Thyeri 01/03/2012www.restaurantedamente.comDepois de passarmos um dia ouvindo as histórias de Kvothe, temos que voltar para nossos lugares na taberna Marco do Percurso. Novamente lhes ofereço uma bebida e uma boa mesa para desfrutarem deste segundo dia das Crônicas do Matador do Rei, onde Kvothe está nos contando o que está por trás das histórias que carregam seu nome.
Peço que se acomodem e, novamente, apreciem a voz e a história de nosso herói.
A música parece ser a mesma, mas não se engane, pois sua melodia e letra estão ainda mais profundas. Na Universidade, Kvothe se dá conta dos seus amigos ao redor, e mesmo não conseguindo falar com eles toda sua história, ele passa a se sentir mais a vontade e se espanta com este sentimento. Sua briga com Ambrose se intensifica, e graças a isso, por incrível que possa parecer, nos proporciona, a nós que estamos ouvindo sua música, momentos de puro divertimento, e um toque de aflição. É nesse momento que Kvothe mais vai perceber o quanto seus amigos são seus amigos.
Elodin, o Nomeador-Mor, neste novo período letivo, passa a ensinar uma disciplina sobre nomeação, e Kvothe, por querer saber mais sobre como chamar o nome do vento, pede à Elodin, seu protetor por o ter promovido à Re'lar, que entre nesta disciplina. Assim, Kvothe fica ainda mais perto de Elodin e dos mistérios da nomeação.
Mas não é só da Universidade que essa música fala. Kvothe viaja até Severen, pois Treipe o indica ao Maer Alveron. Assim, Kvothe se vê ao lado do homem que é mais rico que o Rei de Vintas, e tem que aprender o jogo da alta sociedade para conseguir entrar nas graças do maer. É aqui que grande parte de nossa música ganha mais forma, com momentos rápidos e lentos, pois é aqui que nosso querido personagem reencontra Denna, sua amada, e se vê ainda mais envolvido com ela.
Bem, a partir deste ponto, você terá que ouvir a música sozinho, pois são muitos os fatos que acontecem com Kvothe, e contá-los aqui só estragaria seus momentos de prazer. O que posso lhes adiantar é que Kvothe chega ainda mais fundo em seus objetivos. Ele conhece seres Encantados, que até então não acreditava muito em sua existência, proporcionando uma grande mudança em sua vida; e recebe um duro treinamento com os ademrianos, aprendendo a filosofia lethani e aperfeiçoando sua ketan. Com isso, em Ademre, ele recebe seu nome, seu nome profundo, àquele que ele não pode dizer a ninguém, pois quem o souber terá o domínio sobre nosso herói.
Patrick Rothfuss mais uma vez conseguiu me surpreender ao escreve essa história. A forma com que ele narra é magistral, parece que ele brinca com as palavras, e sem percebermos estamos brincando junto com ele. O livro pode ser grande, assustador, as vezes, mas com certeza é uma leitura deliciosa, que nos faz entrar na vida de cada personagem. Ele conseguiu elevar ainda mais esse gênero literário, que é a fantasia.