A sangue frio

A sangue frio Truman Capote




Resenhas - A Sangue Frio


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isa godoi 09/09/2023

True crime
Fui sem expectativas e sai com uma ótima experiência de leitura. A construção dos personagens desse crime horrível, desde a família Clutter, os assassinos até aos habitantes da cidade do interior, fazem esse livro ser irresistível, sem possibilidade de parar de ler, pois, a cada página virada, entramos mais no íntimo da atmosfera vivida pelas pessoas na ocasião do crime.
A forma como foi escrito, trazendo a tona o novo gênero do jornalismo literário, utilizando a objetividade dos fatos com os recursos literários, apresenta cenas vívidas e personagens reais interessantes (com passado, motivações, traumas, virtudes e erros), tornando o envolvimento do leitor com os fatos a peça chave da trama.
Margô 21/09/2023minha estante
Concordo com a sua valiosa análise...Pena que Truman entrou em parafuso após a escrita desta obra...queria mais livro do autor, bem nessa linha que ele se considerou o mentor!




Luísa Coquemala 24/01/2017

Hoje eu topei com uma resenha escrita no New York Times, em 1966, sobre A sangue frio. Que bom reencontrar brevemente com um dos meus livros preferidos. O final da resenha diz o seguinte: "At a time when the external happening has become largely meaningless and our reaction to it brutalized, when we shout “Jump” to the man on the ledge. Mr. Capote has restored dignity to the event. His book is also a grieving testament of faith in what used to be called the soul." Isso me fez lembrar um pouco o porquê de eu gostar dando desse livro, de pensar tanto nele ultimamente.
Li A sangue frio pela primeira vez em 2010, nas minhas férias de julho, por indicação e emprestado. Após o término do livro, passei os anos seguintes lendo coisas de Truman Capote e sobre Truman Capote. Achei muita coisa boa, mas poucas vezes encontrei algo da magnitude de A sangue frio (seja do próprio Capote, seja de qualquer outro autor).
Lembro também que o mês de julho de 2010, período da minha primeira leitura do livro, foi um mês de muitos sentimentos e descobertas. E também de sofrimento, muito sofrimento. Primeiramente, por conta da família Clutter. É indigesto ler sobre o assassinato da família, sobre o estado em que foram encontrados, sobre o namorado da jovem garota recebendo a notícia. É triste ler sobre o velório, sobre o sofrimento da cidade, sobre as luzes acesas e as portas trancadas diante do medo.
Mas, acredito eu, mais difícil ainda (e maior o aprendizado também) é ler sobre a figura inesquecível de Perry Edward Smith, um dos assassinos da família Clutter. Primeiro, você o odeia. Depois, lendo sua vida sofrida, sua infância de abusos, você se sente estranho porque passa a ter uma espécie de compaixão por ele. Finalmente, quase no fim do livro, você cai em lágrimas diante da confissão - pois agora você já sabe que não é só mais um assassino, um assassinato. É, como diz a resenha que eu acabei de ler, a restauração de uma dignidade.
E, talvez, seja por isso que o livro não saia da minha cabeça nesses tempos. Isso porque A sangue frio, um dos meus primeiros clássicos, uma das minhas maiores experiências, me ensinou duas lições.
A primeira delas tem a ver com empatia - aquela empatia que a literatura tem a capacidade despertar, de fornecer a quem lê. Truman Capote poderia ter escrito sobre os Clutter e pronto. Sobre como eles eram bons e foram assassinados de uma maneira horrível - mas, sobretudo, desastrada. Truman Capote nunca foi obrigado a escrever sobre Perry, com quem ele estranhamente simpatizou - e, dizia ele, era como, se criados em uma mesma casa, fosse o irmão que tivesse saído pela porta de trás, enquanto ele saía pela da frente.
Mas Truman Capote, apesar de jornalista, queria fazer também literatura (usou o termo "jornalismo literário") e, como bom autor que era, tinha a capacidade de despertar a compaixão. Portanto, Truman Capote foi além. Ele contou para nós o outro lado da história: a trajetória de Perry Smith. Ele mostrou o que ninguém queria ver, o que ninguém se dispõe a ver. Porque empatia, empatia de verdade, é seguir os dois caminhos: o óbvio, que dói muito, e o difícil que dói ainda mais. É sofrer pelos Clutter, mas igualmente se sentir penalizado por Perry. É ler duas atrocidades: o assassinato de uma família e também a destruição da vida de um jovem desde a sua infância.
E optar pela empatia é traçar esse difícil trajeto. É engolir a parte indigesta de tudo isso. É nem sempre ser compreendido por aqueles que, por mais que querem justiça, não conseguem, por algum motivo, entender a existência de dois lados - mesmo que um seja infinitamente mais complexo e menos imediato de se alcançar do que outro.
A empatia de verdade dói e me leva ao segundo ensinamento: a complexidade das coisas. Desde que li A sangue frio, eu nunca mais consegui ver o mundo em dois campos. Pra mim, o olhar maniqueísta para o mundo é ingênuo, superficial. As pessoas são mais complexas do que "bom" ou "mau", "culpado" e "inocente". Há histórias, há traumas, há problemas.
A sangue frio causa essa estranheza de perceber que, no mundo, não há só dois times e que escolher um lado pode ter boas intenções, mas pode ser também superficial. Afinal, se há os Clutter, há Perry - e Perry ser visto ou não pode ser mais uma questão social do que podem querer fazer parecer. E, talvez, por estar disposto a fazer uma grande obra, Truman Capote pode ter entendido que era necessário encarar esse lado difícil, dolorido e tortuoso que é a natureza humana. Só mostrando os dois lados é que a gente poderia chegar perto de sentir, de entender.
Afinal de contas, é isso que um bom livro faz: muda sua visão de mundo. Eu devo muito a esse livro e, por isso, eu amo muito esse livro. Se hoje, por trás do pano fácil da argumentação unilateral eu sinto que consigo, mesmo que pouco, enxergar uma complexidade, se tento enxergar o outro lado, é por causa desse livro. É por causa de julho de 2010. E por isso eu sou muito grata.

site: www.velhocriticismo.com
Fernando60 24/01/2017minha estante
Excelente texto, Luisa. Vou incluir o livro na minha lista de 2017.


Rodiney 24/01/2017minha estante
Depois dessa resenha excelente me deu vontade de conhecer a obra. Parabéns!


Luísa Coquemala 25/01/2017minha estante
Obrigada, gente. Espero que vocês gostem! :)


Lorena 07/03/2017minha estante
Muito boa essa resenha. Estou há um ano querendo ler e assim que terminar outro que estou lendo vou começar.




Salonni 22/05/2020

Um relato surpreendente.
A forma que o autor conta a história desse crime é majestoso. Um dos melhores livros que já li. A realidade é cruel. É o meu livro favorito.
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Marcelo.Alencar 23/12/2022

Relato jornalístico de um crime bárbaro
Um bom livro. Bem escrito porém não deu liga. Até a metade é muito bom. Trata-se história de um brutal latrocínio ocorrido nos EUA relatado por um grande escritor e jornalista. A trama descreve os pormenores da preparação do crime, das vítimas e da fuga dos assassinos.
Vale a leitura. O livro é muito bem escrito.
Talvez eu não simpatize com o tema. Os de Rubem Fonseca eu adorei.
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Bruna Sousa 08/04/2020

Capote além de Bonequinha de Luxo
Truman Capote era apenas o jornalista do The New Yorker, responsável por cobrir um crime ocorrido em uma pequena cidade no oeste do Estado do Kansas, quando resolveu ir mais a fundo nas investigações. Além da matéria ter saído melhor do que a encomenda, Capote acabou criando um gênero que hoje chamamos de Jornalismo Literário. Com requintes de crueldade e frieza, conhecemos A sangue Frio', que nos conta sobre o assassinato de uma tradicional família de Holcomb, os Clutters. O crime ocorreu em 1959 e foi, durante anos, tema dos principais jornais dos Estados Unidos que buscavam informações sobre o inesperado crime e sobre os responsáveis.
Os Clutters formavam uma família bastante conhecida em Holcomb, não havia nenhum acontecimento que desmerecesse a família, constituída por quatro membros: Herb e Bonnie, os pais; e Kenyon e Nancy, seus filhos. Em uma manhã de 1959 os quatro foram amordaçados e executados de forma cruel por dois criminosos – Perry e Dick - que viviam cometendo pequenos delitos por todo o país. O livro se inicia com os acontecimentos daquela manhã e prossegue até o dia da execução dos envolvidos no assassinato. Capote construiu, dentro de seis anos, uma brilhante e rica narrativa, com descrição do momento que os corpos são encontrados - acredito que o mais pesado da narrativa - até o perfil psicológico dos assassinos, obtidos com o psiquiatra responsável por emitir o parecer da saúde mental dos assassinos, o que nos mostra o quão doentios e frios eles eram. Porém o livro não é escrito só com base nos depoimentos e entrevistas, há também diálogos entre os personagens, onde o autor caprichou na imaginação, levando-nos a perceber que não era mais uma obra jornalística e tampouco uma ficção, sim algo híbrido. Não vejo a maestria de Capote apenas com os personagens principais, mas também com os coadjuvantes que participaram de toda a história, que somente alguém com um laço de envolvimento forte poderia detalhar tão bem. Há quem afirme que Capote manteve um relacionamento com o Perry Smith, um dos assassinos.
Simplesmente amei conhecer esse outro lado de Truman Capote, que até então para mim, era apenas o criador da personagem Holly Golightly - a Bonequinha de Luxo. Mas mesmo com tantos livros "intitulados" do gênero, se é que ele existe, acredito que somente Capote, foi capaz de escrever com essa singularidade, talvez por isso que esse livro continua sendo um clássico necessário a qualquer tipo de leitor atualmente.

Trechos:
“Meus conhecidos são muitos, meus amigos poucos; os que realmente me conhecem, são menos ainda.”
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“É fácil ignorar a chuva quando estamos de capa.”
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“Somos livres de fazer e dizer o que individualmente queremos, sempre que esta liberdade e ação não prejudiquem ao próximo.”
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site: Cinéfila Leitora: https://www.instagram.com/cinefilaleitora/
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Portustfs 29/12/2021

Bom, mas monótono!
O livro é legal, mas achei meio monótono, como se não precisasse ter tantas páginas! Focam muito na vida dos acusados!
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Luzimara.Santos 23/07/2021

Li por causa da faculdade, não sei se de outra forma chegaria até esse livro, e foi uma grata surpresa. Uma narrativa viciante, personagens muito bem construídos e uma história cheia de ação, que ainda por cima é uma história real. Eu amei e fiquei com gostinho de quero mais.
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Giann0 10/02/2020

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Um dos livros mais incríveis que já li.
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Sarah Nimer 12/04/2023

Uma obra de arte
Minha primeira experiência com um livro de não-ficção e com a escrita de Capote. É de fato uma obra de arte da escrita. Mostra os desdobramentos de um crime tão bárbaro e sem motivo nenhum aparentemente, mas que te prende de uma forma inexplicável. Me causou náuseas em vários momentos, mostra as facetas do ser humano que muitas vezes não gostaríamos de saber. Um livro com um tema tão pesado, mas com uma escrita tão delicada e respeitosa.

Entrou fácil para os melhores do ano.
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Luiz Carlos 09/10/2020

Muito bem escrito
Minha primeira incursão na obra do autor e posso dizer que foi uma tremenda viagem, a escrita fluida não cansa e os detalhes com os quais os personagens (digo, as pessoas que vivenciaram os fatos) são descritos colocam o leitor no local e na época em que os acontecimentos se passaram, realmente um obra espetacular de não-ficção que deveria figurar como modelo desse gênero literário.
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Carol Fogaça 13/03/2022

Eu lembro, que na faculdade os professores citavam sempre que possível o livro. O que me gerou interesse em conhecer a história é o autor ,um dos pontos principais é que a história é baseada em fator reais.
Super recomendo a leitura principalmente, para estudantes de jornalismo.
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Maia 30/07/2022

A narrativa de fatos amplamente conhecidos desde que ocorreram, a quase 63 anos atrás, o assassinato sem grandes motivações de uma família de sucesso e amada em um pequeno interior do Kansas,EUA. Mesmo assim este livro te captura do começo ao fim, pois embora os fatos sejam conhecidos a técnica narrativa é excepcional. A família Clutter assassinada em uma madrugada de um domingo, os corpos descobertos por uma amiga íntima, já que eles eram esperados pra uma carona pra igreja e não apareceram, os assassinos descobertos dias depois e condenados a forca, a execução da pena demorou 6 anos após o julgamento. O autor se aproximou muito dos assassinos a ponto de ser convidado por eles pra estar presente no momento, porém não suportando a cena terrível da forca.
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Fernando Campos Kanigoski 18/03/2021

Uma escrita fantástica e uma história com detalhes marcantes, ainda mais quando lembrava que esse caso de fato ocorreu! Não é uma leitura que traz leveza ao ler; mas sem dúvida é uma obra fantástica e que recomendaria muito.
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