spoiler visualizarCarol.Carvalho 18/05/2024
Ser mulher é umas das experiências
Esse livro me tocou de uma forma diferente e acho que ser mulher faz com que eu tenha uma concepção mais pessoal que nunca lendo esse livro, por ter essa empatia feminina e crescer em uma região de periferia. Dos três livros esse foi o único que me emocionei em diversos momentos, principalmente nos capítulos iniciais, com as histórias de como elas foram parar na prisão e separação de mãe e filho, com especial pesar pra história da mãe que parou de usar drogas na prisão e queria encontrar o filho e pediu um abraço e pra história da moça que não sabia que o namorado era traficante e foi entrar com droga na cadeia e nao recebe visita dos pais( só de lembrar me da vontade de chorar). Mais que nunca exalto o quanto é importante que nós mulheres tenhamos uma visão fria e egoísta da vida, nenhum cara vai ficar ao seu lado pra sempre da mesma maneira que uma carreira profissional. Pensando no casal que conhecemos, é só pensar que se um cara fosse preso a mulher visitaria e o contrário quase nunca é verdade.
Como ponto fraco, no meio do livro o Drauzio começa a falar sobre a formação da facção, o que já foge um pouco do âmbito feminino e fica fora do contexto, acho que essa parte poderia estar em outro livro a parte, foi a parte mais massante do livro, é interessante claro todas a s questões de julgamento, fundamentos, mas a função feminina fica em um segundo plano. Gostei muito de saber como fica a história da sexualidade e relações na cadeia, tenho dúvida só sobre como o Drauzio descobriu isso, questões íntimas sobre quem pode tocar em quem durante a relação, se as mulheres falavam pra ele de livre e espontânea vontade. No mais, a escrita sempre precisa, sem simplificar questões que são muito complexas, sem se fazer de santo e sem julgamentos, uma figura realmente humana.