A visita cruel do tempo

A visita cruel do tempo Jennifer Egan




Resenhas - A visita cruel do tempo


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Daniel 02/03/2012

"O tempo que antecipa o fim / também desata os nós"
Extasiado. Há muito tempo não lia um livro tão bom. Mereceu mesmo levar o Pulitzer, é melhor que Liberdade do Jonathan Franzen. Dá mesmo vontade de ler tudo de novo quando chegamos na última página.

Um dos trunfos da narrativa são os capítulos fora da ordem cronológica. Os personagens às vezes dão a impressão que sumiram, e surgem outros, em épocas e lugares diferentes. Parece que você está lendo um livro de contos, mas no final há uma unidade surpreendente. Mas mais do que os recursos criativos da autora (como um capítulo narrado em powerpoint, ou outro narrado em segunda pessoa!) são as ideias e reflexões que o texto de Egan provocam: Qual é a importância que temos no mundo? O que nos tornamos são frutos de nossas escolhas ou de nossas oportunidades? ou de ambas? O tempo é circular? Tudo é temporário, tudo passa, tudo é substituível? Reflexões, é claro, que uma leitura rasa e apressada não vai gerar.

Alguns leitores podem se sentir intimidados ou confusos com tantos nomes, lugares e datas (ou a AUSÊNCIA aparente das datas!). Os personagens principais aparecem com idades diferentes em determinados capítulos. Por exemplo: Sasha é uma adolescente no capitulo Adeus, meu amor (começo dos anos 90); uma jovem universitária no capítulo Fora do Corpo; uma mulher adulta em Ouro que cura e em Achados e Perdidos; e uma mulher madura no capítulo Grandes Pausas do Rock.

Os personagens principais - SEM SPAM ! - são:

- SASHA: uma das personagens centrais do romance. Foi uma adolescente rebelde, chegou a fugir de casa. Foi secretária e assistente de Bennie nos anos 90. Cleptomaníaca.
Amigos de Sasha na Universidade de Nova York nos anos 90:
- ROB: gay, melhor amigo de Sasha
- DREW: namorado de Sasha
- LIZZIE: melhor amiga de Sasha
- BIX: negro, namorado de Lizzie

- BENNIE SALAZAR: outro personagem central, foi músico nos anos 70 e posteriormente um produtor musical de sucesso
Amigos de juventude de Bennie nos anos 70:
- SCOTTY: fazia parte da banda chamada "Flaming Dildos", com Bennie e Bosco
- ALICE: a beldade do grupo, disputada por Scotty e Bennie
- JOCELYN: teve um caso com o produtor Lou, e com o filho dele, Rolf
- RHEA: melhor amiga de Jocelyn
- BOSCO: guitarrista do "Flaming Dildos", planeja a "tour suicida" em 2003

- LOU: produtor de discos nos anos 70, pai de CHARLENE e ROLF, e tem outros filhos de outros casamentos
- MINDY: namorada de Lou, fez um safári com ele e os filhos no começo dos anos 70
- ALBERT: guia do safári

- STEPHANIE: casou-se com Bennie e teve um filho, CHRIS
- KATHY: "amiga" de Stephanie, com quem jogava tênis num clube esnobe

- DOLLY, ou La Doll: publicitária, foi chefe de Stephanie. Esteve presa por causar um desastre numa festa
- LULU: filha de Dolly. Irá trabalhar com Bennie no futuro, substituindo Sasha

- JULES JONES: repórter de celebridades, irmão de Stephanie

- KITTY JACKSON: jovem atriz entrevistada por Jules. Posteriormente contratada por Dolly para visitar um ditador

- TED HOLLANDER: tio de Sasha, foi procurá-la quando ela fugiu para a Itália na adolescência

- COS: terapeuta de Sasha

- ALEX: conhece Sasha quando chega em NY. No futuro, vai trabalhar com Bennie e Lulu
- REBECCA: esposa de Alex

- ALISON e LINCOLN: filhos de Sasha


Segue um roteiro – SEM SPAM! – com os capítulos em ordem cronológica, localizando o ano em que a ação se passa e o narrador (quando for o caso).

1. Safari - África, 1973 - Capítulo 4

2. Não estou nem aí - São Francisco, 1979 (narradora: Rhea) – Capitulo 3

3. Adeus, meu amor - Nápoles, 1992 – Capítulo 11

4. Fora do corpo - NY, 1993 (narrador: Rob) – Capítulo 10

5. Xis-zero - NY, 1997 (narrador: Scotty) – Capítulo 6

6. Um almoço em 40 minutos - NY, 1999 – Capítulo 9

7. De A a B - NY, 2003 – Capítulo 7

8. Vocês - São Francisco, 2006 (narradora: Jocelyn) – Capítulo 5

9. Ouro que cura - NY, 2006 – Capítulo 2

10. Como vender um general - NY, 2008 – Capítulo 8

11. Achados e perdidos - NY, 2009 – Capítulo 1

12. Linguagem pura - NY, 2020 – Capítulo 13

13. Grandes pausas do rock - Deserto da Califórnia, 202_ (narradora: Alison) - Capítulo 12

Dá para arriscar uma releitura em ordem cronológica...
Eu reli desta forma (quatro anos depois da primeira vez) e achei que funcionou muito bem!

O jornalista João Paulo Cunha definiu muito bem as sensações que o livro desperta: “A romancista nos coloca em meio a um caleidoscópio que, com o desenrolar da história, passamos a girar para ver brilhar imagens encantadoras ou assustadoras. O nome do brinquedo é Tempo.”
Júnior 21/04/2012minha estante
Também usarei a mesma palavra: Fiquei extasiado ao término da leitura! Que livro ótimo!


scarleth 25/04/2012minha estante
legal vc ter contextualizado no tempo cada capitulo. adorei :)
quando ao capitulo 12, eu acredito q seja 2027.
olha só: em 2009 a sasha tem 35 anos. É dito que ela tem filhos tardiamente, digamos então que o primeiro filho aos 40, quando esse filho tiver 13 anos sera 2027.
Talvez seja até um pouco mais.


Fabiana 11/06/2012minha estante
Ainda estou lendo o livro mas como você não consegui seguir sem tentar checar os anos, também contei idades, narradores... Até o capítulo 7 temos praticamente os mesmos palpites.


Tuca. 21/07/2012minha estante
Massa. Será que uma leitura cronológica é legal? Talvez valha a pena tentar...


Daniel 22/07/2012minha estante
Com certeza um dos trunfos deste livro é exatamente essa coisa pouco precisa sobre o tempo nos capítulos, essa "desordem" do tempo.
A ordem cronológica não tem o mesmo charme, mas dando um exemplo: o personagem Rob é citado logo no primeiro capítulo (Achados e Perdidos), mas tão rapidamente que só o leitor muito atento vai lembrar dele quando chegar ao capítulo 10 (Fora do corpo), que é engenhosamente narrado por ele. Assim, quando vc lê na ordem cronológica, fica mais fácil ordenar os fatos conforme aconteceram. Mas entendo que alguns podem achar uma heresia sugerir inverter a ordem dos capítulos proposta pela autora.


Vicente Moragas 08/01/2013minha estante
Cara a sua tentativa de organizar cronologicamente o livro é muito boa, mas vc deve marcar como spoiler. Pois essa é a graça do livro, ficar sem saber exatamente qual é o ano que se passa o episódio quando o capítulo começa. Ainda não tinha ligo o último, estragou a surpresa.


Daniel 21/02/2013minha estante
Desculpa aí, Vicente! Minha intenção nunca foi a de estragar a surpresa de ninguém... Acho que não dá para considerar que há spoiler no meu comentário, porque nada do que vai acontecer na história é revelado. Discordo que "a graça do livro" seja os capítulos em tempos e lugares diferentes... E quem preferir não saber as datas e locais basta não continuar lendo estas informações - dá tempo, tipo: "opa, não quero saber!"


jota 30/04/2013minha estante
Daniel: não acho que isso configure spoiler - pelo contrário, pode ser útil para quem não conseguiu identificar com facilidade os anos em que se passam os capítulos. A autora dá várias pistas musicais, políticas (era Clinton, por exemplo) e até mesmo algumas continhas podem ser feitas para se chegar lá. Não vou reler, mas se tivesse visto isso antes, talvez tivesse optado pela ordem cronológica. Não estragaria em nada a leitura, creio. Muito boa essa sua dica.


Arsenio Meira 10/05/2013minha estante
Concordo com o Jair. Já tinho lido a resenha, antes de ler o magnífico romance da Egan. E por pouco, muito pouco, deixei de optar pela ordem cronológica sugerida pelo Daniel. Ao contrário do Spoiler, foi - isto sim - uma boa dica. Quando reler (no meu caso, sim, pretendo reler o romance, vou adotar a sugestão abordada na resenha.

É apenas questão de opinião e de enxergar como se deu a proposta do Daniel. Para mim, ficou claro que o livro não tem como ponto nuclear ou fundamental, a situação temporal dos capítulos.

O Vicente tem o direito de discordar, é claro; tanto é, que assim o fez livremente.


Renata CCS 18/09/2014minha estante
Adquiri recentemente este livro e já está nas metas de leitura de 2014. Gostei da ideia de uma leitura - ou releitura - em ordem cronológica.


Ana 01/03/2016minha estante
tenho ele aqui desde o lançamento. Meu marido leu e gostou, mas santo de casa não fez milagre rs Mas essa sua animação toda ...


Nanci 01/03/2016minha estante
Não sei se o Daniel mudou a resenha ou apenas a republicou, mas li esse livro em 2014, motivada por sua empolgação. Gostei muitíssimo também.


Daniel 01/03/2016minha estante
Eu estou relendo em inglês, para treinar... Fui fazer uma correção na resenha e aí apareceu como seu eu tivesse escrito agora. Se não me engano foi o primeiro comentário que escrevi no skoob, logo quando entrei, no comecinho de 2012... Falando no TEMPO... como ele voa!!!


Carol Montezuma 01/03/2016minha estante
Caramba, eu sou um ET... Tenho achado tão chato que tenho tido preguiça de continuar. Estou a beira de um abandono...


Daniel 02/03/2016minha estante
Não desista Carol! Quando a história te fisgar, vc nao vai largar mais!
Estou tão entusiasmado com a releitura que resolvi ampliar um pouco a resenha, fazendo uma lista dos personagens. Espero que possa ajudar!


Lize 28/04/2016minha estante
Que resenha maravilhosa!


Karol Rodrigues 13/03/2017minha estante
Muito obrigada por essa lista! Deveria ter no livro, porque eu precisei parar por um tempo a leitura e quando voltei fiquei completamente perdida. Mas esse livro


Heitor Oliveira 07/05/2018minha estante
Meu Deus, obrigado por esse comentário, estou em leitura no momento e estava a anos penando pra ler, esse livro devorei 80 paginas no primeiro dia. Mas a leitura imprevisível está tão boa que, quando terminar vou voltar aqui para pegar sua contextualização e reler essa maravilha.

Que livro!


Robson Almeida 15/09/2018minha estante
Comecei a ler, Daniel!


Frankcimarks 03/03/2019minha estante
Ótima resenha. A HBO deveria te contratar para fazer o roteiro da série...rsrsrs.


Daniel 09/12/2019minha estante
Frankcimarks rsrs


gcpina 27/08/2021minha estante
Putz! Quero um comentário assim em todo livro que for ler!


Kelly Oliveira Barbosa 30/09/2022minha estante
Melhor que Liberdade do Franzen? Sério! Vou ter que ler então.


Daniel 30/09/2022minha estante
Eu achei melhor, disparado!


ademir.telles 04/10/2022minha estante
Livro fantástico! Curioso para ler "A casa de doces". Também gostei (menos) de "O torreão", mas "Praia de Manhattan" eu abandonei.


Daniel 05/10/2022minha estante
Eu resolvi reler "A visita cruel" antes de começar "A casa de doces". A releitura está sendo maravilhosa. Concordo com vc, o Torreão e Praia de M. são decepcionantes


João Vitor 08/10/2022minha estante
você precisa ler a continuação? ?A casa de doces?! Inclusive, escrevi sobre ele. Acabou de sair pela Intrínseca. Achei até melhor que o primeiro ??


Daniel 10/10/2022minha estante
Já está comprado, estou esperando chegar! Doido pra ler!!




LUA 02/07/2013

CONFUSÃO/EU SOU LIMITADA.
Livro lido para o Desafio Desafiante - Item 17 Ler um livro que tenha o mesmo nome/apelido que você.
Livro Lido para o DL 2013 mês Junho 2013.

Um livro difícil, eu diria confuso.
O livro começa contando a história de Sasha assistente de Benny Salazar, que teve um selo fonográfico e hoje(?) é produtor musical da empresa que vendeu.
Sasha é cleptomaniaca e está discutindo sua compulsão com seu analista, discutindo os seus últimos "casos de roubo", em especial um encontro que teve com um rapaz chamado Alex, em que ela "pega" a carteira de uma mulher no banheiro de um restaurante e se vê obrigada a devolver.
O segundo capítulo é sobre Bennie, vinte anos atrás com sua turma de amigos de escola "góticos" que tem uma banda e consegue um show por intermédio de um produtor que uma de suas amigas conhece e com quem tem um caso.
O terceiro capítulo, começa com um protagonista diferente mas que você só descobre quem é lá pela segunda página. Aí eu fiz uma pausa.
O livro não tem ordem cronológica, ele muda de protagonista, muda de cenário eu fiquei perdida, mas até aí ele vai contando a história dos amigos de Bennie e você pensa que o livro é sobre o que tempo faz com a amizade e com as pessoas, mas quando o livro muda para contar a história da ex chefe da ex mulher de Bennie, eu parei novamente.
Sério, a única maneira que tive de acabar de ler o livro foi pensando nele como um livro de cronicas onde os personagens se conhecem.
Eu na verdade não consigo nem definir quem era o personagem principal do livro, porque quando você acha que tudo gira em torno de Bennie, você percebe que tudo na verdade tem haver com Sasha.É sobre ela o último capítulo do livro, que diga-se de passagem está a 20 anos para frente de quando encontra Alex no dia citado no primeiro capítulo.
Antes disso, tem um capítulo inteiro feito com slides ou projeçoes pois a filha de Sasha prefere escrever por meio de gráficos e assim ela conta a história de sua vida no livro.
Sobre a minha personagem, Lulu aparece em dois momentos no livro, o primeiro criança acompanhando a mãe (ela é filha da ex chefe da ex mulher de Bennie) e depois como assistente de Bennie super inteligente em um cenário hi tec de uma Nova York futurista.
Sinceramente eu não apreendi nada do livro e não entendi o motivo de tantas críticas excepcionais e de ter ganho o prêmio Pultizer.
Para mim foi uma experiência muito confusa ou eu sou muito limitada.
Só não dou uma estrela só porque o livro tem umas frases interessantes.


Michelle Gimene 02/07/2013minha estante
Nossa, Luana! Sério que é assim esquizofrênico? Tenho altas expectativas de tanto ouvir elogios e também estou curiosa porque adoro histórias que envolvam música. Pena que não foi uma boa experiência para você. Veremos o que vou achar...
bjo


David 29/07/2013minha estante
sim, vc é limitada! TO BRINCANDO!KKK
numa outra resenha indicaram as datas, locais e quem é o narrador de cada capítulo. vai ajudar um pouco a vc se localizar. mas isso é o que menos importa, a questão principal do livro sao as mudanças que o tempo faz


LUA 29/07/2013minha estante
Sim David, eu sou limitada, eu aceito isso,rsrsrs.
Não acho que não seja importante as datas ou os narradores, o texto para mim sem esses detalhes não fluiu.Como vc diz a questão principal são as mudanças que o tempo faz, sim mas e daí? qual o sentido nesse livro, o que faz isso de tão brilhante nesse livro? No mínimo não é um livro para mim, eu admito isso,rs.
Obrigada pelo comentário.


Luiz Correa 29/09/2013minha estante
estou ainda no inicio e tenho essa mesma opiniao Lua... mas vou continuar lendo..


LUA 29/09/2013minha estante
Oi Luiz,
Continue lendo sim. De repente você acha o plug que torna o livro tão maravilhoso para tantas pessoas e que eu infelizmente não achei.Depois venha me contar.
Obrigada pelo comentário
bjs,


Luiz Correa 09/11/2013minha estante
Não consegui Luana, desisti dele. Uma pena, porque eu esperava muito desse livro... tb sou limitado.. hehe.
bjs!


LUA 17/01/2014minha estante
Poxa Luis que pena!
Mas pelo menos eu não fui a única,rs.
bjs,


Luize 12/11/2016minha estante
O protagonista do livro é o tempo.Tinha altas expectativas e no fim a leitura não fluiu e não consegui me envolver com os personagens. A mensagem do livro é boa: que a gente reflita sobre nossas escolhas e sobre a vida que levamos, para não receber , lá na frente, a visita cruel do tempo. Mas não consegui nem considerar o livro bom,olha, porque foi um parto para eu ler de tão chato que achei. Também dei 2 estrelas e só.




Rodrigo1001 17/06/2018

Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno (SEM SPOILERS)
O melhor livro que você terá em mãos;
Vencedor do LA Times Book Prize;
Vencedor do Pulitzer;
Brilhantemente construído;
Esplêndido;
Perfeito;
Mágico;
Incrível.

Esses são só alguns dos elogios constantes na capa e na contracapa de "A Visita Cruel do Tempo", livro da romancista e contista norte-americana Jenifer Egan.

Diante desse rosário de adjetivos e prêmios, imagino que vocês possam imaginar o tamanho da minha expectativa quando comprei o livro.

Eu esperava por um arrebatamento, um êxtase, um enlevo de proporções quase cósmicas. Um nirvana, uma plenitude, uma glória que me levaria da terra ao céu em poucas páginas, um estupor que me deixaria na lona... Eu esperava, em resumo, pelo sobrenatural!

Mas, calma - logicamente, nada disso aconteceu...

O livro é bom, claro, mas nada que mereça tamanho surto psicótico da mídia especializada.

É um livro bacana, com um bom enredo, com uma prosa ágil, direta e muito marcada por uma forte tendência de caos na linha do tempo. Esse caos, inclusive, foi uma boa sacada da autora: de início, não há marcadores de tempo aos quais o leitor possa se agarrar e criar uma cronologia. Isso vai acontecendo durante a evolução da narrativa, durante a apresentação dos (muitos!) personagens.

É um romance de muitas camadas, resultando de várias histórias que parecem independentes, mas que estão unidas por um barbante. A autora chega a brincar com o lúdico mais próximo do fim usando um esquema inusitado de PowerPoint. Percebe-se que ela utiliza todas as armas para mostrar a crueldade do tempo, o que ele faz com nossos objetivos, com nossas peles, com nosso ossos. Fala sobre fama e anonimato, brevidade e perenidade, cultura pop, música e indústria fonográfica. A crítica ao tempo roda por baixo desses elementos, todos permeados de muita melancolia.

O resultado, para mim, ficou entre o legal e o cansativo.

Enfim, é um livro que faz pensar, com algumas passagens belíssimas e outras nem tanto. Talvez a melancolia tenha me atrapalhado, mas, de uma coisa tenho certeza: o que mais me atrapalhou foi o bafafá em torno da obra. Assim, em resumo, a minha maior crítica é, justamente, em relação a crítica exacerbada do livro. Adjetivos superestimados atrapalharam a experiência literária.

Leia, vai ser bom, mas não transcedental, ok?

Leva 3,5 estrelas de 5.
edu basílio 17/06/2018minha estante
eu larguei este livro depois de dois ou três capítulos, rodrigo. ainda tive mais "ranço" dele que você, que ainda conseguiu finalizar e achar algumas qualidades. eu só vi histeria - da obra em si e da crítica soi-disant espacializada.


Rafael 17/06/2018minha estante
Também achei bem mais ou menos.


Rodrigo1001 17/06/2018minha estante
Eu entendo vocês. É um livro bom, mas ?esquecível?. E eu esperava um livro memorável. Esse é o resumo perfeito da minha experiência.


Barbara 30/06/2018minha estante
Tô na página 60 e não tô aguentando mais... Tá chato ?


Aline Teodosio @leituras.da.aline 06/04/2019minha estante
Tive essa mesma sensação.. entre o bom e o cansativo, mas ambos os sentimentos banhados pela melancolia.


Raquel 11/04/2020minha estante
Estou lendo, mas prestes a abandonar. Pelos adjetivos, o leitor realmente cria uma expectativa. Estou achando muito cansativo.




Renata CCS 28/10/2014

O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela. (Fernando Pessoa)


"In the days of my youth / I was told what it means to be a man / Now I've reached that age / I've tried to do all those things the best I can / No matter how I try / I find my way into the same old Jam." - Good Times, Bad Times (Led Zeppelin)


Quando o tempo bate à nossa porta, não tem jeito. Ele chega e detalhe: ele avisa! Todos os minutos, dias, meses, anos vão passando e a gente, claro, percebendo. Basta olhar no relógio e no espelho, que lá estarão as provas e as marcas dessa visita. E apenas nós podemos fazer com que essa visita não seja muito cruel.

Em A VISITA CRUEL DO TEMPO, Jennifer Egan trata da passagem do tempo e de como somos afetados por ele, de como sonhos e desejos começam, acabam e se renovam com o passar do tempo. E isso tudo baseado nas escolhas que fazemos e com a ajuda ou oposição - das pessoas que convivemos.

Sob a perspectiva de vários personagens e com um esquema que, em algum momento de suas vidas, suas histórias fazem com que se conectem uns aos outros, cada capítulo compreende um momento dentro do intervalo de cinco décadas que nos apresenta as mais diversas pessoas, onde o protagonista de um torna-se o coadjuvante do seguinte, como se cada um dos capítulos fosse um conto.

Nessa obra encontramos uma mistura do tempo presente, passado e futuro. Não há uma ordem cronológica: é tarefa do leitor adivinhar em que época se passa cada capítulo. Vamos nos orientando no tempo e no espaço através dos fatos que a escritora lança no texto.

E o tempo, implacável, é quase um personagem adicional que vai tocando a vida dos personagens, provocando efeitos que podem ser tanto avassalador como recompensador. E esse passar do tempo traz um que de pessimismo à narrativa: a constante busca de realização, a ausência de objetivos, a juventude que se dissipa, o isolamento e manipulação por meio da tecnologia, o talento musical em vias de extinção... realmente uma visita muito cruel, mas que vai de acordo com as escolhas de cada um.


"It's the time of the season / When love runs high / In this time, give it to me easy / And let me try / With pleasured hands / To take you in the sun to / Promised lands / To show you every one / It's the time of the season for loving..." - Time of the Season (Zombies)


O livro tem a música como pano de fundo - embora seja uma presença insconstante - e mais precisamente o rock. Direta ou indiretamente, todos os personagens parecem se ligar a este estilo musical. Mas os acontecimentos não são voltados única e exclusivamente para a música. Acho que a autora escolheu a indústria fonográfica porque ajuda na idéia de transição temporal, já que está sempre em movimento: é transitória, momentânea, mortal. Talvez seja a música o que mais nos faz refletir sobre a passagem do tempo, pois a banda ou cantor que foram sucesso ontem provavelmente não mais serão amanhã.

Mas vamos agora à criação de Jenifer Egan: escrever um livro onde possamos vislumbrar a passagem do tempo através do ponto de vista de várias pessoas pode ser uma tarefa difícil de realizar, mas Egan conseguiu isso com uma perfeita narrativa, além de ser muito perspicaz em adotar uma pluraridade de vozes para ilustrar a passagem do tempo. Sem dúvida, um livro muito bem escrito, mas a história dos personagens não me cativou. Embora a idéia do livro e sua forma de escrever sejam atraentes, seus personagens não são.

O livro dá a impressão de ser um experimento de Egan para elaborar suas histórias e testar diversas formas de narrá-las. Como foge ao típico torna-se uma leitura agradável, porém, mais adiante, nota-se que pouco sai do lugar.

São gigantes as qualidades técnicas. Sim! O domínio técnico é o que mais chama a atenção. Egan é extremamente hábil em espaços pequenos e entre tantos fios - mesmo emaranhados - a sua estrutura perfeita e completamente fora dos padrões é o grande atrativo do livro. É mesmo a questão da linguagem que chega ao fim do livro em posição de destaque.

Mas é difícil dizer se toda essa ânsia e fome do novo têm charme. Talvez as minhas expectativas estivessem muito elevadas ou talvez me falte uma sensibilidade necessária para compreender esses personagens. Não sei. Mas falta alguma coisa.

Se por um lado sua qualidade de escrita é assombrosa, acho que Egan não conseguiu traduzir com o mesmo arrebatamento o quanto é difícil o processo de amadurecimento de uma pessoa, seus sonhos e anseios, sua decadência e resignação, e as constantes mudanças causadas pelo decorrer do tempo.

Um livro de qualidade inegável, mas difícil de manter na memória. É bom. E só.


"Closing time, open all the doors / And let you out into the world / Closing time, turn all of the lights on Over every boy and every girl / Closing time, one last call for alcohol / So finish your whiskey or beer / Closing time, you don't have to go home / But you can't stay here." Closing Time (Semisonic)


Clara K 29/10/2014minha estante
Gostei muito do livro. Para mim, foi um 4 estrelas. O tempo pode até ser cruel as vezes, mas pode nos fazer muito bem também.


Ren@t@ 30/10/2014minha estante
Eu adorei o livro. Mas acho que o barulho todo em torno dele realmente foi exagerado. Não espere encontrar um personagem como fonte de inspiração, ou um texto que vá mudar sua vida.


VICKY 31/10/2014minha estante
As opiniões estão bem divididas aqui no Skoob. AInda não li mas estou curiosa.


Jayme 31/10/2014minha estante
Gostei da escolha das músicas que falam sobre o tempo. Se bem me lembro, pertencem a playlist de um dos personagens. Muito boa sacada!


Karol Rodrigues 15/03/2017minha estante
que resenha!




Igor Gabriel 20/06/2012

"O melhor livro que você terá em mãos. " Los Angeles Times
Nunca tinha ouvido falar em Jennifer Egan e nunca tinha ouvido falar neste livro até começarem com a enxurrada de propaganda. Logo pesquisei sobre a opinião dos leitores, a sinopse e gostei muito do que li.

Ao ler o livro, porém, descobri que tudo foi uma jogada de marketing e que eu fui vítima da forte propaganda da editora.
O livro começa com uma narrativa interessante sobre uma das personagens, o que me fez ficar mais empolgado com o livro no início, mas nos outros capítulos aquilo tudo foi se desfazendo aos poucos.
Em cada capítulo a narrativa vai mudando: No primeiro é a personagem quem narra o que aconteceu com ela, no segundo, com uma narrativa diferente, um personagem que tem a ver com a primeira mas numa linha de tempo diferente, no terceiro muda de novo, personagem e narrativa.
Isso se dá o livro inteiro, mudando narrativa, personagem e tempo, ora no passado, ora no futuro... Chega um momento em que você começa a se perguntar em que linha do tempo você está e em que momento as estórias dos personagens vão se cruzar para criar uma trama complexa e misteriosa! Isso não acontece e é quando você chega na metade do livro e é bombardeado com mais de cem páginas do que parecem ser slides feitos por um dos personagens, sendo que isso entra sem explicação, de um personagem que você nunca ouviu falar e que é chato e não influencia em nada na trama (se é que tem uma), os personagens são pouco cativantes e a maioria fortemente estereotipados.

Se você está procurando um bom livro, com uma trama misteriosa, com uma mensagem diferente, um livro que faz você sonhar com ele, que torna os personagens palpáveis nas nossas mentes... Esse certamente não é o livro que você procura.

Notas 0 a 5

Arte da capa: 2
Narrativa: 0
Trama: 1
Personagens: 1
Idéia: 1
Eduardo Cesar 27/12/2012minha estante
Realmente este livro é horrível... tive a mesma impressão que você... fui enganado pela propaganda..


Diego Lops 17/10/2015minha estante
Realmente não é um livro para qualquer tipo de leitor. Pessoas com pouca carga literária, mais acostumadas a ler best-sellers, Dan Brown & Cia, enfim, livros para descansar o cérebro, poderão ter dificuldades para apreciá-lo.
Agora, uma coisa importante quando se faz uma crítica: lembrar que "não gostei" não significa, necessariamente, "não é bom". Cuidado para não transferir as suas próprias limitações de julgamento (que são gritantes na sua resenha) ao trabalho do autor.


Lize 28/04/2016minha estante
Concordo com você na parte dos slides, tudo bem que a história é narrada deforma diferente por cada personagem, mas achei essa dos slides desnecessários.




Alex 10/07/2023

Uma viagem pelo tempo
A visita cruel do tempo, é daqueles livros que você ama ou odeia. Não tem como, ele vai separar opiniões mesmo.

Com uma ótima escrita, mas sem nenhuma linearidade, você terá a impressão, que cada capítulo trás uma história diferente. Pensará que é uma loucura, completamente aleatória.

Mas de forma genial, em um determinado ponto, você perceberá as conexões, as familiaridades e, inevitavelmente, perceberá que o protagonista em todos os capítulos é o próprio tempo.

Uma história sobre histórias, vidas que se cruzaram e fizeram algum sentido, ou não, se cruzaram e se perderam, vidas vividas intensamente, ou não. Vidas que tiveram tempo de serem tocadas pelo tempo que passou.

Recomendo, mas se você gosta de começo, meio e fim, tudo desenhado e lógico, esse livro não é para ti.
Regis 14/07/2023minha estante
Não conhecia, mas me pareceu muito interessante e curioso. Foi uma boa resenha, Alex. ???


Alex 14/07/2023minha estante
Regis, é bem interessante. Ganhou um Pulitzer. Parece uma colcha de retalhos. Vale a experiência.


Regis 14/07/2023minha estante
Vou colocar na lista que só cresce, Alex. Rsrsrs




Carol 16/11/2012

Puta que pariu. Que livro!
Nyew 26/11/2012minha estante
Huashuashuas!
Gostei desta resenha! Objetiva e totalmente convincente, de verdade!


Carlos Ralize 07/02/2013minha estante
A melhor resenha que já li até agora.


Rafael 03/01/2017minha estante
Depois dessa resenha quero ler mais ainda kkk




Adriana 25/05/2015

Inutil
Realmente minha "loirice" deve ter atrapalhado a compreensão do texto!!!!
Achei o livro, insipido, inodoro e incolor.
Chato e nada acrescenta além do óbvio.
A estória flui, mas não prendem a atenção.
O entrelaçamento das estórias foi banal e achei os personagens sem consistência.
Raquel Pedruzzi 22/07/2015minha estante
Então esse livro não deve ser livro pra loiras mesmo... Pq eu tbm não vi graça! Personagens tão tolos que não tive empatia com nenhum. Tentei ler em dois momentos diferentes só pra ter certeza que não era culpa de uma ressaca literária... Mas não deu. Não me conectei.


Diego Lops 17/10/2015minha estante
A questão não é "loirice", e sim que não é um livro para todo mundo. Por exemplo, quem não está acostumado com boa literatura e prefere coisas banais e fáceis como Dan Brown & Cia realmente vai ter dificuldades de apreciar esse ótimo livro.


Cinthia 01/03/2018minha estante
Acho que nem pra morenas! Rs! Achei a idéia fantástica, mas a execução confusa e a leitura muitas vezes enfadonha... Tb não consegui me conectar com os personagens! Enfim, podia ter passado sem esse! E, ao contrário do que o "coleguinha super intelectual" insinua, nunca li Dan Brown e adoro clássicos como Charles Dickens, Alexandre Dumas, Gabriel Garcia Marquez e outros... Apenas não compartilhamos a mesma opinião dele...




spoiler visualizar
Nan ® 02/11/2016minha estante
:)
Seu aviso eu acatei, mas notando que escreveu tanto na resenha fez-me ver mais a respeito, gostei, parece um livro interessante. Mal posso esperar para conseguir meu exemplar, então voltarei para ler a sua paixão... ódio, ou inspiração, que provoca tantas boas curiosidades.
:P


Lizi 02/11/2016minha estante
Foi um misto de emoções mesmo, rsrsrs. Quero saber o que achou depois!!




Annie 26/03/2012

A Visita Cruel do Tempo, por Ana Nonato.
Veja também em: http://seismilenios.blogspot.com.br/2012/03/resenha-visita-cruel-do-tempo-jennifer.html

Enredo
• Espaço: Depende do contexto em que se encontra. Quando a personagem dá muita importância ao que a cerca - ou o espaço sendo crucial para o enredo, é narrado de forma detalhista e intimista, praticamente na visão da própria personagem em questão. Na verdade, são poucas as passagens em que esta descrição mais detalhada não se faz necessária, mas mesmo assim é feita de maneira equilibrada pela autora. Desta forma, o leitor não se cansa com o enredo; pelo contrário, esta intimidade com o local onde as personagens vivenciam suas situações traga o leitor mais e mais para dentro da história, logo estando tão mergulhado nela que deixar de ler lhe será praticamente impossível.
• Tempo: Possui algumas definições diretas mais como orientações para o leitor. Há vários tempos narrados: infâncias, adolescências, idades adultas e até mesmo velhices de diversas as personagens; cada capítulo narra um tempo distinto na vida daquele círculo social.
• Personagens: Não há uma personalidade principal no enredo; todas têm uma importância singular no capítulo a elas dedicado. O círculo engloba familiares (filhos, pais, tios, maridos e esposas), relações de emprego (patrão e empregada/empregado) e até mesmo amizade. Mostrando cada personagem em um tempo diferente, a autora constrói e desconstrói as personalidades para no final construí-las novamente, de modo a todas as personagens possuírem histórias de vida densas e complexidades psicológicas muito aprofundadas.
• Criatividade: É um enredo muito criativo pelo modo como foi construído. A história na ordem cronológica do calendário, a ordem "normal", pode parecer muito comum. Afinal, são situações que acontecem em vários lugares do mundo, sejam elas novas ou velhas. Porém, a narrativa é ponto alto, é de inovação pelo modo não costumeiro como foi escrita.
• Andamento do enredo: O enredo não possui grandes momentos de tensão em decorrer de alguma ação específica - como uma perseguição ou afins. Mas se torna tenso e até mesmo denso pela intimidade criada entre leitor e personagens, pelo nervosismo que capta o leitor e o faz vibrar cada uma das situações, sejam elas positivas ou negativas. Isto, em suma, é muito bom para a proposta.
• Início, meio e fim: Esta história se inicia do zero. O leitor conhece Sasha, conhece sua personalidade única e alguns dos fatos que permearam sua vida e que a fizeram estar onde estava naquele momento. Neste momento, o leitor também conhece, parcamente, as outras personagens (não todas, mas a maioria das que têm relações com Sasha no momento presente). A cada capítulo, o narrador se altera. (SPOILER - necessário)Bennie, o executivo da indústria musical, em um período de crise com seu filho ainda pequeno, já divorciado. Logo mais, sua ex-esposa Stephanie tem um capítulo dedicado a ela na época em que ainda eram casados. (/SPOILER) Cada capítulo encaixa uma peça no quebra-cabeças que é a vida de cada uma das personagens. Tal "jogo" só estará completamente montado no ponto final do último capítulo, fator que une o leitor cada vez mais à leitura; é um enredo de grande atração e difícil separação por parte do espectador, o que o torna um livro de sucesso. Ao invés de um ponto alto, há dois: as personagens e a própria narrativa em si.

Estrutura "Artística"
• Capa: Os desenhos das personagens sobrepostos criam uma imagem que significa exatamente o que o enredo quer mostrar: uma sobreposição de vidas, de momentos, de personalidades, do eu presente, passado e futuro. É muito pertinente ao enredo. O esquema de cores também é muito favorável a chamar a primeira atenção de um leitor potencial.
• Diagramação: Perfeitamente organizada.
• Fontes: de tamanho excelente, fácil assimilação e leitura.
• Sinopse: Se o enredo fosse construído de forma "comum", esta seria uma sinopse mais que exagerada. Porém, por mais que a sinopse entregue a relação entre as personagens e o que possivelmente acontecerá com elas, a história consegue superar todas as expectativas, todos os clichês e lugares-comuns, envolvendo o leitor num redemoinho de sensações que a fará parecer nada ou ser completamente esquecida. É a sinopse perfeita: serve como vitrine, apenas. Não influirá no modo como o leitor verá o enredo a não ser que este volte em todos os momentos a ela.
• Enredo: é, notoriamente, completamente planejado e organizado. A ordem dos capítulos, os anos, as relações entre as personagens, tudo é completamente orquestrado de modo a produzir um conjunto de sensações único ao leitor. A primeira página do livro já possui um trecho que instiga o espectador de uma forma inimaginável, tamanha a maestria como foi colocado.

Estrutura Física (Materiais)
• Capa: Material agradável ao toque, permite que a lombada seja aberta razoavelmente sem se deformar. Na capa em si, pode estar sujeito a alguns vincos ou rasgos, mas nada alarmante. As orelhas de maior tamanho não são feitas para marcações, mas para informações recorrentes (como sinopse e autora).
• Páginas: De cor amarelada, reduzem a intensiva reflexão de luz, auxiliando o leitor a prolongar seu tempo de leitura.

Análise
Enredo (x2): 5
• Espaço (x2): 5 (ótimo);
• Tempo (x2): 5 (ótimo);
• Personagens (x2): 5 (ótimas);
• Criatividade (x1): 5 (ótima);
• Andamento do enredo (x2): 5 (ótimo);
• Início, meio e fim (x3): 5 (ótimo);

Estrutura Artística (x1): 5
• Capa (x1): 5 (ótima);
• Diagramação (x1): 5 (ótima);
• Fontes (x2): 5 (ótimas);
• Sinopse (x2): 5 (ótima);
• Enredo (x3): 5 (ótima);

Estrutura física (x1): 5
• Capa (x1): 5 (ótima)
• Páginas (x2): 5 (ótimas)

Nota final: [2.(5) + 5.1 + 5.1]/4= 5 (ÓTIMO)

Gostei da obra?
De acordo com o Los Angeles Times, "o melhor livro que você terá nas mãos". Sinceramente, eu acho que eles exageraram, afinal ainda há muitas leituras por vir, sem contar os clássicos; todavia, o exagero foi pouco. Este livro é de uma magnitude que impressiona. Até agora, quando me lembro das horas que passei lendo, me parece que não foi tempo suficiente para poder absorver e entender toda a complexidade deste enredo. Jennifer Egan merece ter vencido o Pulitzer. E eu estava um tanto cética! Nem sempre o vencedor de prêmios é exatamente tão bom... Mas a meus olhos, este livro é o melhor que li neste ano; o melhor livro de minha vida junto com Ratos e os clássicos. Dos contemporâneos (considerando a nova literatura), é o melhor juntamente com o enredo de Gordon Reece. Se eu montar uma estante de ouro algum dia, com certeza este será o primeiro livro do qual me lembrarei. Agradeço à editora Intrínseca pelo exemplar e parabenizo-a pelos excelentes critério, escolha e qualidade envolvidos na disponibilização desta obra.
Annie 15/06/2012minha estante
Obrigada pela opinião, Daniel! :D


Annie 15/06/2012minha estante
Tenho de fazer estes cálculos porque a avaliação é estruturada em notas de 0 a 5. Sendo assim, o que me diferencia é que eu apenas coloco peso nos parâmetros, enquanto os outros atribuem estrelas muitas vezes de forma aleatória...




Marcola. 13/11/2016

O tempo e os humanos
O Tempo e seu poder transformador. O Senhor da Razão como personagem principal em um livro nada linear, onde você é obrigado a encaixar cada pedaço na dança dos anos. Vários personagens têm suas vidas cruzadas, mostrada sobre vários pontos de vista, tornando fácil conhecer melhor cada um e entender como o tempo foi cruel com eles. É difícil não se colocar no lugar deles, sentir o saudosismo dos tempos antigos onde você tinha todo o mundo para descobrir, a tristeza pelas coisas que deveria ter feito e que poderiam ter te deixado num presente melhor e com menos frustrações. É impossível não colocar a própria vida numa balança de coisas boas e ruins e tentar saber pra qual lado ela pende.
Gisele672 13/11/2016minha estante
lendo e qse terminando.


Alex 10/07/2023minha estante
Essa é uma resenha, de uma época em que o Marcola, tinha tempo pra resenhar livros.




Laila 14/09/2016

Leia de uma vez
O livro tem muitas histórias, que vão e que voltam na linha do tempo. Estava sem tempo e por isso demorei para ler o livro e acabei me perdendo na história, talvez se tivesse lido de uma vez teria gostado mais. A proposta parecia bem interessante.
Carol 19/09/2016minha estante
Eu tenho esse livro mas ele não me prendeu! Vou tentar dar outra chance.


Laila 03/01/2017minha estante
Tenta ler de uma vez, talvez chame mais sua atenção :)




Mateus Bandeira 16/02/2012

Uma metáfora perfeita das mudanças que sofremos com o tempo!
De início, Egan nos apresenta histórias simples de pessoas comuns. Aparentemente, nada de mais. Nas primeiras páginas, somos apresentados aos primeiros personagens da história: Bennie Salazar e Sasha. E, assim, inicia-se a teia de eventos que dá continuidade ao livro. Alternando de momentos de 1970 à um futuro próximo, somos apresentados a uma variedade de personagens com histórias distintas, mas que se interligam de formas extraordinárias. E isso é o que dá tanto destaque para A Visita Cruel do Tempo, a forma como é contada e a maneira com a qual a autora lida com a gama de personagens fazem com que esta obra distinta tenha gerado tanta repercussão em todo o mundo, além de ter sido tão premiada.

A obra lida com conflitos do nosso cotidiano de uma forma assustadoramente real, alternando entre o passado, o presente e o futuro. O detalhismo que a autora usa em partes do livro, junto dos cenários, do mais simples ao mais impactante, dão um complemento a história sem igual. Poderia até dizer que o livro é uma antologia, até parece no começo, mas apesar de cada capítulo ser como uma história distinta, os personagens se interligam em certo ponto, de uma forma sensacional. Neste ponto, ressalto ainda que devo dar os parabéns a autora, pois o livro tinha tudo para ter um resultado terrível e um desenvolvimento mal-elaborado. Mas o que ocorre é justamente o oposto: é tudo tão bem estruturado e elaborado que nenhum buraco é deixado durante a narrativa.

Leia a resenha completa em: http://our-vices.com/?p=10747
Luiz 23/02/2012minha estante
só não entendi pq o livro tinha tudo para ter um resultado terrivel e um desenvolvimento mal-elaborado? fiquei meio com um pé a tras depois q li isto pode me explicar o pq? ;D


uyara 01/03/2012minha estante
Luiz, acho que o Matt quis dizer que a estrutura do livro é difícil de construir. Trabalhar em uma história que alterna passado, presente e futuro não é fácil e o escritor precisa ter muito talento. Neste caso, a autora não só tem talento, como tornou sua obra vencedora de muitos prêmios.
Acho que é isso. Espero que tenha ajudado...




Jow 12/07/2012

Para tornar a realidade suportável
"Às vezes, sem o sabermos, o futuro está em nós, e as nossas palavras supostamente mentirosas descrevem uma realidade que está próxima." Proust

De tanto tentar entender o que é o Tempo, acho que a primeira coisa que eu entendi é que deveríamos sempre começar alguma coisa sem saber que forma ela terá ou que tipo de estrutura se seguirá. Com o Tempo é assim, sempre existe uma espécie de sentimento misterioso no começo.

Ao ler “A Visita Cruel do Tempo” fiquei com a impressão de que um livro e uma série tiveram influências especificas e que podem ser contraditórias ao mesmo tempo. Uma é Proust e sua obra prima “Em Busca do Tempo Perdido” que eu li de forma fragmentada e quando era muito mais jovem e inexperiente, e por não entender muita coisa que ali se encontrava, deixei para ler em ocasiões futuras. Mas, depois de folhear algumas páginas eu me peguei pensando em como o tempo não é apenas um ótimo tema para um livro, mas, na verdade, me parecia como o único tema para um livro. E, de certa forma, o Tempo é o tema de todos os livros, porque todo romance é baseado na passagem de tempo para acontecer.

Pra quem já leu Proust, sabe que a leitura do francês é muito complexa e pouco contemporânea, algo que dificulta, e muito, o processo de entendimento do livro. Já a obra de Jennifer Egan corre pelo lado contrário, e que finalmente temos um livro contemporâneo sobre tempo. Em “A Visita Cruel do Tempo” o leitor sente, instintivamente, que o tempo real é uma característica muito bruta do romance e mesmo assim Egan consegue criar uma abordagem complexa, singular e angular do tempo.

Outra influência perceptível neste livro é a série “The Sopranos”. Assim como no seriado um dos principais traços marcantes da narrativa é que as histórias são contadas de uma forma descentralizada. Não existe uma história central, e assim é possível deslanchar a narrativa através da ótica de personagens principais e periféricos. Sendo assim, de repente, um personagem periférico se torna importante, o que torna a experiência da leitura muito mais excitante; Com isso os capítulos pareciam muito bidimensionais. Frequentemente é possível não saber qual era a história principal do capítulo, até que finalmente ele chegasse ao final, mas isso não importava. A cada capítulo a pergunta que fica é: “Como foi à mudança, o processo”.

Depois de terminada a leitura, me peguei pensando se esse, livro faz as pessoas refletirem de um jeito melancólico sobre a vida?! E, pra falar a verdade, eu detestaria que as pessoas pensassem assim. Penso que Egan não escreveu essa obra para que ela fosse lida como uma advertência sobre a vida selvagem. A impressão que eu tenho é de que ela estava “apenas” interessada em observar como são as pessoas ao longo do tempo. Na verdade, a maioria das pessoas se sai melhor, na vida com as suas escolhas, e algumas outras não. É assim que acontece na vida. É muito difícil saber, e eu acho tão surpreendente conforme fico vivido nesse mundo, ao ver o que acontece com as pessoas e como elas se parecem. E essa é a melhor experiência do Facebook, por exemplo: você pode olhar para alguém que não via desde os 15 anos, pensar: “Uau!!”

Por fim, acredito que o real objetivo de “A Visita Cruel do Tempo” é criar esses choques e as mais espantosas realizações sobre a passagem do tempo. “Porque ficaríamos surpresos?” Nós sabemos que o tempo passa, mas não sabemos de verdade. E essa é uma das coisas divertidas sobre isso. Nós sabemos que isso está acontecendo. Nós dizemos “estou atrasado” ou “eu tenho um prazo final”. Nós experimentamos o tempo e suas maneiras pró-funcionais. Mas a grande questão nós ignoramos por razões óbvias, porque parte da ilusão da vida é achar que a gente vai durar para sempre. E nós precisamos disso! Então, tentar deixar isso desdobrado no livro é o grande mérito de Jennifer Egan.

Alan Ventura 12/07/2012minha estante
Acho que essa resenha foge de tudo o que você já escreveu por aqui. E não posso precisar que desdobramento isso tem ou terá, acho que talvez em entenda... com o TEMPO... Parabéns.


Fran Kotipelto 20/07/2012minha estante
"Acho que essa resenha foge de tudo o que você já escreveu por aqui". O que quer dizer que cada vez mais você se supera. Parabéns.




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