Morreste-me

Morreste-me José Luis Peixoto




Resenhas - Morreste-me


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Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

Morreste-me, José Luís Peixoto - Nota 10/10
Que surpresa boa foi essa leitura! Cada dia gosto mais dessa nova geração de autores portugueses contemporâneos… “Morreste-me” foi meu primeiro contato com o trabalho de Peixoto e já terminei a leitura querendo conhecer mais das obras do autor.

O livro tem como tema principal o luto pela morte do pai. E é impressionante como um livro tão curto, com 62 páginas, pode impactar tanto o leitor. E não ache que a obra impacta por ser triste. O que o autor consegue é criar um texto de extrema sensibilidade, sem apelar somente para a melancolia que a perda de um pai pode trazer. Lógico que a tristeza e a dor existem, mas o luto narrado pelo autor tem muito mais que isso: é uma homenagem ao seu pai, uma visita às boas - e nem tão boas - memórias. É a falta de alguém sentida apenas ao olhar um canto da casa ou rememorar momentos banais.

E além de ser uma narrativa tão humana, em que Peixoto entrega sua alma, ela é construída com uma forte carga poética. O título, por si só, já anuncia o lirismo que o leitor encontrará ao longo da leitura. Enfim, um livro a ser lido em uma única sentada, mas que ficará na cabeça do leitor por vários dias… E para alguém que já perdeu uma pessoa amada, difícil não se identificar nas passagens da obra. “E oiço o eco da tua voz, da tua voz que nunca mais poderei ouvir. A tua voz calada para sempre. E, como se adormecesses, vejo-te fechar as pálpebras sobre os olhos que nunca mais abrirás. Os teus olhos fechados para sempre. E, de uma vez, deixas de respirar. Para sempre. Para nunca mais. Pai. Tudo o que te sobreviveu me agride. Pai. Nunca esquecerei."

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Ich heiÃe Valéria 26/02/2020minha estante
Esse livro é arrebatador


Raquel 05/12/2022minha estante
Pela primeira vez, eu discordo de sua opinião, não gostei. Achei dramático e repetitivo. Enfim, o que seria do azul se todos gostássemos do vermelho, não é mesmo. Um beijo, sou sua fã de carteirinha.




Rafa 20/07/2020

Exposição do luto
O sentimento puro e sincero conduz essa narrativa comovente, resultando num lindo tributo.
Alê | @alexandrejjr 20/07/2020minha estante
Rapaz... pela nota é bom, mas nem tanto. O que faltou?


Rafa 20/07/2020minha estante
Ele é mto bom. O texto é triste/emocionante. Acredito que não tenha faltado nada, pois o livro cumpre com o que propõe. Sou mto crítico às vezes, por isso as 3 estrelas rs mas recomendo! ?


Nanii 22/07/2020minha estante
Já quero!




Janaina Edwiges 02/11/2021

Pai, meu pequeno filho.
Meu encanto por esta obra do escritor português José Luís Peixoto teve início no momento que pousei meu olhar sobre o título: Morreste-me! A utilização pronominal do termo é incomum no português falado no Brasil e carrega um significado importante sobre a perda de um ente querido. O processo da morte não se limita apenas àquele que deixa esta vida, uma vez que sempre se morre para alguém, seja um familiar, um amigo, um bichinho de estimação, a humanidade.

A percepção provocada pelo título foi o que me guiou durante a leitura da história, que retrata o luto de um filho pelo falecimento do pai. Mesmo que o mundo insista em continuar os seus movimentos - “tudo quer e tenta ser igual, sem ti as pessoas ainda vão para onde iam, ainda seguem as mesmas linhas invisíveis” - aquele filho detém a certeza de que a ordem foi alterada de alguma maneira e de que nada mais será como antes.

Morreste-me foi um livro que me despertou um sentimento de muita tristeza por aquela vida que se esvaiu aos poucos. As lembranças que o filho conta dos momentos em que estiveram juntos, o relato dos ensinamentos que recebeu, as realizações que o pai não terá chances de concretizar e o sofrimento provocado pela doença suscitaram um grande pesar em mim. No entanto, a tristeza que eu senti foi confortada por todo afeto, por todo amor daquele filho pelo pai, que viveria constantemente em suas lembranças. “Descansa, pai, dorme pequenino, que levo o teu nome e as tuas certezas e os teus sonhos no espaço dos meus. Descansa, não vou deixar que te aconteça mal. Não se aflija, pai”.

Embora seja um livro bem curtinho, Morreste-me é de um fervor poético que transborda a cada página e desperta um encantamento ímpar pela língua portuguesa. Terminei a leitura repleta de sentimentos de gratidão e orgulho por ser falante do português e poder apreciar tanta delicadeza, exemplo do que um escritor grandioso consegue criar com nosso belíssimo idioma.
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Miguel Luís Nogueira 03/05/2022

Livro de texto fluído, poético, sobre a desilusão que a morte causa ao revelar a irrealidade do sonho da vida. O quão frágil é a vida que é e depois não é mais. O autor se despede do pai que foi um bom homem (sempre cuidadoso para com sua família) e adquire consciência da injustiça da morte e com a qual nós, penitentes, temos de nos sujeitar.
Bairral 12/07/2022minha estante
Aguardando leitura




@Marverosa 15/02/2023

Pequenino, mas precioso
Relato do luto do filho em relação ao pai
Carregado de
Metáforas e imagens belas.
Rápido e maravilhoso
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13marcioricardo 30/03/2023

Perda, dor e luto.
Cada perda de um pai pode ser sentida de mil e uma maneiras.. E este livro demonstra isso mesmo. O choque, o desespero, a dor, a memória, a incredulidade, o choro e tudo o mais que sentimos quando perdemos alguém próximo muito querido. Tudo isso está retratado nesta obra.
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Y. 21/04/2021

Primeiro contato que tenho com o trabalho de José Luís Peixoto. Com certeza não será o último. Também é a primeira obra portuguesa que tenho a chance de conhecer e é muita gratificante ver a beleza da nossa língua. A forma como o autor brinca com as palavras é algo que me prendeu e me cativou. Além, claro, da sensibilidade do tema e da emoção que todas essas palavras carregam em si.
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Giovana 18/03/2021

Muito bonita a maneira com que o tema morte é colocado. As lembranças, tanto ruins como boas, o dia a dia, o processo do morrer. Profundo.
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gvazzz 23/04/2023

Uma leitura curtinha e super rápida, mas extremamente profunda. Um relato de um filho que perde o pai e agora encontra o silêncio, a ausência.

?Descansa, pai, dorme pequenino, que levo o teu nome e as tuas certezas e os teus sonhos no espaço dos meus. Descansa, não vou deixar que te aconteça mal. Não se aflija, pai. Sou forte nesta terra nos meus pés. Sou capaz e vou trabalhar e vou trazer de novo aqui o mundo que foi nosso. Vou mesmo, pai. O mundo solar. Reconhecê-lo-ei, por- que não o esqueci. E também o tempo será de novo, e também a vida. Sem ti e sempre contigo. A tua voz a dizer orienta-te, rapaz. Não se apoquente, pai. Eu oriento-me. Pai, não se preocupe comigo. Eu oriento-me. E vou.?

?Descansa, pai. Ficou o teu sorriso no que não esqueço, ficaste todo em mim. Pai. Nunca esquecerei.?
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Evy 04/04/2021

Poesia do Luto!
Que livro lindo e arrebatador. Ainda não passei por essa dor, e ainda assim chorei muito lendo esse livro, então se você já sentiu essa perda, vá com cuidado, mas não deixe de ler, tenho certeza que vai de encontro a muitos sentimentos e é sempre bom a gente não se sentir sozinho nessas experiências tristes.

"As pessoas passavam por mim como se a dor que me enchia não fosse oceânica e não as abarcasse também"

Morreste-me trata do luto. Um rapaz que perde seu pai e vai contando de forma não linear e extremamente poética como foram as horas/dia após essa perda, permeando lembranças e cenas de muito amor, cumplicidade, medo e dor. José Luis Peixoto é de uma sensibilidade ímpar e é impossível não se emocionar com essas cenas, e não se colocar na posição do filho.

"Ouvir o meu nome na tua voz, e ouvir filho no fio cálido da tua voz era uma emoção funda. Se pudesse tinha-te protegido"

Já tinha tido contato com a narrativa de Peixoto através de citações, mas este foi o primeiro livro que li do autor e agora já quero ler tudo que ele escreve. Apesar de eu estar falando muito em poesia, Morreste-me é uma narrativa e está dividida em quatro partes/capítulos. É importante citar essas pausas, porque muito me pareceu que faziam parte da história, como se o filho precisasse respirar e vivenciar aquela dor, antes de continuar... São 64 páginas de uma narrativa belíssima, poética e envolta em dor. A dor da perda, do luto, do não saber o que fazer com os dias vazios da presença querida.

"Como se houvessem lágrimas que pudessem conter o vazio que ficou dos gestos que não fazes, das palavras que não dizes, do olhar permanente que tinhas e já não podes ter".

É de uma sensibilidade sem igual, e uma obra que todos deveriam conhecer. Super recomendo!

"E, como se adormecesses, vejo-te fechar as pálpebras sobre os olhos que nunca mais abrirás. Os teus olhos fechados para sempre. E, de uma vez, deixas de respirar. Para sempre. Para nunca mais. Pai. Tudo o que te sobreviveu me agride. Pai. Nunca esquecerei.”
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Leila de Carvalho e Gonçalves 28/06/2021

Tributo À Memória De Um Pai
No ano de 1991, quando estava com 17 anos, José Luís Peixoto publicou um poema no Suplemento Juvenil do Diário de Notícias e a boa repercussão incentivou-o a continuar a escrever. Nove anos depois, no mesmo local, ele apresentou o primeiro capítulo de Morreste-me, seu romance de estreia, que pouco depois chegou às livrarias portuguesas numa tiragem de apenas 500 exemplares.

O livro não tardou a receber o reconhecimento da crítica e público, entretanto levou inexplicáveis 15 anos para cruzar o Atlântico e ganhar uma edição brasileira. Desde então, O romance também vem conquistando um grande número de admiradores em nosso país, contribuindo para tornar Peixoto mais conhecido entre nós, afinal, ele é um dos principais nomes da literatura lusa contemporânea.

Em primeira pessoa e de cunho autobiográfico, a narrativa descreve a dor de um filho diante da doença e da morte do pai, enquanto ele regressa à casa da família, ocasião que lhe desperta inúmeras lembranças.

?Regressei hoje a esta terra agora cruel. A nossa terra, pai. E tudo como se continuasse. Diante de mim, as ruas varridas, ?o sol enegrecido de luz? a limpar as casas, a branquear a cal; e o tempo entristecido, o tempo parado, o tempo entristecido e muito mais triste do que quando os teus olhos, claros de névoa e maresia distante fresca, engoliam esta luz agora cruel, quando os teus olhos falavam alto e o mundo não queria ser mais que existir. E, no entanto, tudo como se continuasse. O silêncio fluvial, a vida cruel por ser vida.?

Morreste-me também é a oportunidade desse filho ?eternizar, no papel, a figura de um pai? que não se faz mais presente. Para dar vazão a seus sentimentos, Peixoto emprega uma prosa densa e não linear que se destaca pelas inusitadas associações entre luz e sombra, como o ?sol enegrecido pela luz? mencionado no trecho acima.

Essa luz convertida em sombra sinaliza o luto que igualmente é tratado como ?uma chuva grossa de um inverno negro? que deságua sobre o filho na presença do corpo gélido do pai, ?lívido na luz trémula das velas, arranjadinho, penteado com água, vestido com o fato usado no casamento da filha?. Aliás, um ?inverno noturno? que distancia uma ?felicidade simples e singela? e, indiferente a passagem do tempo, não cede, espalhando-se pela casa desabitada desde a internação paterna.

?O pó das horas sem gente a vivê-las cobriu os móveis e o espaço fechado entre eles. As paredes voltaram a separar o inverno nocturno, permanente e o ciclo alternado dos dias e do mundo, alheio a nós, para lá de nós. Comigo, a casa estava mais vazia. O frio entrava e, dentro de mim, solidificava. As várias sombras da sombra de mim, imóveis, passeavam-se de corpo para corpo, porque todos eles, todos meus, eram igualmente negros e frios.?

A fragmentação do eu reporta a perda de identidade frente a morte de um ente querido, afinal, quem é esse filho agora sem pai? É preciso tempo para realocar novos espaços para abrigar tamanha ausência, portanto Morreste-me também se debruça sobre a aceitação do luto, uma travessia capaz de cicatrizar feridas e transformá-las numa saudade cerzida pelo poder das palavras:

?E não quero e não posso esquecer o que outrora senti do teu olhar. Pai, fiquei no silêncio do inverno que abraçaste. Não há primavera se não imaginar erva fresca das palavras erva fresca ditas por ti; não haverá verão se não imaginar o sol da palavra sol dita por ti; não haverá outono se não imaginar o fundo do esquecimento da palavra morte dita nos teus lábios. Por isso, pai, no ar, o silêncio de ti é sofrer, no tempo que passa, no ar, no tempo que não passa já.?

Boa leitura!

Nota: Comprei o e-book, recomendo.
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João Pedro 02/04/2021

Uma mortalha de lágrimas e poesia
"Morreste-me", primeiro livro do escritor português José Luís Peixoto, é uma espécie de declaração de luto do autor pela morte de seu pai. Breve, porém tocante, esta carta dirigida ao falecido pai é a materialização de um processo de luto que, não fosse pela prosa poética de José Luís Peixoto, passaria despercebida por muitos leitores.

O livro surpreende pela forma com que o autor (re)constrói sua visão de mundo a partir da ausência sentida. É uma mortalha feita à base de lágrimas e de poesia. É feita de dor, da dor da falta, mas também da percepção de que quem se foi está sempre conosco, tanto em nosso íntimo quanto no exterior, nas experiências compartilhadas, nos locais visitados. Além disso, acaba por ser um convite a descobrir as outras obras de José Luís Peixoto.

"Regressei hoje a esta terra agora cruel. A nossa terra, pai. E tudo como se continuasse. Diante de mim, as ruas varridas, o sol enegrecido de luz a limpar as casas, a branquear a cal; e o tempo entristecido, o tempo parado, o tempo entristecido e muito mais triste do que quando os teus olhos, claros de névoa e maresia distante fresca, engoliam esta luz agora cruel, quando os teus olhos falavam alto e o mundo não queria ser mais que existir" (p. 7)
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Rodrigo1001 22/09/2023

Espelho (Sem Spoilers)
De uma sensibilidade ímpar, escrito com a alma e a mágoa da perda. Um mergulho sensível no luto por meio de uma prosa poética, lírica, de grande estilo. Me reconheci em cada página - foram as palavras mais próximas do que eu mesmo senti com a partida do meu pai.
edu basílio 22/09/2023minha estante
??




Eduardo 29/07/2020

Uma ode à vida!!!
O autor nos convida a passearmos junto ao mesmo pelas tristezas e pesares do sentimento de luto. O livro é curto, curto como a vida, mas contém um valor imenso!
O autor é a prova que na literatura contemporânea ainda temos autores que conseguem atrair leitores com uma escrita de qualidade e dotada de lirismo e profundidade.
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Mari Pereira 16/04/2022

Um lindo livro-poema sobre a perda, a memória, o luto. A escrita é bastante bonita, comovente e não é do tipo que parece só um amontoado de frases citáveis.
Uma leitura rápida, de um fôlego só, mas que segue repercutindo por dentro.

"Dizia nunca esquecerei, e esta tarde lembrei-me."
Wagner269 17/04/2022minha estante
N consegui terminar esse livro


Mari Pereira 17/04/2022minha estante
Pq? Pra mim é um livro de um fôlego só...


FlorCavalcanti 17/04/2022minha estante
Sim, Mari, sentei pra ler achando q ia dar uma pequena pausa, mas foi de um fôlego só. Gostei demais!


Wagner269 17/04/2022minha estante
N curti muito Mari, achei um pouco cansativo. Já é o terceiro livro que tento do autor. Achei ele muito poético na época, vou tentar novamente. Na época n curti a vibe!




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