Phi 18/05/2024
Personagens muito, muito memóraveis, e uma estória peculiar e engraçada
Acho os personagens em lições em química muito relacionáveis. Eles são esforçados, e por isso tem bastante conhecimento. São desajeitados com relacionamentos envolvendo outras pessoas, como eu sou. O livro me faz sentir como se eu não fosse tão esquisito assim, e isso é ótimo. O livro retrata um romance baseado em respeito, onde ambas as partes crescem e amadurecem juntas, de forma harmoniosa, e eu sinto que esse era justamente o tipo de romance que eu gostaria de ter na minha vida. Elizabeth e Calvin não são bonitos, como diz o livro. Mas ambos são bonitos por dentro, porque são curiosos, e querem aprender juntos. Compartilham coisas juntos (A filha Madeline também faz isso com a mãe, desde bebê).
Gosto de como o cachorro Seis e meia vê o mundo. Ele enxerga de um jeito engraçado, muitas vezes refletindo que a vida humana não tem muito sentido. A gente acha muito complicado expressar as coisas, a gente acha muito difícil ter fé e admitir quando precisa de ajuda. Seis e meia acha que humanos tem definições diferentes para a palavra “esperto”: os golfinhos são espertos, enquanto as vacas não, porque os golfinhos fazem truques. Mas na opinião deles, as vacas são mais espertas, porque fazem menos esforço.
Gosto muito da interação de Elizabeth com Madeline, é como se Madeline a ajudasse a refletir sobre como os olhos de uma criança são tão cheios de curiosidade, e são capazes de compreender quando a mãe está triste ou não, mesmo que a mãe ache que não podem por serem jovens demais.
Esse livro é diferente de muitos romances que eu já li. Ele ensina coisas científicas, como a “zona de depressão vespertina”, que é o horário entre 13:30 e 16:20 que o corpo humano fica improdutivo, e a televisão tem de passar coisas para relaxar, como novelas leves ou video show ou sessão da tarde, porque o corpo não aguenta ficar ativo nesse horário; Ele explica muito sobre a realidade do contexto histórico dos anos 50, de um jeito lúdico, sem ser tão didático. Ele me faz rir também, principalmente pelo jeito “sem jeito” de Elizabeth e Madeline, como quando ela explica que o espinafre do Popeye não deveria fazer ele ficar forte, porque o espinafre restringe a absorção de ferro. É único.
Acho muito bacana como Elizabeth inspira as mulheres a questionar, a quererem ser mais do que elas pensam que são, e até a buscar relacionamentos com crescimento no lugar de relacionamentos superficiais. Onde o parceiro apoia seu crescimento, respeita, isso é um bom relacionamento.
Amei conhecer cada personagem desse livro. O reverendo Wakely, Madeline, Elizabeth, Harriet Sloane (a “tia” de Madeline e melhor amiga de Elizabeth), Walter (o produtor executivo do show), seis e meia, Calvin... Todos eles tiveram grandes momentos, todos eles fizeram parte de uma grande e complexa árvore genealógica, tão complexa como Madeline representou no trabalho de escola dela.