Gabriel 09/12/2021Uma distopia que mistura "O Conto da Aia" com "Jogos Vorazes""Um rato em um labirinto está livre para ir para qualquer lugar, desde que fique dentro do labirinto".
Como dito no título, esse livro tem a pegada da opressão sistêmica contra às mulheres próximo a "O Conto da Aia" (o que me fez ler esse livro), mas também tem, o que me surpreendeu, um desenvolvimento de narrativa e acontecimentos parecido com "Jogos Vorazes" (toda aquela dinâmica de sobrevivência no acampamento me fez ler as últimas 150 páginas de uma vez só).
A protagonista é uma personagem bem interessante e com atitudes bem coerentes. O universo é interessante, mas poderia ter sido mais bem explorado ao meu ver (fiquei sem saber onde ficava exatamente o vilarejo e se o mundo todo funcionava dessa forma e etc.).
De início a história parece um pouco boba, mas conforme a narrativa se desenvolve a gente percebe bem como a escrita da autora amadurece e ela consegue nos levar exatamente onde queria e surpreende com algumas de suas decisões.
Consegui odiar profundamente a Kirsteen, sentir bastante pena e empatia da Gertie e me apegar bastante à Tierney. Fiquei levemente incomodado com o desenvolvimento do "romance" na história, mas gostei de como o mesmo foi concluído.
A forma como o final é descrito destoou bastante do resto do livro, mas eu gostei. A autora terminou a narrativa com menos "ações de personagens" e com mais reflexões a respeito da competitividade feminina no universo em questão (e no nosso também) e opressão da sociedade do livro para com as mulheres.
Gostei muito do livro, fui surpreendido com o desenvolvimento (com a tal pegada da sobrevivência e com uma escrita bem fluída e cheia de acontecimentos), mas gostei principalmente do encerramento que a história teve e como os personagens terminaram.