Lala 25/10/2020
Isso não é um livro, é uma obra prima!
Esse livro é bem diferente do que eu esperava. Na minha imaginação era a história de um cientista louco que, ajudado por seu ajudante corcunda, criava um monstro gigante e meio bobo, que saía destruindo as coisas pela cidade, enquanto pessoas corriam atrás dele com tochas e forcados. Mas a realidade do livro é muito diferente e mais complexa:o cientista não é um cara doidão e tampouco tem um ajudante assustador, ele é só um homem prepotente que quer descobrir como criar vida e a Criatura tbm não é daquele jeito desajeitado e instável do filme, mas alguém surpreendentemente humano, com sentimentos, embora capaz de ações terríveis. É um livro sobre a natureza humana, sobre sentimento, vingança,rejeição e dor.
Não acho mais que seja uma história de monstro (seja quem for) mas uma história sobre dois humanos, cada um com sentimentos, aparências e uma face da mais terrível monstruosidade. Seja rejeitando sua própria criatura, seja iniciando uma vingança que acarretaria mil tragédias. Victor e a Criatura são uns dos personagens mais humanos que eu já li:os dois não são nem totalmente ruins nem totalmente bons, nem totalmente monstros e nem totalmente humanos.
Ficam as perguntas:Como a mesma coisa pode ser tantas coisas?
A narrativa também expressa perfeitamente o sentimento de solidão,do abandono, da dor em ser rejeitado por todos que sente a Criatura, julgada por sua aparência. Ou ainda o choque perante a responsabilidade de Victor com todas as tragédias que ocorrem, vindas de sua irresponsabilidade no início.
Tantas são as reflexões sobre vida e morte, natureza humana e dualidade do ser humano que me fizeram ficar muito pensativa.
Uma história de terror que parece mais um drama extremamente profundo e até filosófico, trazendo á tona uma infinidade de sentimentos e reflexões sobre a nossa sociedade e, também, sobre nós mesmos