Blog MDL 07/02/2016
Após todo o desastre com Esmé e Jerome Squalor, onde a sexta consultora financeira mais importante da cidade revelou-se namorada e capanga do pérfido Olaf, O Sr. Poe está levando os jovens a seu próximos destino. Ele decide colocar os órfãos no programa “É Preciso Uma Cidade Para Educar Uma Criança”, onde, ao invés de um tutor, ou uma família, a cidade inteira fica responsável pelos órfãos! O Sr. Poe então oferece uma lista aos jovens de cidades que eles se interessassem em morar e, após uma verificação, eles escolhem a cidade que tem como sigla C.S.C., pois, como já sabemos, graças aos trigêmeos Quagmire, essa sigla está relacionada a algum segredo do Conde Olaf.
Enquanto se dirigem de ônibus ao local, o Sr. Poe está lendo um jornal chamado Pundonor Diário. Esse jornal é um daqueles sensacionalistas de muito sucesso, que escreveu o nome do Conde Olaf errado, chamando-o de Omar, e falou mentiras, como a que Esmé Squalor foi na verdade raptada pelo vilão.
Ao desembarcarem, sozinhos como sempre, no ponto da cidade C.S.C., eles descobrem que o ponto fica, na verdade, a quilômetros de distância da cidade, que só pode ser vista no horizinte, forçando os órfãos a caminharem até lá. Após a longa e cansativa caminhada, eles descobrem que a cidade é dominada pelo Conselho dos anciãos, que tem regras brutas e ridículas sobre a cidade, assim como descobrem que eles agora serão responsáveis por TODAS AS ATIVIDADES DOMÉSTICAS DA CIDADE! Ou seja, eles terão que limpar ruas, lavar cidade, fora realizar tudo o que qualquer cidadão mandar!
Nesse ínterim, eles conhecem a oficial Luciana, a nova chefe da polícia, uma mulher misteriosa que apenas se apresenta usando um capacete de motociclista, e Hector, que é o faz-tudo da cidade. Ele ensina tudo aos irmãos Baudelaire, que fazem morada em sua casa. Hector é uma pessoa boa e gentil que, contra as regras da cidade, tem um celeiro cheio de instrumentos mecânicos para sua invenção, a casa móvel auto-sustentável a ar quente, assim como uma biblioteca secreta.
Com isso, as crianças descobrem que a cidade chama-se Cultores Solidários de Corvídeos. Por esse fato, a cidade tem um bando enorme de corvos, que passam a manhã na parte alta da cidade, as tardes na parte baixa e a a noite dormem na colossal Árvore Do Nunca Mais, a maior arvore que os órfãos já viram e que não tem uma folha sequer, ficando lotada de corvos a noite, ela fica atrás da residência de Hector.
A história se desenrola quando, fazendo as atividades da cidade, os conselheiros avisam que o Conde Olaf foi capturado, baseado em suas características mais marcantes (Monocelha e tatuagem de um olho no tornozelo), mas eis que surge o detetive Duplin, logo sendo reconhecido pelos órfãos como o Conde Olaf disfarçado. No dia seguinte, eis a notícia: O Conde Olaf preso (que na verdade se chamava Jacques Snicket) foi morto e o detetive diz ter encontrado evidências de que os assassinos foram os irmãos Baudelaire! Não o suficiente, começam a aparecer, na Árvore do Nunca Mais, dísticos que levam os nossos heróis a uma conclusão: Os Quagmire estão presos em algum lugar da cidade!
Os irmãos agora precisam descobrir como limpar seus nomes e descobrir o paradeiro de seus amigos, bem como descobrirem: quem é Jacques Snicket e por que ele também a mesma tatuagem que o Conde Olaf?
Agora a trama se complica! Sim, esse livro é um dos meus favoritos, pois é um twist atrás do outro, em apenas 232 páginas! O narrador faz uma narração ótima da cidade que, auxiliado pela arte, fazem o leitor ter uma noção bem certa de todo o ambiente que rodeia os irmãos. O livro é extremamente dinâmico e tem tudo que um leitor de livros infantojuvenis pode querer, indo da investigação até cenas de pura ação e adrenalina!
Esse livro é considerado justamente o divisor de águas da história pois, ao final desse livro, ainda com seus nomes sujos e foragidos, os irmãos decidem que a partir de agora eles não contatarão o Sr. Poe e viverão independentemente. A demonstração do crescimento dos Jovens se dá não apenas com o “aniversário” do Klaus, como também com o fato de que Sunny, o bebê Baudelaire, deixa a partir de agora de engatinhar, aprendendo sozinha a andar.
Esse é um livro de transição. Agora os segredos que envolvem a morte dos pais Baudelaire, bem como o porquê do Conde Olaf ser um terrível vilão estarão sempre permeando a história e vai caber aos nossos jovens heróis descobrir tudo!
Sobre a crítica, aqui Lemony Snicket nos mostra que leis, que deveriam ser voltadas ao bem público, podem tornar-se coisas catastróficas e de juízo torcido, principalmente nas mãos de um seleto e elitista grupo de pessoas. Também nos mostra como uma massa pode ser facilmente manipulada por uma voz mais potente e, no caso do Hector, que não adianta apenas ser uma pessoa boa, quando ficamos calados de ante de injustiças.
A escrita do autor continua primorosa, valorizando corretamente as cenas de suspense, ação, drama e tristeza! Desventuras em Série está prestes a deixar de ser uma “aventura bobinha” para ter tons mais sérios e realísticos.
site: http://www.mundodoslivros.com/2016/01/resenha-desventuras-em-serie-cidade.html