Willy Robert 29/07/2022
Excelente conclusão da trilogia!
No terceiro e último volume da trilogia Escravidão, Laurentino Gomes se debruça sobre o período entre a independência do Brasil em 1922 e a assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888. O autor mostra quem eram os principais traficantes de escravo brasileiros do séc XIX. Fala da pressão do império britânico para o fim da escravidão, passando pela lei Eusébio de Quirós, de 1850 que proibia o tráfico negreiro, lei do ventre livre de 1871, lei do sexágenário de 1885 até chegar na lei áurea.
No capítulo 10, o relato é estarrecedor, o autor fala sobre o Valongo, onde inúmeros escravos foram sepultados sem nenhuma cerimônia, pós uma travessia desumana pelo atlântico.
Pro fim da obra, Laurentino se debruça sobre as figuras dos principais abolicionistas, tais como Luís Gama, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e André Rebouças. O autor se debruça também sobre a queda de braço que foi a luta pela abolição, por um lado fazendeiros escravagistas pressionando o império para que se mantivesse sua "propriedade", por outro lado a figura do imperador, aparentemente favorável à abolição, porém dependente do apoio da ala escravagista para se manter no poder.
Há espaço no livro para se referir às várias revoltas que começaram a acontecer às vésperas da assinatura da lei. Além do clima belicoso e inseguro que orbitava 1888. Vale muito a pena a leitura.