Ressurreição

Ressurreição Leon Tolstói




Resenhas - Ressurreição


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Ricardo Silas 02/01/2015

Ressuscite!
Tolstói, insigne escritor cujas palavras geraram os maiores clássicos literários da história cultural da humanidade, esteve perto, neste livro, da superação em todos os sentidos. Ressurreição traz a lume todo o panorama do sistema judiciário do império russo do século XIX. Personagens corrompidos, degradados pela lascívia política, são protagonistas de centenas de casos jurídicos deliberados arbitrariamente, condenando milhares de pessoas aos mais imundos moldes de punição e encarceramento. O romance que se passa em meio a esse cenário obscuro, de injustiças e luxo desfrutado pelas elevadas classes sociais aristocratas, é transcendental, e abarca fortes exortações de teor moral, religioso e humanitário. Assim Tolstói transmiti uma sensibilidade sublime, comovente, instigante e, sobretudo, revolucionária, com ligeiros e profundos apontamentos favoráveis ao anarquismo cristão. São dramas sérios, extraídos das experiências vívidas do próprio autor e suas observações das facetas da sociedade, convertidos em intensos oceanos de complexidade da natureza humana, da escuridão dos sentimentos, sem perder a essência excelsa da pureza e inocência de algumas vidas. Estou maravilhado, e também frustado, pois a inescapável identidade desta obra permite ao leitor inteirá-la em seu contexto político, concatenando-o as diabretes e os potenciais insultos ao modelo promíscuo de relação social decadente. A vida é solidamente áspera, e requer demoradas reflexões. Ressuscite!
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Linard 05/03/2023

Tolstói também errou
O livro se perde em um didatismo cristão, com tentativa de nos ensinar algo da visão do Cristo que faz o romance ficar bem cansativo. O título já aponta o tema.
Wilson 02/08/2023minha estante
Chora mais. Tolstói era Cristão, queria que ele trouxesse um simbolismo islâmico ou judaico?




profa_ana_paula 19/12/2023

Meu primeiro Tolstoi - o último dele
O livro nos faz refletir muito sobre como funciona a mecânica do estado em relação ao funcionalismo, as burocracias e a desumanização de todos que ameacem a manutenção da divisão da riqueza. Me levou a pensar sobre as necessidades de castigar que possuímos, destaca profundamente o infundado mito da meritocracia, enxerga o protótipo do crime na ausência de terras para a produção. Com tudo isso de fundo, ele coloca meia dúzia de figurantes pra ter as reflexões humanas. ???
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Luana De Martins 26/11/2016


No último romance publicado antes de sua morte, Tolstói constrói uma forte crítica à atuação do judiciário, seus agentes, ao sistema penitenciário, à política econômica, religião e à própria natureza do homem. No que diz respeito ao processo criminal de Maslova, podemos acompanhar todas as falhas que ocorreram desde o julgamento feito às pressas, até aos recursos e pedidos baseados em concessões de favores, reforçando a imagem do patrimonialismo regendo a vida pública que é administrada com base em interesses privados.
Não se restringindo aos elementos do curso principal da história, o autor, através do desenvolvimento do personagem principal, levanta diversos problemas no âmbito criminal como: a negligência nos julgamentos dos crimes e consequente condenação de inocentes por falta de zelo pelos procedimentos e investigações legítimas; o tratamento desumano dos presos, bem como a previsão legal de penas perpétuas, de morte e a trabalhos forçados; a perspectiva das penas como punição e a desproporcionalidade destas, além de inúmeros outros que poderiam ser citados e amplamente debatidos.
Em certos momentos da história, Dimitri questiona sobre a responsabilidade dos crimes. Na marcha para a Sibéria em que alguns presos morrem de insolação, ele se pergunta quem deve responder pelas mortes visto que, no estado em que se encontravam os presos, as mortes não poderiam ser outra coisa que não homicídios, mas ninguém é condenado em razão destes. Em outro ponto, ele reflete sobre a culpa dos condenados por crimes que são produtos do meio negligenciado em que viveram; atualmente no meio jurídico, temos em discussão a teoria da co-culpabilidade que responsabiliza, em partes, o Estado pela omissão em prover os Direitos Fundamentais para crimes cometidos em razão de sua negligência, visando a promoção da justiça social e já é adotada por alguns países.
Dimitri também fica indignado com o evidente contraste entre os estilos de vida das diferentes classes sociais, chegando inclusive a se desfazer de suas próprias terras em nome da justiça social e questionando o direito à propriedade privada. Conjuntamente, a presença dos presos políticos condenados por difundirem ideias revolucionárias remontam a imagem do contexto histórico pré-Revolução Russa pela ascensão das lutas operárias.
Apesar de se tratar de um livro publicado no final do século XIX, “Ressurreição” não traz uma crítica tão desatualizada quanto se pode pensar, há que se questionar a eficácia do nosso sistema penal e o quanto dos princípios constitucionais penais são de fato praticados, uma vez que o Brasil ainda tem que lidar com situações de lotação de presídios, alta taxa de reincidência, além de casos de abuso de autoridade por membros do Poder Judiciário.
Lina.Melo 14/04/2017minha estante
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Lipe 04/08/2018minha estante
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Gabi.Maia 10/12/2022

Achei que a leitura seria difícil mas é fluida
Quando vi o tamanho do livro e pelo fato tb de ser literatura russa, achei que seria um livro difícil e nem achei que fosse concluí-lo. Isso antes de lê-lo!
Depois que li: É um livro maravilhoso!!!!! Leitura fluida e tema super atual. Virei fã do autor!
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Anthoni.Brunetto 03/11/2022

Último romance de Tolstói
O escritor teve a ideia do livro a partir de uma conversa que teve com o jurista Anatóli F. Kóni, que também fornecera informações a Dostoiévski sobre casos criminais que mais tarde foram usados no romance Irmãos Karamázov.

Anatóli comentou com o escritor sobre um jovem aristocrata que, ao integrar um júri, espantou-se com uma criada a quem ele mesmo havia engravidado, anos antes, na propriedade de sua tia.

A jovem foi expulsa de casa pela patroa, tornou-se prostituta, até ser presa, acusada de roubo. Com remorsos, o jovem aristocrata propôs-se a ajudá-la e casar-se com ela.

Esse relato do jurista serve como ponto de partida para a história do livro. Acompanhamos o príncipe Nekhliúdov que na sua juventude tem um romance com a criada de suas tias, a jovem Máslova.

Depois de muitos anos, o príncipe integra um júri em que Máslova é acusada de roubo. Por um erro de interpretação, a mulher é condenada aos trabalhos forçados. O príncipe se sente culpado do destino que sua antiga amada terá que enfrentar e começa a fazer de tudo para ajudá-la.

Durante toda sua trajetória após o júri, Nekhliúdov não mede esforços para ajudar Máslova e acaba ajudando diversos presos que se encontravam encarcerados injustamente.

Ele deixa pra trás o conforto de sua vida aristocrata, suas amizades, abre mão de parte de suas terras para os mujiques e ao final percebe que ao desprender-se de antigos valores, encontrou uma nova vida, finalizando sua ressureição.
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Adriana Souto 06/08/2019

Uma leitura necessária
Nesse último romance publicado, Tolstoi reafirma todos os preceitos discutidos com genialidade em suas obras ao longo dos anos, deixando um legado de críticas profundas às injustiças sociais.
Dimitri Nekludov é um príncipe nascido em berço de ouro.
Em uma visita a suas tias ele se apaixona por Máslova, uma órfã que suas tias criavam.
Anos depois, Nekludov regressa a casa das tias e já é um rapaz tomado pela soberba, seduz Maslova e vai embora deixando para ela uma quantia em dinheiro.
Quando as tias descobrem que Maslova está grávida a mandam embora, levando a moça a miséria, o que a fez recorrer até à prostituicão.
O casal somente se reencontra no dia do julgamento de Maslova, acusada de assassinato.

O livro não contém muita ação dos personagens , mas, sim, muita reflexão acerca das misérias humanas, da reforma agrária e do sistema carcerário.
Uma narrativa tão atual e verdadeira que assusta e ao mesmo tempo comove.
Uma leitura necessária.
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Rebb.Rocha 28/07/2022

<3
"Um dos preconceitos mais enraizados e mais geralmente admitidos, é o que imagina em todo homem qualidades próprias e definidas: que um homem é bom ou mau, inteligente ou estúpido, enérgico ou apático e outras mais. Na realidade, porém, não há tal. Podemos dizer de um homem, que ele é um maior número de vezes antes bom do que mau, antes inteligente do que estúpido, ou antes enérgico do que apático, ou inversamente: mas dizer de um homem, como sempre fazemos, que ele é bom e inteligente, e de um outro que é tolo e mau, é desconhecer o verdadeiro caráter da natureza humana. Os homens são como os rios, compostos todos da mesma água, uns, porém, de leito vasto e corrente lenta, outros encerrados estreitamente nas suas margens, desaguando velozmente, este com a água límpida e tépida, a daquele toldada e gelada.
Todos os homens são igualmente depositários dos germes de todas as qualidades humanas e ora evidenciam uma, ora outra, diferindo muitas vezes do que habitualmente são."



"Que horror! Não se sabe o que é maior, aqui: a crueldade ou o absurdo. Mas parece que tanto uma coisa como a outra alcançaram o último grau".

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_matheus.freitas 21/07/2022

Magistral
Assim como seus conterrâneos, Tolstoi em seus personagens evoca a alma humana para seus personagens, de maneira a nos apresentar os dilemas morais inerentes ao dia a dia de cada um de nós.

Sua temática sobre, política, religião, casamento, amor, redenção, filósofia e afins. Todos que lerem, com certeza sairão um pouco mais conscientes de si mesmos!
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Juliana 21/08/2021

Custava obedecer as regras do proprietário?
Quarto livro do Tolstoi do ano ( morte de Ivan ilitch, Anna Karenina e Guerra e Paz ), confesso que já comecei o livro com grande expectativa e ela se cumpriu até metade do livro.
A narrativa dele é linear, um pouco diferente de Anna Karenina e Guerra e Paz, que tem dois cenários e histórias se desenvolvendo ao mesmo tempo .
Como todo livro dele, trás reflexões mto fortes e desta vez sobre a sociedade ( mas eu esperava um pouquinho mais de romance ).Será que somos melhores do que quem julgamos ? Quem nos deu autoridade para decidir e castigar outro ser humano ? Será que as prisões recuperam alguém ? Ou será o amor e fé na humanidade ?
A história começa no julgamento de Katiuscia, onde o protagonista reconhece a mulher que marcou sua juventude, mas que ele largou à própria sorte .
Muitos anos depois ela está sendo julgada e ele é jurado e como reparar a injustiça do passado ? Existirá perdão possível?
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geo 25/09/2021

?que horror! não se sabe o que é maior, aqui: a crueldade ou o absurdo. mas parece que tanto uma coisa como outra alcançaram o último grau.? esse trecho praticamente resume o livro, que é maravilhoso! crítica muito necessária e traz boas reflexões
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nicolly 05/03/2023

Não é uma resenha
Eu fiquei foi mais de um mês nesse livro, apesar de ter me interessado mt mt mt quando li a sinopse eu perdi todo o ânimo já em 10% do livro, não pq é chato mas pq não é um tipo de linguagem que tô acostumada. Tirando isso eu gostei mt da história, sempre ouvi falarem mt bem da escrita do tolstoi e tals e fez jus aos comentários
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Giany.Alves 14/02/2023

Um livro excelente. Tolstoi sem dúvida merece todos os elogios e fama que tem, sua escrita é fantástica e a tradução de Rubem Figueiredo tb. Um livro que mesmo sendo um clássico a escrita é muito atual deixando a leitura super fluída.
A narrativa, a construção da história e principalmente a apresentação da sociedade russa e principalmente a crítica social por trás dos textos de Tolstoi são excelentes.
Ao participar de um júri o nobre Nekhlyudov percebe que uma das acusadas é uma antiga paixão da adolescência que acabou desvirtuada por ele, a partir deste momento, passa a entender o mal que suas ações provocou na vida de Maslova e decide tentar reparar todo o mal que ocorreu na vida dela por causa dele. Passa a criticar a vida da aristocracia russa que provoca tanto sofrimento e discriminação aos menos favorecidos da sociedade.
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Luiz111 14/04/2024

A importância da empatia
Mesmo sendo ambientado na Rússia de finais de Séc XIX, Tolstói traz temas relevantes até hoje, como: hipocrisia da religião, injustiças, corrupção dos serviços públicos, indolência dos ricos, falta de empatia.
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Valéria 01/09/2020

Este é um daqueles livros atemporais, que subverte os desvãos da alma, que desnuda abruptamente os sentimentos. É um romance translúcido em verdade, que prescinde de final feliz. Que aguça a dor e a coragem, que nos confronta com o pior e o melhor de sermos humanos, que ignora as convenções sociais e que mantém viva a consciência individual.
É um livro para ser devorado lentamente ao longo de anos, como a maior parte da literatura russa, onde tudo é grandioso, perturbador e extraordinário.
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