Resenhas - O Colecionador

Carol Cardozo 20/06/2020

Bom, porém não excelente
"Clegg é louco, Miranda Grey é sua loucura, e o que ele deseja é adicioná-la a sua coleção, como se fosse uma borboleta."

O livro é dividido em apenas quatro capítulos e o começo do livro é bom, mas o desenrolar poderia ser bem melhor. As partes que a Miranda narra são lentas e demoram a evoluir, mas fazem você conhecer o cárcere que ela vive da sua perspectiva. Sua relação com G.P é chata e chega até a ser um pouco abusiva em certas partes, o que desagrada.

A estória toma forma no final e como brilhantemente disse Stephen King em seu prefácio: "As últimas quarenta páginas de O Colecionador estão entre as leituras mais compulsivas do século XX. (...) Terminará essas quarenta páginas num fôlego só e fechará o livro com as mãos gélidas e o coração palpitando."

Confesso que o final deixou totalmente a desejar no meu ver, careceu de melhoria e poderia ter sido mil vezes melhor.

Fabio 23/08/2023

Coleciona tudo e um pouco mais...
O Colecionador, aclamado suspense psicológico escrito pelo inglês, John Fowles em 1963, torna-se Best-seller mundial pouquíssimo tempo após a sua publicação, alcançando a lista de livros mais vendidos da Europa e dos Estados Unidos, naquele ano, o que levou a ser adaptado para os cinemas em 1965.

O romance de Fowles é estruturalmente dividido em quatro partes, sem haver partição de capítulos (o que acaba cansando um pouco a leitura). Narrado em primeira pessoa, contém ambas a perspectivas, do vilão Frederick Clegg e da vítima Miranda Grey.

Quando narrado na perspectiva de Clegg (que para mim a é melhor parte do livro) o autor nos mostra um intrincado e detalhado relato dos pensamentos íntimos e obsessivos do vilão, a organização dos seus planos e ideias, e os devaneios psicóticos do personagem, que interferem o tempo todo em suas relações interpessoais.

A seção do livro contada do ponto de vista de Miranda Grey, é apresentada por meio epistolar, relatados em forma de diário/carta, narrando seus sofrimentos, surtos, e pensamentos mais íntimos.

A primeira parte, do livro narrada por Clegg, é o ponto alto da obra. Numa narrativa fluida, envolvente e cheia se suspense, o autor nos coloca dentro da cabeça de um sociopata fanático, em busca de um desejo doentio, que culmina no encontro forçado entre algoz e vítima, e as consequências deste encontro.

A segunda parte do livro, entretanto (infelizmente), é lenta, confusa e arrastada, em meio aos devaneios de Miranda, quando o autor sem aviso prévio, insere uma "penca" de personagens, que em nada contribuem com o enredo principal, quebrando completamente o ritmo da trama e prejudicando o desenvolvimento da ideia principal do livro.

Nas duas últimas partes (bem curtas, por sinal) retornamos à cabeça de Clegg, e o autor nos entrega um final, sensacional, apesar de previsível e encerra no melhor estilo, "continua... "

O Colecionador, está repleto de discussões políticas, filosóficas, sociais e psicológicas, que abrangem do sistema britânico de castas, ao comunismo; do conceito existencialista aos preceitos dos “mundos tragicamente absurdo” de Kafka, e Beckett; do insano ao lucido; do sistema patriarcal ao feminismo; e nos leva a uma reflexão sobre o Amor, Poder, Criatividade e Compaixão.

Confesso que o estilo de escrita de John Fowles me surpreendeu positivamente quando, na perspectiva do sociopata Clegg (digno dos melhores thrillers psicológicos que já li), e me decepcionou, bastante, quando, a perspectiva da Miranda. Pois enquanto a primeira, instigava, num ritmo rápido, claro e preciso, me fazendo devorar cada página, ansiando pela próxima; a segunda, foi arrastada (quase parando), e eu me forçava a ler para alcançar a meta de leitura diária.

Vale mencionar que O Colecionador está repleto de referências a obras clássicas da literatura, música, e artes plásticas, que enriqueceram toda a leitura, mesmo nos momentos mais lentos e prolixos

Em suma, O Colecionador é um bom livro, com seus altos e baixos, mas, longe das expectativas iniciais.

Antes de encerrar, não poderia deixar de agradecer imensamente aos meus companheiros de LC: @ BiancaHF, @Carolina159, @EdinhoOlinda, @Nubia.Cortinhas, @Rogeriacb e @Vanessa.C, pela paciência e por todo incentivo durante a leitura as discussões em grupo. Muitíssimo obrigado!

Do mais, recomendo aos amantes de thrillers psicológicos, apaixonados por literatura inglesa, e aos amantes de arte, música, literatura e filosofia.

DIRCE 06/02/2013

Mais uma leitura torta.
Há tempo, comprei esse pequeno livro em um sebo, mas não sei por que motivo, caiu no meu esquecimento. Não podia imaginar que esse pequeno livro continha grande conteúdo, que nos é dado conhecer pelo monólogo de Frederick e pelo diário de Miranda.
Eu sou expert em fazer leituras tortas e penso que O Colecionador foi mais uma vítima dessa minha mania.
Em um primeiro momento, achei que a força narrativa recaia sobre o poder ( suposto poder , claro) que o dinheiro confere às pessoas. No romance, esse mal o do suposto poder acometeu Frederick. Após ganhar uma vultosa fortuna, o jovem um modesto e anti-social funcionário público - que , até então, se contentava com o amor platônico que nutria pela linda e brilhante Miranda se julga no direito de privá-la da sua liberdade mantendo-a prisioneira por aproximadamente 60 dias. Frederick acreditava que se Miranda o conhecesse melhor acabaria correspondendo aos seus sentimentos, porém, contrariando qualquer expectativa, a jovem o menospreza, o deprecia e se julga muito superior a ele.
Entretanto, ao conhecer o diário de Miranda, a ideia do dano provocado pelo dinheiro foi por mim colocado a um segundo plano, pois não pude ignorar um aspecto que me pareceu mais predominante na leitura que fiz: de como somos manipulados e, muitas vezes, sequer damos conta disso.
Em seu diário, Miranda deixa transparecer sua fragilidade e o quanto se assemelha a Frederick. Tal qual Frederick, Miranda desprezava a mãe. Tal qual Frederick, Miranda a jovem brilhante e segura- era desprovida de vivencia sexual. Miranda quer impor seus gostos, seus ideais, seus livros a Frederick. Ela quer esculpir, manipular a personalidade de Frederick, com a sua foi esculpida e manobrada por G.P .É nesse entendimento que consiste minha transgressão, a minha leitura torta: Miranda era medíocre, tinha baixa auto-estima, e , assim como Narciso viu sua imagem refletida na água, eu vi a imagem de Miranda refletida em Frederick. Achei ambos tão parecidos que cheguei até imaginar que Miranda e Frederick fossem uma só pessoa - semelhante o filme Psicose - , contudo, não foi essa a surpresa que John Fowles reservou para o final do livro.
O Colecionador é um livro denso e tenso. Ele aborda as diferentes privações e prisões, e como também eu fui aprisionada pelas suas 234 páginas, julgo ser ele merecedor de 5 estrelas.

Beatriz 15/01/2019

NÃO ACREDITO Q VCS ME FIZERAM LER ISSO
Puta que pariu como que pode? Eu to brava comigo mesmo.
Eh a mesma ladainha, o mesmo homem que se acha no direito de fazer o que quiser com uma mulher e fim. Acaba do mesmo jeito. Nossa to mt brava

AliJu 16/02/2024

Parei de contar as menções ao G.P. quando chegaram em 110 ?
Lendo este livro me senti vivendo o meme do Marcelo Dourado no BBB, aquele em que ele descreve sua experiência ao assistir o filme 2012. Não conhece esse meme? Joga no youtubs que você acha! É de longe bem mais divertido que este livro ??

Pela sinopse eu tinha uma expectativa muito positiva. É, eu preciso parar com esse negócio de expectativas, nunca dá certo kkkkkk
(Obs: Eu não vou parar, é mais forte do que eu ?)

Dando os devidos recortes do tempo em que a obra foi escrita, claramente se vê uma personagem feminina muito pobre, cheia de esteriótipos e mal descrita.
Foram páginas e páginas na qual Miranda foi retratada de maneira tão rasa, que ela se tornou mais desinteressante e sem carisma que o próprio sequestrador, que é um horror obviamente, afinal é o sequestrador, né?! ?
Um milhão de coisas que poderiam ter sido abordados, e no fim 80% se resumiu a ela falando que queria pegar um cara que não somente quase podia ser avô dela, mas também era arrogante, prepotente e tóxico. Um verdadeiro Cherno-sugar-granpa ??

Nem o final serviu para me dar um pouco de satisfação após perder dias nessa leitura. Pois, para nenhuma supresa nossa o desfecho também é péssimo.

Apenas sei que ainda estou na primeira quinzena de fevereiro de 2024, e já digo com muita tranquilidade que o livros a ler durante todo o restante ano tem que se esforçar muito para serem piores do que este aqui...
Mas assumo que com o meu dedo podre a concorrência de Piores de 2024 vai ser difícil ?

Bia 10/01/2022

Análogo ??
Ao pensar sobre o que escrever, me senti muito, muito, confusa. Simplesmente é difícil transpor sentimentos em palavras, principalmente sentimentos perturbadores. Então resolvi analisar as coisas ao meu redor para fazer uma analogia, ou algo do tipo, e explicar como é estranho encontrar racionalidade nos pensamentos de um psicopata, mas, ao mesmo tempo, saber que não há sentido algum.
Para encontrar a minha analogia analisei a forma como o psicopata raciocina no livro e voltei o olhar para a incrível comunidade que povoa o Skoob, os leitores.
Enquanto leio as postagens e comentários aqui do Skoob, não é difícil encontrar leitores que desejam e pedem a morte de algum personagem, seja pelas coisas ruins que ele fez, seja por emoção momentânea ou pelo simples andamento da história, eu sempre vejo postagens assim. Mas e se as histórias fossem reais, será que o pedido seria o mesmo? Afinal, quem somos nós para decidir o findamento de uma vida?
Bom, eu realmente acredito que essas pessoas agiriam diferente se as histórias fossem reais. E é aí que tudo se encaixa.
É fácil para nós desejarmos algo que não pode acontecer, seja para o bem ou para o mal. Desejamos a morte de um personagem porque sabemos que eles não são reais e que aquilo não afeta a nossa índole, mas um psicopata não consegue diferenciar isso. Para ele, tudo é uma história e suas ações ou seus desejos não mudaram a realidade. Pelo menos, a realidade dele.
Foi assim que eu percebi. O que nos empede de fazer coisas ruins na vida real é a nossa capacidade de discernir o certo, mas essa mesma capacidade some ao nos depararmos com algo que não vai se concretizar. O psicopata não consegue estar na vida real, ele vive uma história e passa para outra, com pouca ou nenhuma dificuldade. Assim como fazemos com os livros. O piscopata vive livros.
Nada justifica, eu sei. É por isso que essa obra é tão perturbadora. Eu posso encontrar mil analogias, dar mil exemplos ou escrever textos imensos, mas nunca vou conseguir justificar, porque, por mais racional que seja, eu não consigo entender.
Esse livro foi diferente. Talvez isso resuma tudo!

Carolina165 23/08/2023

Difícil resenhar esse livro
O colecionador é narrado por dois pontos de vista: do vilão e da vítima.

A narrativa pelo ponto de vista de Frederick Clegg é imersiva e fluida, porém a narrativa na perspectiva da Miranda poderia ter sido muito melhor desenvolvida. Beirando à oralidade, com frases curtas, repentinas, indo de um assunto a outro, achei a narrativa dela confusa, enfadonha e lenta. Em grande parte ela falava de um tal de GP. E o fato de ela o admirar tanto, chegando a ser obcecada por esse homem desprezível me incomodou. Em muitos momentos tive a impressão que o autor inseriu na narrativa dela (e nas falas do GP) suas próprias ideias políticas, filosóficas e sociais.

Sobre o final: pelo fato da Miranda parecer tão sagaz na primeira parte do livro, eu tinha esperança de ela escapar. Foi um final lógico, inevitável, que me deixou muito triste e com ainda mais ódio do psicopata do Clegg.

CPF1964 12/04/2020

Opinião
Gostei do livro.

Janaina Edwiges 13/05/2023

"Eu sei o que sou para ele. Uma borboleta que ele sempre quis prender"
Explorar a mente de um criminoso, especialmente aqueles com traços de psicopatia, é algo bem interessante e ao mesmo tempo muito assustador, já que eles não medem esforços para atingirem os objetivos que almejam. As pessoas com esse transtorno têm dificuldade de sentir empatia ou remorso, são manipuladoras, frias, mentirosas e sem qualquer respeito pelos direitos dos outros.

Com uma escrita fluida e muito envolvente, John Fowles traça com maestria o perfil de um psicopata. Através de narrativas intercaladas entre as visões do sequestrador e da vítima, o livro nos permite mergulhar nos sentimentos mais profundos das personagens, diante de uma situação que era terrível para Miranda, mas que para Frederick era a realização de sua obsessão mais sombria.

O Colecionador também explora temas como diferenças entre classes sociais e reflexões sobre aspectos culturais, como as diversas maneiras de se compreender a arte.

Recomendo bastante para quem é fã de ótimos suspenses psicológicos.

Núbia Cortinhas 27/08/2023

We Are the Champions! Valeu superar a segunda fase!!!
Está belíssima a edição da Darkside desta obra, O Colecionador, que é um clássico do suspense. A edição está riquíssima de informações que nos ajudarão a apreciar a leitura. A edição conta com a Introdução exclusiva do Stephen King e um Posfácio com todas as referências artísticas, ambos com spoiler.

   A premissa deste suspense é interessante e a narração é dividida entre o ponto de vista do Frederick Clegg e da Miranda Grey.

   Confesso que gostei mais do vilão, sendo as suas narrativas muito mais interessantes, e elas formavam todo aquele clima tenso que nós leitores de thriller gostamos.

Mas essa tensão é quebrada na segunda etapa, quando a Miranda assume a narrativa através da escrita dos seus apontamentos diários. No início dessa fase, como a escrita do autor muda, conseguimos sentir o desespero da Miranda, sua ânsia em escrever para se distrair, tanto é que ela fragmenta o texto com trechos soltos, dando realmente a sensação de que ela está escrevendo lembranças à esmo... Foi muito chato, maçante e parecia não ter fim essa fase do livro.
   Apesar de O Colecionador ter influenciado vários artistas nas mais diversas modalidades, esse livro não me conquistou, justamente por essa quebra de ritmo, forçada e apelativa, onde todo clima tenso foi dissipado. Quando o autor volta à narrativa do Clegg, foi tão corrido que ele não me emocionou com os fatos que se sucederam, me impressionando somente no final com um desfecho clássico, digno de filme de terror.

   Então, amigos, a sensação ficou como se eu tivesse chupado aquela bala quadradinha de caramelo com papel; bebido café frio e comido pipoca murcha e fria.

Agora super valeu a L. C! Amei cada momento! Foram muito divertidas as zoações com o inesquecível G. P, que quase virou um protagonista, kkkk. O Grande Panaca mereceu Grande Paciência, ou não... Kkk
Ler com vocês foi o que não me fez perder o ritmo na segunda parte! Vencemos!!

Rogéria Martins 24/08/2023

"Why are you so obsessed with me?"
Se você procura um thriller psicologicamente perturbador e que te deixará com muitas dúvidas e revoltas, Colecionador é um ótimo título. Na trama, podemos analisar os fatos pela mente de Clegg (sequestrador) e os relatos íntimos de Miranda (sequestrada) ? divida em três partes.

Clegg é um colecionador de borboletas que usa das técnicas que já conhece para capturar Miranda, uma jovem estudante que se considera intelectualmente (e moralmente) superior a ele. De fato existe um abismo de diferenças entre eles, principalmente a classe social.

A narrativa de Clegg chama a atenção por sua frieza e pragmatismo, dignos de um psicopata; por outro lado, a narrativa de Miranda nos parece confusa, enfadonha e carregada de um pedantismo que beira o insuportável ? nesta parte, preciso pontuar que Fowles, majoritariamente influenciado em sua escrita por Jean-Paul Sartre, trouxe suas crenças pessoais para a personagem. Por mais que a insuportável narrativa da Miranda se estenda a ponto de parecer interminável, a perspectiva dela foi essencial para o desenvolvimento da trama, inclusive tornando-se indispensável para a direção que o livro toma no final.

A conclusão é definitivamente surpreendente, inteligente e de revirar o estômago, digno de um filme de terror que não fornece uma conclusão satisfatória.

Não poderia finalizar sem mencionar meus companheiros de leitura: Bianca, Carol, Edson, Fabio, Núbia e Vanessa. Muito obrigada pela companhia e troca maravilhosa que tivemos!

Luaa_ 11/12/2021

Perturbador, mas muito bom....
(2019)
O colecionador proporcionou o meu primeiro contato com livros do gênero. Ler a visão de um psicopata foi, entre outras coisas, bem perturbador.
No primeiro momento comecei sentindo pena do personagem, por tudo que a sociedade o faz passar. Entretanto os comportamentos psicopatas dele vão se apresentando lentamente durante a história e vão deixando o leitor cada vez mais apreensivo.
Logo depois que ele captura Miranda, o comportamento dele vai ficando cada vez mais incompreensível e tudo fica mais complexo.
Para mim, a parte mais angustiante foi a da morte de Miranda e a do início da obsessão dele por outra moça. A questão do "o que vai acontecer com as próximas vítimas desse homem?" ficou rondando minha cabeça, me deixando bastante agoniada.
Em retrospectiva, esses sentimentos só ajudaram para eu gostar ainda mais do livro, porque se eu não sentisse isso durante a leitura a experiência com o livro não teria sido boa.
Esse foi um livro que me inclinou muito a ler outros livros do gênero. Gostei muito da experiência e espero que com os próximos livros possa ser igual. ?

Maria2264 16/01/2020

Este livro é um horror.
Que coisa medonha! Durante toda a leitura tive a impressão de que o livro tentava justificar as atitudes de Clegg e fazer a Miranda parecer a vilã. É certo que não é a personagem mais cativante de mundo, mas não se pode negar que ela é a vítima da história toda. Ela não estava errada em querer fugir, em tratar seu sequestrador como merecia ou de tentar matá-lo. Essa menina precisava de cuidados tanto pela parte do Clegg quanto pela parte do tal G.P que era pedofilo e chato para caralho, mas que por algum motivo despertava interesse em Miranda. Mas agora, esqueceremos o enredo e as coisas revoltantes as quais essa menina é submetida. O final é um horror igual a todo o resto do livro. Eu tinha a impressão de que já tinha visto coisa tão pavorosa antes e aí lembrei de you. Decepção.

iamdudis 13/01/2022

A Borboleta e Caliban
O Colecionador foi escrito na década de 60 pelo autor John Fowles. A escrita é impecável e com temas atuais mesmo depois de 58 anos de lançamento. O livro é uma literatura pós-moderna.

A estória é pelo ponto dos protagonistas: o sequestrador e a vítima. A grandeza da trama é sobre temas como: questões sociais, luta de classes, o feminismo (a Miranda é uma personagem moderna para época que foi escrita) e sobre o que é considerado arte ou não e sua importância na construção de uma sociedade.

O primeiro ponto de vista é do Frederick Clegg, o sequestrador. Ele é um homem com menos de 30 anos solitário, anti-social e conservador. Estar dentro da mente de Fred é revelador na mesma medida que é perturbador, pois vemos muitas coisas nele que também existe em nós. Ele é um colecionador de borboletas o que é interessante durante o livro sobre sua relação com a Miranda. O autor consegue fazer o leitor ter empatia com o Fred, mesmo que ela esteja errado e nada justifica sequestrar alguém. O interessante é que Fred transita entre a ingenuidade e a insanidade.

Miranda Grey é uma jovem muito moderna de apenas 20 anos que vê o mundo através da artes, principalmente pela pintura que é seu objeto de estudo. Miranda é brilhante, inteligente e astuta. O ponto de vista através do diário é revelador para várias questões. A principal dela é como está estável psicologicamente em uma situação de sequestro e prisão. Descobrimos mais sobre a sua vida antes de ser sequestrada como família que ela tinha problemas, um romance com um homem mais velho e idealizado e seus receios como pintora.

Interessante sobre a relação de Miranda com o Fred é o apelido de Caliban (é um personagem mitológico que é monstruoso, egoísta e obsessivo) que ela dá para ele. Outra coisa também é que ela sente um misto de sentimentos sobre ele conforme os dias que passam, são eles: pena, nojo, perdão e raiva.

Já o Fred idealiza a Miranda como um ser puro, não maculada e brilhante. Seus sentimentos por ela é ao longo do livro: admiração, respeito, raiva, ódio e repugnância. Ele é um colecionador e a analogia é que a Miranda é igual uma borboleta em sua visão. Na própria estória Miranda é a borboleta que precisa de sol e liberdade para viver sua curta existência.

O livro tem diversas citações filosóficas, artísticas, científicas, política e o que é certo e errado. A mente humana é tão complexa e perturbadora. Recomendo muito a leitura, deveria ser obrigatório.

@livrosmundofantastico 09/07/2018

Demasiadamente Cansativo
A história é interessante tem certo envolvimento mais é muito narrativo com quase nenhum dialogo o que acabou tornando a leitura muito cansativa, por vezes estressante. Ele é um thriller bem psicológico vai ao fundo do pensamento dos dois personagens, conhecemos o sequestrador que para mim ele parece ser um stalker além de ter sérios problemas mentais e da vitima que sofre muito por está isolada e por não conseguir identificar o que o sequestrador realmente quer dela.