O último voo do flamingo

O último voo do flamingo Mia Couto




Resenhas - O Último Voo do Flamingo


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Polliana Caetano 23/11/2023

Quando a crítica se veste de fantasia
O livro "O último voo do flamingo" se veste de absurdos para fazer as mais profundas críticas sobre a ganância, arrogância e soberba daqueles que se creem acimas de tudo e todos.

 Mia Couto usa o fantástico, o mágico e o absurdo para nos mostrar as cicatrizes deixadas pelo colonialismo que não roubou apenas as riquezas da terra, também roubou a identidade e dignidade de seu povo. Risi representa a arrogância do europeu, que exigir e procura explicações no outro sobre os problemas que eles mesmo criaram. Mia também nos mostra que até mesmo os heróis da liberdade podem se corromper pelo preço certo.  

As personagens femininas são representações da Mãe África. 
- A tia Hortência representa a sabedoria adquiridas com o tempo. 
- Temporina representa a África pura e virgem, que se encanta e floresce na presença do explorador.
- A Mãe representa exatamente isso, a mãe que gera e cuida do filho.
- Ermelinda representa a África que acolhe e consola, ainda que parece cruel e indiferente. 
- Ana Deusqueira é a representação da sensualidade imposta pelo explorando ao corpo das africanas. 

Temos nas figuras de Padre Muhando e Zeca Andorinha a dualidade entre a crença ancestral e a imposta pelos dominadores. Essa segunda, ainda que tenha se moldado para ser palatável, não é aceita por completo. No entanto, é ela que afasta o povo de Tizangara de seus ancestrais e deuses, terminando por torná-los estranhos e contribuindo para sua queda no abismo.

E por fim, mas não mesmo importante, o Pai. Esse que aqui representa mais figura do mentor do que a do progenitor. Cabe a ele guiar o protagonista pela jornada de conhecimento - interna e externa. Ele sabe que a corrupção trazida pelos colonos levar ao fim de Tizangara, ainda que não saiba quando, ele prepara seu filho para essa jornada. 
Rachel.Silva 10/03/2024minha estante
Crítica interessantíssima. Estou lendo o livro e não estou gostando. Sua análise com certeza vai me fazer ler com mais carinho e menos preconceito.




jota 19/10/2012

Falar inventado = faliventar
Com este livro Mia Couto ganhou, em 2001, um prêmio da Fundação Gulbenkian e no final da edição temos seu discurso de agradecimento que também funciona como explicação da gênese de O Último Voo do Flamingo. Antes dos agradecimentos há um pequeno glossário, muito útil, que auxilia no entendimento de palavras e expressões usadas pelos personagens.

Isso no final. Pois no começo mesmo, logo nas primeiras páginas, meu pensamento foi conduzido para os livros de Gabriel García Marquez, em que o escritor colombiano explora o chamado “realismo fantástico”. Explico: soldados da ONU, integrantes das forças de paz presentes em Moçambique logo após a independência do país, inexplicavelmente começam a explodir, mais precisamente na fictícia localidade de Tizangara (daí a lembrança da Macondo de Cem Anos de Solidão).

Também me lembrei de Efrain Medina Reys, outro escritor colombiano (autor de Técnicas de Masturbação entre Batman e Robin, que não li), crítico de Márquez e adepto do chamado “realismo urbano” que diz numa entrevista de 2004: “Nós que vivemos na Colômbia sabemos que as pessoas aqui não voam pelos ares vítimas de um esconjuro, mas, sim, de uma bomba.” Bombas das FARCs e outras, certo?

Tudo isso para dizer que se você estiver mais para Reyes do que para Márquez, talvez não vá apreciar muito o livro de Mia Couto. Se bem que, na verdade, ele parece combinar as duas posições (fantasia/realidade) quando envereda pela situação política, social e econômica de Moçambique, tecendo críticas aos nacionais e estrangeiros que unicamente pareciam querer explorar o país e seus cidadãos - não sei exatamente como anda Moçambique atualmente, mas o panorama da maioria das nações africanas, com exceção da África do Sul, nunca parece ser muito animador.

Nessa história toda Couto salva a pele de um estrangeiro bem-intencionado, o personagem do soldado italiano Massimo Risi, que vem investigar os estranhos fatos que acontecem em Tizangara. O personagem principal, o narrador, no entanto, é um local, um rapaz negro sem nome, o tradutor que acompanha o italiano da ONU. Ele nos apresenta diversos personagens curiosos, como o padre Muhando, a prostituta Ana Deusqueira, o feiticeiro Zeca Andorinho, etc., e até a metade do livro todos eles e outras coisas mais me pareceram muito interessantes.

Por vezes me senti meio que assim na Sucupira de Odorico Paraguassu, imortal criação de Dias Gomes, pois os personagens moçambicanos de Couto nos brindam (como os baianos de O Bem Amado) com muitos ditos populares e expressões típicas do país – várias delas inventadas pelo próprio autor, no entanto. Ou seriam todas? Um trecho saboroso: "Não sou mau lembrador. Minha única dificuldade é ter de escrever por escrito". E prossegue: "Escrevo, Excelência, quase que por via oral (...)"

Desse modo, eu esperava que qualquer hora alguém fosse dizer “prafrentemente” em vez de “daqui a algum tempo”, etc. Não dizem, claro; dizem outras coisas saborosas, tantas que há até estudos pertinentes acerca e um deles apropriadamente se chama: “Mia Couto ou o falinventar da língua”, por Guilherme D’Oliveira Martins, atual presidente do Centro Nacional de Cultura de Portugal. “Falinventar”, captou?

Mais ou menos depois da metade do livro, a história começa a parecer longa demais – queremos saber o motivo da explosão dos soldados estrangeiros, não? –, as expressões e os ditos que antes pareciam curiosos e até poéticos começam a parecer repetitivos ou forçados e o interesse pela história decai um pouco até os redentores capítulos finais(19, 20 e 21).

Como disse alguém, eu li e achei isso.

Lido entre 14 e 19.10.2012.



Luana 15/12/2021

Não conhecia Mia Couto, não sabia sobre sua escrita e no início achei que ia ser um livro sobre lendas, todo de ficção. Quando passei a entender que ele fazia uma denúncia, eu me surpreendi com sua capacidade de falar de algo tão ruim de forma tão bonita.
Flávia 15/12/2021minha estante
Mia é vida! Indico o outro pé da sereia. O meu livro favorito do meu autor favorito.


Luana 18/12/2021minha estante
Vou adicionar a minha lista Flávia, obrigada pela indicação


Flávia 21/12/2021minha estante
disponha!!




Cissa 01/04/2022

O ultimo voo do flamingo, de Mia Couto
?Ao vê-lo, logo no primeiro dia eu disse para mim: este vai-se salvar. Porque aqui você precisa de calar a sua sabedoria para sobreviver. Conhece a diferença entre o sábio branco e o sábio preto? A sabedoria do branco mede-se pela pressa com que se responde. Entre nós o mais sábio é aquele que mais demora a responder. Alguns são tão sábios que nunca respondem.?

Mia Couto me prendeu de uma forma muito sábia no desenrolar deste livro - que me trouxe uma leitura bem fluida, em que alguns momentos me encontrava refletindo e em outros me descontraía e ria das diversas situações passadas pelos personagens.

Apesar de seu peso cômico, O ultimo voo do flamingo nos traz críticas e reflexões acerca de diversos assuntos, com um foco para o empoderamento feminino demonstrado por mulheres fortes e com personalidades também fortes; a crítica aos governantes e às diferenças entre etnias - que também é bastante evidenciada.

Eu, particularmente, adorei o livro e amei o peso emocional que ele me trouxe, com algumas reflexões maravilhosas? Nota 5/5 estrelas. Obrigada por essa história cheia de vai e vens com personagens tão completos, Mia Couto. Esperando o voo do próximo flamingo!
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OCautum 23/10/2021

Um livro bom e estranho. Talvez seja bom por ser estranho. Faz alguma tempo que acabei e sinto que ainda não consegui entender tudo sobre ele. A leitura foi bem tranquila e divertida, é uma boa porta de entrada para a literatura moçambicana ou, pelo menos, para o mundo de Mia Couto.
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plucas2003 10/10/2022

Divertido e profundo
Os personagens são engraçados e bem complexos... Eu amei que o livro passa uma realidade que nós brasileiros já superamos há mais de um século mas ainda sofremos com os resquícios da colonização, nos fazendo refletir sobre quando nós vamos deixar pra trás essa bagagem de preconceito?
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Claudio 02/03/2017

Tanta coisa é dita nas entrelinhas
"Porque nos ensinaram essa merda de sermos humanos? Seria melhor sermos bichos, tudo instinto. Podermos violar, morder, matar. Sem culpa, sem juízo, sem perdão. A desgraça é esta: só uns poucos aprenderam a lição da humanidade"

O que dizer sobre esse livro?! O que dizer do Mia Couto?! A premissa é sensacional: em uma cidade fictícia de Moçambique, logo após o fim da guerra civil, soldados da ONU, responsáveis por manter a "paz", explodem inexplicavelmente. Um emissário italiano vai investigar e se depara com todas as peculiaridades do caso, da cultura moçambicana, do ressentimento de um povo colonizado e da corrupção dos governantes.

O narrador é o tradutor do emissário, um indivíduo imerso no ambiente local e que precisa traduzir (não as palavras) tudo isso para o italiano.

Tanta coisa é dita nas entrelinhas deste texto, o autor personaliza toda situação politico-social da africa em seus personages e, ao mesmo tempo, sabemos pouca coisa sobre os mistérios que estão a acontecer.

Não vou dizer que amei o livro, confesso que me perdi algumas vezes na "viagem" do autor, mas o jeito de escrever do Mia Couto é apaixonante (sério, leia uma página aleatória de algum livro dele, você vai entender), todos os aspectos apresentados da cultura moçambicana são muito curiosos e há passagens que são apaixonantes. Fora o final de um simbolismo poético dos mais lindos.
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Sara Sousa 12/04/2020

O pássaro da esperança...
O livro retrata a vida em uma vila moçambicana, Tinzagara. Está acontecendo uma guerra e pôde-se perceber a dificuldade dos personagens em aceitá-la. Cada um tem uma dificuldade diferente em relação a suas crenças.
Representante da ONU, Massimo Risi, vai para a vila investigar acontecimentos recorrentes com soldados estrangeiros.
Porém, ele não entende os significados do povo moçambicano. Logo, ele precisa de um tradutor, que o trata como amigo.
O desenrolar do livro foca em cada personagem e suas histórias, todas convergindo para um bem comum da vila. A esperança é retratada por histórias de flamingos, contadas pela família do tradutor.
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Eduardo.Silva 19/03/2018

O mítico e o poético
O estilo literário de Mia Couto é inconfundível. O binômio mito e poesia está presente em sua escrita e nos encanta, indo além da prosa poética na medida em que imiscui as tradições, cultura, ancestralidade africanas à sua escrita.
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uyara 27/06/2009

poesia pura
Foi minha primeira viagem ao mundo de Mia Couto, mas fiquei realmente surpresa e maravilhada com sua facilidade de misturar política e poesia em um mesmo texto. Sua escrita é leve e sua poética primorosa. Adorei!
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Paulo Sousa 22/03/2022

Leituras de 2022

O último voo do flamingo [2000]
Mia Couto (?? ,1955)
Companhia das Letras, 2016, 256p

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?No meio da noite, em plena tempestade, quando se perde noção da terra, é a presença e a voz dos flamingos que orienta os pescadores perdidos? (Posição Kindle 1426/57%).
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?Face à neblina, nessa espera, me perguntei se a viagem em que tinha embarcado meu pai não teria sido o último voo do flamingo. Ainda assim, me deixei quieto, sentado. Na espera de um outro tempo. Até que escutei a canção de minha mãe, essa que ela entoava para que os flamingos empurrassem o sol do outro lado do mundo? (Posição Kindle 2365/95%).
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Meu primeiro contato com a escrita do moçambicano Mia Couto foi em 2016, quando li ?Jesusalém? (no Brasil, o título ficou como sendo ?Antes de nascer o mundo?). Já deu, naquela experiência, para perceber que Mia Couto se utiliza de neologismos que, misturados aos dizeres locais num português mais europeu para contar suas histórias, tem muito de fábula.
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Em ?O último voo do flamingo? não é diferente: aquele eterno tom de fábula, mesmo que a história pareça pilheiresca ou mergulhe no suspense, você é atropelado pelo eterno tom de fábula, tanta que é difícil separar o que é sério do que é humor ou crítica.
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Logo no início do romance, um acontecimento aparentemente trágico prende logo o leitor: num país africano fictício, soldados da ONU explodem-se, assim, sem mais nem menos, fato que não só chama a atenção dos moradores locais como também de prepostos externos. Para entender o estranho fenômeno, é convocado um especialista da ONU, o italiano Massimo Risi, que tem a missão de estudar e documentar os eventos extraordinários, para no final remeter o relatório a seus superiores.
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Bueno.
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A partir daí, Couto vai desenvolvendo uma narrativa que mistura assuntos políticos (o chefe de Estado que tenta impedir a intromissão europeia em seus domínios), magia, cultura local, poesia e provérbios populares.
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Os personagens também seguem a mesma linha, o narrador e designado tradutor local, que acompanha Massimo em sua missão, entre curandeiros, mortos que ainda convivem com vivos e uma infinidade de feitiços que acometem mulheres e homens, deixando-os velhos, ?explodíveis ?? Vamos caminhando para o final para, ora bolas, entender o porquê das explosões. É quando, a meu ver, o livro vai perdendo vigor, estofo, fica demasiado lento e até, em algumas partes, repetitivo e macilento.
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Me recordo vivamente que Jesusalém me cansou na leitura. O último voo do flamingo, apesar de ser bem mais leve, até mesmo mais liricamente bonito, não chegou a me impressionar tanto quanto gostaria, afinal é um título que venho tentando ler desde bom par de anos. Não que o livro seja ruim, repito. Mas, diferente do realismo fantástico de Gabriel Garcia Márquez, aquela perfeita enxurrada de palavras, de adjetivos milimetricamente bem construídos que impressiona sempre, a escrita fabular de Mia Couto, até o momento, deixa a desejar.
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gi leite 13/04/2021

O realismo fantástico
Mia Couto nesse livro traz metáforas e uma liricidade linda pra temas como a morte e o imperialismo presente nos países subdesenvolvidos. A história por vezes nos deixa confusos e embaralhados, mas com o decorrer do tempo as metáforas passam a fazer sentido e tomarem um significado lindo. Além de tudo, o mistério em relação ao desaparecimento dos homens é extremamente bem trabalhado e causa um suspense e aflição.
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Manuela do Prado 05/02/2021

'As guerras são como as estações do ano: ficam suspensas, a amadurecer no ódio da gente miúda''
Lançado no inicio dos anos 2000, esse livro nos transporta a uma narrativa que se passa em Tizangara: um vilarejo fictício africado que tem sido abrigo de acontecimentos, no mínimo, incomuns. Soldados das Nações Unidas, residentes no local, simplesmente começam a explodir (literalmente) e, assim, é dada a voz aos primeiros fragmentos do mistério que se desenrola.

A fim de se averiguar os motivos das mortes, um emissário italiano é enviado à comunidade e, entre os relatos dos moradores e o conflito crescente em suas mais intimas convicções, o detetive estrangeiro logo se vê entremeado na cultura, mitologias e vivências do povo moçambicano.

Mia Couto nos revela, sob um olhar amparado no realismo mágico, os impactos da corrupção humana, os vieses e eventos irreparáveis da colonização, da desumanização e, sobretudo, da ganância. Como conterrâneo, o escritor faz uma abordagem histórica do seu lugar de origem, dando ao vilarejo, apesar do seu caráter fictício, detalhes que nos transportam ao lugar.

Este livro nos leva a tristes reflexões sobre o mundo que vivemos, as realidades das injustiças, e o universo infinito de tantos com tão pouco a que temos que enfrentar diariamente, mas, o texto, que é escrito como uma espécie de dança, nos conversa de um jeito muito poético e leve. O mistério é resolvido? Quiçá!

site: @viveprale
Krishna.Nunes 05/02/2021minha estante
Não entendi, fez uma boa resenha mas deu nota 2.


Manuela do Prado 06/02/2021minha estante
Oi, Krishna. O livro de fato me conduziu a todas essas perspectivas e reflexões; as criticas que Mia faz a todo esse "cenário de guerra" é, de fato, única, mas minha nota se vale mais da minha experiência da leitura, que não foi tão "mágica/ envolvente", que do texto da obra em si. Obrigada pela leitura da resenha/ comentário. Abraço




Ivna 24/05/2014

O último voo do flamingo - um bom livro para se ler.
Numa mistura de real e imaginário, Mia Couto é brilhante ao unir a realidade desastrosa do pós guerra com uma certa medida de metáfora. Alguns críticos costumam classificar O último voo do Flamingo como "realismo mágico", e isso faz muito sentido.
Particularmente, eu não achei um livro muito fácil de entender, pelo uso dos dialetos locais e pelo conteúdo metafórico. Muito embora, a narrativa seja muito simples, corriqueira, e de certo modo até cômica.
Mesmo com toda descontração da obra, Mia Couto explana muito bem a realidade de Moçambique no contexto do pós-guerra. Um país desolado pela colonização europeia, e pela ganância e autoritarismo dos próprios conterrâneos.
A narrativa circunda em torno das misteriosas explosões dos soldados da ONU, que sem razão aparente deixam pra trás apenas o órgão genital. A história se segue com o depoimento dos moradores de Tinzangara, que enriquece ainda mais a narrativa.
É um livro para vida, visto a riqueza das reflexões de Mia Couto sobre o cenário da narrativa.

Recomendo! Vale muito a leitura!
Lucas 03/01/2020minha estante
Excelente resenha. Estou no início da leitura e nos primeiros 2 capítulos achei muito legal. Me veio a mente a comparação com O auto da compadecida.




Gabi 06/03/2022

Fim do mundo
Esse livro me surpreendeu bastante. Ao longo da leitura, tive diferentes impressões sobre a escrita: às vezes era cômica, outras vezes poética e mística, e em diversos momentos bastante crítica política e socialmente.
Como em outros trabalhos de Mia Couto, o misticismo africano está no cerne da estória, uma crítica contundente ao colonialismo que se perpetua na sociedade mesmo quando um país é oficialmente soberano.
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