Diário da queda

Diário da queda Michel Laub




Resenhas - Diário da Queda


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Marina Fülber 12/05/2024

Devo ser das poucas pessoas que ama as leituras obrigatórias do vestibular. Normalmente já pegam os livros meio a contragosto pela obrigatoriedade, mas eu vou com todo o prazer possível e ainda me surpreendo, por ser melhor do que eu imaginava.
O Diário da Queda é simplesmente maravilhoso. O narrador conta sobre a própria vida falando da vida do avô, do pai e do amigo João, e usa a história de todos esses pra compreender sua própria vida. É uma análise psicológica dele mesmo, é um retrato de como a vida dos outros influencia na nossa, de como, mesmo sem perceber, temos traumas dos traumas dos outros que têm traumas dos traumas dos outros, que afetam de uma forma sem tamanho nossa existência.
Os capítulos têm nomes de "coisas que sei sobre meu avô", "coisas que sei sobre meu pai" e "coisas que sei sobre mim", mas, no fim, o livro todo é sobre ele próprio. O processo é incrível. A escrita é incrível. Sem linearidade, separada por parágrafos numerados, pulando da vida de um pra outro, de um acontecimento pro outro, ele nos leva a cada trecho construindo os motivos de ele ser hoje, aos 40 anos, com dois casamentos frustrados e tentando um terceiro, do jeito que é.
Eu não consigo ser muito objetiva quando falo sobre algo que me encantei tanto como esse livro. Ele mexeu comigo. Mexeu comigo porque o livro todo mexe com o personagem, o livro todo fala de traumas, de vivências, de acontecimentos fortes e marcantes da vida dos quatro, mas que foram, acima de tudo, marcantes pro narrador. Também me fez pensar sobre o quanto de mim é mesmo meu, e não algo proveniente dos acontecimentos com meus pais, com as pessoas ao meu redor, com meus antepassados que sequer conheci.
É o diário da queda de João no aniversário, da queda do avô no suicídio, da queda do pai no alzheimer, da queda do narrador no alcoolismo. Cada um, na sua queda, caindo mais fundo, por estar caindo, além de sua queda, a queda que o outro não sentiu.
Não sei me explicar. Apenas leiam. Vale a pena demais. Que, aliás, não é pena nenhuma.

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Aurélio prof Literatura 26/07/2019minha estante
Muito boa a análise, é isso mesmo. Parabéns!! Depois veja a resenha que fiz.




alinevianadp 16/01/2024

Reflexões diversas sobre causas e consequências dos comportamentos humanos
Fiz a meta de ler bastante em 2024, e estou tentando variar o tipo de leitura que faço, de modo que eu não leia dois livros seguidos com o mesmo estilo de escrita. Minha quarta leitura do ano foi "Diário da Queda", do escritor brasileiro Michel Laub. Um livro pesaaaado, bem diferente dos que eu tinha lido até agora, que traz um relato um tanto quanto desiludido escrito em primeira pessoa. A sensação que temos é a de estarmos lendo pensamentos despejados no papel (a escrita é rápida, com frases longas, ideias entremeadas e sem respeito a uma linearidade cronológica). O livro, que tem uma estrutura peculiar, em que cada parágrafo é numerado, traz os relatos do narrador sobre aspectos da vida de seu avô, um sobrevivente de Auschwitz, e de como as experiências vividas por ele afetaram a vida de seu pai e, consequentemente, a sua vida. São trazidos à tona, também, trechos das memórias redigidas pelo avô e pelo pai. O elo entre as três gerações se revela de diversas formas e provoca inúmeras reflexões sobre causas e consequências dos comportamentos humanos.
Giovana.kuns 16/01/2024minha estante
Acho que diário da queda foi um dos únicos livros que tive de ler na escola que realmente me ensinaram algo




Maltos 27/11/2023

Quebrou minhas expectativas
Quando assisti ao filme O Pianista, fiquei muito interessado em saber mais sobre os judeus que foram torturados na Alemanha Nazista. Minha namorada comentou sobre esse livro que leu para o vestibular e falava sobre o avô que sobreviveu do campo de concentração em Auschwitz e veio para o Brasil.

Muito empolgado para saber mais sobre esse acontecimento, comecei o livro e devorei os primeiros 40% da história, até que senti falta da história do vô sobrevivente. A partir desse ponto o livro começou a ficar arrastado para mim.

O autor repetia muitos fatos de sua vida, muitas palavras e pouco falava sobre o que eu estava esperando.

Assim, o livro acabou me "decepcionando" pela expectativa que criei na história. No mais, achei um livro bom.
Bruna.Pompeu 03/12/2023minha estante
Coisa séria...




Biblioteca Álvaro Guerra 25/09/2023

Numa prosa que oscila entre violência, lirismo e ironia, com pausas para uma neutralidade quase documental na descrição de cheiros, gostos, sons, fatos e sentimentos, Diário da Queda - livro selecionado pela Bolsa Funarte de Criação Literária - é uma viagem inusitada pela memória de um homem no momento em que ele precisa fazer a escolha que mudará sua vida.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535918175
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Gabi 24/09/2023

É um livro sobre Auschwitz, que não é sobre Auschwitz, diferente de tudo que eu já li a respeito, porque foca mais nas consequências e nos impactos às futuras gerações do que nos acontecimentos em campo.

É livro de memórias. Memórias de um avô, de um pai e de um filho. O livro tem muitas nuances, mas, apesar de tantos temas retratados na narrativa, aquele que me chamou mais atenção foi "paternidade". Para mim, é um livro sobre paternidade. Foi impactante ler tantos traumas sobre relacionamento com o pai e perceber o quanto é preciso "quebrar o ciclo".

Sobre a escrita, os parágrafos enumerados guiam a leitura e tornam menos complicado ler falas não sinalizadas. Com algumas páginas lidas você já se acostuma e entende a narrativa. Também há muitas idas e vindas das três memórias que se entrelaçam, além dos trechos repetitivos, que vira e mexe ressurgem, principalmente quando o final do livro se aproxima.
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Romulo 03/09/2023

Muito bom
Livro excelente, uma história legal de como somos influenciados pelos nosso pais e como influenciamos nossos filhos!
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Cristian Monteiro 25/08/2023

O início é um pouco cansativo, mas a medida que o livro evolui ele vai ganhando densidade e se torna quase impossível abandonar esse relato, em tom confessional, sobre como os traumas e as dores de cada indivíduo afeta tudo ao redor.
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izzystorm 13/05/2023

Resenha #6 - 2023
Sinto que essa leitura foi muito íntima, muito pessoal. O autor de maneira alguma subestima a capacidade de interpretação do leitor, inclusive a superestima; trazendo subtextos, metáforas e analogias para mim bem complexas e subjetivas.

Trata de maneira bem autêntica a relação entre as três gerações de uma família mostrando a partir da escrita e da organização da história pelo que entendi muito dessa integração. O protagonista não podia falar de si, sem contar sobre seu avô ou sobre seu pai.

Ao mesmo tempo, traz a sua narrativa os mais diversas ramificações dos assuntos tratados. Contudo destaco, o cuidado e a veracidade com que trabalha a culpa e o trauma dos personagens; tornando muito palpável, sinestésica e contundente a experiência de cada um dos três e como isso afetou eles entre si.

Uma parte que particularmente me puxou muito para essa história é a doença do pai do protagonista. Muito bem retratada, dimensionou muitos sentimentos que não conseguia verbalizar; trouxe também o dimensionamento da memória e essa urgência e apego que qualquer pessoa que tem alguém com alzheimer na família sente sobre sua história e a história da pessoa de sua família que logo não saberá ou se lembrará de quase nada.

A escrita do autor evidência essa necessidade, esse apego ao que lembra, ao que foi sentido, construído de significado. A enumeração fria entra em contraste com fatos importantes, recordações e sensações avassaladoras.

Recentemente, tenho me visto em busca de significados. Nessa busca tenho me apegado às coisas dos meus avós, objetos, fotos, roupas, hobbies e lugares que para eles tem significado e os acompanharam boa parte da vida. Essa necessidade, de alguma maneira, foi muito bem acolhida por essa leitura.

Recomendo o livro muitíssimo.
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dudubelleboni 06/05/2023

Vai que vai
O livro começa meio desgastante e chato, mas depois que você se acostumar com a estética das listas vai ser até mais dinâmico. Mas o ponto ápice é o final, sobre o qual não falarei nada.
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ingrid968 28/04/2023

Profundo
Ainda tô tentando absorver e interpretar a leitura. Acho que as conclusões gerais que tiro nesse primeiro momento são:

? como tem fatos na vida de uma pessoa que marcam de um jeito tão profundo que impacta totalmente a sua formação como ser humano, e como isso transcende a pessoa e impacta seu filho/filha e as gerações seguintes.

? como o afeto (e a falta de) muda a vida de uma pessoa.

Achei legal como o narrador ressignifica os aprendizados sentimentais que teve com as escritas de seu pai e avô, pra deixar uma narrativa com uma outra perspectiva (com mais detalhes e afeto) de lembrança.

Lição de casa pós-leitura: entender o que seria a inviabilidade da experiência humana
? Atualização: a inviabilidade do contato das gerações diante do tempo, ou seja, a dificuldade dentro das famílias de se relacionar e de conseguir quebrar o que marca todas as suas gerações. A memória e o silenciamendo entre gerações.
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Manuela.Bochi 18/04/2023

No começo achei bem enrolado, difícil de interpretar. Como o livro inteiro é dividido em parágrafos (não é um texto corrido), achei mais complicado de entender sobre o que e quando o personagem estava falando. A história é um mix de acontecimentos e traumas de três gerações, Auschwitz, alcoolismo, agressões... Amei o final, onde tudo fez sentido. Único ponto negativo do livro é não aparecer o nome de ninguém, apenas do João. Então o narrador da história "não tem nome", nem seu pai e seu avô.
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Maria.Clara 13/04/2023

Diário da Queda
Três gerações afetas por um único acontecimento: Auschwitz e o que significa ser um sobrevivente de Auschwitz. Avô, pai e filho, todos afetados por isso. Um ato de violência que repercutiu gerações, o ódio que repercutiu por essas gerações. No livro, acompanhamos um garoto judeu, filho de um homem judeu e neto de um judeu que sobreviveu a Auschwitz.
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Marco.A.Antunes 15/12/2022

Diário da queda, da inconformidade e do recomeço.
Essa obra é talvez tão repleta de sensibilidade quanto de reflexões. Não me lembro de outra leitura em que o cuidado com a dor e o ressentimento e o trauma fossem tão evidentes. Pensar agora sobre João, a queda, o trauma familiar e a tentativa incessante de se desvencilhar do desespero, que tão inevitavelmente se enraiza nessas pessoas a partir de algum momento decisivo causa algum tipo de nostalgia, uma catarse profunda e sincera.

O livro trata da violência, do trauma e de tudo aquilo que acaba formando um indivíduo de forma sempre inexplicável. Sobretudo, fala como a dor acompanha as pessoas por toda a vida e as desampara nos momentos de maior fragilidade e urgência, mas também como o compromisso de responder a esse sofrimento é tudo o que pode justificá-lo no coração humano e é o que de fato determina quem realmente somos. As dores mais profundas que vivemos, ainda que nos direcionem, não nos perdoam por nossos erros e por quem escolhemos ser, e essa talvez seja a responsabilidade de se tomar a vida com a coragem que ela demanda de nós.

Confesso que a única razão de não me maravilhar perfeitamente com essa obra seja uma questão de linguagem, talvez gosto pessoal. Os períodos muito longos, ocupando páginas inteiras, o modo de se expressar do autor que não tão diretamente dialogou com a minha sensibilidade. Nem por isso deixo de ser grato pela oportunidade de me debruçar sobre esse livro, que é um poço de delicadeza e diligência em tratar do desesperador e do inexplicável. O autor se dispõe a fazer uma contemplação sem fim de assuntos sem peso mensurável, e o conquista magistralmente.

Esse é um dos livros que só se precisa ler uma vez, e nunca mais ser o mesmo.
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luiza longhi 27/11/2022

mds que leitura foi essa?! eu não esperava nada e ainda estou meio incerta dessa nota mas com ctz é um livro que valeu muito a pena. É um livro muito verdadeiro, que te traz diferentes emoções e reflexões. O jeito de escrever do autor simplesmente me encantou, parece que você imerge na mente do narrador e na sua evolução de vida, dando só migalhas no início para ir revelando cada vez mais ao longo do livro. Muito bom!
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arthur966 21/11/2022

resta apenas um tipo de lembrança que vem e volta e pode ser uma prisão ainda pior do que aquela onde você esteve.
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