A visita cruel do tempo

A visita cruel do tempo Jennifer Egan




Resenhas - A visita cruel do tempo


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Marcianeysa 11/12/2023

Já havia lido um livro da autora e estava com expectativas altas.
Mas achei o livro um pouco confuso e algumas histórias não tiveram desfecho.
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Danilo Barbosa Escritor 24/02/2012

Quem somos nós diante do Tempo?
Veja mais resenhas minhas no Literatura de Cabeça:
http://literaturadecabeca.com.br

Durante o decorrer do nosso amadurecimento literário, nos deparamos com os mais diversos textos. Alguns nos cativam de cara, outros esquecemos ou deixamos logo de lado e alguns entram eternamente no nosso hall como um item de respeito.

Porque? Porque eles sabem dar o seu recado com maestria. Em suas páginas adquirimos de forma contundente embasamentos para divagar sobre a vida e aquilo que verdadeiramente somos. Nos identificamos com seus personagens nos medos, anseios e dúvidas e, nessa atividade solitária que é a leitura, arrumamos parceiros de jornada verdadeiramente inusitados.

Assim foi com A visita cruel do tempo (Editora Intrínseca, 335 páginas) de Jennifer Egan. Ao folhear estas páginas, desvencilhei-me dos pensamentos e me vi testemunha do passar do tempo. Bom e cruel, ás vezes bondoso, outrora indiferente. Mas sempre presente...

Bennie Salazar é o que podemos chamar de personagem central dessa trama. Produtor de rock outrora consagrado,ex-integrante de uma banda de rock na juventude, ele vê o passar dos anos surgirem inexoráveis diante do seu dia a dia. A perda do desejo, da fama e do sucesso trazem frustração em vez de serenidade.
E, durante a sua trajetória de vida, vão desfilando pelo seu rol interminável de dias uma variedade de personagens tão diversos, que transformam a cabeça do leitor em uma ciranda incrível.

Jennifer Egan, como escritora, é um fenômeno literário, na minha opinião. Não foi à toa que ela ganhou o Pulitzer por essa obra. Mais que um livro, ler este romance é como soltar ao vento as peças de um enorme quebra cabeças. De um capítulo para outro, não existe uma narrativa linear de tempo ou sentido. Cada hora um personagem dá voz a trama, se afastando ou ultrapassando completamente o ano em que a obra começa, como em um mosaico que pode parecer completamente indistinto, mas uma hora se encaixa.

O mais interessante no texto da autora é que ela parecia incorporada, tomada por uma legião de espíritos ao escrever esta trama, pois cada um dos personagens tem seu próprio estilo de texto e narrativa. Nos sentimos, em certos momentos, mais em uma antologia de contos do que em uma obra única.
Exatamente por isso que nem todos os momentos podem agradar o leitor. Tinha cenas que fiquei extremamente apaixonado pela narrativa, outras me entediei enormemente. Mas, acima de tudo, me interessei pela maneira que ela alfineta as convenções e expõe a sua opinião de que o tempo irá levar a todos, sem exceção.

- Eu estou acabado - disse ele - Estou velho, estou triste... e isso em um dia bom. Eu quero sair fora de tudo isso. Mas não quero me encolher em um canto, quero ir embora em grande estilo: quero que a minha morte seja uma atração, um espetáculo, um mistério. Uma obra de arte. O suicídio é uma arma, todo mundo sabe. Mas e se for também uma arte?


Este é o meu querido Bosco, um músico esquecido dos grandes tempos do rock. Sentiu o clima do livro?

O capítulo final, na minha opinião, é um espetáculo a parte. Fiquei fascinado por certos momentos da sua prosa rica e cheia de detalhes. Gostaria apenas de fechar os olhos e não parar de vivenciar aquilo tudo.

Não dá para eu falar mais nada. Só convidar você a embarcar nessa viagem.
Ou tem medo do que o tempo possa lhe mostrar?
Daniel 03/03/2012minha estante
Muito bom. Só acho que se há uma personagem central, esta é a Sasha.




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julis 22/03/2023

AMEI
Gente esse livro me deu um ODIO toda vez que eu começava a me conectar com os personagens e a leitura começava a fluir bem ele ia pra outros história, mas eu amei?? me lembrou um pouco gente ansiosa pela forma como as histórias e personagens vão se conectando e se tem qualquer semelhança com gente ansiosa ÓBVIO que nao tem como ser ruim.
amo livros assim aliás se alguém ler essa resenha e quiser me recomendar leituras nessa vibe sinta se livre
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Henrique 15/02/2021

O tempo controla tudo.
Foi estranha a sensação de começar uma leitura e sentir que se tornaria um livro favorito, mas esse é o melhor jeito de descrever o que senti quando comecei a ler esse livro. Felizmente, não me desapontei e o vínculo entre história e leitor proporcionado foi fantástico. Uma viagem por muitos anos de vida de diversos personagens, com um toque de extrema realidade em cada acontecimento narrado. Além de uma história, é um lembrete honesto de como não temos certeza de nada e o tempo reina sobre tudo.
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Carlos Ralize 20/02/2013

Um livro musical
Passei um pouco batido por todo o marketing e pelo hype em torno desse livro. Nem sabia que ele existia até que li o comentário em uma resenha de 1Q84, em que alguém dizia que aquele livro era apenas o segundo melhor que havia lido em 2012, sendo que o primeiro era esse "A Visita Cruel do Tempo". Foi só então que procurei informações sobre esse livro. Comprei por curiosidade e confesso que ele demorou a pegar em mim. Os dois primeiros capítulos foram arrastados e já estava pensando em abandoná-lo, quando a autora me deu um soco no estômago e eu percebi que o livro era bom e forte, mas que eu teria que trabalhar um pouco pra que essa força se apresentasse.
Jennifer Egan tem um domínio excepcional do ritmo da narrativa. Esse não é um livro fácil que se deixa capturar por uma leitura fragmentada. Talvez por isso alguns leitores o tenham achado chato ou confuso. É preciso imergir em cada capítulo com tempo e atenção. Quem estiver disposto a esse exercício vai conseguir aproveitar melhor a experiência musical do livro. Sim, musical.
Já li muitas resenhas que dizem que esse livro é como uma antologia de contos mais ou menos interconectados e que formam um todo mais ou menos coerente. Isso é verdade, mas pra mim, uma descrição mais precisa seria dizer que o livro é como uma "playlist" ou o álbum de uma banda de rock. Um álbum temático, onde a unidade pode ser encontrada, mas onde cada faixa tem vida própria. Essa opinião é obviamente influenciada pela temática do livro, centrada em alguns personagens ligados à indústria da música (ou obcecados pela música). Mas não é só isso que me faz ter essa leitura. O aspecto musical se faz presente principalmente pelo desenvolvimento dos capítulos. Alguns são fáceis e diretos como uma balada romântica; outros são viscerais como uma canção punk e ainda há os que são complexos como um número de jazz ou um rock progressivo.
Pra mim, cada capítulo funciona melhor se lido de ponta a ponta, sem interrupção e sem muita preocupação em fazer as conexões com outros cápítulos. Essas conexões acabam ficando claras mais cedo ou mais tarde por referências que as personagens fazem, mas mesmo que não fiquem, cada capítulo se sustenta em sua própria estrutura. O segredo, então é se entregar à condução precisa da autora. Ela vai então dirigir a atenção do leitor, ora a descrições extremamente detalhadas, ora a diálogos quase desprovidos de contexto. O olhar do leitor ou leitora vai seguir o de cada narrador e aos poucos vai se envolver com as pessoas apresentadas. Elas têm a qualidade e o defeito de serem reais. Não há heróis nem vilões. Não há atos grandiosos, apenas pessoas como você e depois que você tiver se habituado a cada uma dessas pessoas, a autora vai conduzir o capítulo a um clímax, por vezes cortando bruscamente a narrativa, outras vezes fazendo uma espantosa e quase documental viagem ao futuro, entregando cruamente o final de cada história. Depois disso, a autora vai te largar com suas emoções e iniciar outra história, que pode até apresentar personagens familiares, mas terá um ritmo e uma ambientação totalmente diferente.
Como acontece com as canções, o potencial de cada um desses capítulos só é plenamente atingido se a leitura for ininterrupta. Caso contrário, a mágica se quebra e só o que sobra são histórias pouco costuradas.
Embora só tenha lido esse livro uma vez, desconfio que, também como boas canções, essas histórias devem se beneficiar de uma segunda ou terceira leitura. Vou tentar fazer isso daqui a algum tempo pra ver se minhas impressões se confirmam.
Mas pela primeira audição, percebo que essas são canções que vieram pra ficar.
Daniel 21/02/2013minha estante
Muito boa sua resenha, a sacada do playlist foi ótima




Danielle 05/07/2012

A visita cruel do tempo.
O hype é um problema. A visita cruel do tempo [Intrínsica, 2011] foi um dos livros mais falados nos últimos seis/sete meses, quer dizer, eu ouvi muito falar sobre ele nesses últimos seis/sete meses.

Jennifer Egan ganhou o Pulitzer com ele e mais de mil e uma citações derretidas para seu romance que, na verdade, não é um romance convencional de capítulos que se seguem em uma mesma história sob o ponto de vista de um mesmo personagem. Não, nada disso.

Nada se repete nesse livro: capítulos vão sendo escritos em primeira, terceira e, pasmem, em segunda pessoa [e, Deus, que capítulo!], passando por um artigo jornalístico [fiquei pensando se os jornalistas se atreveriam a escrever um artigo daquele jeito. Cheguei a conclusão que não, definitivamente], até um capítulo inteiro escrito como slides de Power Point que, na verdade, é o diário de uma menina de doze anos.

Jennifer Egan é o que eu chamaria de virtuose.

Verdade que nos dois primeiros capítulos eu fiquei pensando: cadê o livro imperdível que disseram que eu iria ler, mas depois desse começo meio manco, o livro é uma aula [para pretensos escritores] e uma mágica [para leitores].

Isso porque os dois primeiros capítulos se encaixam nessa fôrma [desesto fôrmas, mas vá lá]: do convencional. São dois capítulos ‘normais’ que dá pra você encontrar por aí. Quer dizer, cadê a novidade? Cadê as surpresas?

Faz tempo que procuro o não-convencional na literatura, ou seja, minha opinião vai ser uma voz dissonante em relação a livros. O que me faz lembrar de uma história de Bolaño que, quando era convidado para julgar contos/romances em concursos, acabava se apaixonando pelos piores, na opinião dos outros. O que quero dizer é que, depois de pensar em abandonar o livro 7×70 maneiras diferentes, Jennifer Egan segurou minha garganta me fazendo ter uma profunda crise de choro e uma histérica crise de riso no meio do ônibus.

O que mais me impressionou, portanto, foi o quão alto Jennifer apostou. Sua narrativa impressiona por isso: pelo risco. O livro não é perfeito, o hype é um problema, mas é audacioso. E como dizem mesmo? Quanto maior a altura…

***

"O magnetismo de Scotty está começando a surtir efeito: as pessoas admiram seus músculos expostos reluzentes de suor e cerveja. Então um dos caras que jogava lixo tenta inavadir o palco, mas Scotty lhe dá um chute no peito com a sola da bota – a plateia solta uma espécie de arquejo quando o cara sai voando para trás. Scotty agora está sorrindo, mostrando os dentes como quase nunca o vi fazer, com uns dentes de lobo a reluzir, e percebo que, de nós todos, Scotty é o que realmente tem raiva."
Carlos Ralize 20/02/2013minha estante
Danielle, gostei da sua imagem. Ela também me segurou pela garganta e pela mesma razão. Quando encerrou o quarto capítulo narrando quase mecanicamente uma sequência (retrospectiva?) de eventos futuros sobre Rolph, Charlie, Lou e Mindy ela também me arrancou lágrimas inesperadas e nesse momento eu percebi onde estava a força do livro.




@wesleisalgado 06/01/2022

Você tem uma personalidade pra quando sua beleza acabar?
Um mosaico muito bem arquitetado onde cada peça (história) se encaixa perfeitamente.

O formato caleidoscópico do livro é fascinante. Onde um coadjuvante de uma história, assume como protagonista em outra, nas idas e vindas temporais. Cada segmento tratando sobre a ação do tempo em cada pessoa, e o conjunto de tudo sendo permeado por música. Fazendo assim o contraste atemporal.

E fui muito divertido, acima de tudo, os encaixes e os personagens se complementando em suas histórias individuais como em grande carrossel temporal. Achei bonito, poético e uma de uma leitura muito fácil. Uma mistura das séries Modern Love encontra The Romanoffs. Recomendo!

Resenha nº 3 do desafio skoob 2022.
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 06/03/2014

Narrativa viciante e impecável
Aquele esquema de variados personagens que, em algum momento de suas vidas, se conectam uns aos outros, aparece em A Visita Cruel do Tempo, primeiro livro de Egan editado no Brasil. Pessoas tão diferentes quanto podem ser...

Bennie Salazar, empresário da indústria musical, que descobriu os Conduits;
Sasha, assistente cleptomaníaca de Bennie e dona de um passado um tanto obscuro;
Lou, produtor musical viciado em cocaína, cuja vida é marcada por festas e garotas bonitas em sua mansão;
Dolly, assessora de imprensa que, ao ter sua carreira destruída, encontrou como única solução para seus problemas financeiros ser assessora de um general ditador;
Lulu, filha de Dolly, que desde criança tem a habilidade de influenciar as coleguinhas;
Jules Jones, repórter de celebridades preso por atacar uma jovem atriz;
Scotty, um cara simples que toca slide guitar, amigo de Bennie na adolescência.

De fins da década de 70 a um futuro não muito distante (por volta de 2030), vemos estes e outros personagens em ação e interação, em capítulos que intercalam diferentes momentos de suas vidas. Quase como um personagem adicional, o tempo é onipresente e implacável. Também toca as vidas dos personagens, provocando efeitos que podem ser tanto devastadores como reparadores.


A falta de linearidade temporal é característica marcante no livro. Na prática, a sensação que se tem é a de, literalmente, não perceber a passagem do tempo. Eventos e pessoas vão e vêm sem uma coreografia definida, tal como a nossa própria memória faz pipocar lembranças a esmo. Em algum momento, tudo parece fazer sentido. Mas não nos enganemos: à espreita, o tempo sempre prova que tudo é inevitavelmente volúvel e passageiro.

O passar do tempo traz um pessimismo palpável à narrativa. A juventude que se esvai; a ausência do puro, do casto; a quase total manipulação através da tecnologia; a música “de verdade” em vias de extinção.

As referências musicais são muitas, fazendo das páginas um agrado a mais para os fãs de rock. Mas é sobre as pausas no meio das canções que se fala insistentemente em determinado momento da trama. E não é à toa: elas talvez sejam a representação mais próxima que se tem da percepção da passagem do tempo – e de um desejo inconsciente de detê-la.

Por coisa de um segundo e meio – às vezes mais, às vezes menos –, o ouvinte fica como que suspenso em uma bolha, a se perguntar se a música acabou de repente ou se os instrumentos recuperarão o vigor num estrondo ainda mais avassalador, rumo ao grand finale.

No fim das contas, a inevitável expectativa do que vem a seguir é a prova cabal de que só existem duas alternativas possíveis: ou o tempo continua a seguir seu curso veloz, ou aquele é, de fato, o fim.

LEIA PORQUE...
A Visita Cruel do Tempo é a degradação, a resiliência e a abdicação, misturadas e remexidas no imenso caldeirão da vida real. Tudo devidamente temperado com uma narrativa viciante e impecável.

DA EXPERIÊNCIA...
O pessimismo, tal como adoro, embrulhado para presente.

FEZ PENSAR EM...
“Time is passing” – The Who.


site: http://livrolab.blogspot.com
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LISANDRA 13/02/2012

Por onde andará Sasha?
O que ela terá feito da sua vida? Onde estará morando, por onde andará no dia do show?
Essa foi a pergunta que Alex e Bennie Salazar fizeram no último capítulo do livro “A visita cruel do tempo” (e não, não considere isso um Spoiler). Essa pergunta provavelmente irá conduzir o leitor a refletir, com um leve sorriso, sobre a sua própria vida, e talvez ele tente imaginar por onde andará aquele garoto/garota que era seu melhor amigo nos tempos da escola, ou ainda aquela moça/rapaz (como era mesmo o nome?) que namorou no verão de dez ou quinze anos atrás.
Esse é, em minha opinião, um dos maiores méritos do livro “A visita cruel do tempo”, de Jennifer Egan.

A história não é linear. Sim, a técnica é antiga, mas funciona muitíssimo bem, moldada pelo talento da autora. O livro mostra um personagem numa determinada época, depois salta para outro personagem, em outra fase, outro tempo, e alguns capítulos depois nos deparamos com aquele que não víamos há umas vinte ou cinquenta páginas. E aí ocorre a mágica: é como encontrar, dez anos depois, o filho daquela vizinha que mudou de cidade, que era um pirralho, e agora é outra pessoa, agora é um rapaz. E você pensa: “meu deus, como o tempo passou!” O livro proporciona esses “sustos”, essas sensações.

Além de não ser linear, a própria estrutura narrativa é constantemente modificada: são diversos tipos de narradores diferentes, o que traz ainda mais movimento ao texto. O curioso é que toda essa confusão resulta em um livro harmônico e sem furos; tudo se conecta, a história é extremamente bem costurada.
Mas sobre o que trata a história mesmo?
Bennie Salazar tinha uma banda de rock na adolescência, na qual tocava baixo, mas não era bom com o instrumento. Já seu amigo Scotty era um ótimo guitarrista. Bennie desiste do baixo, mas se torna um produtor musical famoso, porém inconformado com a influência da tecnologia sobre o som; ele é um amante do som “sujo”, analógico. Sasha é assistente de Bennie. Scotty...bem, não vou contar mais nada sobre ele. Basta saber que na adolescência ele era charmoso e mandava bem na guitarra. Muitos outros personagens aparecem e reaparecem, e a história não é o mais importante do livro, porque ele trata de pessoas comuns vivendo suas vidas através dos anos. Eu e você poderíamos ser personagens. Não existe um núcleo central de mocinhos e bandidos. É um livro que trata das perdas e da ação do tempo sobre as pessoas (e sobre o rock!). É um livro sobre relações humanas, mudanças, redes sociais, crescimento, declínio, nostalgia, solidão, morte, drogas, autodestruição, tudo ao mesmo tempo, e tudo embalado por uma bela trilha sonora (muitas músicas são citadas ao longo do livro).

A autora ganhou o pulitzer de 2011; de forma engraçada e irônica, “A visita cruel do tempo” vem sendo considerado “o livro do momento”. Sim, porque esqueci de mencionar que ele também discute as relações de marketing. Logo na capa do livro vemos em letras grandes: “vencedor do Pulitzer”.
Mas é bom, o livro é muito bom. Não sei se daqui a alguns anos lembrarei dele; não sei se entrará para a minha galeria particular de livros inesquecíveis, mas valeu a pena.


“A nostalgia era o fim da linha – todo mundo sabia disso” (Bennie Salazar)
Vicente Moragas 08/01/2013minha estante
Sim.. isso é um spoiler.




Dudu 29/05/2020

Achei um livro confuso e sem propósito.
A narrativa tem muito vai e vem temporal e de personagens, o que me levou certo tempo para entender a ligação entre as diferentes histórias.
Isso me levou a não me apegar emocionalmente com a história.
Achei que o título original fez mais sentido para o entendimento da história.
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Nirley 18/03/2022

A visita cruel do tempo
É essa a realidade, não é?
Vinte anos depois, a sua beleza já foi para o lixo, especialmente quando arrancaram fora metade das suas entranhas.
O tempo é cruel, não é?
Não é assim que se diz?

Você tem mania de achar que as atitudes definem as pessoas para sempre?
Então vem ler esse livro e tirar suas próprias conclusões!
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Rodrigo1001 17/06/2018

Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno (SEM SPOILERS)
O melhor livro que você terá em mãos;
Vencedor do LA Times Book Prize;
Vencedor do Pulitzer;
Brilhantemente construído;
Esplêndido;
Perfeito;
Mágico;
Incrível.

Esses são só alguns dos elogios constantes na capa e na contracapa de "A Visita Cruel do Tempo", livro da romancista e contista norte-americana Jenifer Egan.

Diante desse rosário de adjetivos e prêmios, imagino que vocês possam imaginar o tamanho da minha expectativa quando comprei o livro.

Eu esperava por um arrebatamento, um êxtase, um enlevo de proporções quase cósmicas. Um nirvana, uma plenitude, uma glória que me levaria da terra ao céu em poucas páginas, um estupor que me deixaria na lona... Eu esperava, em resumo, pelo sobrenatural!

Mas, calma - logicamente, nada disso aconteceu...

O livro é bom, claro, mas nada que mereça tamanho surto psicótico da mídia especializada.

É um livro bacana, com um bom enredo, com uma prosa ágil, direta e muito marcada por uma forte tendência de caos na linha do tempo. Esse caos, inclusive, foi uma boa sacada da autora: de início, não há marcadores de tempo aos quais o leitor possa se agarrar e criar uma cronologia. Isso vai acontecendo durante a evolução da narrativa, durante a apresentação dos (muitos!) personagens.

É um romance de muitas camadas, resultando de várias histórias que parecem independentes, mas que estão unidas por um barbante. A autora chega a brincar com o lúdico mais próximo do fim usando um esquema inusitado de PowerPoint. Percebe-se que ela utiliza todas as armas para mostrar a crueldade do tempo, o que ele faz com nossos objetivos, com nossas peles, com nosso ossos. Fala sobre fama e anonimato, brevidade e perenidade, cultura pop, música e indústria fonográfica. A crítica ao tempo roda por baixo desses elementos, todos permeados de muita melancolia.

O resultado, para mim, ficou entre o legal e o cansativo.

Enfim, é um livro que faz pensar, com algumas passagens belíssimas e outras nem tanto. Talvez a melancolia tenha me atrapalhado, mas, de uma coisa tenho certeza: o que mais me atrapalhou foi o bafafá em torno da obra. Assim, em resumo, a minha maior crítica é, justamente, em relação a crítica exacerbada do livro. Adjetivos superestimados atrapalharam a experiência literária.

Leia, vai ser bom, mas não transcedental, ok?

Leva 3,5 estrelas de 5.
edu basílio 17/06/2018minha estante
eu larguei este livro depois de dois ou três capítulos, rodrigo. ainda tive mais "ranço" dele que você, que ainda conseguiu finalizar e achar algumas qualidades. eu só vi histeria - da obra em si e da crítica soi-disant espacializada.


Rafael 17/06/2018minha estante
Também achei bem mais ou menos.


Rodrigo1001 17/06/2018minha estante
Eu entendo vocês. É um livro bom, mas ?esquecível?. E eu esperava um livro memorável. Esse é o resumo perfeito da minha experiência.


Barbara 30/06/2018minha estante
Tô na página 60 e não tô aguentando mais... Tá chato ?


Aline Teodosio @leituras.da.aline 06/04/2019minha estante
Tive essa mesma sensação.. entre o bom e o cansativo, mas ambos os sentimentos banhados pela melancolia.


Raquel 11/04/2020minha estante
Estou lendo, mas prestes a abandonar. Pelos adjetivos, o leitor realmente cria uma expectativa. Estou achando muito cansativo.




Marcelo 19/08/2021

Viver por quê?
A visita cruel do tempo reflete sobre a inevitabilidade da vida e da existência humana, por mais difícil que ela se mostre, discutindo sobre como nossas tragetórias moldam quem somos, mesmo que inconscientemente.

O fato é que, por mais imprevisíveis que nossos caminhos sejam, ninguém jamais pode deixar de exercer o autocuidado, seja consigo, seja com o próximo. Mesmo na dor ou na incerteza, a existência continua e nada nem ninguém vai controlar isso.


O livro propõe um grande quebra cabeças, trazendo em cada capítulo recortes de uma trama maior que, ao longo da leitura, vai sendo descortinada. Cada capítulo possui um foco em um personagem diferente (são uma espécie de mini contos) que aos poucos se tornam recorrentes dentro da história, com constantes autorrefêrencias.

Uma mulher de meia idade cleptomaníaca, um ex-astro do rock fracassado, um agente musical em declínio, uma assessora de imprensa confusa, crianças em crise parental... São diversos os pontos de vistas explorados, cujas vozes se alternam entre primeira, terceira e até a incomum segunda pessoa, além de capítulos simulando reportagens jornalísticas e outro contado inteiramente por meio de slides de Power Point.

Isso exige de quem lê uma predisposição à dúvida, ao questionamento, à perguntas sem respostas e, principalmente, ao desprendimento da estrutura tradicional dos romances, já que as características e o desenvolvimento dos personagens vão sendo aprofundandos aos poucos, gerando uma persistente sensação de que algo está incompleto. Na minha opinião, ao terminar o livro, não houve problema algum quanto à isso.

Para além da estrutura, a grande força da obra reside na escrita da autora, que é minuciosa, densa, meticulosa e profunda. Com grandes passagens bonitas e elegantes, ela se mantém sempre no domínio da história, mesmo que às vezes exista a sensação de um aprofundamento excessivo em personagens não tão interessantes, tornando a leitura arrastada em algum momento, comprometendo o ritmo. Mas nada que estrague a experiência.

Não acho que o livro funcione para todos, levando em consideração que não há um grande clímax, mas uma narrativa que, a todo momento, buscar se bastar por si ali mesmo.

Mas a quem gosta de sair da zona de conforto, vale a pena ler. O tempo não vai ser cruel com quem enfrentar Jenifer Egan.
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Valentina.Gianola 16/08/2021

Divertidinho, mas esperava mais.
O livro começa muito bem com histórias instigantes e que deixam o leitor curioso e com expectativas sobre os detalhes mencionados e não esclarecidos, mas conforme os capítulos vão passando a narrativa vai perdendo o gás. Como cada capítulo traz um narrador/personagem/ponto de vista diferente, apesar de todos estarem entrelaçados e se complementarem, chega em um ponto que o livro abre histórias que não levam a lugar nenhum. Não que os livros precisem ter um propósito específico, mas parece que a história promete muito para então se perder em rumos não muito interessantes. A melhor parte da narrativa são as conexões entre os personagens e a maneira como um capítulo às vezes "responde" as questões de outro, mas nem sempre isso ocorre e se torna cansativo.

Gostei do capítulo dos slides, mas esperava BEM mais dele. Slides feitos por um personagem irrelevante que não traz praticamente nada de novo e não impacta de nenhuma maneira a história. Me parece que a autora tentou revolucionar pela forma mas esqueceu o conteúdo desse capítulo.

Os personagens parecem ser baseados em estereótipos e não chegam a ser muito profundos, mas isso também não é um problema. Todos eles tem um problema de não aceitação da passagem do tempo, que é um tema comum, mas às vezes o tema era tratado de forma boba, fazendo alguns personagens parecerem apenas imaturos.

No geral, achei o livro divertido de ler, mas promete mais do que cumpre. A melhor parte de fato é o formato e entrelaçamento de narrativas, isso eu achei muito legal e me manteve até o final, mas acredito que isso poderia ter sido feito de uma forma mais interessante.
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