Daniel.Silva 17/09/2021
Uma fantasia metafórica
Ganhei A Garota dos Pés de Vidro de presente de aniversário em 2018, de uma amiga, e logo me enveredei em sua leitura. Confesso que a primeira leitura do livro foi muito confusa, não entendi algumas questões que, para mim, não ficaram claras. Após três anos, resolvi relê-lo novamente e assim compreender essa história que envolve romance, fantasia, mistério e metáfora. Muitas passagens do livro que passaram despercebidas, se esclareceram na segunda leitura. Está aí o poder da releitura.
O livro nos conta a história de Ida Maclaird, uma jovem que guarda um segredo e tem sua vida mudada para sempre após uma visita à pacata cidade de St. Hauda's Land, um lugar simples, pequeno e que guarda muitos mistérios. Lá, ela conhece Midas Crook, um jovem que trabalha em uma floricultura do amigo Gustav e ama tirar fotos; como se a câmera fosse uma extensão de seu corpo, ele só vive agarrado à ela. Midas teve uma vida sem muito amor por parte do pai, e por mais que tentasse ser o oposto dele, acabou sendo, em parte, um espelho do homem que ele foi.
Quando o segredo de Ida é descoberto por Midas, ela se sente frustada, mas logo descobre que poderá confiar nele. O livro é cheio de altos e baixos. Você só começa a pegar embalo na leitura só na metade do livro. São conversas, histórias, lembranças que nos fazem entender os personagens. A cena final do livro é triste e ao mesmo tempo encantador, despertando no leitor a seguinte reflexão: nossas vidas, como as conhecemos, podem ser temporárias, sujeitas a mudanças implacáveis e inesperadas.