Dan 07/06/2021
Aqui nos rimos. Aqui brigamos. Aqui amamos e sonhamos. Aqui foi onde o fogo começou. Aqui foi onde o primeiro tijolo caiu. Aqui foi onde o chão desapareceu. Aqui foi onde construí um novo chão sob meus pés. Aqui foi onde comecei.
O livro tinha tudo para ser um agradável YA, mas certas coisas pesaram para que não fosse o caso. E uma das coisas que mais me incomodou, foi o fato da autora construir uma personagem tão egocêntrica, mais tão egocêntrica que era impossível não se irritar com as atitudes dela. Claro que muitos na idade dela têm o ego elevado, mas certamente não ao nível de acharem que é tudo sobre si, como a Claude.
Em resumo, o livro nos apresenta a história de Claudine Henry, uma jovem que tem uma vida perfeita e que planejava curtir o último verão com a Saz antes de ir para faculdade, até seu mundo desmoronar e ela precisar ir para uma ilha com sua mãe, onde ela fica praticamente desconectada do mundo exterior.
Lá ela conhece Jeremiah, um jovem de espírito livre que de alguma forma ajuda ela passar pela bagunça que é sua vida naquele momento, claro que isso não deveria passar de um caso qualquer de verão, já que tinha dias contados, todavia não é isso que acontece.
Conforme vamos adentrando na história, vamos conhecendo vários personagens incríveis, que infelizmente não passam de personagens secundários, como Wandinha, Jared, Emory, etc. E para meu desprazer a personagem principal, que é basicamente uma jovem perdida, irritada e insuportável. Que fica se fazendo de mártir quando alguém “esconde” um segredo dela!
Sinceramente, foi quase uma morte ter que lidar com os pensamentos da Claudine. Sério, era toda vez a mesma historia, virgindade isso, sei la o que aquilo. Nem mesmo quando ela teve sua primeira vez ela parou com tamanho lacre. Entendo o que a Jennifer quis passar falando sobre virgindade, mas a forma como ela escolheu retratar este assunto tornou a Claude pedante e insuportável.
No entanto, não é só de pontos negativos que fazem este livro. Ver a autora tentando colocar trazer mais diversidade foi bacana, a escrita dela, foi primorosa, a história de pano de fundo, foi incrível (inclusive ela poderia muito bem ser o enredo principal). E para ser justa também, nas últimas cem páginas por aí, o livro deu uma melhorada. Gostei de o final ser daquele jeito, de ninguém abrir mão de nada para ficarem juntos.
Agora, cá entre nós, ela bem que poderia aproveitar e escrever uma prequela sobre a ilha e a família Blackwood, pois certamente foi o que impediu o enredo de ser um total desastre.