menor dentre a gama célebre de trabalhos de Tolstói é incorrer em um crime -- para ficarmos nos temas abordados na obra. -- Trata-se de um texto essencial para compreender o autor como um todo e, espceficimente, o seu crepúsculo, tão incompreendido, muitas vezes, para os entusiastas de sua carreira na literatura. É amplo celeiro de debates mas, como todo bom livro deve ser, não se finda aí, propondo reflexão em meio a narrações de construção ímpar e que exemplificam o porquê de um escritor como Tolstói estar no cânone da literatura mundial. Ressurreição escancara a alma de seu autor -- homem vivido, arrependido de muitos atos de seu passado que se assemelha com o de seu protagonista -- ao passo que o redime perante si próprio assim como acontece na busca de Nekhliúdov por redenção, tanto a dele quanto a de Katiucha. São personagens complexos, construídos com esmero e calma, aliados a uma narrativa ora bela -- e não há autor que mais soube trabalhar o belo do que Tolstói --, ora horrível, propositalmente horrível. Enfim, Ressurreição, sendo o último romance publicado em vida por Tolstói, encerra o ciclo de seu autor como foi ao longo de todos seus vastos anos: brilhante, melancólico, mas, acima de tudo, belo; muito belo.
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Jessé 16/02/2022

Meio decepcionado.
Eu li Anna Karienina em 2019, e naquele ano considerei esse livro a minha melhor segunda leitura do ano. Depois disso entrei em contato com novelas e contos do Tolstoi. Por tudo que já havia lido dele, cheguei em ressurreição com muito entusiasmo, mas acabei me decepcionando.

Esse livro é bem inferior aos outros trabalhos que tive contato, e teve momentos que fiquei em dúvida se Ressurreição tinha realmente sido escrito pelo Tolstoi. Sem falar que tinha horas que esse livro virava um dramalhão mexicano e exagerado difícil de engolir.

Outro ponto que me incomodou, foram as repetições infindáveis do escritor. Tinha horas que eu falava comigo: tá bom Tolstoi, eu já entendi que esse cara tá arrependido, ou qualquer coisa do tipo kkkkkk

E por último, o livro é extremamente cansativo. Anna Karienina tem praticamente o dobro de páginas, e em nenhum momento eu me cansei dele igual aconteceu com Ressurreição.

Valeu a experiência de leitura, mas nem tudo de um determinado escritor vai agradar não é mesmo. Mas também não vou ficar falando que amei só por se tratar de Tolstoi. Rsrs
Carolina.Gomes 22/09/2022minha estante
Eu ia ler, adiei. ????


Jessé 23/09/2022minha estante
Não faça isso pelo amor Deus!!! Kkkkkkkkkkkk

Lembre-se que nos divergimos sobre O idiota e O vento levou ?????


Carolina.Gomes 23/09/2022minha estante
KKKKKKKKKKK


Jessé 23/09/2022minha estante
A única coisa que aconselho, caso seja essa a sua edição, a ler a apresentação só depois de ter finalizado a história. Eu li a apresentação até a metade, e o Rubens Figueiredo me pareceu muito tendencioso. Deu a entender que ele queria que lêssemos o livro sobre o ponto de vista dele.




Fábio 29/07/2011

Então Pedro, chegando-se a ele, disse: Senhor, quantas vezes hei de perdoar aquele que pecar contra mim? Até sete?
E Jesus disse-lhe: Não te digo que até sete, mas sim que até setenta vezes sete.
(SÃO MATEUS, XVIII, 21, 22.)


Ressurreição é o último livro publicado em vida por Leão Tolstói, e é mais uma grande obra prima russa, como é de praxe, o que leva seu nome tente e ser imperecível. Com uma narração excêntrica e singular, o autor deixa a história dinâmica sem perder os detalhes, sempre dando ênfase pormenorizada nos sentimentos mais fundos da alma humana.

Dimítri Ivanovitch Nekliudov é de família nobre, após ser influenciado por autores sociais, ele trai sua classe social, e começa a ajudar os necessitados. Enquanto os eternos leguleios, prometedores de miragens, vão embaindo a turba com falácias infantis; e os palacianos governosos se locupletam com suas gordas mordomias; o povo segue na miséria, no caso os mujiques.

Nekliudov não consegue entender os homens que só pensam em seus próprios interesses e a sociedade luxuosa, ociosa e de interesses mesquinhos. Tolstói, não se limita a uma crítica ao sistema penitenciário, nem tampouco os atos criminosos dos diretores e funcionários dos presídios, mas ao sistema como um todo, desde o julgamento, uma vez que afirma que juízes, promotores, ministros são arrivistas, que não pensam em julgar com equidade, e sim, no salário no final do mês.

Sem dúvida é um romance que expõe as criaturas pobres, miseráveis que estão a mercê do Estado, as injustiças, as torturas, o preconceito estão presente nesta obra de valor incomensurável, pois até hoje, vemos presídios com super lotação, presos ociosos jogados sem nenhum plano de estímulo, para eles novamente se integrarem a sociedade sem cometerem novos crimes.

A partir daqui, contém spoiler.
O enredo, baseado em fatos verídicos, tem como protagonista um príncipe, Dimítri Ivanovitch Nekliudov, que é corrompido pela sociedade, principalmente pela sua alta classe social, na qual, devido à convivência, é levado a abandonar suas idéias sociais, para cair nas patuscadas, no egoísmo, na ganância e na soberba, pois dessa maneira era visto como normal e muitas das vezes elogiado pela sua frivolidade. Em contrapartida Maslova, com seus olhos levemente estrábicos, é de família humilde, sendo criada da casa das tias de Nekliudov. Por sua vez, este que passou suas férias nesta casa, corrompe a moça, engravidando-a

Após servir o exercito, Nekliudov volta a ler pensadores sociais (Henry George, Herbert Spence), que mais uma vez exerce grande influência na sua personalidade. Após a morte da sua mãe, decide abandonar sua classe social e ajudar os mujiques. Convocado para integrar um júri, Nekliudov reconhece a réu, uma criada que ele engravidara anos antes. Agora prostituída, ela é detida sob as acusações de roubo e envenenamento de um cliente. Nekliudov absorto em suas lembranças, não se impõe e por isso Maslova acaba condenada a trabalhos forçados na Sibéria.

A partir desse momento, o príncipe Nekliudov começa ajudar não só os mujiques, mas a Maslova e os outros que vem pedir seu auxílio na prisão, sendo um defensor dos pobres e oprimidos. Vencendo seu vil sentimento, pela sua antiga classe social é obrigado a esconder sua repugnância para pedir favores a mesma, sendo apenas ela capaz de ajudar seus protegidos.

Em Maslova também ocorre uma transformação, após ficar grávida, ela é expulsa da casa onde morava, sendo seu filho abandonado chegando a morrer tempos depois, precisando assim se prostituir para manter seus costumes, e a vida agradável em que vivia. Todavia seu estado psicológico é alterado, ela se fecha para os homens e tem nojo de todos, principalmente de Nekliudov, não aceitando sua ajuda para libertá-la.

Contudo no príncipe, nasce um amor incondicional, pois Nekliudov não a amava por ele, mas por ela e por Deus. Sua consciência pesa e tenta de toda maneira corrigir esse erro, não apenas de não ajudá-la no tribunal, mas de proporcionar o começo de sua decadência e desgraça quando ele a corrompeu.

Após conseguir um indulto, concedido pelo Imperador, Maslova fica em liberdade, mas decide se casar com seu companheiro de cela, preso político chamado Simonson. Não a nada mais que Nekliudov possa fazer, então procura as respostas de suas eternas perguntas; Por que tanto sofrimento? Por que os homens castigam seus próprios irmãos?

As respostas vieram no lugar onde há todas as explicações, isto é, na bíblia, e as encontras, com isso começa a ler inteiro o novo testamento, após a leitura ele estabelece cinco preceitos, com os quais se os homens seguirem sumirá toda a violência, e mais, a Humanidade conseguirá o reino dos Céus na terra. Com isso nasce um novo Nekliudov, ele ressuscita; outro significado para o nome do livro é que quando Nekliudov conhece Maslova é na época da páscoa.

Seus conceitos se justificam em que não somos donos da nossa vida, e quando não admitimos isso, procuramos somente o nosso prazer. Mas a vida não é nossa, se estamos aqui, foi por vontade de alguém e com alguma razão. Por isso é normal estarmos mal, como um operário que não cumpre a vontade do padrão. A vontade do amo estão expressas nesses conceitos, se eles se cumprirem os homens alcançariam a maior felicidade que se pode alcançar.


(por coincidência, sem eu saber do que se tratava esse livro, termino de ler hoje, 24/04/2011, domingo de páscoa)
Iriana 05/11/2014minha estante
preciso de uma ajuda qual é o capitulo desse excerto?Se fosse formulado o problema psicológico: como fazer para que pessoas da nossa época, pessoas cristãs, humanas, simples e boas pratiquem maldades mais terríveis sem sentirem-se culpadas, só haveria uma solução possível ? seria preciso que se fizesse exatamente como se faz agora, seria preciso que tais pessoas fossem governadores, diretores, oficiais, policiais, ou seja, que em primeiro lugar estivessem convencidas de que existe um trabalho chamado serviço do Estado, no qual é possível tratar as pessoas como coisas, sem relações fraternas e humanas com elas, e em segundo lugar que essas mesmas pessoas do serviço do Estado estivessem unidas de tal forma que a responsabilidade pelo resultado de suas ações para as outras pessoas não recaísse em ninguém isoladamente. Fora de tais condições, não existe possibilidade em nossa época de cumprir tarefas tão horríveis como as que eu vi hoje - E TBM O CAPITULO DA PREPARACAO DO JULGAMENTO DE MASLOVA


Fábio 11/11/2014minha estante
Não tenho, eu peguei o livro da biblioteca, não tenho o livro para confirmar para você :(


Johann.Antoine 21/05/2018minha estante
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Fabiola Hessel 05/06/2021

O valor da consciência e reflexão
Esse livro é daqueles que eu comecei gostando pouco, mas terminei amando e agora quanto mais eu penso nele, mais eu gosto.

Estive revisitando minhas leituras e tem no mínimo 5 anos que eu sempre leio um livro do Tolstói pelo menos, o mesmo acontece com Jane Austen, Virgínia Woolf e Charles Dickens, escritores que me mudaram como leitora e consequentemente como pessoa.
Eu acho tudo que esse homem escreve maravilhoso ? e merece muito ser lido.

O mais engraçado é que tenho esse livro há anos e sempre postergava sua leitura, afinal, era o último romance que o Tolstói escreveu e o que me faltava ler. Mas como sempre, li no melhor momento possível, cada livro tem sua hora pra mim, o livro me tocou e conversou profundamente comigo.

Acho que ler esse livro com mais maturidade fez toda diferença, pois diferentemente de Anna Karenina esse livro não trata de amores, mas sim de autodescoberta, culpa e amadurecimento moral e ético. Também achei a escrita bem afiada, mais direta e cínica.

Ressurreição é um romance com muita crítica social que é feita através do personagem principal, Nekhliudóv, passa por uma crise de consciência e começa a analisar tudo ao seu redor.
Ele desenvolve consciência de classe, faz críticas à burocracia, ao sistema judiciário, à aristocracia, à Igreja e à prostituição. Ninguém escapa do olhar duro do Tolstói.

Ele também toca um pouco no tema do casamento, o que me deixou com muita vontade de ler a novela Felicidade conjugal. Além disso, como ele já estava numa fase mais madura, então ele fala bastante de uma vida regrada pelos princípios cristãos (questão que ele aborda muito nossos livro Uma confissão), inclusive ele foi excomungado por ter essas crenças.

(A tradução desse livro é do Rubens Figueiredo, a mesma dos livros da Companhia das Letras e é maravilhosa, além de ter uma apresentação incrível)

Cada vez que leio um livro escrito por elel fico feliz porque são livros que me mudam e triste porque vou ler menos coisas de Tolstói pela primeira vez.
Qual foi o último livro que você leu que te marcou e foi crescendo com o passar dos dias?
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Fabio Shiva 30/08/2010

Uma obra magnífica, verdadeiro patrimônio da humanidade!
A criação de um gigante, o fruto de uma grande alma que por uns instantes assumiu o nome de Leon Tolstoi.

É preciso que eu diga que “Ressurreição” chegou para mim precisamente na hora certa. Nem antes, nem depois. É curioso e lindo como a consciência vai selecionando os livros de que precisamos para nossa instrução e crescimento.

A história gira em torno de Nekliudov, um membro da aristocracia russa que passa por uma intensa transformação em seu íntimo. Tudo começa com uma coincidência. Nekliudov é chamado para ser jurado em um julgamento de assassinato. Uma das acusadas, a prostituta Maslova, é uma velha conhecida de Nekliudov, que reconhece em si próprio as causas que levaram sua conhecida a cair tão baixo.

Inicia-se a metamorfose espiritual do príncipe Nekliudov, que começa a questionar a normalidade e sanidade de tudo o que até então tivera como certo: as convenções sociais, as diferenças entre os homens ditadas pelo dinheiro, o sistema que legitimava o direito à propriedade, a sociedade que permitia e estimulava as pessoas a julgarem e torturarem seus semelhantes. Será que Nekliudov está ficando louco? Ou será que o mundo é que está louco, e só agora Nekliudov percebe isso?

“Ressurreição” não deixa de ser também uma história de amor, tão bela e inspiradora como eu ainda não havia lido. É um comentário corrente que os romances russos clássicos são abarrotados de personagens. Pode fazer parte do estilo russo, essa característica. Mas ao menos em “Ressurreição” enxerguei um brilhante propósito nessa profusão de personagens: à medida que vai se operando a transformação de Nekliudov, seu amor deixa de ser egoísta e centrado em um indivíduo, para se expandir para toda a espécie humana. E é assim que ele vai passando a se interessar pela sorte de cada ser humano que cruza o seu caminho.

O livro é também um comovente relato sobre a injustiça essencial que reside no âmago de toda “justiça” humana. Tolstoi mostra com genialidade essa absurda contradição, tão gritante e escandalosa, mas que parece ser invisível para tantos “sábios” magistrados de ontem, hoje e sempre. Não julgue, para não ser julgado. Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra.

Algo que me chamou a atenção durante a leitura foi como algumas questões fundamentais foram perdendo a importância desde que o livro foi escrito (1899). Um ponto constantemente evocado na obra é o questionamento sobre o direito do homem à propriedade. O mestre russo coloca isso de forma simples e brilhante:

“A terra não pode ser objeto de propriedade privada, não pode comprar-se nem vender-se, tal como a água, o ar e a luz do sol. Todos os seres humanos têm o mesmo direito sobre a terra e tudo quanto ela produz.”

A impressão que tenho é que essa questão essencial foi “varrida para debaixo do tapete” da humanidade. O fracasso do comunismo como modo de produção gerou a errônea noção de que o capitalismo então é que deve estar certo! Ninguém questiona mais o direito à propriedade, parece que virou um tema cafona e ultrapassado. Na verdade o tema é tão evidente que, penso eu, basta meditar a respeito com sinceridade de ânimo para perceber que precisamos mudar esse estado de coisas. Lembro sempre da frase de Lênin:

“O que é um assalto a banco, diante de um banco?”

Toda propriedade é um roubo. Estamos todos aqui de passagem, e somos todos irmãos, com os mesmos direitos à vida. O direito à propriedade é uma infâmia que torna um homem superior aos demais. Mas isso só pode ser uma condição momentânea, pois o certo é que a humanidade não poderá seguir indefinidamente chafurdando na lama da ignorância. Mesmo porque a natureza já começa a cobrar a conta dos excessos cometidos pelo capitalismo predatório...

Bom, isso foi só para mostrar como esse livro inesquecível é capaz de nos transportar para grandes questionamentos, grandes reflexões, grandes sentimentos!

“Aconteceu-lhe o que frequentemente acontece às pessoas que vivem uma intensa vida espiritual. O pensamento que a princípio lhe aparecera como estranho, um paradoxo, até como um gracejo, e que paulatinamente foi vendo confirmado na vida, apresentou-se-lhe de súbito como uma verdade simples e incontrovertível.”

Viva Tolstoi!

(20.03.10)

Marquinho 07/07/2017minha estante
Com a sua resenha deu vontade de ler este livro!


Roberto Petrúcio 09/01/2018minha estante
Li "Ressurreição", e o reputo uma obra-prima. O personagem principal é dotado de um espírito elevado de fraternidade, e tenta fazer a reparação dos erros morais em que incorreu no passado. Enfrenta todas as agruras e vence-as, tendo como norte o Evangelho Eterno do Cristo.


GIPA_RJ 25/07/2021minha estante
Parabéns pela resenha. Li em 2015 , já estando o livro na lista há um bom tempo , e também foi o meu momento certo , me abrindo para muitos questionamentos sociais. O capítulo 59 me marcou demais!


Fabio Shiva 27/07/2021minha estante
Gratidão pelo comentário e por essa energia boa! Viva a Literatura, que tem esse poder de expandir nossos horizontes!




Nara 22/11/2021

Incrível como é atual
Extremamente necessário esse livro. Parece que nada mudou. A Rússia de Tolstoi e o nosso Brasil. Tudo muito parecido. Esse sistema prisional injusto, desumano, ineficaz. Impossível acreditar nele.
Livro perfeito. Amei o final.
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ntayar 10/01/2021

“As pessoas são como rios: a água é a mesma para todos e é igual em toda parte, mas cada rio é ora estreito, ora rápido, ora largo, ora calmo, ora limpo, ora frio, ora turvo, ora morno. Assim também são as pessoas...”
Os protagonistas de Ressurreição são o nobre Nekhliúdov e a serva Katiucha. A menina vinha de uma família muito pobre e desagregada, abandonada e sem nenhuma perspectiva de vida. Duas tias solteiras de Nekhliúdov recolhem a garota, ensinam a ler e a falar três idiomas, e ela passa a servir como empregada na casa.
Katiucha foi crescendo e transformou-se numa moça atraente, chamando a atenção do jovem Nekhliúdov. Aos 19 anos, e ela com 16, os dois se apaixonam, ou melhor, ela se apaixona. O rapaz sentia um desejo físico pela garota e, depois de alguns encontros, ele consegue alcançar seu objetivo: uma relação que resultou numa gravidez.
“...o sentido da mulher, de todas as mulheres, exceto as da sua família e as esposas dos amigos, estava bem determinado: a mulher era um dos melhores instrumentos de prazer que ele já experimentara”
Ao saber que ela estava grávida, Nekhliúdov meteu a mão no bolso e lhe deu dinheiro para “resolver” o problema.
“Agora, era um egoísta depravado, requintado, que só amava o seu prazer”
Katiucha ficou arrasada, embora não esperasse que o relacionamento entre eles tivesse algum futuro, pois eram de classes sociais extremamente diferentes. Mas ela decide ter a criança, e planeja um jeito de ir embora daquela casa porque sabia que as tias do rapaz não poderiam aprovar aquela gravidez. Para elas, era uma situação ultrajante.
O tempo passa. Nekhliúdov entra para o exército russo, participa da guerra e vai levando sua boa vida de rapaz rico, sem nada com que se preocupar. Seus falecidos pais deixaram propriedades e terra suficiente para que ele jamais passasse qualquer necessidade.
Mas o caminho não foi tão suave para Katiucha. Sua filhinha não sobreviveu aos primeiros dias, ela nunca conseguia um trabalho decente, até que foi vista por uma mulher que vislumbrou um belo futuro para ela: a prostituição.
Passados 10 anos, Nekhliúdov é jurado num julgamento em que uma mulher era acusada de envenenar um homem, com participação de dois cúmplices.
Nekhliúdov mal pode acreditar no que via: a ré era sua amiga Katiucha. Ela negava o crime, alegando que a vítima era um cliente e que ela pensava que estava dando a ele um remédio para dormir.
Ele é tomado por enorme sentimento de culpa, pois tem certeza de que sua atitude irresponsável no passado, quando aquela jovem ingênua acreditou nele, foi o primeiro passo que empurrou Katiucha para a prostituição e tudo de ruim que aconteceu depois.
A partir daí ele começa a mudar seu modo de ser. Decide que deve fazer de tudo para ajudá-la aproveitando-se do bom relacionamento que tem com pessoas influentes, quem sabe até mesmo anular o julgamento.
O nome do livro dá uma ideia do enredo: Nekhliúdov passa por um processo de Ressurreição, de mudanças no modo de viver a vida.
O livro é muito bom, com vários personagens muito interessantes e muitos deles inspirados em pessoas que Tolstói conheceu. O protagonista tem alguns traços do autor e a jovem Katiucha foi baseada numa empregada da família por quem o autor se apaixonou.
O romance faz também uma crítica ao sistema judiciário e prisional, e analisa friamente os privilégios das classes dominantes, das relações de trabalho, da questão da propriedade e outros temas que ainda são atuais. O jovem Nekhliúdov descobre novas realidades totalmente diferentes daquela a que estava habituado. E isso o modifica para sempre.
Na Rússia, o romance começou a ser publicado em fascículos, em março de 1899, na revista Niva.
Tolstói abriu mão de seus direitos autorais em favor da comunidade dukhobóri, um grupo de cristãos que se recusava a jurar lealdade ao czar, negavam o direito à propriedade, não aceitavam a Igreja e a Bíblia como única fonte de revelação, recusavam-se a ter documentos e servir o exército.
Os dukhobóri foram perseguidos, e deportados por dois czares para regiões remotas da Rússia. Durante o reinado de Nicolau II, foram aceitos pelo governo do Canadá para onde migraram e sobrevivem até hoje.
“As pessoas são como rios: a água é a mesma para todos e é igual em toda parte, mas cada rio é ora estreito, ora rápido, ora largo, ora calmo, ora limpo, ora frio, ora turvo, ora morno. Assim também são as pessoas...”
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Camila 28/06/2020

Ressurreição - TOlSTOI
Definitivamente percebo o quanto fui boba de ter medo dos russos, achava que encontraria um literatura difícil, carregada.. no fim, uma narrativa fluida e e extremamente sensível. Em ressureição temos Nekludov, um aristocrata, cheio de terras, dinheiro, privilégios quem se depara em tribunal tendo de julgar Maslova, com quem conhecera mais novo e que tomara uma atitude que desgraçara a vida desta coitada. Se percebendo isso começa uma trajetória de redenção e busca de redimir aos seus feitos egoistas que teve tomado ate este momento da sua vida.Aqui você ira se deparar com os conflitos internos de Nekludov, alem da exposição cruel que e o sistema prisional e todas as façanhas mesquinhas do judiciário, facilmente de associar com o que passa na atualidade.
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Thamiris.Treigher 22/12/2023

Bom, mas meio maçante
"Ressurreição" conta a história do príncipe Nekhliúdov que, certo dia, em uma sala de tribunal que julgava um caso de homicídio, reconhece que a acusada em questão é Katiucha, uma mulher por quem, no passado, se apaixonou, envolveu e abandonou.

Sua vida então muda para sempre. A lembrança de tudo o que viveram e de como agiu com ela provocam muita culpa. Ele conclui que a vida de Katiucha chegou a esse ponto por responsabilidade sua; e que agora vai fazer de tudo para "salvá-la", inclusive casando e ficando ao seu lado o tempo todo.

Ao longo da narrativa, voltamos no passado e conhecemos a história de amor que os dois viveram, como ela foi interrompida e o rumo que cada um seguiu.

Nekhliúdov acha que tudo vai sair conforme sua nova decisão e que vai "recuperar" o tempo perdido. Porém, nem tudo acontece como ele quer. Katiucha não aceita casar e não nutre nenhum tipo de sentimento por ele. Sua vida mudou, ela mudou, e a realidade é bem mais dura do que parece.

A vida de Nekhliúdov passa a girar totalmente nos esforços para tirar Katiucha da prisão ou abrandar sua pena. Assim, ele descobre uma sociedade que não estava acostumado a ver, diante de seus privilégios: os problemas no sistema judiciário e prisional em uma Rússia às vésperas da Revolução.

Ele conhece vários companheiros de cela de Katiucha e suas histórias. Vários foram presos injustamente e por motivos banais. Sua luta para libertar Katiucha se estende a vários outros. Porém, mesmo com sua influência, pouco consegue fazer por aquela gente.

O protagonista - que tem vários traços do próprio autor - sente sua vida vazia e parece buscar sua purificação tentando salvar seu antigo amor, os presos, os trabalhadores rurais e uma sociedade inteira. Isso vira até algo obsessivo e sem limites. Talvez isso reflita a intenção e o sentimento do próprio Tolstói, já que esse foi seu último romance (baseado em uma história real que ele conheceu por meio de um amigo - parecido com algo que ele mesmo tinha vivido quando jovem).

Tolstói tece diversas críticas a respeito do governo, da igreja, do Estado, da repressão judicial, dos privilégios da classe dominante e das propriedades de terra.

Gostei do livro, mas achei várias partes bem maçantes, focando demasiadamente no desenvolvimento das críticas, e deixando o desenrolar da história em segundo plano. Senti falta daquele novelão de Anna Karênina. Aqui, a leitura é bem mais densa e pesada. Mas Tolstói é gigante e sempre vale a pena. Recomendo a leitura!
Gleidson 23/12/2023minha estante
Sensacional! O livro e sua resenha! ???


Thamiris.Treigher 23/12/2023minha estante
Muitíssimo obrigada, Gleidson! ????




Ale 11/12/2020

Uma leitura arrebatadora
Último romance escrito por Tolstoi, traz uma narrativa eloquente e profunda, abordando temas tão caros à humanidade e a vida em comunidade.
O grande conflito do livro é de ordem moral e interna. É as angústias do príncipe Nekhliúdov sobre a vida em sociedade, sobre justiça, sobre certo e errado que ditam o desenrolar do romance. Nesse sentido, entendo que alguns leitores poderiam ficar decepcionados com o final, porém reforço que ele é condizente com tudo que foi sendo preparado e desenvolvido. Assim como aponta o livro, essa é uma história de ressureição, de um novo nascer do personagem. Essa é a jornada do romance, muito mais que os acontecimentos externos da história. Estes servem de impulsos para a história interna que se constrói em Nekhliúdov, e proporcionam momentos de reflexões preciosíssimas e, passados mais de cem anos da publicação, ainda atuais perante um mundo cada vez mais individualista.
Super recomendo!

Uma citação interessante:
?- E o que seria isso?
- Seria a justiça.
- Como se a justiça fosse o objetivo da atividade do tribunal - disse Nekhliúdov.
- E qual seria o objetivo?
- A manutenção dos interesses de uma classe. O tribunal, a meu ver, é apenas um instrumento administrativo para a manutenção do estados de coisas vigentes, vantajoso para a nossa classe. ?
(Parte II, Cap. XXXIII)
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Carlos.Eduardo 01/12/2020

Se há algo superior à literatura russa, desconheço. A profundidade das discussões e dos personagens, o realismo, a sensibilidade. E certo ar poético que permeia tudo isso, reforçado por essa tradução, que me parece um português de Portugal, ou um português brasileiro antigo.
Tolstoi se utiliza da trajetória pessoal de Nekludov para apontar e criticar com veemência o estado completo de degradação das instituições e a desigualdade social generalizada da Rússia da época, circunstâncias que, como sabemos hoje, favoreceram em muito a revolução que aconteceria apenas alguns anos após a publicação do livro.
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Lu 14/09/2020

Mediano e longo demais!
A história em si é interessante, mas pouco cativante. A interação entre os personagens principais é extremamente pobre. Não é de jeito nenhum um romance como ja li por aí.
O tema principal é importante e atual, mas o livro sofre com delongas desnecessárias. As partes que achava interessante, acabam rápido. As que achei maçantes, se delongavam demais. Muitas páginas descrevendo a vida de personagens que não seriam tão importantes assim pra história entre outras coisas... enfim, bem mediano e poderia ser encurtado pra metade do tamanho.
Juliana 21/08/2021minha estante
Apesar de amar Tolstoi tenho que concordar, de o livro tivesse metade das páginas seria um livro incrível...enrolou demais e não concluiu


Gessi 04/03/2022minha estante
Eu já estava me sentindo culpada por não estar gostando tanto. Acho que comecei Tolstoi pelo livro errado. ?




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