O último voo do flamingo

O último voo do flamingo Mia Couto




Resenhas - O Último Voo do Flamingo


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Michele 06/12/2021

Mia Couto em seu melhor estilo
Mais uma vez Mia Couto usando com maestria o seu poder de tocar a alma do leitor com suas palavras. É tudo tão intenso e sutil ao mesmo tempo que não nos resta muito a não ser reconhecer a sua grandiosidade.
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Sira Borges 28/11/2021

O último voo do flamingo
Soldado que explode, homem sem osso, terra que some... E uma história cheia de metáforas, uma linguagem deliciosa... Conheci um pouco de Moçambique, pelo olho de Mia Couto! Amei!
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OCautum 23/10/2021

Um livro bom e estranho. Talvez seja bom por ser estranho. Faz alguma tempo que acabei e sinto que ainda não consegui entender tudo sobre ele. A leitura foi bem tranquila e divertida, é uma boa porta de entrada para a literatura moçambicana ou, pelo menos, para o mundo de Mia Couto.
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Joao.Hippert 06/05/2021

- Sabe o que dizia sua mãe? Que o melhor lugar para se chorar era a varanda.
E tinha sentido: a varanda. À frente estava o mundo e seus infinitos; atrás estava a casa, o primeiro abrigo.



O Último Voo do Flamingo é, em essência, um romance fantástico que assume seu lirismo desde o início. Essa abordagem de Mia Couto enriquece o texto não apenas no sentido formal, mas também conecta o leitor com o próprio universo concebido pelo autor. Uma Moçambique recém-independente que continua sofrendo com governantes corruptos e sem moralidade ao mesmo tempo em que convive com um povo sofrido, mas absolutamente apaixonado pela terra e por suas tradições.

É bem incrível o modo como Mia Couto estabelece o fantástico aqui: tudo parece valorizar ainda mais o misticismo desse povo africano. É um livro que tem uma trama central até simples (uma investigação a respeito de soldados da ONU que estão sendo explodidos), mas que se fortalece pela sutileza das passagens e pela construção dos personagens.

Para além da crítica à corrupção, gosto também como o livro se posiciona quanto à interferência de países estrangeiros em Moçambique. Na verdade, o livro desconstrói essa ideia vaga de que a ONU defenderia os ?direitos humanos?, quando, muitas vezes, pode apenas servir como um órgão que reitera as desigualdades históricas entre países.

Enfim, é um livro que agrada pela escrita, pelos personagens, pelo contexto, pelas críticas e pelo lirismo. Um prato cheio.
Salete.Saraiva 28/10/2021minha estante
João, adorei sua resenha.
Indicarei a leitura deste livro numa revista eletrônica do órgão em que trabalho.
Então, me pediram uma resenha. Eu faria a minha resenha, mas, acho que não atinfiria o nível da sua resenha.
Posso publicar a sua resenha, com as devidas citações, tudo direitinho?
Aguardarei sua resposta.
Obrigada!
Salete Saraiva
Face: mariada2008@hotmail.com




gi leite 13/04/2021

O realismo fantástico
Mia Couto nesse livro traz metáforas e uma liricidade linda pra temas como a morte e o imperialismo presente nos países subdesenvolvidos. A história por vezes nos deixa confusos e embaralhados, mas com o decorrer do tempo as metáforas passam a fazer sentido e tomarem um significado lindo. Além de tudo, o mistério em relação ao desaparecimento dos homens é extremamente bem trabalhado e causa um suspense e aflição.
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Krishna.Nunes 20/03/2021

O tempo aqui é de sobrevivências
Em 1964, a Frente de Libertação de Moçambique entrou em guerra contra as forças armadas de Portugal pela independência do país. Depois de anos de batalhas, Moçambique conseguiu sua libertação, em 1975. Nesse ponto, a nação estava devastada e economicamente arrasada. Com a conquista da independência, a Frente tentou implantar melhorias na saúde, educação, agricultura e outras áreas, mas os planos não surtiram efeito. A crise acabou por deflagrar uma guerra civil que durou mais 16 anos e matou 16 milhões de pessoas. É um ano depois desse conflito que se passa o romance.

No vilarejo fictício de Tizangara, os soldados pacificadores da ONU começam a explodir espontaneamente e sem explicação, e tudo o que resta de seus corpos pulverizados é o pênis. Nesse ponto, Moçambique era uma nação prestes a explodir a qualquer momento. O longo período de conflitos deixou para trás tanto minas terrestres quanto minas metafóricas, que representavam os conflito sociopolíticos e todas as dificuldades da população. Numa nação em busca de descobrir sua própria identidade, a explosão dos estrangeiros seria uma espécie de vingança daquela terra.

Ninguém poderia definir melhor do que o próprio autor:

"O último voo do flamingo fala de uma perversa fabricação de ausência - a falta de uma terra toda inteira, um imenso rapto de esperança praticado pela ganância dos poderosos. O avanço desses comedores de nações obriga-nos a nós, escritores, a um crescente empenho moral. Contra a indecência dos que enriquecem à custa de tudo e de todos, contra os que têm as mãos manchadas de sangue, contra a mentira, o crime e o medo, contra tudo isso se deve erguer a palavra dos escritores. [...] É uma resposta pouca perante os fazedores de guerra e construtores de miséria. Mas é aquela que sei e posso, aquela em que apostei a minha vida e o meu tempo de viver."

A língua portuguesa é usada de maneira peculiar, cheia de palavras inventadas, e algumas que existem mas são tomadas de empréstimo, ganhando outros significados. Isso simula, segundo Mia Couto, a maneira como os próprios moçambicanos encaram o português, que para a maioria da população é a segunda língua.

Esta obra mescla fantasia e realidade num cenário em que mulheres representam a história do país através do sobrenatural, dos mitos e das tradições locais. É um brado contra o colonialismo, a guerra, a corrupção e o abuso de poder, mas ao mesmo tempo uma ode à crença, à espiritualidade, e especialmente à solidão. Tem sabedoria distribuída a conta-gotas através dos aforismos e provérbios inventados que abrem cada capítulo e um final bonito e comovente.

Um livro sobre a manutenção de uma ordem disfarçada de paz. Ordem que permite aos europeus continuarem sendo os patrões e prova que antigos colonizados podem ser governados.
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Beatriz 07/03/2021

Não é uma leitura que prende, mas traz um tema super importante a ser debatido. Foi bom ter uma percepção diferente sobre as questões tratadas.
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Manuela do Prado 05/02/2021

'As guerras são como as estações do ano: ficam suspensas, a amadurecer no ódio da gente miúda''
Lançado no inicio dos anos 2000, esse livro nos transporta a uma narrativa que se passa em Tizangara: um vilarejo fictício africado que tem sido abrigo de acontecimentos, no mínimo, incomuns. Soldados das Nações Unidas, residentes no local, simplesmente começam a explodir (literalmente) e, assim, é dada a voz aos primeiros fragmentos do mistério que se desenrola.

A fim de se averiguar os motivos das mortes, um emissário italiano é enviado à comunidade e, entre os relatos dos moradores e o conflito crescente em suas mais intimas convicções, o detetive estrangeiro logo se vê entremeado na cultura, mitologias e vivências do povo moçambicano.

Mia Couto nos revela, sob um olhar amparado no realismo mágico, os impactos da corrupção humana, os vieses e eventos irreparáveis da colonização, da desumanização e, sobretudo, da ganância. Como conterrâneo, o escritor faz uma abordagem histórica do seu lugar de origem, dando ao vilarejo, apesar do seu caráter fictício, detalhes que nos transportam ao lugar.

Este livro nos leva a tristes reflexões sobre o mundo que vivemos, as realidades das injustiças, e o universo infinito de tantos com tão pouco a que temos que enfrentar diariamente, mas, o texto, que é escrito como uma espécie de dança, nos conversa de um jeito muito poético e leve. O mistério é resolvido? Quiçá!

site: @viveprale
Krishna.Nunes 05/02/2021minha estante
Não entendi, fez uma boa resenha mas deu nota 2.


Manuela do Prado 06/02/2021minha estante
Oi, Krishna. O livro de fato me conduziu a todas essas perspectivas e reflexões; as criticas que Mia faz a todo esse "cenário de guerra" é, de fato, única, mas minha nota se vale mais da minha experiência da leitura, que não foi tão "mágica/ envolvente", que do texto da obra em si. Obrigada pela leitura da resenha/ comentário. Abraço




AleixoItalo 16/09/2020

No magistral Omeros de Derek Walcott, o assunto abordado é a ausência de uma identidade nacional, a falta de raízes que deixa o povo a deriva. Algo similar ocorre na obra de Mia Couto, mas a identidade nacional ancestral foi roubada, as raízes ainda estão lá mas a árvore foi cortada.

Em Tizangara, um vilarejo fictício no coração da África soldados das Nações Unidas começam a explodir misteriosamente. A trama conta a história de um emissário italiano enviado para investigar o caso e que acaba mergulhando na política e vida cotidiana local. O realismo mágico foi concebido como uma resposta ao fantástico europeu para mostrar a estranheza com que os Europeus viam a América Latina e é exatamente essa estranheza para com o diferente que vai nortear a jornada do enviado em Moçambique.

Gosto de ver a obra de Couto como um realismo mágico que dialoga com os de Gabriel Garcia Márquez e Juan Rulfo, mas com um estilo próprio da África (animista). Personagens, crenças e meandros da história se mesclam num insólito onde o mundo dos sonhos, dos mortos e a natureza andam de mãos dadas e tanto os animais, as plantas quanto os espíritos são pilares fundamentais da trama.

Um aspecto poderoso da obra de Couto é a violência (aqui os ecos de Pedro Páramo se fazem presentes), é a história de Moçambique que passou pela colonização, a luta pela independência e uma guerra civil sanguinolenta, é a história da África. As explosões absurdas são tão misteriosas quanto a localização das milhares de minas terrestres espalhadas pelo território até hoje.

Os personagens são um povo que teve sua história roubada, que se apegam a um passado que lhes foi tomado a força. A desilusão com o mundo, desapego com a realidade e o amortecimento psicológico perante à violência, criam um cenário isolado no meio das savanas, uma cidadezinha onde o tempo esqueceu de passar (ou se cansou) e os "caminhos para longe dali" surgem como uma esperança insubstancial.

Uma obra prima, de um dos maiores escritores da história da África, uma obra pesada e reflexiva sobre a violência, ganância e destruição da natureza!
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Sandro 13/09/2020

Resolvi ler quase exclusivamente por pressão. Tinha lido A Confissão da Leoa e achado bem fraco. Mas em O Último Vôo do Flamingo me surpreendi positivamente. Ri a beça em toda a primeira metade do livro. Na segunda metade o clima do livro fica assustador, e só então realmente entendi o tema que o autor estava abordando. Terminei a leitura numa sensação de falta de esperança para a África como um todo, e inevitavelmente, também, com o futuro do Brasil. Definitivamente, faz pensar.
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Fabiana 23/08/2020

Frases fortes
Mia Couto e aquela vontade de: Ops! Preciso ler tudo outra vez! Muita coisa para absorver!
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Paulo Victor 09/07/2020

O Último Voo do Flamingo de Mia Couto é um livro bastante interessante. Além de narrar uma ótima história, o livro apresenta as variações linguísticas da língua portuguesa moçambicana. Foi muito legal poder ler este livro e fazer comparações das literaturas de língua portuguesa.
O livro ganhou um filme no ano de 2010, o que vale a pena conferir também.
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Adonai 21/05/2020

Esperando o flamingo retornar
Esse por enquanto é um dos melhores livros que li em 2020. Mesmo não gostando muito de realismos fantásticos, o escritor soube dosar tão bem e fazer uma obra super crítica, certeira, cômica na medida e com leveza.

Soldados da ONU começam a explodir em uma cidade de Moçambique e o que resta é apenas o órgão sexual. Os moradores da região possuem suas crenças dos fatos observados, porém um italiano é convocado para descobrir uma "verdade".

É um livro muito surpreendente, com várias mulheres fortes, sábias e empoderadas, são inclusive um dos pontos altos do livro. Uma personagem específica, a prostituta Ana, tornou-se minha favorita assim que apareceu e sempre rouba as páginas quando ressurge.

Mia Couto soube colocar História e resquícios de uma guerra civil e a falta de cuidado de outros países, os quais fecham os olhos e só os abrem novamente quando algo de interesse é visto. É realmente um livro maravilhoso!
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