Elves com 2 E 13/08/2018
Queria manter uma estrutura bonitinha pra essa resenha, mas pra isso eu teria que colocar tudo que esse livro me causou em varias folhas de papel e depois de muito revisar, coloca-la aqui. Mas como não tenho paciência para tanto e também sinto a necessidade de falar dessa história, vou tentar descrever tudo que senti.
Se você não é evangélico ou tem certo preconceito com livros na temática cristã, por favor mantenha-se firme e não se apegue ao prefácio, na verdade acho que esse breve texto da Francine poderia estar nas ultimas páginas.
A história tem inicio em Jerusalém, nos mostrando rapidamente como a fé movia o coração daquele povo e nesse ambiente nos é apresentada a protagonista, Hadassah que vê sua própria família sendo morta pelos Romanos. Sobrevivente, ela é levada a Roma , onde é vendida para a família de Décimo Vindácio, onde é destinada a ser escrava de sua filha, Júlia e lá também conhece Marcus, por quem se apaixona no decorrer da história. Já em Germânia, vemos o personagem Atletes sendo capturado e sendo levado também para Roma, onde é forçado e treinado a ser um Gladiador. Depois de apresentados, a história desses personagens passa a ser narrada e todos eles se entrelaçam em algum momento da narrativa. Francine Rivers consegue nos deixar a vontade com todos os personagens, existem cenas que poderíamos chamar de "desnecessárias", porém tudo segue de forma harmoniosa, onde o único intuito é nos fazer enxergar esses personagens como pessoas falhas, levadas por regras de uma época conservadora, cheia de preconceitos e principalmente pelos seus próprios desejos e ganâncias. Todos são muito fortes dentro do que é permitido na época, até mesmo Hadassah, que em alguns momentos se mostra fraca a aceitar sua realidade.
A trama é extensa, se um dia for adaptada, daria uma bela de uma novela. São vários acontecimentos históricos que interferem nas relações dos personagens. A autora dá atenção a todos eles, sendo assim não existe um/uma protagonista. Mas não tem como negar que Julia se destaca na história. Possivelmente, você goste dela no começo, depois tenha pena, torça pela felicidade dela, passe a odiá-la pelo que ela se torna, ou queira mata-la por conta de suas ações, um personagem complexo e sinceramente, espero uma redenção nos próximos livros.
Foi nos últimos capítulos que percebi a força que existe em Hadassah, a nitidez de sua nobreza. De como ela precisou ser forte o suficiente para olhar pra sua vida e aceitar a condição em que o destino lhe levou. Queria poder interferir na narrativa dos capítulos finais. Mas acredito que a força do livro e o que me levou de fato a colocá-lo como favorito foram justamente os momentos finais. Deixo aqui uma das frases mais fortes e que talvez seja o ponto chave e a principal mensagem dado pelo livro:
"-Se não tivermos algo pelo qual valha a pena morrer, Atletes, não vale a pena viver.
Ele sentiu a dor da tristeza por aquela jovem gentil que morreria de forma tão sórdida e degradante.
- O que você fez foi uma tolice, Haddassah, Deveria ter dito o que era conveniente e ter salvador sua vida.
- Eu desisti do que não posso manter por algo que nunca poderei perder. disse ela."
A mensagem aqui tem um cunho religioso, mas traz fortes reflexões a respeito daquilo que nosmove. Inclusive a autora traz algumas reflexões sobre diversos assuntos que ainda causam discórdias até hoje, são expostos de uma forma que um dia já concordei e hoje eu discordo. Mas keep calm, senta, leia e reflexione, a forma como são colocadas são sempre embasadas pela crença cristã e sem ferir ou impor.
Finalizo assim minha longa resenha a respeito do melhor livro de 2018 (pra mim) e ansiando pela sua continuidade, que pelo que li, focará na busca de Marcus pelas respostas sobre Jesus e a fé cristã.