Antes de Nascer o Mundo

Antes de Nascer o Mundo Mia Couto




Resenhas - Antes de nascer o mundo


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@BiaGiacomin 18/01/2023

O mundo não morreu. Afinal o mundo nunca chegou a nascer.
Quando comecei esse livro fiquei encantada pela história e pela escrita. Já imaginei que seria meu preferido do ano. Porém após a chegada de uma personagem achei que a história ficou confusa e meio chatinha, perdeu um pouco do brilho pra mim.
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Lima Neto 17/07/2009

livro dificilimo de se definir e mais ainda de se avaliar, uma vez que a narrativa é tão ricamente trabalhada, tão poética, que a história em si parece ficar numa espécie de segundo plano.
Mia Couto é, sem dúvida, um dos escritores mais geniais, mais poéticos da literatura contemporanea. suas histórias são magnificamente bem narradas e envolventes, e nesse seu novo livro, não foi diferente. no que ele inovou nesse, sim, foi na natureza em sia da história, pois "antes de nascer o mundo" é uma verdadeira metáfora, uma história de medos, complexos, solidão e fuga de uma realidade.
no entanto, o livro é tão poeticamente bem escrito, tão delicado e ao mesmo tempo complexo que sinto-me incapaz de defini-lo e de avalia-lo com precisão.
só sei que me agradou enormemente e que me deixou curioso para ler os outros livros do autor (este foi o primeiro que li dele)
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Claudia Furtado 05/09/2009minha estante
Então não deixe de ler ¨Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra¨. Abçs




Luli 24/06/2022

Um dos únicos livros da minha vida que chorei no final.
...........................................
Alê | @alexandrejjr 23/09/2022minha estante
Isso não é pouca coisa, hein?!




Didi 30/06/2023

Prosa lírica
Bastante poético e lírico. A história é bastante interessante e cheia de mensagens para reflexão. Mia Couto é um grande escritor.
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Neto 24/07/2014

Jerusalém
Antes de nascer o mundo
Mia Couto
Companhia das Letras
277 páginas

Primeiramente, gostaria muito de entender por que uma editora resolve trocar o nome do livro se vai manter toda a ortografia como a original, em português moçambicano (nem sei se podemos falar em português moçambicano, mas enfim). O livro originalmente se chama Jerusalém, e acho que deveria chamar assim (mas poderia ser pior, poderia se chamar The tuner of silences, como é nos EUA - Deus me livre).

Agora, me livrando da bobagem inicial, que em nada pode desmerecer um livro como Antes de nascer o mundo, começo a falar um pouco dele. Como foi bom conhecer o Mia Couto. Escreve com uma sutileza, uma poesia... Mia é o tipo de escritor que me faz ter certeza de que a literatura é uma das mais belas artes, pois, mesmo com o livro não trazendo absolutamente nenhuma gravura, conseguimos sentir com tanta força o vazio de Jerusalém.

O livro é de leitura bastante rápida, porém não menos complexo e profundo. Mia Couto consegue dar vida com maestria aos cadáveres que vivem na distante, vazia e inóspita Jerusalém. Colocar a narrativa em primeira pessoa, na voz de Mwanito, só melhora, pois leva o leitor a uma proximidade tão grande com o último refúgio da humanidade, criado pelo autoritário Silvestre Vitalício, pai do narrador, que será possível abraçar a terra de Jerusalém antes de dormir.

Mia Couto se descreve mais como um poeta do que como um escritor de romances, em entrevistas. E nesse livro é possível perceber como ele quer colocar todo o seu lirismo presente na narrativa, o que a deixa viva, intensa, apaixonante. Há de se verificar também que todo início de capítulo há um trecho de poema de alguma poetisa, em especial Sophia de Mello Breyner Andresen, que fazem com que os capítulos sejam reflexos destes trechos.

Entre os vários temas abordados pelo livro, os que mais me tocaram foi como o autor filosofou sobre a morte. Em certo ponto, é possível verificar que, mesmo vivos, todos os residentes de Jerusalém estão mortos, todos ligados a um passado terrível, porém há muito sepultado por Silvestre, que partiu para o além simplesmente por bloquear todo este passado. Nesse ponto, é possível perceber como a memória é de importância enorme para a experiência de vida de uma pessoa. Sem as minhas memórias, não consigo ter identidade e terei, portanto, que criar uma nova. E é isso que Silvestre faz com todos os que moram em Jerusalém, criando assuntos proibidos e inibindo a reprimindo a infância de seus dois filhos, o narrador e seu irmão Ntunzi.

É o tipo de livro que não parece chegar a lugar algum. Os primeiros capítulos são todos para introduzir personagens e contar sobre eles somente a partir da fundação em Jerusalém, pois Silvestre jura que não existem mais cidades, que todos morreram, e agora eles são os guardiões da humanidade, o último sopro de vida humana no mundo.

Porém, esse não chegar a lugar algum acaba chegando, Mia Couto guiando magistralmente. Eu não gosto de rabiscar meus livros, mas senti muita vontade de grifar tantas passagens que perdi a conta.

Mais um escritor lusófono que conheço e que me agrada grandemente. A leitura foi rápida, mas a sensação com que fiquei foi intensa, e o livro já figura entre os que mais me impactaram.

Não deixe de visitar Jerusalém, mas não deixe que Silvestre saiba de sua chegada.
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Luiz Araújo 05/01/2015

Sensibilidade aos borbotões.
É impressionante a sensibilidade de Mia Couto ao escrever "Antes de nascer o mundo".
A singeleza das situações que nos são apresentadas, a importância que o ambiente exerce sobre as personagens e a abordagem intimista dada constituíram, de fato, uma história que não esquecerei tão cedo. Foi possível me enxergar na Moçambique e sentir o calor daquele lugar.
Por fim, o que dizer da forma como foi escrito? Não saberia dizer se tratava-se de prosa ou poesia por muitas vezes. Fantástico!
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Dani 21/10/2009

Mia Couto é um dos maiores nomes da literatura africana.
O livro conta a história de cinco moçambicanos que vão morar numa terra de ninguém para esquecer o passado e construir um novo futuro.
Antes de nascer o mundo é um livro que fala sobre esperança e renascimento. É também um romance que aborda os costumes e a cultura do povo africano.

Mia Couto brinca com as palavras...
... transforma substantivos em verbos carregados de emoção...

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Palazo 23/11/2011

Cinco homens fogem para um local desabitado na savana africana. Tio Aproximado, o serviçal Zacaria Kalash, o pai Silvestre Vitalício e seus dois filhos Ntunzi e Mwanito. Eles instalam-se no local que ganha o nome de Jerusalém e fazem “reparos mínimos” para habitá-lo. Enquanto isso, Silvestre constrói uma cruz na entrada do acampamento, “por cima da cabeça de Cristo ele fixou uma tabuleta” desejando boas vindas ao “Senhor Deus” e repetia aos filhos sua crença:
“Um dia, Deus nos virá pedir desculpas”
Os motivos da fuga das cinco almas é a negação do próprio passado, que é recortado da memória e esquecido junto com o resto do mundo, também conhecido como o lado de lá. O ponto que gera a extradição para Jerusalém é a morte misteriosa de Dordalma, a mãe e Ntunzi e Mwanito.
Nesse contexto é construído o livro “Antes de nascer o mundo” do escritor Mia Couto, publicado pela Companhia das Letras. A obra é dividida em três partes. A primeira é chamada de “A humanidade”, onde são apresentados os moradores de Jerusalém. Na segunda parte, intitulada “A visita”, os moradores recebem uma inesperada presença que muda a rotina dos cinco e desencadeia a parte três do livro – Revelações e Regressos.
Apesar da continuidade das partes em que a obra se separa, a construção da narrativa não é linear. Os fatos aparecem entrecortados no meio da ação, alguns lapsos de memória são aos poucos resgatados e os fatos vão e vem sem qualquer nexo aparente. A história precisa ser montada pelo leitor juntando partes de capítulos, unindo pontos desconexos e evitando cair no jogo alucinógeno de Silvestre Vitalício.
A loucura da história tem como criador o pai dos dois garotos, porém ela é narrada quase em sua totalidade por Mwanito, o filho mais jovem. Os olhos do garoto não mostram nenhum ar infantil ou ingênuo, são carregados e envelhecidos pela perda da infância.
Na segunda parte, a narração do garoto é intercalada pela narrativa da visitante ilustre, Marta. Os motivos que levam a portuguesa a Jerusalém são opostos aos dos habitantes de tal região, porém mudam o rumo da narrativa e trazem novas revelações que vão moldando pouco a pouco cada personagem e detalhe da história.
Além da narrativa desconexa e intrigante, o texto de Mia Couto é carregado de uma prosa poética que encanta, quase que obrigando o leitor a andar sempre com um lápis para grifar ou anotar passagens curiosas. Introduzindo cada capítulo, há uma poesia que anuncia em seus versos o que está por vir. Os poemas são em sua maioria de Sophia de Mello Breyner Andresen, Hilda Hist e Adélia Prado.
Através de uma narrativa poética, Mia Couto cria um cenário em que os personagens convivem e encontram-se – ou escondem-se – no mesmo lugar. Em Jerusalém a perda é anunciada através da morte da mãe, do sumiço do mundo, do esquecimento do passado e da falta de um futuro. Porém, fica-se na dúvida se faltou confiança ou esperança aos habitantes, pois como diz o narrador: “Quem perde a esperança foge. Quem perde a confiança esconde-se”. E sinceramente, ainda me paira a dúvida se os habitantes de Jerusalém são fugitivos ou refugiados do mundo.
Antes de nascer o mundo
Autor: Mia Couto
280 páginas
Preço sugerido: R$ 46,50
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Clara Vellozo 13/04/2024

Amo a escrita de Mia Couto mas achei a história confusa
No mês de março, mês do meu aniversário, escolho uma leitura de Mia Couto, para me presentear com um dos meus escritores preferidos. Essa foi a vez de ?Antes de nascer o mundo? e confesso que tive sentimentos confusos em relação ao livro porque eu amo a maneira como ele escreve, a poesia de sua prosa, as palavras novas e divertidas que inventa, mas a história é confusa, não muito envolvente. Fez falta um certo ritmo narrativo, o início é muito lento, o desenvolvimento mais agitado e o final é um turbilhão de acontecimentos, reviravoltas e confissões que para mim não fizeram muito sentido.

Aqui temos a história de cinco pessoas, três homens e dois garotos que fogem e se isolam em um posto de guerra abandonado, rebatizado por eles com o nome Jesusalém (com S mesmo). Aliás, todos os cinco aqui recebem novos nomes porque chegam até o local numa tentativa de recomeçarem suas vidas, com exceção de Mwanito, o narrador da história que tampouco sabe o motivo da fuga e que vai desvendá-la aos poucos junto ao leitor.

É um Mia Couto, então é garantia de passagens ricas de detalhes, de reflexões sobre a vida, religião sociedade e natureza, e de uma poesia tão espontânea. Os diálogos são verdadeiras pérolas, um dos pontos altos do livro - nunca apreciei-os tanto como neste livro. Aqui também tem um amor bem refinado, uma espécie de pessimismo engraçado que me arrancou boas risadas. Só senti falta de um enredo mais interessante.
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Kac 05/04/2015

Jerusalém, uma terra de ninguém, inventada para fugir de uma reslidade de guerra, dor, sofrimento e traição. Um mundo inventado onde um homem e seus dois filhos se refugiam de um passado que merece ser esquecido. O filho mais velho tem lembranças, o mais novo só conhece aquilo que o pai lhe apresenta e acredita nesse mundo como uma verdade absoluta. Durante a leitura, aparecem novos personagens que revertem a trama e fazem com que mistérios sejam revelados, enovos caminhos surjam na história.
A narrativa de Mia Couto é encantadora! Talvez esse seja o melhor livro dle que já li do autor, mas não sei, cada leitura é esprcial!
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Marco Cação 09/10/2015

Leitura essencial
O livro te prende de forma absurda e denota o contumaz brilhantismo de Mia Couto. A construção dos personagens, os nomes do personagens como Dordalama, Silveste Vitalício, etc tudo, faz o livro brilhante
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Dani-chan 23/05/2016

Esse é o primeiro de um autor africano que leio, e já posso adiantar que me apaixonei pela escrita do autor e de todo o clima que ele criou em volta de seus personagens, que por sinal são incríveis e cheios de personalidade.

“ Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto, eu não estava pasmado. Estava desempenhado, de alma e corpo ocupados: tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. Eu era um afinador de silêncios.”

O livro é narrado por Mwanito, um garotinho que aos três anos é tirado de sua casa por seu pai e levada até uma antiga fazenda nos confins rurais de Moçambique, e lá viveram, Mwanito, seu pai Silvestre, o irmão mais velho Ntunzi e Zacaria, um criado da família, e por fim Tio Aproximado que os visita constantemente, não podemos esquecer da jumenta Jezibela, tratada quase como humana por eles. Mwanito não se lembra de como era o mundo antes de Jesusalém, como Silvestre batizou o lugar onde eles vivem, e muitas vezes não sabe se acredita na história do pai que diz que não existe um mundo lá fora, o irmão vivi tramando fugas enquanto.

Temos também um personagem fantasma, ela não aparece em momento algum, mas sua lembrança pesa entre eles o tempo inteiro, que é a Dona Dordalma, a mãe dos garotos, durante história ela é um fio que conduz muitos dos atos de nossos personagens, Mwanito se recente de nunca ter tido uma mãe, Ntunzi se recente do pai a quem acusa de ter sido responsável pelo que aconteceu a mãe, Silvestre se recente de tudo e todos especialmente do tio aproximado, e assim melancolicamente a história segue.

“Não chegamos realmente a viver durante a maior parte de nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências.”

A escrita de Mia Couto é tão poética e bonita, que parece que ele esta recitando para nós, sua escrita me fazia ver seus cenários e acompanhar esses dois irmão aprontando por aí como se fosse um filme, ele também consegui despertar em mim uma especie de magia que ultimamente só Neil Gaiman conseguia, a parte onde Mwanito abre os olhos dentro da água na curva do rio e vê a luz refletida, foi mágico demais me lembrando minha própria infância.

Outra coisa que dá um charme todo especial à esse livro são os pequenos poemas que abre cada capitulo e que merecem ser lidos com atenção.

“Vendo-o esgrimir assim contra o vazio, me causou pena. Meu pai queria fechar o mundo fara dele. Mas não havia porta para se trancar por dentro.”

Alem disso um livro que te faz querer marcar citações a cada página que se lê alguma coisa de muito boa ele tem, indico para todo mundo que goste de ler, porque é um livro maravilhoso, e até o final triste consegue encantar.
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@pacotedetextos 17/01/2017

Mais um livro sensacional do Mia Couto
Antes de nascer o mundo, título no Brasil dado a Jesusalém, é um livro do autor moçambicano Mia Couto. Como todas as outras obras do autor que li até hoje, esse também possui uma linguagem bastante poética, com construções que vão de neologismos a comparações impensadas – o que permite, sem sombra de dúvidas, que ele seja botado em um patamar de ninguém menos que Guimarães Rosa. (!)
Trata-se aqui da história de cinco moçambicanos: Silvestre Vitalício (viúvo de Dordalma) e os filhos Ntunzi e o pequeno Mwanito (este, o narrador da história), além do tio Aproximado e de Zacaria Kalash, estão refugiados em Jesusalém, “a terra onde Jesus haveria de se descrucificar“, a fim de anular o passado e o futuro e vivenciar um presente de, podemos dizer assim, realismo fantástico. Uma vida em que são cortadas relações com todo o exterior e que, certo dia, é abalada pela chegada de uma mulher (a primeira que Mwanito vê, aos onze anos de idade).
A história é dividida em três partes: “A humanidade“, “A visita” e “Revelações e regressos“, e cada uma dessas partes é subdividida em capítulos que oferecem epígrafes de autoras como Hilda Hilst, Sophia de Mello Breyner Andresen e Adélia Prado.
A história em si já é muito envolvente… Mas, como gosto de ressaltar em toda oportunidade, a linguagem do Mia Couto é algo que merece ser ressaltado sempre: não é todo mundo que consegue trabalhar tão bem com a língua portuguesa, seja em prosa, seja em poesia. Inclusive, é bom destacar: a prosa e a poesia, em Mia Couto, confundem-se, sendo que muitas vezes não dá pra separar os gêneros nos seus textos.
Quer exemplos? Tenho vários! MAS ATENÇÃO: quando eu digo vários, são vários mesmo! Pra quem não sabe, eu seria capaz de escrever um livro só com citações do Mia Couto. É sério, confere aí:

. Ninguém é de uma raça. As raças […] são fardas que vestimos. (p. 13)
. Não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez. (p. 13)
. O sonho é uma conversa com os mortos, uma viagem ao país das almas. (p. 17)
. Quem viveu pregado a um só chão não sabe sonhar com outros lugares. (p. 24)
. Nunca vi estrada que não fosse triste. (p. 35)
. Esperas. É isso que a estrada traz. E são as esperas que fazem envelhecer. (p. 35)
. Todo nascimento é uma exclusão, uma mutilação. […] Diz-se “parto”. Pois seria mais acertado dizer “partida”. (p. 40)
. A escrita era uma ponte entre tempos passados e futuros. (p. 42)
. Rezar é chamar visitas. (p. 44)
. Chorar ou rezar é a mesma coisa. (p. 45)
. Onde se dorme junto é no cemitério. (p. 46)
. Não é segurando nas asas que se ajuda um pássaro a voar. O pássaro voa simplesmente porque o deixam ser pássaro. (p. 52)
. Que história pode ser criada sem lágrima, sem canto, sem livro e sem reza? (p. 54)
. Os olhos de quem se ama nunca se vêem. (p. 55)
. A cegueira é o destino de quem se deixa tomar de assalto pela paixão: deixamos de ver quem amamos. Em vez disso, o apaixonado fita o abismo de si mesmo. (p. 56)
. Os mortos não morrem quando deixam de viver, mas quando os votamos ao esquecimento. (p. 59)
. O medo faz dilatar as distâncias. (p. 64)
. Não viver é o que mais cansa. (p. 65)
. Quem sai do seu lugar, nunca a si mesmo regressa. (p. 74)
. A raiva é apenas um modo diverso de chorar. (p. 76)
. Os soldados estão sempre feridos. A guerra fere mesmo os que nunca saíram em batalha. (p. 93)
. Perante o tiro, certo ou falhado, toda a gente sempre morre. (p. 103)
. Não chegamos realmente a viver durante a maior parte da nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências. (p. 115)
. Nunca há terra suficiente para enterrar uma mãe. (p. 121)
. O poeta se engrandece perante a ausência, como se a ausência fosse o seu altar, e ele ficasse maior que a palavra. (p. 132)
. Os segredos são fascinantes, porque foram feitos para serem revelados. (p. 136)
. Do amor me interessa apenas o não-saber, deixar o corpo fora da mente, em descomando absoluto. (p. 140)
. A poesia é uma doença mortal. (p. 142)
. Quem quer a eternidade olha o céu, quem quer o momento olha a nuvem. (p. 147)
. É isso que faz um lugar: o chegar e o partir. (p. 156)
. O silêncio é uma travessia. (p. 180)
. O Tempo é um veneno […] Mais eu lembro, menos fico vivo. (p. 212)
. Os vivos não são simples enterradores de ossos: eles são, antes de mais, pastores de defuntos. (p. 212)
. Este mundo, para ser amado, precisa de ódio. (p. 224)
. Uma despedida […] é um pequeno modo de morrer. (p. 241)
. Deixo de ser cego apenas quando escrevo. (p. 275)

site: https://pacotedetextos.wordpress.com/2017/01/16/resenha-mia-couto-antes-de-nascer-o-mundo/#more-894
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Guta 03/04/2017

Impressões sobre o antes de nascer do mundo
Um dos meus livros preferidos deste autor, a poética é incrível, como o autor consegue nos mostrar o olhar ingênuo da criança, os personagens, o absurdo, a força, a complexidade das relações familiares, o irmão que quer fugir mas não consegue, o pai que é bruto mas demonstra seu amor, as cartas de amor/diário da portuguesa, tudo contribui para uma leitura fluida e prazerosa. Um romance belíssimo.
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