Ressurreição

Ressurreição Leon Tolstói




Resenhas - Ressurreição


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Graci 05/02/2021

Difícil
A leitura é bem complicada, os personagens são muito complexos, o livro mais difícil que eu já li.
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Lasse_ 15/10/2023

Inspirado pela repressão ortodoxa a um grupo de Dukhobors, uma das muitas seitas cristãs russas que se oporam à ortodoxia católica da época dos tsares, Tolstói escreve Ressurreição com o propósito de auxiliar a emigração dos dissidentes. É importante situar que este romance é posterior ao episódio de iluminação espirital do autor, e portanto carrega uma carga moral nova que se apresenta como a linha principal da narrativa. Desde as primeiras páginas fica muito claro a imagem de um Tolstói escrevendo com uma raiva absoluta de uma sociedade hipócrita que se desvirtuou dos simples ensinamentos de Cristo.

Este romance também se propõe a ser uma espécie de enciclopédia, encompassando todas as esferas da vida russa, tal qual Guerra e Paz o foi. Mas aqui vemos tais esferas como defeituosas. Tolstói não poupa fôlego para enumerar todos os problemas da sociedade russa, e discute assuntos como a premente necessidade de uma reforma agrária em prol do proletário rural, a disfunção dos tribunais e do sistema carcerário, onde inocentes são jogados tanto por erros frequentes dos tribunais quanto por pressões políticas, e a hipocrisia da esfera religiosa, que venera símbolos antes da caridade, a qual deveria ser o pilar do catolicismo.

Mas talvez o que há de mais interessante aqui seja um aspecto psicológico que fica nas entrelinhas. O protagonista sofre uma ressurreição moral que pode se equiparar à do próprio Tolstói, a quem espanta que tudo esteja profundamente errado, mas que ninguém perceba ou pareça se importar. O ponto principal aqui é uma epifania. É somente a custo do próprio ego que Nekhliúdov pode renascer moralmente, mas o estopim ocorre quando ele se defronta com as consequências últimas de seus erros. Antes que isso aconteça, o protagonista encontra aprovação na sociedade que o circunda. Todas as pessoas parecem estar num estado similar de entorpecimento moral, compactuando com os abusos porque mostra-se que a realidade é assim mesmo.

Isto posto, o que Tolstói postula é algo como o bom selvagem, onde a sociedade é que corrompe o homem. A degradação moral vem quando o protagonista "para de acreditar em si e começa a acreditar nos outros", num processo longo de embotamento. A elevação, ao contrário, vem em despertares súbitos, cujo efeito deve ser cultivado conscientemente ao longo do tempo. Mas o fato é que a sociedade, com o sistema político vigente, incentiva o torpor moral em prol do prestígio e dos prazeres da carne, e assim, se cria um sistema onde "ninguém é culpado, mas pessoas foram assassinadas, e assassinadas, apesar de tudo, por aquelas mesmas pessoas que não são culpadas de tais mortes". Somente quando o caso se torna pessoal é que é possível que uma pessoa se dê conta de tais processos.

No mais, é importante lembrar que muitos dos problemas atacados no livro ainda se mantém como tais hoje, como a questão da reforma agrária. Problemas sistemáticos requerem soluções drásticas, revolucionárias, mas essa revolução deve começar com uma ressurreição pessoal para que se tenha uma clareza de propósito.
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Maikel.Rosa 25/02/2021

uma crítica social a la "o príncipe e a plebeia"
não sei se fiz bem em me iniciar na literatura russa com "Ressurreição", mas segue minha impressão dessa penosa experiência tolstoista.

digo penosa porque é realmente muita desgraceira junta, mas também pra fazer um trocadilho com o sistema penal que Liev Tosltói critica no livro.

o protagonista, o príncipe Nekhliúdov, não deixa de ser um alterego do autor, que narra o despertar de consciência do nobre pra barbárie burocrata que sustenta o modelo de justiça russo no final do século XIX - nada muito diferente do que é hoje em muitos lugares do mundo, pra falar a real.

a história de redenção começa quando Nekhliúdov, ao compor o júri que avaliará o caso de uma prostituta acusada de envenenar e roubar um de seus clientes burgueses, reconhece nela a paixão que ele desonrou na juventude, e que desencadeou à coitada todos os infortúnios que a levaram ao fundo do poço.

a partir daí, o pobre-menino-rico entra numa espiral de autoquestionamento e redescoberta do seu lado espiritual, passando a sentir nojo e vergonha da sua vida ao defrontar-se com a penúria imposta às pessoas honestas e presas injustamente.

a obra traz muito da visão de vida de Liev Tolstói, sendo na verdade um tratado socialista disfarçado de romance a la "o príncipe e a plebeia", uma forma que ele encontrou de revelar sua repulsa em relação à justiça, ao governo, à propriedade, ao dinheiro e à cultura ocidental - crítica que se tornou a base do movimento tolstoísta.

só posso dizer que, apesar da canseira que me deu, é um clássico muito lúcido e totalmente relevante pra quem não aceita o status quo da sociedade capitalista.
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Lilian 22/06/2020

Achei esse livro mais empolgante de ler do que os outros de Tolstoi, porém achei um final um tanto quanto frustrante...
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Daniel Andrade 12/05/2023

Espetacular
Se o final fosse melhor, seria do mesmo nível que Guerra e Paz. Não estraga o livro nem nada, mas parece inacabado. A evangelização nas últimas três páginas é bem tosca, massss... vale a pena mesmo assim. Trata de desigualdade social, encarceramento, violência, injustiça, privilégio de classe, etc.
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ElisaCazorla 21/06/2022

Se quiser continuar a ter esperança na humanidade, NÃO LEIA ESTE LIVRO
Saio desta obra com a mesma sensação que tive depois de terminar de ler V de Vingança. Talvez pareça estranho V de Vingança ter vindo à minha mente assim que terminei de ler Ressurreição mas, se olharmos com cuidado, talvez não seja.
Assim como V de Vingança, Ressurreição nos apresenta uma utopia. Uma crítica e análise sobre por que as pessoas agem como agem e uma proposta, na minha perspectiva, utópica sobre como acabar com a maldade no mundo.
E, o terrível, é que parece tão simples de acabar com a miséria, a tristeza e as injustiças. E por isso que saio dessa obra deprimida. O ser humano não é capaz de ser o seu próprio líder e, muito menos, capaz de agir em prol do bem estar do outro.
Estamos sempre numa grande batalha e o que vemos é que quem está no poder cria estratégias para se manter no poder e NADA do que o povo faça poderá mudar isso.
Ir a favor das leis não vai mudar. Ir contra as leis não vai mudar. Revoluções não mudarão isso porque virá outro grupo no poder que vai se afogar no prazer de oprimir.
Não tenho certeza se Tolstoi quis deixar uma mensagem de esperança. Para alguns leitores pode assim parecer. Para mim, é uma visão da impossibilidade de mudar o status quo.
Nossa espécie deu errado.
Mesmo assim, essa obra é genial! Leitura fluida, capítulos curtos e TUDO o que é falado é necessário. Nada sobra, nada falta.
Obra brilhante!
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Bunig 01/06/2022

Incompleto
O leitor desavisado encontra este livro, lê sua sinopse e entende que irá encontrar aqui uma narrativa sobre como um sujeito se redime de seus erros passados ao propor se casar com uma moça que está sendo julgada por roubo e assassinato, pois acredita ser o culpado dela se encontrar em tal situação.

Acontece que o desenrolar dessa história não foca nisso. O julgamento e a proposta de casamento são apenas o estopim da ressurreição do rapaz, que passa de um bon vivant para uma pessoa que utiliza de suas relações para interceder em prol de alguns prisioneiros.

Além disso, pode se dizer que o maior interesse da obra é criticar o sistema carcerário, a burocracia, os funcionários públicos e a igreja. O livro pode ser de 1989, mas a narrativa continua atual. Ainda hoje enfrentamos os problemas apontados por Tolstói.

Tendo em vista o que foi dito, a minha impressão sobre a leitura foi a de que o autor nadou, nadou e morreu na praia. A começar por esse problema da sinopse que não condiz muito com o enredo e termina com o protagonista, que mesmo tendo visto um monte de coisas erradas no sistema, não se propõe a fazer algo realmente substancial e acredita que a salvação para tudo está nos indivíduos seguirem alguns mandamentos da bíblia, porque assim não precisaríamos nem de polícia, nem de juízes. E é isso, no final nada acontece, feijoada. Deixa uma sensação de incompletude.

Obs.: esse livro precisa urgentemente de uma lista de personagens, porque é impossível acompanhar isso tudo sem saber quem é quem e eu não consigo guardar tantos nomes assim.

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Carlos 16/04/2015

Ressurreição
Este romance de Tolstói foi a minha porta de entrada para o rico mundo de seus livros. Análise profunda e irretocável do mundo russo da época, retratando a hipocrisia, o preconceito e o remorso, este levando à ressurreição do personagem principal, após um inventário moral do seu passado.
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Mikaelli.Orlande 03/05/2022

Adorei o livro. Meu primeiro Russo. Fiquei encantada com a facilidade da leitura e com a possibilidade de aprendizado que a descrição do ambiente, povo e cultura proporciona.
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Dora Aventureira 03/05/2022

Um livro que eu superestimei?
Esse livro, sinceramente, eu esperava algo a mais.
Tolstói é um dos meus escritores favoritos na literatura russa, talvez em razão disso eu tenha esperado mais.

O livro gira em torno de um romance frustrado.
Quando sua amada é condenada por um crime que, sinceramente, passou em branco para mim se ela cometeu ou não? mas enfim, com sua amada, Máslova, presa, Nekhliúdov tenta consertar o seu passado tão horrendo com ela.

Nos últimos capítulos, como em várias obras, Tolstói traz reflexões religiosas de seus personagens com o que condiz a história. Tirando essa reflexões, em vários outros capítulos ele traz vários pensamentos sociais e políticos, principalmente.

Não é um livro ruim, de forma alguma! Ele é muito bom, aliás. Porém, criei expectativas altas demais.
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Conça 04/03/2022

Minhas impressões, opniões e sentimentos?
Liev Nikoláievitch Tolstói nasceu no dia 28 de agosto de 1828 (9 de setembro, pelo calendário atual), em Iásnaia Poliana, propriedade rural de sua familia, na Rússia. Tinha três irmãos mais velhos e uma irmã mais nova: Nikolai, Serguei, Dmitri e Mária. Embora tivesse boas relações com todos eles, foi Nikolai quem lhe marcou mais profundamente o temperamento. De um lado, era seu modelo de homem, belo, elegante, forte e corajoso. De outro, estimulava sua imaginação, afirmando possuir um segredo capaz de instaurar no mundo uma nova Idade de Ouro, sem doenças, miséria e ódio, e na qual toda a humanidade seria feliz. Nikolai alegava ter gravado esse segredo num graveto verde, o qual enterrara numa ravina da flo resta de Zakaz.

Tolstói mais uma vez apresenta uma obra espetacular com uma abordagem sensível que lhe é bem peculiar. Confesso que, essa é uma das inúmeras razões pelo qual admiro esse autor que denota total empatia pelo figura humana.

Um romance profundo e surpreendente, posso afirmar que até polêmico pelas abordagens dos temas como: sistema prisional, política, religião, metafísica dentre outros?não só na época em que foi escrito como reverbera até os dias atuais.

O enredo dá início no tribunal para compor o júri que vai definir o futuro da prostituta chamada Máslova, acusada de roubar e envenenar um cliente. O príncipe Nekhliúdov reconhece os olhos da serva por quem, no passado, se apaixonou. Depois de seduzi-la e abandoná-la, ele agora se vê às voltas com a difícil decisão de incriminá-la ou salvá-la da sentença.

Com a narrativa na terceira pessoa, o narrador perspicaz nos apresenta a miríade de personagens que encontramos ao longo do romance, e, não se enganem, cada um vai deixar suas marcas ao serem relevados.

?Ao conhecer de perto as prisões e as paradas da viagem rumo ao local de deportação, Nekhliúdov se deu conta de que todos aqueles vícios que se desenvolviam entre os prisioneiros: a bebida, o jogo, a crueldade e todos os crimes terríveis cometidos por detentos, e até a antropofagia não eram acidentes, nem fenômenos de uma degeneração, de um tipo criminoso, de uma monstruosidade, como interpretavam sábios obtusos para agradar ao governo, mas sim a consequência inevitável do erro incompreensível segundo o qual umas pessoas podem castigar outras. Nekhliúdov via que a antropofagia não havia começado na taiga, mas sim nos ministérios, nas comissões e nos departamentos e apenas se concluía na taiga; que o seu cunhado, por exemplo, bem como todos os juízes e funcionários, desde o oficial de justiça até o ministro, nada tinham a ver com a justiça ou com o bem do povo, de que falavam, mas sim precisavam pura e simplesmente dos rublos que Ihes pagavam para fazer tudo aquilo que gerava tal degradação e sofrimento. Isso era completamente óbvio.?

A partir dessa leitura fui me aprofundando nessa cultura, ao mesmo tempo, é impossível não fazer um paralelo como a nossa cultura e a realidade desses temas nos tempos atuais. É importante salientar o quanto me causou impressões na força e determinação do personagem principal e, mais ainda, nos personagens revolucionários. E, definitivamente, Máslova pode se considerar uma heroína dessa trama fascinante.

E, por fim, recomendo a obra para todos que tem o desejo de descobrir e compreender um pouco mais do autor, da Rússia e do tema central sobre a justiça e a situação carcerária que brilhantemente Tolstói aborda.
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valentina 18/01/2022

muito bom livro, não é a leitura mais fácil do mundo, tanto pela história como pela linguagem, principalmente no começo, mas conforme a história avança e você se acostuma, tudo fica bem mais fluido. acredito que saber o contexto de escrita desse livro, das posições políticas e religiosas do autor também complementa muito a experiência de leitura, principalmente em relação à jornada de auto esclarecimento do protagonista e da conclusão que ele chega no final.
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Ricardo Silas 02/01/2015

Ressuscite!
Tolstói, insigne escritor cujas palavras geraram os maiores clássicos literários da história cultural da humanidade, esteve perto, neste livro, da superação em todos os sentidos. Ressurreição traz a lume todo o panorama do sistema judiciário do império russo do século XIX. Personagens corrompidos, degradados pela lascívia política, são protagonistas de centenas de casos jurídicos deliberados arbitrariamente, condenando milhares de pessoas aos mais imundos moldes de punição e encarceramento. O romance que se passa em meio a esse cenário obscuro, de injustiças e luxo desfrutado pelas elevadas classes sociais aristocratas, é transcendental, e abarca fortes exortações de teor moral, religioso e humanitário. Assim Tolstói transmiti uma sensibilidade sublime, comovente, instigante e, sobretudo, revolucionária, com ligeiros e profundos apontamentos favoráveis ao anarquismo cristão. São dramas sérios, extraídos das experiências vívidas do próprio autor e suas observações das facetas da sociedade, convertidos em intensos oceanos de complexidade da natureza humana, da escuridão dos sentimentos, sem perder a essência excelsa da pureza e inocência de algumas vidas. Estou maravilhado, e também frustado, pois a inescapável identidade desta obra permite ao leitor inteirá-la em seu contexto político, concatenando-o as diabretes e os potenciais insultos ao modelo promíscuo de relação social decadente. A vida é solidamente áspera, e requer demoradas reflexões. Ressuscite!
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Luana De Martins 26/11/2016


No último romance publicado antes de sua morte, Tolstói constrói uma forte crítica à atuação do judiciário, seus agentes, ao sistema penitenciário, à política econômica, religião e à própria natureza do homem. No que diz respeito ao processo criminal de Maslova, podemos acompanhar todas as falhas que ocorreram desde o julgamento feito às pressas, até aos recursos e pedidos baseados em concessões de favores, reforçando a imagem do patrimonialismo regendo a vida pública que é administrada com base em interesses privados.
Não se restringindo aos elementos do curso principal da história, o autor, através do desenvolvimento do personagem principal, levanta diversos problemas no âmbito criminal como: a negligência nos julgamentos dos crimes e consequente condenação de inocentes por falta de zelo pelos procedimentos e investigações legítimas; o tratamento desumano dos presos, bem como a previsão legal de penas perpétuas, de morte e a trabalhos forçados; a perspectiva das penas como punição e a desproporcionalidade destas, além de inúmeros outros que poderiam ser citados e amplamente debatidos.
Em certos momentos da história, Dimitri questiona sobre a responsabilidade dos crimes. Na marcha para a Sibéria em que alguns presos morrem de insolação, ele se pergunta quem deve responder pelas mortes visto que, no estado em que se encontravam os presos, as mortes não poderiam ser outra coisa que não homicídios, mas ninguém é condenado em razão destes. Em outro ponto, ele reflete sobre a culpa dos condenados por crimes que são produtos do meio negligenciado em que viveram; atualmente no meio jurídico, temos em discussão a teoria da co-culpabilidade que responsabiliza, em partes, o Estado pela omissão em prover os Direitos Fundamentais para crimes cometidos em razão de sua negligência, visando a promoção da justiça social e já é adotada por alguns países.
Dimitri também fica indignado com o evidente contraste entre os estilos de vida das diferentes classes sociais, chegando inclusive a se desfazer de suas próprias terras em nome da justiça social e questionando o direito à propriedade privada. Conjuntamente, a presença dos presos políticos condenados por difundirem ideias revolucionárias remontam a imagem do contexto histórico pré-Revolução Russa pela ascensão das lutas operárias.
Apesar de se tratar de um livro publicado no final do século XIX, “Ressurreição” não traz uma crítica tão desatualizada quanto se pode pensar, há que se questionar a eficácia do nosso sistema penal e o quanto dos princípios constitucionais penais são de fato praticados, uma vez que o Brasil ainda tem que lidar com situações de lotação de presídios, alta taxa de reincidência, além de casos de abuso de autoridade por membros do Poder Judiciário.
Lina.Melo 14/04/2017minha estante
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Lipe 04/08/2018minha estante
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