Loureiro2 23/06/2022
Uma mistura de perplexidade, fortes emoções, eita e "AAAAAAAAAA"
Tenho que admitir que no primeiro livro o Thomas não ganhou meu coração; era um personagem pouco cativante, com uma história rápida e superficial, julgo que o Bernard estava mais focado em mostrar o contexto histórico do que os sentimentos dos personagens como um todo.
Mas nesse segundo livro o autor se superou! Conhecemos novos personagens, nos reencontramos com antigos e choramos pelos mortos (pelo menos eu). Que todos descansem em paz, ou nem todos!
Sinto muito pela Eleonor e por sua criança que nem nasceu e pelo padre Hobbe, mas mais ainda pelo Will, não pela morte do seu corpo, mas da mente. Ele morreu naquele campo de batalha tantos meses atrás quando seu cranio foi quebrado, Cornwell pode não ter dado ao nosso Will um final bonito, mas o matou como um guerreiro.
"Thomas sabia pouca coisa sobre a heresia cátara. Ele conhecia o seu arco e sabia escolher uma flecha de freixo tenro ou vidoeiro ou carpa, e sabia emplumar a vara com penas de ganso e colocar nela uma ponta de aço. Ele sabia tudo isso, mas não sabia como fazer com que aquela flecha penetrasse em escudo, malha ou carne. Isso era instinto, algo que ele treinara desde a infância; treinara até que os dedos que seguravam a corda sangrassem; treinara até não pensar mais quando puxava a corda até junto à orelha; treinara até que, como todos os arqueiros, ficara de peito largo e com músculos enormes nos braços. Ele não precisava saber como usar um arco, aquilo era instintivo, tal como respirar, andar ou lutar."
"Ele já discutira com ela antes; a Thomas parecia que homens e mulheres passavam metade da vida brigando e metade amando, e a intensidade da primeira alimentava a paixão da segunda, e quase sorriu, porque reconhecia a teimosia de Eleanor e até mesmo gostava dela".
"- Quero minha mulher de volta - disse Thomas, e ficou satisfeito por estar escuro na catedral, porque seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Eleanor estava morta, o padre Hobbe estava morto e o irmão Collimore estava morto, todos eles esfaqueados e ninguém sabia por quem, embora um dos monges falasse de um homem moreno, um criado que chegara com o padre estrangeiro, e Thomas estava se lembrando do mensageiro que ele tinha visto ao amanhecer, e Eleanor estava viva àquela altura, e eles não tinham discutido. Agora ela estava morta, e a culpa era dele. Dele. A tristeza tomou conta dele, dominou-o e ele expressou o sofrimento num uivo na nave da catedral."
"Ele tinha saudades daquela mulher, odiava a si mesmo, sentia-se vazio, solitário e condenado, e por isso, na aldeia morta de seu pai, ele chorava."
"Porque o cavalo pálido pertencia à Morte.
E com Thomas, ele podia provocar pesadelos."
"(...) apesar de Thomas dizer durante semanas que não voltaria, sentia uma vontade louca de chegar a La Roche-Derrien.
Porque era lá na Bretanha que ele tinha amigos, antigas amantes, e inimigos que ele queria matar."