Mare 11/08/2023
Uma não ficção com cara de ficção
Como jornalista, esse livro é uma leitura obrigatória, uma fez que é considerado a primeira obra do chamado ?New Journalism? ou jornalismo literário/romance de não ficção, que é quando se mistura a narrativa jornalística (factual) com elementos da literatura.. um estilo que me agrada e muuito.
Por isso, em alguns momentos foi difícil entender que tudo aquilo era real e não inventado.
Bom, dito isso vamos pra história.
Riquíssima em detalhes descritivos que ocupam pouco mais de 400 páginas dependendo da edição, Capote escreve com maestria todo esse caso e traz um ar (ao meu ver) mais humano para os assassinos, que apesar do crime grotesco que cometeram, te faz criar uma certa simpatia por eles.
É meio questionável toda a escrita ser feita apenas da memória de Truman, mas como a obra é aclamada por muitos pela precisão, é de se admirar a capacidade do autor de reter na memória tanta coisa.
Também é bem notória a inclinação do autor à ?personagem? Perry, se tem muito enfoque nele, em seu passado e pensamentos. Em um momento temos transcrições de cartas sobre ele que ocupam aproximadamente 40 páginas, que seriam resumidas em poucas palavras, além de outras longas frase que senti serem repetidas durante a leitura, mas isso pode ter sido a tradução. Enfim, alguns alegam que Capote teve um ?relacionamento amoroso? com Smith e por isso o maior enfoque nele.. mas isso são suposições.
No geral eu adorei a obra, tenho pequenas ressalvas como dito a cima. O tempo que levei pra finalizar a obra me deixou em agonia pois em alguns momentos eu ficava em tédio completo e em outros em transe frenética me deleitando com os detalhes da escrita.
Recomendo para faz de true crime!