Viniciusz 27/01/2024
Foi uma leitura muito boa. Um primeiro contato incrível com Asimov. O texto, de fácil compreensão e dinâmico, evita que a experiência se torne monótona, sendo um ponto de partida ideal para quem não está familiarizado com ficção científica.
Harlan, encarregado de alterar sutilmente a realidade em prol da humanidade, questiona e se rebela contra o sistema após se apaixonar. Suas ações egocêntricas refletem sua certeza no papel que desempenha em toda a trama, criando uma falsa noção de sua superioridade em relação à interferência daqueles que estão no comando. O tempo investido na eternidade distorce a compreensão e a relação dos eternos com suas emoções. Quando confrontado com mudanças em sua vida, Harlan revela sua incapacidade de lidar com elas.
Imagine privar alguém de explorar sua psique e, de repente, abrir as comportas para novas experiências. O técnico, apesar da idade, exibe atitudes quase infantis, justificáveis pela novidade desses eventos. A narrativa rápida limita o desenvolvimento dos personagens, tornando-os praticamente unilaterais, enquanto a linguagem dura e seca de Asimov levanta a questão se é característica do autor ou um reflexo do universo criado.
Impressiona como "O Fim da Eternidade" se conecta com a atualidade, influenciando a produção de ficção científica contemporânea. No entanto, embora o foco esteja nas reflexões desencadeadas pelos eventos do livro, em alguns momentos, gostaria que o autor tivesse explorado mais, diretamente, alguns dos aspectos filosóficos e sociológicos propostos na obra.