Camila Lobo 22/08/2016Resenha: O Clube do Livro do Fim da Vida (Por Livros Incríveis) Tudo começa quando Mary Ann Schwalbe descobre ter câncer pancreático metástico. Desde o início, sabe que é uma batalha perdida contra a doença, o que não a impede de fazer quimioterapia, afinal, dá pra viver com um pouco mais de qualidade até onde der. É no hospital, aguardando com sua mãe, que Will Schwalbe acaba criando um Clube do Livro com ela, para discutirem tudo o que estão lendo.
Como o nome indica, a história é sobre um clube do livro, que o autor e sua mãe fundam indiretamente quando ela descobre ter um câncer pancreático em estado terminal. Na sala de espera, prestes a fazer as sessões de quimioterapia, Mary, a mãe de Will, comenta e debate com ele os inúmeros livros em comum que leram, tanto ao longo da vida, quanto aos que entram na meta de leitura que ela faz questão de ler antes de morrer.
A obra é cheia de livros, sendo que as mais importantes nomeiam os capítulos ao longo. Recheada de indicações das mais variadas, da Bíblia até Os Homens que Não Amavam as Mulheres, o autor coloca diálogos entre ele e sua mãe, perguntas, situações em que eles viveram relacionadas a história indicada. Além disso, ele sempre faz uma breve resenha, com opiniões, sinopse e alguns spoilers de clássicos. (Não é spoiler depois de anos de publicação, gente! Haha)
“Estamos todos no clube do livro do fim da nossa vida, quer admitamos isso, quer não; cada livro que lemos pode muito bem ser o último, cada conversa pode ser a derradeira.”
A história gira em torno de cada consulta da mãe dele à quimioterapia. Will acompanha-a em quase todas as sessões, e é na sala de espera que o clube do livro acontece. Ambos estão sempre trocando indicações de livros e experiências de vida. A narrativa quase sempre é fluída, pecando nas partes em que ele demora-se muito abordando um assunto em que não é importante para a evolução da história.
Acho que é muito injusto comentar sobre as personagens, que no caso, existem. Acredito que uma coisa é falar o que achou de uma personagem que foi construída na cabeça de alguém, outra é você comentar sobre pessoas que você não conhece, nem viu pessoalmente para tirar suas próprias conclusões, mas que de fato estão no mesmo planeta que a gente. Portanto, não abordarei esse assunto.
O ponto negativo é que como em quase toda história real, o livro possui partes monótonas e cansativas. É muito interessante ver em como Mary lida com toda a situação de sua morte, e de vida, seguindo normalmente até onde der e na história de vida dela, ajudando a fundar uma biblioteca no afeganistão. As indicações de livros são ótimas; muitas eu marquei para ler um dia. O problema são os inúmeros devaneios do autor, que coloca algumas coisas aleatórias que fogem do tema principal. A relação com sua mãe é linda; e essa é a graça do livro.
Esse é um livro sobre livros. E é meio difícil falar sobre ele, porque eu li a sinopse e não percebi que era de uma história real. Quando comecei a ler e percebi que se tratava de não-ficção, foi um baque pra mim. E abriu meus olhos para muitas coisas, de muitas maneiras. Definitivamente é um livro para se pensar, para se emocionar, para tirar lições. Como descrito na contra-capa, O Clube do Livro do Fim da vida é definitivamente um livro de celebração da vida. Dá uma bela lição de que, não importa o quão mal você esteja, que você tenha apenas alguns meses de vida, viva. Não cancele seus planos, não desista de seus sonhos. Saia, viaje, explore. E a mãe do autor, que é a protagonista desse livro, soube mostar muito bem como fazer isso. Prepare-se para chorar, se emocionar e rir, porque O Clube do Livro do Fim da Vida é uma história real e emocionante sobre a bondade e a vontade de viver que há em cada um de nós.
“O que poderia ser mais humano do que querer viver?”
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http://porlivrosincriveis.blogspot.com.br/2016/08/resenha-o-clube-do-livro-do-fim-da-vida.html