O último voo do flamingo

O último voo do flamingo Mia Couto




Resenhas - O Último Voo do Flamingo


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Kirla 19/09/2022

Ler Mia Couto é descobrir um pouco mais sobre as lendas e tradições moçambicanas. É o segundo que li e ele tem aquela dose certa de humor, política, historia, costumes e uma forma gostosa de escrever. Tu lê, te diverte e depois fica pensando no que a história contou.
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Luiz 07/06/2023

Pintura
O livro é realmente espetacular. A escrita é como se fosse um quadro. Achei impressionante as imagens que minha cabeça criou sobe a história. Uma obra de arte, simplesmente!
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*Zzuulleeiikkaa 25/12/2010

..."Falam muito de colonialismo. Mas isso foi coisa que eu duvido que houvesse. O que fizeram esses brancos foi ocuparem-nos. Não foi só a terra: ocuparam-nos a nós, acamparam no meio das nossas cabeças. Somos madeira que apanhou chuva. Agora não acendemos nem damos sombra. Temos que secar à luz de um sol que ainda não há. Esse sol só pode nascer dentro de nós."



O último voo do flamingo - Mia Couto
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Erica 21/04/2019

Um mistério sem solução.
Para quem não faz questão de desfechos bem amarrados, esse livro pode ser bem aproveitado. O que não é o meu caso. Nesse livro a ênfase é manter uma atmosfera fantástica e sem respostas, o que me cansou e frustrou um pouco.
Mas deixo aqui o elogio à bela e peculiar escrita do autor, que salva o enredo.
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Helena Frenzel 12/01/2014

O Sol em cada um
O último voo do flamingo, de Mia Couto, é um dos livros mais lindos que já li, uma crítica sutil e poética à política suicida do nosso tempo, um chamado à denúncia, à qual os escritores comprometidos com seu povo e com o seu tempo não podem se omitir, bem como um sopro de esperança pelo que há-de vir com os novos sóis que estão nascendo em cada um de nós. Um livro que todos deveriam ler. Nota mil!!

site: http://bluemaedelle.blogspot.de/2014/01/o-ultimo-voo-do-flamingo.html
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Beatriz 07/03/2021

Não é uma leitura que prende, mas traz um tema super importante a ser debatido. Foi bom ter uma percepção diferente sobre as questões tratadas.
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Camila(Aetria) 16/08/2014

Último voo.
Esse foi o primeiro livro de Mia Couto que li, e depois de lido, não sei porque demorei tanto pra pegar um dele. Foi o que resolveu minha ressaca literária de Persuasão, embora esse não tenha me deixado com ressaca, mas sim uma vontade de ler todos os outros dele.

A escrita dele, o ritmo da leitura, tudo compõe um conjunto maravilhosamente escrito. É um livro que dá pra ler em 1 dia, como estava correndo que nem uma desesperada, levei 3 HAHA

"A administratriz de novo se interpôs, deixando invisível o esposo. Falava ajeitando o turbante e sacudindo as longas túnicas. Ermelinda clamava que eram vestes típicas da África. Mas nós éramos africanos, de carne e alma, e jamais havíamos visto tais indumentárias."

O último voo do flamingo, Mia Couto, pg 19

O que achei mais interessante foi quão delicadas e sutis as críticas foram posicionadas no livro, como uma realidade que deveria ser vista por todos, mas que por comodidade a gente releva e deixa passar. As situações políticas onde países ditos de primeiro mundo vão "trazer a paz" para os que estão em situação precária, como isso também se tornou um mercado viável. E a habilidade dele de trazer 500 opções de palavras para um significado, como ocorre quando trata dos órgãos dos soldados explodidos, senti um Guimarães Rosa naquele momento haha

"- Mas pai, esse italiano nos está ajudar.
- A ajudar?
- Ele e os outros. Nos ajudam a construir a paz.
- Nisso se engana. Não é a paz que lhe interessa. Eles se preocupam é com a ordem. O regime desse mundo.
- Ora, pai…
- O problema deles é manter a ordem que lhes faz serem patrões. Essa ordem é uma doença em nossa história."

O último voo do flamingo, Mia Couto, pg 188

É um livro que transpira cultura, transpira história e realidade de uma forma bem humorada e delicada, é quase uma poesia em prosa.

"- Com o devido respeito, Excelências: é se chamássemos Ana Deusqueira?!
- Mas, essa Ana, quem é? - Inquiriu o ministro.
Vozes se cruzaram: como se podia não conhecer a Deusqueira? Ora, ela era prostituta da vila, a mais competente conhecedora dos machos locais."

O último voo do flamingo, Mia Couto, pg 26

Ele consegue misturar as crenças, as lendas, com uma realidade da terra local, e mesmo essa mistura de folclore e "realidade" são feitas de forma tão natural, como deveria ser sempre que analisamos a cultura de qualquer lugar que seja, e não com olhos ocidentais e ditos civilizados.

"O confronto ficou-se por ali. Porque os estrangeiros rodearam a prostituta, fungando da intensidade dos seus aromas. A delegação se interessava: seria zelo, simples curiosidade? E pediram-lhe documentos comprovativos da sua rodagem: curriculum vitae, participação em projetos de desenvolvimento sustentável, trabalho em ligação com a comunidade."

O último voo do flamingo, Mia Couto, pg 29

site: http://www.castelodecartas.com.br/index.php/2014/08/16/ultimo-voo-flamingo-ogs-80/
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Sandro 13/09/2020

Resolvi ler quase exclusivamente por pressão. Tinha lido A Confissão da Leoa e achado bem fraco. Mas em O Último Vôo do Flamingo me surpreendi positivamente. Ri a beça em toda a primeira metade do livro. Na segunda metade o clima do livro fica assustador, e só então realmente entendi o tema que o autor estava abordando. Terminei a leitura numa sensação de falta de esperança para a África como um todo, e inevitavelmente, também, com o futuro do Brasil. Definitivamente, faz pensar.
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Erica 31/07/2023

Cultural
Um livro cheio de críticas explícitas e disfarçadas, cheio de cultura, mitos e crenças locais, além do mistério a forma como os personagens são construídos apartir do olhar do personagem principal, tudo nele remete a uma africanidade poética de certa forma.
Eu gostei bastante
Recomendo se vc tiver paciência e quiser realmente entender a história, pq tem momentos em que é meio confusa a leitura.
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Zana 23/10/2014

Impressionante semelhança
Numa pequena vila imaginária chamada Tizangara, soldados das Nações Unidas, que estão em Moçambique para acompanhar o processo de paz depois de um longo tempo de guerra civil, simplesmente explodem, restando deles apenas vestígios dos seus órgãos genitais e boinas azuis. Cabe então, a um italiano representante da ONU desvendar os misteriosos acontecimentos.

Mia Couto conta essa história através de uma fábula, fazendo alusão a ausência dos flamingos no Sul de Moçambique que na tradição do lugar é símbolo de esperança. O escritor faz uma crítica acre aos disseminadores da guerra e da miséria, um empenho moral, que segundo ele, cabe a todos os escritores.

"O último voo do flamingo fala de uma perversa fabricação de ausência _ a falta de uma terra toda inteira, um imenso rapto de esperança praticado pela ganancia dos poderosos..."

A enigmática escrita em forma de fábula e sua admirável narrativa, recheada de lirismo, metáforas poéticas e humor apurado terminam colocando em segundo plano o argumento do livro, não obstante a importância e verdade do assunto ilustrado. O teor social assim meio que se perde nos meandros do realismo fantástico e das inúmeras metáforas poéticas.

Um aspecto interessante que saltou visivelmente aos olhos em O Último Voo do Flamingo é a impressionante semelhança da escrita poética de Mia Couto com a do escritor brasileiro Manoel de Barros, e guardado as devidas proporções, com alguns personagens de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, que poeticamente brincavam de descontruir e construir palavras.

"Cortaram esta coisa do homem ou vice-versa?"

"naquele tempo não havia antigamentes"

"Só quero ser contemplável"

"Agora eu já não sou sujeito de nada. Me irresposabilizo"

"Agora é que vem aí chuva de molhar vento"

"Duvidam? Sou puta legítima. Não uma desmeretiz, dessas"

A fábula em si não convenceu, mas pela poesia, da qual Mia Couto se faz mestre, vale a leitura!
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Tenda dos Livros 05/02/2015

Triste ausência do voo
É a primeira vez que leio algo do escritor moçambicano Mia Couto, estou impressionada com a facilidade que o autor tem de nos conduz a entender e entrar nessa história que perpassa ficção, poesia e críticas embasadas na realidade de um país.
Demorei um pouco pra iniciar essa leitura por acreditar que seria um livro muito difícil, com uma narrativa chata e cansativa. Eu estava certa? Não, não mesmo.
A história de O último voo do flamingo acontece alguns anos depois da conquista da independência de Moçambique, o país ainda vivia crise econômica e social em busca da reorganização e reestruturação. É nesse contexto de pós-guerra que acontecimentos estranhos assombram o vilarejo fictício, Tizangara. O primeiro capítulo me fez rir muito, não imaginava que a história fosse começar com um pênis decepado no meio da estrada. Eis os acontecimentos estranhos: soldados das Nações Unidas explodiam sem nenhum motivo aparente, e as únicas coisas que sobravam eram seus capacetes e seus órgãos sexuais.
Por conta de todo esse mistério, foi enviado à Tizangara o inspetor Massimo Risi, para entender e explicar tais acontecimentos aos seus superiores. Chegando na vila, Massimo é apresentado ao administrador local Estevão Jonas. O administrador trata logo de arranjar um "tradutor" para o estrangeiro, que na verdade nem precisava de tradutor, a pessoa seria muito mais uma espiã do que qualquer coisa, a intenção de Estevão era deixar alguém "de olho" em Massimo.
Para desvendar o mistério das explosões, Massimo passa a ouvir muitos moradores e as suas mais variadas formas de explicações, todas baseadas em suas crenças locais. Para tentar entender, o inspetor mergulhava cada vez mais na cultura e conhecimento daquele povo, só que quanto mais fundo ia, mais perdido ficava. Não fosse o tradutor que o acompanhava para tudo quanto era canto e lhe contava histórias daquele terra, Massimo já teria enlouquecido.

O livro é repleto de personagens ilustres, como a prostituta Ana Deusqueira que fazia os velórios dos pênis falecidos, ou padre Muhando que tinha uma relação tão próxima de Deus a ponto de lhe dá sermão... Cada personagem com sua peculiaridade foi ganhando espaço na narrativa. Mas houve um grande personagem que desde que apareceu, encheu as páginas de sabedoria, filosofia e poesia, esse personagem era o pai do tradutor, Sulplício.
Mia Couto põe a mesa a desgraça e pobreza do povo Moçambicano que vive à margem e ainda governados por corruptos. Mas em contrapartida, nos mostra um povo que ainda luta por suas tradições e que tenta resgatar a todo custo os destroços dos seus antepassados.
A narrativa é em primeira pessoa, feita pelo tradutor e é incrível como vemos o reencontro desse personagem com suas origens, no decorrer da história, ao relembrar seus diálogos com sua mãe (já falecida) e o retorno do seu velho e sábio pai.
Outra coisa que encanta é o lirismo depositado no flamingo, uma ave que simboliza esperança e paz para aquele povo.
Quem protagoniza toda a história é a ausência, daquilo que pertencia aquele lugar, mas que foi levado, ou evaporado, junto com o suor dos escravos e as lágrimas da libertação de um povo que ainda vive preso na triste ausência do voo.
Pra quem procura uma leitura intensa, cheia de humor e requinte crítico, faço mais que uma indicação, leia O último voo do flamingo.

- Daiana Ayalla

site: http://www.tendadoslivros.com.br/2014/09/resenha-livro-o-ultimo-voo-do-flamingo.html
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Raquel 26/04/2022

O ultimo voo do flamingo
Soldados da ONU, enviados para vigiar o processo de paz após anos de guerra civil em Moçambique e ajudar na remoção de minas terrestres, começam a explodir sem uma razão aparente, restando deles apenas o órgão genital. Para investigar o que está acontecendo, é enviado à região o italiano Massimo Risi, inspetor da ONU. Estevão Jonas, o administrador local, em uma demonstração do progresso do lugarejo, oferece ao estrangeiro um tradutor, apesar da fluência dele na língua local. O tradutor, que também é o narrador da história, vai ajudar o italiano a investigar o que aconteceu aos soldados e a entender como funciona essa terra estranha perdida em Moçambique, muito diferente da Europa. Massimo espera encontrar uma explicação racional para reportar à ONU, como as explosões das minas terrestres, mas, conforme ouve os depoimentos dos habitantes locais, novas explicações são trazidas, como o entendimento de que as explosões dos estrangeiros seria uma vingança da própria terra, já que os governantes locais não têm respeitado as tradições e os antepassados, bem como o entendimento de que as explosões seriam fruto de feitiços encomendados por homens locais devido inveja e ciúme dos estrangeiros. (“Eu posso falar e entender. Problema não é a língua. Eu não entendo é este mundo aqui”).

Conheço pouquíssimo da história de Moçambique (foi colônia portuguesa e após a independência em 1975 passou por guerra civil que durou anos), mas entendi que o autor queria falar de questões pertinentes a história e política do país, como o respeito às tradições locais, a interferência estrangeira em assuntos internos de uma nação, a corrupção política, a riqueza da cultura oral, dentre outros. Muitos personagens espelham esses temas em sua constituição: Estevão Jonas, o administrador local, encarna a corrupção e o e o desrespeito pelas tradições locais; Sulplício, o pai do tradutor, simboliza a ancestralidade e o saber da experiência muitas vezes renegado em prol da novidade e da modernização. O livro é uma crítica ao colonialismo e às mazelas sociais e conflitos sócio-políticos em que o pais padece em uma era de globalização econômica, como a falta de recursos e o esquecimento da tradição e memória local.
Achei interessante o uso de muitas palavras que eu acho que não existem (procurei algumas no dicionário), mas que são como formas populares de outras palavras, o que dá um tom de língua regional aos diálogos dos habitantes de Tizangara. No geral gostei, mas num primeiro momento me pareceu sem pé nem cabeça, tive que refletir e pesquisar um pouco pra chegar a muitas das observações que destaquei nessa resenha.


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Daniel 11/11/2016

Mia Couto e A Arte de Narrar o Inenarrável Africano
Em O Último Voo do Flamingo, Mia Couto, através de uma linguagem bastante poética e que visa apresentar, sem desvendar, os mistérios das histórias africanas, nos revela uma narrativa ambientada em Tizangara, após a guerra de Independência. O governo, tentando desvendar os mistérios das mortes que rondam o pequeno vilarejo, vai aos poucos colocando os participantes em mais mistérios ainda. Mistérios esses que envolvem as lendas e as histórias que são passadas e repassadas através das gerações. Assim, gera-se um conflito entre os habitantes locais, já acostumados às coisas que sempre acontecem de sobrenatural em sua terra; e os forasteiros, estrangeiros enviados à Tizangara para tentar desvendar os mistérios da localidade, que se acentua, quando eles entram em contato. Dessa maneira, Mia Couto constrói uma narrativa sólida, poética e cheia de tipos representativos da cultura moçambicana.
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Debora.Vilar 04/06/2017

O mistério do pênis voador
Primeiramente vou apresentar o autor: Mia Couto (é homem) é de Moçambique, e expõe na narrativa os mitos e desgraças que normalmente faz parte de quem vive os povos da África.

Na obra o ambiente passa-se, em uma vila esquecida que sofre pela corrupção e abuso de poder, segundo o prefeito da vila não se trata de abuso de poder, porque o povo não tem poder nenhum o que ele faz é exercer de forma plena seu suposto poder.

De repente um fato coloca a vila no mapa e os olhos do mundo viram-se, para esse canto até então ignorado. Mas os acontecimentos surpreendentes nada tem a haver com os nativos da vila, o fato extraordinário é com os soldados da ONU que estão explodindo como bola de gás e a única que resta do corpo é o pênis. Pelo que entendi, os soldados estavam abusando sexualmente das mulheres da vila. Então os moradores encomendaram, um feitiço caso um extrangeiro abusa-se, de alguma mulher seriam explodidos e sobraria, o pênis porque o pênis sem o corpo não é nada é para ser uma forma de humilhação.

Um dos aspectos que achei interessante na narrativa é o estilo, não dá pra saber o que realmente de fato aconteceu; porque cada personagem têm a sua própria versão da história, e a forma que vai tecendo a narrativa é incrível, a princípio parece que está tudo tão claro mas conforme vai lendo as possibilidades dos fatos são tantas que a verdade não existe, porque não existe uma verdade e sim várias verdades. Resta ao leitor escolher a versão que mais lhe agrada, eu particularmente gosto disso dessa participação do leitor na leitura. Lygia Fagundes abusa desse recurso nos seus livros. É impressionante a forma como manipula os fatos e confunde o leitor, e isso prende bastante na leitura, lembrou-me o estilo machadiano.
O final é surpreendente e engraçado e uma coisa é certa: os mistérios e a fantasia está presente do começo ao fim.

O que aprendi com esse livro é que os que não amam a sua terra, e não respeitam seus antepassados estão sujeitos ao desaparecimento e à condenação do azar.
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isa.dantas 26/09/2017

Mia nos faz voar nessa narrativa fantástica sobre esperança. Que linda história!
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