spoiler visualizarNatalia1930 09/05/2024
Confesso, eu comecei a ler com um certo preconceito, porque ouvi falar que era ruim e terminei confusa, não em relação ao plot, mas em como me sentir com o final. Então falarei em partes.
1- As referências literarias, musicais e artísticas são maravilhosas, a forma com a Miranda usa isso pra se expressar me agradou bastante. É algo que sempre me conquista, porque eu gosto bastante dessa sensibilidade.
2- Eu não sabia/lembrava que tinha dois pontos de vistas, o dele e o dela, e ver a história por ambos os pontos de vistas me conectou a trama de uma maneira intensa.
3- E assim, escrita impecável, né, eu adoro quando o autor escreve algo profundo de forma "leve" e simples, onde ainda sim te conecta de maneiras diferentes.
4- Sobre os protagonistas, minha futura profissão me impede de julgar totalmente, mas o Clegg é indescritível, não do jeito bom. E é bem claro que ele psicologicamente doente, isso eu não tive duvidas. Mas eu não tenho dúvidas do amor dele pela M, amor pode ter várias formas e dele era obsessiva, um em que se sente a necessidade de manter a pessoa para si como um troféu. Eu não sei bem se sentir empatia por ele em algum momento, eu só sei que pude entender ele e talvez, sentir o "Clegg" que habita em nós, embora não em mim. No entanto, ele é um personagem bem desenvolvido. Já a Miranda, pra mim, é complexo, eu senti muitas coisas lendo o ponto de vista dela. Raiva pela situação, frustração pelas tentativas falhas, preocupação pela sanidade dela e receio de que aquilo se tornasse um tipo de "Bela e a fera", mas felizmente não ocorreu. É, houve a síndrome de estocolmo, mas da maneira romântica da coisa. Eu gostei das partes que ela fala do G.P., antes um age gap do que uma paixão pelo sequestrador. Não nego o perfil de mimada dela, mas entre o primeiro trecho e o último é notável o amadurecimento dela, algo bem desenvolvido. É frustrante que ela tenha morrido, porque eu tinha muita esperança que ela conseguiria fugir. E eu admiro a força de sobrevivência dela, eu não aguentaria nem metade do que ela passou, embora nossas vontades possam nos surpreender, as vezes.
Enfim, deixo aqui meu 3/5 pra essa leitura.