Fer 06/06/2024Peguei esse livro sem saber do que se tratava, láaa em janeiro. Comecei a lê-lo e alguma coisa me fez parar antes das 100 páginas. Decidi deixar para ler quando eu realmente tivesse com vontade, e foi uma decisão ótima: seis meses depois, aqui estou eu dando 5 estrelas.
Pela capa, pode parecer que "Uma questão de química" é sobre um romance com protagonismo feminino daqueles bem genéricos favoritos do tiktok (julguei, não gostei da capa, e acho que a Elizabeth também não gostaria!). Mas não é, na verdade é o oposto: o protagonismo é sim feminino, mas a mulher é forte e determinada, não abaixa a cabeça pra homem nenhum; o pouco romance que existe é um romance fácil, confortável, sem melodramas (viva literatura com amores fáceis!!! viva quebrar essa ideia tão constante em livros de que o amor tem que ser complicado e cheio de sofrimento e lágrimas e mal entendidos!!). O livro, na verdade, é sobre feminismo. É sobre mulheres lutando pela igualdade. É uma denúncia contra o patriarcado que, se é ruim em pleno 2024, imagina em 1960! Sim, o foco é em uma mulher dentro da ciência, mas não são só os problemas dela que são retratados ali, e sim de todas as outras: mulheres que sonham em estudar e não podem, mulheres que são vítimas de violência doméstica, de abusos sexuais, donas de casa que não tem seu trabalho reconhecido, mulheres excluídas dos esportes, imposição de gêneros em crianças... Além de tudo, ainda reflete muito sobre a igreja e o papel da religião na sociedade. Acho que eu poderia escrever uma tese analisando fatores desse livro, porque teria conteúdo de sobra.
Recomendo!