Amada

Amada Toni Morrison




Resenhas - Amada


193 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Bookster Pedro Pacifico 08/07/2020

Amada, de Toni Morrison - Nota 9,5/10
Não há dúvidas que algumas leituras exigem mais do leitor. Às vezes, começamos uma obra e, mesmo depois de várias páginas, ainda sentimos dificuldades para compreender por onde a autora está nos conduzindo. Mas o que fazer nessas horas? Desistir? Percebi que “Amada” foi uma leitura desafiadora para vários seguidores, que logo vinham me pedir dicas para não precisar abandonar o livro. ⁣

E a primeira dica que costumo dar é: leia a sinopse do livro. Assim, você já consegue se ambientar mais na história, apesar das lacunas deixadas pela autora. Uma outra coisa que ajuda é ler os textos de apoio e resenhas escritas por outros leitores, que podem ter dicas mais específicas para aquela leitura. ⁣

No caso de “Amada”, a dificuldade inicial se dá principalmente pela mistura que a autora norte-americana faz entre o momento presente e as lembranças dos personagens. Ao iniciar a obra com esse aviso, a gente já presta mais atenção nessas mudanças bruscas dos momentos da narrativa. E essa dificuldade também vai melhorando ao longo da obra…⁣

Toda essa introdução serviu para encorajar você, leitor, a começar ou prosseguir com essa leitura incrível. “Amada” é a obra-prima de Morrison, primeira escritora negra a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1993. A obra narra uma forte e sensível história de escravidão e racismo no século XIX. Sethe, uma mulher escravizada que fugiu da fazenda em que era obrigada a trabalhar, agora vive com sua filha em uma casa assombrada por um fantasma. O passado de Sethe é angustiante e muito sofrido. E esse fantasma nada mais é do que um resquício das tristezas vividas pela personagem. ⁣

Paul D, um ex-escravizado que vivia na mesma fazenda que Sethe, surge repentinamente na casa em que vivem mãe e filha. A partir disso, mudanças começam a acontecer na vida dos personagens, o que é agravado com a chegada de uma nova garota na vida dessa família: Amada. A personagem chega para remexer nos fantasmas que habitam em Sether, Denver e Paul D.⁣

Um livro forte e marcante. Apesar das dificuldades iniciais, a leitura depois flui muito bem e a escrita de Morrison consegue mexer com os sentimentos do leitor.

site: http://instagram.com/book.ster
Debora.Andrade 20/07/2020minha estante
Estou lendo e está sendo excepcional!


Ferreira.Souza 08/11/2020minha estante
livro forte , mas não leria novamente


Marcelo761 05/01/2024minha estante
Ainda estou nos primeiros 15% do livro e tive bastante forte essa sensação. Igual à natureza da mordida, provavel que vale releitura com um entendimento mais claro na história.




Livia 12/05/2020

Livro mais conhecido e também o primeiro que li da autora Toni Morrison, e adianto que já fez com que eu tivesse vontade de ler outros escritos por ela. Super premiado, conferiu a ela o Nobel da Literatura e o prêmio Pulitzer.
"Amada" pode parecer, de início, uma história confusa. Por não seguir uma linearidade cronológica, confesso que no início fiquei um pouco perdida, mas nada que um pouco de insistência não resolva. A história mescla o período pós - abolição nos EUA com flashes dos personagens que retomam ao cotidiano em uma fazenda de escravos. Apesar de essa fazenda ser considerada "avançada" no que diz respeito ao tratamento dos escravos, a história deixa muito claro que os prejuízos da escravidão não são simplesmente físicos; pelo contrário, tem-se uma dura crítica aos maus tratos psicológicas inerentes a essa condição.
Seria difícil resumir a narrativa sem que o impacto de revisitar a dura história de Sethe se desfizesse. Então optei por deixar aqui apenas a recomendação desse livro forte, duro, sensível e extremamente necessário.
comentários(0)comente



André Siqueira 07/05/2021

Conheci Toni Morrison por “O olho mais azul” e me encantei. O tipo de literatura que me atrai, misto de escancarar os olhos com sofrer junto. Vislumbrei ângulos, pontos de vista e potências que nunca tinha considerado. De lá transitei para “Sula”; depois, motivado parcialmente pela academia, mergulhei em “A origem dos outros”.
Mesmo com esse, pouco, conhecimento prévio da autora não estava preparado para “Amada”. Não sei quais métodos uso para escolher um livro mas tento me abster de conhecimentos a priori, prefiro empreender uma leitura ignorante para ir conhecendo de mansinho.Procuro críticas e opiniões depois e, em algumas raras ocasiões, sinto necessidade de reler à vista das mudanças que a história e consequentes análises geraram em mim.
E fui pego de surpresa. Li o livro de uma sentada, entre 22 e 04 da manhã – me senti preso a cadeira, algemado com os olhos em alguma engenhoca que virava as páginas para mim e os mantinha aberto a força de colírio. Não consegui largar, em algum momento eu tentei, pus ele do meu lado e deitei, mas não consegui e tive que retornar a leitura. Fiquei completamente aéreo no dia seguinte, ainda preso no labirinto daquelas páginas.
Com essa leitura rápida não consegui digerir a história e me abstive de ler ou pesquisar qualquer coisa sobre ela, deixei o dia correr em meio as rotinas. Na manhã seguinte me armei e comecei uma segunda investida, um pouco mais preparado, e fui capaz de digerir aquelas palavras com a calma e o respeito que merecem.
Não quero falar sobre a história, creio que o melhor seja ir de olhos fechados e confiar. Vá sabendo que é um abismo sem volta. Ler sobre o sofrimento é difícil, concede carne a fantasmas feitos de pó e revive traumas, escrever sobre é ainda pior, apenas imagino – por enquanto, vou buscar descobrir – o que a autora passou nos 17 anos que separam “O olho mais azul” de “Amada” mas definitivamente foram experiências arrebatadoras. As mudanças foram radicais, a transmutação é suspeitamente semelhante a de Baby Suggs a sagrada.
Quanto a leitura: é difícil, truncada, tanto pelo tema quanto pela lógica da escrita. É um daqueles livros que custa uma boa quantidade de páginas até que você entenda aonde ele quer chegar. Certamente é intencional: creio que um dos maiores trunfos da boa literatura está em confundir tema e escrita a tal ponto que se tornam indistinguiveis e aqui é claramente o caso, as palavras parecem organizadas para causar confusão, um tipo de obra que não mede esforços para evidenciar a força que quer mostrar: aceitação das próprias fraquezas.
Natália Carolina 07/05/2021minha estante
Um de meus preferidos. Toni é rainha ?




André Vedder 24/03/2020

Arrebatador!
É o adjetivo que me veio a cabeça ao término da leitura.
Toni Morrison nos conta a história em forma de camadas, alternando entre passado e presente, de uma forma que o leitor vai "descascando" aos poucos o enredo, mantendo sempre a curiosidade e o mistério que cerca a vida de cada personagem, instigando o leitor a querer mais.
A escrita da autora é densa e maravilhosa, necessitando em alguns momentos um pouco mais de atenção do leitor.
Enfim, um clássico sobre esse período tão macabro da nossa humanidade.

"Eu e você, nós temos mais passado que qualquer um. Precisamos de algum tipo de amanhã."
Débora 24/03/2020minha estante
Tô louca pra ler.


André Vedder 24/03/2020minha estante
Vale cada palavra.


Débora 28/03/2020minha estante
Vou comprar ; - )




Nati Sampaio 15/09/2021

Olha, eu preciso falar sobre esse livro. Eu acho que vou ficar pensando nesse livro pelo resto da minha vida. E esse livro me provocou taaaaantos sentimentos, que eu honestamente nem sei por onde começar.
Mas vou começar dizendo que é um livro absolutamente necessário. Não tem essa de ?ain a história não me prendeu?. Não. Não é uma história pra prender, não é um best seller qualquer, não é um livro com apenas uma história.
É um livro que me fez chorar, mas também me fez pensar muito. A gente acha que a escravidão acabou há muito tempo, mas é uma coisa tão recente... E tão absurdo.
Absurdo em tantos níveis, que é ridículo enumerar. Mas a Toni Morrison consegue demonstrar o absurdo da escravidão de uma forma não somente consistente, como ilustrativa. A história te incomoda. E que bom, não é mesmo? Estranho seria se não incomodasse. É muito triste, mas tem uma certa beleza também...

Agora, sobre a escrita: Não achei nada difícil. Inclusive, fica muito claro os momentos do passado e presente. É apenas necessário ler com atenção pra acompanhar as divagações e as voltas no tempo. Nada de absurdo. Toni tem uma escrita excelente, maravilhosa.

Enfim, LEIAM!
comentários(0)comente



Andreia Guida 31/10/2023

Impressionante.
Não sei o que me deixou mais estarrecida: o retrato fiel do sofrimento negro na escravidão ou a capacidade de uma pessoa escrever algo assim. Personagens inesquecíveis, história marcante. Cinco estrelas. ??????????
comentários(0)comente



Camila W 21/12/2020

Pulsante
Livro arrebatador, intenso, você mergulha na vida dos personagens, acompanha o fluxo de pensamento deles e isso faz conhecer cada um de uma maneira única. No início é difícil engatar porque a autora não contextualiza, mas depois vai fluindo muito bem... é um livro pesado e tenso mas que nos faz refletir sobre muitos aspectos do limite do ser humano e das marcas deixadas pela escravidão!
Melhor livro que li em 2020 sem duvida.
comentários(0)comente



AmandaPedra 28/12/2011

Pesado, profundo e poético
Não foi uma leitura fácil, não pela linguagem, mas porque a história transita entre entre o passado e o presente e fica fácil se perder na história.
Eu já tinha começado a ler este livro há alguns anos mas acabei abandonando. Depois assisti ao filme e isso ajudou para que eu me situasse na história.
o livro é muito triste, não é um dramalhão, mas um drama intenso que mostra o que a escravidão pode fazer com uma pessoa, até onde ela pode chegar para se ver livre disso.
As personagens são muito bem construídas, muito intensas, com muitas facetas.
A história não muito linear como disse no começo, entrelaça o passado o presente revelando em tempos diferentes os fatos de seus motivos. às vezes algo que está no começo do livro vai se justificar apenas no final, por isso a leitura requer muita atenção.

É pesado pois trata de um assunto que até hoje é uma ferida na cara da nossa sociedade que é a escravidão, e trata disso numa esfera muito íntima, nos efeitos que ela trouxe sobre uma mulher e sua família. Ler o que se passou com Sethe, a história de sua mãe e também da Baby Suggs é pesado. Mais pesado ainda e saber que são bem próximas da realidade.
É profundo ao mostrar os sentimentos mais obscuros daquelas pessoas, sentimentos que muitas vezes eles próprios enterravam numa lata de fumo, por ser triste demais ter de lidar com eles. Os sentimentos são muito bem retratados no livro.
Poético porque a linguagem usada pela autora é muito bem elaborada. A forma como escreve é realmente muito bonita.

Eu gostei muito de ler este livro, achei a história surpreendente. Quem imaginaria uma casa assombrada pelo espírito de um bebê, principalmente num livro que não é de terror?!

Embora seja uma leitura difícil eu recomendo, depois de se acostumar com a linguagem e as idas e vindas da história é realmente muito bom de ler.
rafaela 01/08/2014minha estante
Isso do fantasma do bebe foi um spoiler? heuaheua


AmandaPedra 23/09/2014minha estante
Não é spoiler raf, isso é do comecinho da história




bruno 11/01/2024

Entender é uma palavra muito forte
Esse com certeza é um livro feito pra ser relido. Um dos livros mais complexos e desafiadores que eu já li e não posso dizer que entendi completamente, porém foi um experiência tão surpreendente e instigante que me fez apreciar a história imensamente, com certeza relerei no futuro!!!!
comentários(0)comente



Kamyla.Maciel 18/04/2023

Primeiro, é necessário dizer que esse livro está longe de ser uma leitura fácil, me peguei diversas vezes retornando para ler novamente algo, para entender a mudança de tempo e de voz, são mudanças sutis e que podem desestimular um pouco, no início.

Sinceramente, até pensei em desistir, mas sorte não ter feito isso, porque esse é um livro diferente de tudo que já li, contado de outra forma, meio desesperador, angustiante. Não vou dizer que foi o melhor dela que já li, mas ele é intrigante sabe, me parece que seriam necessárias várias releituras pra conseguir entender toda a grandiosidade de Amada, a complexidade dos personagens.

A história, e não é spoiler, fala sobre uma mulher escravizada que fugiu com seus filhos de uma fazenda, mas, quando foi encontrada, preferiu matar a própria filha a ter que vê-la como escrava, entendeu que esse seria um caminho menos doloroso do que uma vida sem liberdade. Mas, anos depois, uma menina - da idade da filha morta - aparece e a história se desenrola daí, com uma casa assombrada e com esse fantasma da menina morta. O que essa menina vai significar e causar é o que vamos descobrindo com a leitura.

Apesar da leitura difícil, o livro me prendeu ao tentar entender o sentimento daquela mãe que optou por matar a própria filha, a culpa que sentia, mas, ao mesmo tempo, a falta de arrependimento. As ausências que a escravidão deixou na vida de cada personagem, o medo de amar, de se apegar, de perder, porque poderiam morrer ou serem vendidos a qualquer momento. O mais incrível é que o livro conseguiu nos colocar nos pensamentos daquelas pessoas, mostrando como foram se formando, se traumatizando e resistindo. Como o processo de desumanização ia formando a própria personalidade deles, desconfiados do afeto e das pouquíssimas coisas boas que surgiam na vida.

É realmente genial a forma como foi escrito, como coloca o negro no lugar da resistência e não da mera aceitação.

No início do livro, Toni Morrison disse que queria que o leitor fosse sequestrado, jogado num ambiente estranho, assim como os personagens eram arrancados dos seus lugares, e ela conseguiu causar esse estranhamento, esse ''calma, onde é que eu to no livro mesmo?''.

Enfim, o livro que certamente vou ler novamente, e, com toda certeza, terei outros entendimentos.
Alê | @alexandrejjr 03/05/2023minha estante
Belíssimo relato de leitura, Kamyla!




@limakarla 22/10/2023

Que livraço! Dá para compreender totalmente o motivo de ser um grande clássico e tão conhecido, premiado. Que escrita potente, cruel de uma forma que não exalta esse sofrimento, pelo contrário, quase não se aprofunda nos níveis de sofrimento das pessoas pretas durante o período da escravidão.

Enquanto pessoa negra, é uma honra ler uma autora negra com uma escrita tão inspiradora. Ótimos personagens, muito bem aprofundados. Ritmo excelente, com passado e presente se intercalando durante a narrativa.

Sem dúvidas não é uma leitura muito fácil, para qualquer pessoa ou se você não já tem um bom repertório nessa vida. É livro de ler devagar, aprendendo, compreendendo cada uma das palavras ali colocadas. Incrível, potente, necessário.
comentários(0)comente



Vilamarc 06/06/2022

"Esta não é uma história para se passar adiante".
Parece nos alertar Toni Morrison... Não vim aqui contar nada da história, mas reafirmar que os livro dessa gigante não são para resenhar, são para sentir. E o que posso dizer é que existem episódios aqui que são tão duros que se compreende a loucura que afligem suas personagens. Dores imensas, situações grotescas, feridas abertas, silêncios desesperadores, vazios mortais... Creio que somente a empatia consegue traduzir alguns trechos. Mas me impressiona muito na escrita de Toni Morrison, as imagens ternas, doces, poéticas com as quais ela constrói essas dores. Enfim, esse livro é uma experiência. Viva.
comentários(0)comente



Roseane 22/04/2020

Amada
Amada é um livro baseada em uma história real. Ganhou o ganhou o Pulitzer de 1988 dentre outros.

Antes de mais nada é preciso dizer que o livro fala de amor, amizade e maternidade. Desnuda a construção das relações afetivas dos negros escravizados.

Há um número grande de personagens e a autora lhes concede vida e individualidade. Explora seus sentimentos, emoções e reações aos acontecimentos da vida. A todos eles são dados humanização negada pelo branco.

Os personagens contam as suas histórias. Sao sujeitos, sao protagonistas da própria existência. Falam de dores que não podem mais ser naturalizadas.

Para citar alguns temos a Sethe, uma escravizada que comete infanticídio para proteger os filhos do sistema escravocrata

Antes de ser vendida para “Doce lar” ela tinha acesso mínimo a sua mãe uma vez que escravizada trabalhava initerruptamente e quando chegava Domingo o cansaço físico não permitia interação com a filha.

Nos dias de hoje babás e empregadas domésticas, trabalhadoras majoritariamente negras experimentam mesmo processo. Passam a semana inteira dormindo no trabalho longe de filhos, amigos, companheiros. É de crucial importância lembrar que a Emenda Constitucional 72, mais conhecida como a PEC das Domésticas (PEC 66/2012) por analogia, é um dos pilares da angústia dos que pedem o “Brasil de volta”. Ademais faz-se costume "pegar" uma menina criança ou adolescente do interior pra “ajudar”. Desse modo chama a atenção de como a estrutura racista perpassa a convivência da população negra. Vínculos e convívio extremamente limitados. Não é à toa que a fragilidade de nossas relações está sempre em destaque nos nossos debates.

Após anos vivendo sozinha Sethe teve um relacionamento amoroso e quando seu parceiro inesperadamente inicia um dialogo, embora sem saber qual o assunto, ela se prepara para aceitar, liberar e desculpar seja o que for. Mulheres negras ainda compartilham dessa angustia. Muitas se mantem em relacionamentos que não lhe agrega pelo medo da tão certa solidão. Deixa o coração pronto para perdoar e continuar.

Selo Pago o personagem que é o grande amigo da comunidade negra. Dotado de múltiplas tarefas como agente, pescador, barqueiro, rastreador, salvador, espião. Ajudava a todos, se dedicava a fazer tudo que pudesse em pró dos seus. Contudo, ele tem um segredo do passado. Mediante atos reprováveis do branco sua vingança se concretizou em quem não merecia.

Paul D foi conviveu com Sethe na juventude até que ela fugiu da Doce lar com os filhos. Ambos se reencontraram anos depois e ele então conheceu Denver a filha de Sethe. Observando o comportamento de ambas, advertiu a amiga do quão perigoso era amar, principalmente se o amor fosse dedicado a uma filha.

É exemplificado através desse personagem como era a existência do homem negro. Era preciso se esconder, roubar pra comer, dormir em árvores durante o dia para poder caminhar a noite, fugir de atacantes, patrulheiros de escravos fugido.

Ele foi Guerra, mas os negros não tinham direito a ter arma e recebiam menos que os soldados brancos. No Brasil o filho do senhor branco quando convocado a servir o exército enviava em seu lugar o escravo para sofrer os riscos em seu lugar.

Nas fugas contava com o apoio dos índios Cherokees ou dos Miami que acreditavam que a terra era sagrada e tiveram suas montanhas cortadas em estrada, poços e casas arrancados.

O encarceramento pelo sistema prisional era um lugar de violência sexual aos homens negros além da tortura física e psicológica. Não muito diferente dos dias atuais.

A mulher negra além de escravizada, era também prostituida e os senhoras ainda as alugavam para sexo com intuito de procriação. A mulher negra era impedida de estabelecer qualquer estável estrutura de família. No Brasil também há relatos onde Portugueses de forma lasciva, indolente e gananciosa prostituiam as escravizadas como forma de renda.

A Sogra de Sethe era a Baby Suggs. Teve sua alforria comprada pelo filho. Com o quadril quebrado por trabalhar em exaustão nos campos então a transferiram para os serviços domésticos.

Todos que ela conhecia ou amou na vida, haviam fugido, enforcado, alugado, emprestado, comprado, trazido de volta, preso, hipotecado, ganhado, roubado ou tomado. Realidade que enfraquece laços afetivos.

No advento da para muitas não valia a pena olhar para os filhos ao nascer ou tentar aprender seus traços, na certa seriam todos vendidos e o desapego doloroso para mãe e filho.

Essa personagem destrói o mito do senhor Benevolente. Doce lar era uma fazenda que pertencia a um casal de brancos que eram contra a escravidão, se orgulhavam de não realizar castigos físicos e de chamar os escravos de homem, mas os mantinham no sistema escravista. A privação da liberdade e o trabalho exaustivo sem remuneração era mantido. Se orgulhava de permitir que o filho da Baby trabalhasse de forma brutal para comprar a alforriada dela ao invés de simplesmente concede-la.

Baby Suggs dizia: “Não existia má sorte no mundo, mas sim gente branca”.

A resiliência se faz presente. Filho cuida de mãe. Mãe cuida de filho. Tudo dentro das possibilidades muitas vezes não convencional.

A solidariedade imperava entre os escravizados e libertos. Ajuda mútua, orações, banquetes, códigos/sinais para organizar ou apoiar as fugas, agasalhar a quem tem frio, alfabetizar.

Amada é o fantasma da filha falecida de Sethe ela interage com a família. Ela é o pilar de toda a trama.

“gente que morre mal não fica no chão”

Envolvente e misterioso.

Uma escrita intrigante. No inicio ficamos muito perdidos e ai onde vamos encaixando as peça e tudo faz sentido.

Toni Morrison não da nada de mão beijada. O leitor que lute!
Raquel 22/04/2020minha estante
Excelente resenha! Quero ler o livro :D


Roseane 30/04/2020minha estante
Obrigada ?




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Aila Cristina 08/08/2021

"Não era uma história para passar adiante", mas passaremos
Amada foi uma leitura complexa, não-linear, com várias vozes e perspectivas. Diálogos com bastante intensidade e densidade em temas ligados ao contexto da escravização nos Estados Unidos. A leitura foi um mergulho em movimentos da memórias, foram idas e voltas, do passado ao presente. Foi uma dança nas memórias e sensações, dos vivos e dos mortos. Este livro exigiu bastante atenção durante a leitura, foi desafiador. Mas, ao mesmo tempo, a forma como a narrativa foi construída se apresentou como algo genial, muitas vezes, crua, outras vezes, poética. Me emocionei em diversas partes com as cenas construídas, principalmente, com as experiências atravessadas pelos sentimentos marcados pela crueldade da escravidão. Entre a desumanização e a humanização, o amor e a liberdade nas experiências de pessoas negras. Inicialmente, a leitura estava confusa. Difícil de se concentrar e pegar o fio da "meada". Lia e relia a mesma página algumas vezes. Lia e ficava olhando para o nada, impactada com as coisas que ali estavam escritas. Amada foi meu primeiro contato com a escrita de Toni Morrison. Devido a isso, mas não somente, tinha uma sensação de confusão, de não está entendendo nada, mas aos poucos lembrei que era exatamente esse o propósito da autora: descolar os leitores para um ambiente diferente dos deles. Por isso, vale a pena dar uma chance à complexidade de Amada e seguir se envolvendo com a narrativa incrivelmente genial da Toni.

Por fim, agradeço a Maria Antônio, do Instagram @Literatoando, que por meio do Projeto Enegrecendo Leituras, possibilitou que a experiência de ler Amada fosse coletiva, partilhando dores, afetos e conhecimentos!
comentários(0)comente



193 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR