DIRCE 12/02/2024
DILACERANTE.
Acometida pela lembrança deste livro, cuja leitura fiz décadas atrás graças ao empréstimo que me foi feito, pois a obra não havia sido publicada no Brasil, fui pesquisar se ,hoje, ela se encontrava disponível no nosso patropi, e para minha felicidade vi que sim. Não hesitei e fui à compra.
É simplesmente uma obra de arte, mui bela e muito, muito triste . Em seu momento de luto por perda do seu pai, JLP dirige-se a ele com tanta dor na alma, com um sentimento atroz que, mesmo eu não esteja vivenciando o luto como onze anos atrás, não consegui impedir que lágrimas rolassem. O autor expõe sua dor, partilha com o leitor, escreve com a alma, como alguém que reza, e o leitor lê como uma oração.
Transcrevo abaixo um fragmento, dentre muitos, tocante:
“( ...) E , como se adormecesses , vejo fechar as pálpebras sobre os olhos que nunca mais abrirás. Os teus olhos fechados para sempre. E, de uma vez deixa de respirar. Para sempre. Para nunca mais . Pai. Tudo o que te sobreviveu me agride. Pai. Nunca esquecerei(...)”pg.9
Tem como ler esse livro sem impedir que nossa alma seja dilacerada? Quem vivenciou momentos semelhantes a deste livro, sabe que nem o tempo apaga esse tipo de dor.