Resenhas - O Senhor das Moscas

Deise 07/11/2021

"Talvez haja uma fera ... talvez seja apenas nós."
Quando peguei esse livro para ler a única coisa que sabia era sobre crianças numa ilha. Conforme fui lendo entendi o motivo de ser tão bem falado. Sei que há maldade no mundo, mas fiquei impactada com tudo abordado nesse livro. O começo é muito lento e as vezes fiquei com preguiça de ler, mas depois da metade não consegui mais largar. Achei bem escrito, a forma que o autor descreve a ilha fez me sentir lá junto com os meninos. O livro me fez refletir diversas vezes sobre a sociedade e a maldade humana. As crianças são reflexos da sociedade violenta ou a natureza deles mesmo? Gostaria que o começo não fosse tão lento e o final tão corrido. Fora isso, gostei bastante. Pretendo reler e qualquer coisa aumento a nota. Recomendo!



"E no meio deles, com o corpo imundo, o cabelo emaranhado e o nariz precisando ser assado, Ralph chorava o fim da inocência, as trevas do coração humano."

Mari 26/10/2020

Incrível!!
O livro é incrível, com uma leitura dinâmica e que você fica com vontade de ler sem parar.
A abordagem do autor mostra como a condição humana de civilidade e selvageria, é frágil e define apenas o lugar de onde nos encontramos.
Sair do concreto ou de um lugar com normas sociais e leis definidas pode mostrar como algumas práticas não tem sentido fora desse lugar. Agora imagine isso tudo acontecendo no meio de crianças de idades variadas.
Super recomendo!!

Fabi 10/08/2021

O Senhor das Moscas
Se você esta procurando uma leitura intensa e subversiva, aposte em O Senhor das Moscas.
Um clássico de língua inglesa recheado de simbolismos. Aqui a gente se pergunta se existe algo chamado ?humanidade? e se podemos associa-la com qualquer coisa boa.

Acho que vou passar um bom tempo ainda pensando nesses meninos...

Lucas.Rocha 15/11/2021

''Belzebu tem um demônio reservado para mim!''
O homem é mau por natureza ou a natureza o torna mau? Antes de responder, gostaria de expressar quanto essa obra é reveladora e até impactante. A ficção ou alegoria criada pelo autor é assustadora, não que a maldade humana, a brutalidade e a falta de civilização sejam novidade em nossa era, porém do jeito que a história é descrita, tratando-se de crianças, é brutal.

Somos maus, ou nos tornamos? Damos ouvidos aos demônios, ou eles nos fazem praticar atrocidades? Uma sociedade em pura anarquia é o terror, por mais que seja burrice ou falta de liberdade, precisamos de um estado, líderes que nos botem rédeas? O estado é um mal necessário, infelizmente sem ele, e sem a "democracia" a humanidade se destruiria, por inteiro.

Sim, nossa natureza é cruel e praticamos o mal diariamente, somos terríveis. Em situações de necessidade ou de fartura. A humanidade sempre foi a mesma, não importa se crianças ou adultos, praticamos a maldade, a crueldade, a brutalidade... Está em nossa natureza e no nosso instinto, por mais que tenhamos leis, e regras a seguir, basta ligarmos a TV e assistirmos aos noticiários, para nos depararmos com a nossa realidade.

Porém, nem tudo está perdido, temos um norte a seguir, devemos ouvir sempre o chamado da concha e nos reunirmos para discutir, estando sempre em harmonia, em acordo um com os outros, por mais que tenhamos morte, guerra, fome, doenças, pestes e crimes, nunca podemos deixar de praticar nossa civilidade, afinal de contas não somos selvagens.

''Ouça os tambores, eles vêm do mar
Traga o espírito tribal em mim
Porque meu orgulho e nas minhas raízes eu acredito
Não, esta tribo você não pode tirar de mim''

Tribe - Soulfly

Lady Zulis 02/03/2024

"O Senhor das Moscas seguia preso à estaca."
Um clássico é um clássico! Muitos apresentam nuances que só o autor é capaz decifrar, isso não é ruim, embora nem sempre é mágico. Após ler a biografia do Golding, fica "fácil" interpretar a obra e decifrar a sua mensagem.

Publicado pela primeira vez em 1954, após ser rejeitado por uma série de editoras, "Senhor das Moscas" retrata a trajetória de um grupo de meninos com idade inferior a 12 anos, perdidos numa ilha após um desastre aéreo. Sem a presença de um adulto para orientá-los, cabe a eles a triste missão de buscar por conta própria sua sobrevivência.

Um enredo primoroso sobre as condições da natureza humana até o seu rompimento hostil. Uma premissa um tanto simples, mas deveras proveitosa. A escrita é instigante e descritiva, mas sem excesso ? fica fácil saber o porquê ele ganhou o Nobel de literatura mais tarde.

Foi uma experiência boa, mas não das melhores. Durante a leitura, eu passei o tempo inteiro esperando por algo que não veio. Procurei nas entrelinhas e nada, desse modo, sinto que a obra deixou a desejar em alguns aspectos, mas nada que tire o mérito do escritor. É isso, equivale a uma recomendação!

Dave.Christian 13/01/2021

Uma distopia sobre natureza humana
Um livro que de forma figurativa trata democracia X totalitarismo, racionalidade X Instinto irracionalidade, fanatismo x indiferença...
Um livro maravilhoso de antropologia...

Bruno 04/01/2024

O que é um selvagem?
A resenha vai ser menos técnica do que eu poderia e mais emocional do que eu gostaria.

Se você faz parte de alguma minoria, não tem como não associar o livro com questões que trespassam a juventude de quase toda minoria.

Bullying deve ser algo universal entre jovens de qualquer lugar do mundo. E no livro, as crianças já são apresentadas com características disso desde as primeiras páginas.

O livro começa leve, a liberdade de não ter nenhum adulto, poder viver sobre as próprias regras. Só um apelido aqui, umas risadas ali (só?). Dão o primeiro tom do livro. A evolução é constante e bem ritmada. Vamos nos envolvendo conforme as coisas vão ficando mais difíceis pras crianças. Capítulo a capítulo, a história vai se tornando mais densa. O amadurecimento precoce forçado pelas circunstâncias não quer dizer que seja um amadurecimento completo que só o tempo permite. É a perca da inocência ao final do livro tampouco é amadurecimento completo. Saber quais regras podem melhorar a sociedade é algo que nem adultos sabem e estão em constante processo de tentativa e erro. Como exigir isso de crianças? O cenário exige e elas precisam lidar.

Os grupos, posteriormente tribos, são onde as crianças se sentem acolhidas. Pertencer a um grupo é ter proteção sobre os outros grupos, é não sofrer bullying e só fazer isso com os de fora, o que nem sempre acontece. Quem lidera não é quem tem as melhores condições de liderar, é quem se mostra mais disposto a enfrentar a todos. Isso não é algo também de adultos? Tribos punks, skatistas e tantas outras não é uma busca por pertencimento e defesa? 

Quando o conflito de divisão das tribos se dá, o livro trata de nos lembrar que apesar de todo o peso, ainda estamos lendo sobre crianças quando é dita a frase "assim não brinco mais". Porém, entretanto, contudo, o livro também vai nos lembrar que crianças também podem ser cruéis e faz isso muito bem. 

E é nessa parte que ser do estado de São Paulo vai me fazer pensar se não é exatamente assim que vivemos por aqui. Como tribos, a maior parte de selvagens, tentando sempre se dar melhor que o outro. Pedras não são despencadas sobre cidadãos paulistas, mas alguém ser pisoteado, esmagado para entrar no trem é "foi um acidente" também, ou como diria Belchior "caso comum de trânsito" sobre as inúmeras vidas perdidas por "acidentes". A loucura da sobrevivência na cidade grande me parece a mesma a qual as crianças foram submetidas no livro. 

Foi um livro extremamente impactante pra mim porque eu não conseguia não fazer associações a cada capítulo lido. Antes fosse cruel demais para ser verdadeiro, mas infelizmente é verdadeiro demais pra ser cruel porque parece que já perdemos nossa humanidade e nos comportamos feito selvagens. Eu disse que seria uma resenha mais emocional do que técnica e até bastante pessoal, o que me desagrada um tanto. Rs

O final me desagradou um tiquinho pela interrupção abrupta, mas nada que prejudique uma obra tão primorosa quanto essa. 

Resenha feita por um preto de periferia que posteriormente foi estudar em colégio particular. Eu mesmo! 

Pedro Octaviano 20/10/2020

Mais um bom achado de 2020, dessa vez uma indicação de um professor de física amigo meu. Bastou ler a sinopse para que ele furasse fila na minha lista de leituras.
Não decepcionou em nada do que eu esperava. O senhor das moscas é realmente uma leitura muito gostosa e que levanta sérias reflexões, extrapolando o limite dos livros que são apenas um bom conteúdo sem ter, no entanto, um lado reflexivo importante.
Sempre que se coloca crianças nas equações tornam o problema bem maior e William Golding consegue com essa obra criar um baita problemão.

site: @descansandoavista

Francisco240 22/10/2021

Que final assustador?
Minha gente que livro mais escabroso!
O Enredo se resume em criança que são deixada em uma ilha por motivo X e com o decorrer do tempo elas vão perdendo a civilidade e foram visitados infelizmente pelo senhor das moscas (Belzebu) mais de uma vez...

Yago 18/03/2021

Sobre a reação do homem qdo submetido a condições primitivas
Senhor das moscas, um livro que eu já queria ler há um tempo, por ser um clássico e escrito por um Nobel de literatura. A história dos meninos que sobrevivem a um acidente e ficam presos em uma ilha deserta. Lá eles têm de aprender a sobreviver, a se organizar. No entanto, com o passar do tempo, muitos apresentam regressão ao estado primitivo do ser humano.
Um livro muito interessante e que nos leva a refletir sobre a condição humana.

Durães 19/06/2021

Bom, mas esperava mais.
Não gostei muito da estrutura do livro. O autor parece estar te preparando para um conflito que acaba não acontecendo. Parece apenas mais um ensaio do que uma história.

Iury Ribeiro 29/04/2024

Resenha sobre O Senhor das Moscas: a inocência e crueldade humana
O Senhor das Moscas é um dos grandes clássicos da literatura e que veio me conquistando a cada página. O livro é simplesmente genial. O autor conta a história de um grupo de crianças que se perde em uma ilha (estudavam todos no mesmo colégio na Grã Bretanha), o protagonista do livro (esqueci o nome, li o livro já faz 2 anos) é apresentado como uma pessoa boa e que quer liderar aquele grupo de crianças em prol de sua sobrevivência e progresso na ilha. Em contrapartida, temos Jack, outro garoto que quer liderar aquele grupo, é notável que Jack possui uma essência maligna que contrapõe os valores e comportamentos do protagonista, e essa se torna a razão do caos que eu irei contar mais para frente nesta resenha.

Nas primeiras semanas na ilha, Jack monta um grupo de pessoas na qual ele possuía influência e simpatizava com os mesmos ideais. Jack era o líder deste grupinho e gostava muito de caçar com seus amigos, e quase sempre representava uma oposição a liderança do protagonista.

O protagonista é reconhecido pela comunidade da ilha como o líder, ele manda em Jack e nas outras crianças junto do melhor amigo, Porquinho, que não só é seu melhor amigo mas também é seu braço direito. Porquinho ao longo da trama é apresentado e desenvolvido como uma criança muito inteligente, mais inteligente que o protagonista ou qualquer outra criança, porém, Porquinho é medroso e retraído, não possui nem a astúcia de Jack nem a liderança do protagonista.

A trama vai se desenvolvendo, e um dos pontos chaves e objetivo comum da comunidade de crianças é o resgate por um navio ou helicóptero, que só efetuaria o resgate caso reconhecesse que haviam pessoas na ilha. Para isto os garotos sempre, ou quase sempre, tinham de acender uma fogueira com muita lenha para criar bastante fumaça e atrair os possíveis resgatadores.

Em diversos momentos Jack vai negligenciar esse objetivo, indo em contraponto com o protagonista, que quase sempre busca acender a fogueira. Essa é só uma das infinitas oposições e desentendimentos gerados por Jack e seu grupo, que representavam a maior oposição política ao protagonista. Em determinado momento da trama, depois de muitos desentendimentos e brigas, Jack se separa da comunidade e cria sua própria comunidade com seus amigos, essa separação gerou muitas mortes e conflitos entre a comunidade do protagonista e a comunidade rival de Jack, como se fossem duas facções, alguns mudavam de lado, outros matavam os rivais e por aí vai todo tipo de crueldade.

Passando agora para o clímax, temos um embate entre o protagonista e Jack, nesta cena ambos se encontram em uma ponte que leva até a fortaleza de Jack. O agora vilão e seus subordinados se encontram pintados, representando o primitivo, a selvageria, estavam com poucas roupas e agiam de maneira violenta e agressiva. Dessa forma contrapondo as maneiras do protagonista, que fazia questão de se manter limpo e vestido adequadamente, representando a modernidade, a humanidade, o progresso. Discussão vai e vem, até que atacam Porquinho e ele acaba caindo da ponte, estatelado no chão, nesse momento a razão morre, o que resta é apenas o ódio, Porquinho simbolizava a inteligência e o discernimento intelectual, e agora está morto, a razão putrificou. O protagonista corre, já pressentindo que seu momento de morrer estava chegando, Jack e seus capangas não hesitam em perseguir o mesmo até a floresta onde se escondeu. A caçada foi intensa e difícil, não conseguiam encontrar o protagonista, e por isso colocaram fogo na floresta inteira. Ironicamente, o fogo fruto do ódio e da violência gerou uma fumaça tão grande que a tripulação de um navio notou que havia algo errado na ilha, então se aproximaram e a tripulação desembarcou. As crianças chocaram-se ao ver isto, pararam e se aproximaram, todos começaram a chorar e abraçar a tripulação, finalmente estavam a salvos. Em certo momento um dos tripulantes pergunta quem é o líder daquelas crianças, e o protagonista levanta a mão, Jack não faz nada, o alívio de estar a salvo superou qualquer inimizade. O que antes era guerra e sangue agora são apenas crianças inocentes salvas por adultos.

Beto | @beto_anderson 03/03/2021

Podia ser melhor
Quem sou eu pra falar desse clássico. Nem sei se posso dizer que minha expectativa foi frustada, porque depois de ter lido recentemente alguns clássicos e me decepcionado, já não esperava que este fosse o super livro que muitos falam. A história demorou a engrenar, achei algumas falhas, coisas besta que eu eu fiquei me perguntando o motivo do autor não mencionar. Mas a ideia da narrativa é muito boa. Esse embate entre o civilizado e o bárbaro a partir de uma mudança de condições de vida é bem construído. Mas e o avião? O que aconteceu? Não tinha carcaça, não tinha metal, não tinha malas com roupas e pentes nas malas? E esse Senhor das Moscas do nada? Bem, não vou me alongar para não criar polêmicas.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/

VictAria109 20/09/2022

Uma leitura significativa
Foi um livro que mexeu comigo, tive que parar algumas vezes. Sinceramente, eu senti resquícios da minha visão romantizada da vida sendo tirados de mim a força.

Hobbes estava certo, o homem não é bom por natureza.

O livro foi escrito com uma descrição diferenciada das paisagens e eu me senti em determinados momentos como parte da história. Mesmo com todo o terror e visão negativa do ser humano, foi uma história de tirar o fôlego.