O Retorno do Rei

O Retorno do Rei J. R. R. Tolkien




Resenhas - O Retorno do Rei


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Diego Lima 22/03/2022

Finalmente encerrando O Senhor dos Anéis, essa história épica na qual pessoas normais, mas predestinadas a participar dessa aventura, saíram do comodismo de suas vidas e superaram seus limites para salvar a terra média de um inimigo antigo.

Nessa parte três os eventos vão se concluindo. Cada participante da sociedade do anel teve sua importância na luta, tanto nas batalhas físicas como para destruir o mal (um anel). A evolução da personalidade, maturidade e força de vontade dos quatro hobbits é algo admirável. É como se Tolkien nos quisesse passar a mensagem de mesmo com limitações - sejam elas quais forem - é possível fazer grandes feitos.

Depois de encerrar todas os ciclos os hobbits resolvem voltar para sua terra natal. Apesar de ter diversas cenas extraordinárias no decorrer do livro, o que mais se destacou foram os acontecimentos no condado após a guerra contra Sauron. Nessa momento mostrou toda a evolução de Frodo, Sam, Pippin e Merry, onde após toda a jornada colocando a vida em risco em diversas ocasiões, uma transformação interna aconteceu. Assim como ocorre conosco no cotidiano: a cada experiência nova (seja positiva ou negativa; vitória ou derrota) vamos crescendo e conseguindo desafiar obstáculos nos quais estão por vir.

Gostei bastante da leitura. Não é uma leitura fácil para iniciantes em literatura, porém não é impossível. Talvez eu tivesse aproveitado melhor a história se tivesse lido de uma vez e não fracionando um livro por mês. Todavia não diminui toda a experiência vivida com essa obra de arte a qual tem perpetuado no tempo.
Barbara.Tomaz 22/03/2022minha estante
??


mpettrus 22/03/2022minha estante
?[?] a cada experiência nova (seja positiva ou negativa; vitória ou derrota) vamos crescendo e conseguindo desafiar obstáculos nos quais estão por vir.? Simplesmente perfeita essa sua colocação em paralelo a uma das muitas metáfora do romance de Tolkien ? ?? ? ?




daniela!! 12/07/2023

One Book to Rule Them All
Retorno do Rei termina a trilogia do Senhor dos Anéis com chave de ouro!! O livro é simplesmente emocionante (inclusive me fez chorar muuuito) e com certeza traz um impacto na nossa vida.
Novamente Tolkien desenvolve a história em arcos e eu gostei bastante da separação desse volume, dá para aprender bastante de Gondor e Rohan. O arco do Frodo e do Sam é perfeito: tem descrições muito boas, combates épicos e diálogos incríveis (resumindo, dá a sensação de estar em Mordor).
Para concluir, sim eu sei que é trabalhoso ler clássicos ainda mais quando são calhamaço, mas Senhor dos Anéis vale muito a pena!! ;)
rafamassagardi 12/07/2023minha estante
Que maravilhoso?


Sebs 14/07/2023minha estante
Quero ler esse trem ainda esse ano, Jesus!




Marcos Wlrich 12/03/2021

Final épico
Um final totalmente diferente dos filmes. Não desmerecendo as adaptações, pq ambos, são uma obra prima. Eu intercalei a leitura revendo a trilogia em versão estendida, foi uma experiência única. Em breve vou me despedir da terra média, falta somente dois livros para concluir todas as três eras. Depois só aguardar a tradução dos livros A história da terra média que já está sendo traduzido ??
Literaris 13/03/2021minha estante
Minha meta, espero começar a leitura de duas torres em breve ??


Marcos Wlrich 14/03/2021minha estante
Que bom! Só é ruim pq acaba hehehe




Dai 26/04/2021

Eu chorei demais com esse livro
A parte final da saga do Um Anel, as batalhas épicas tão bem descritas pelo professor que parece que estamos dentro da história. Personagens muito bem construídos, de modo particular as personagens femininas, a exemplo de Éowyn. É a segunda vez que leio a triologia e não consigo não me arrepiar com a Batalha nos Campos de Pelennor, em especial a passagem sobre a derrota do Rei Bruxo. A comparação de Théoden com Oromê, toda a descrição, é incrível.
A forma como é retratada a influência do Um em Frodo é outro capítulo a parte, bem como a fidelidade e o caráter de San, que acabam sendo fundamentais para o desenrolar da trama.
E o que falar de Aragorn? Que personagem! A forma como ele assume o papel ao qual estava designado, iniciando uma Nova Era é simplesmente perfeita.
Enfim, é possível sentir literalmente todos os tipos de emoções ao ler este livro. E não posso deixar de enaltecer os Apêndices, fundamentais para conhecermos um pouco mais do Universo de Tolkien, bem como o que aconteceu aos personagens após o fim da terceira Era.
DedaMagic3 26/04/2021minha estante
Uma resenha cheia de amor pra combinar com o maravilhoso livro! ??


Dai 07/05/2021minha estante
É mesmo um livro maravilhoso!




Lala 01/12/2020

Os barcos partiram e eu esqueci meu coração na Terra Média
A melhor fantasia de todos os tempos. É isso, não há discussão, LOTR é perfeito e um dos meus livros favoritos da vida.
A leitura da trilogia foi muito especial pra mim. O livro me sugou, eu começava a ler de manhã e já emendava com a manhã seguinte, posso dizer que vivi na Terra Média durante um mês e acompanhei Frodo em sua jornada. Deixar a Terra Média, portanto, foi difícil.
Desde o primeiro capítulo de A Sociedade do Anel fiquei encantada e ao chegar na despedida de O Retorno do Rei não teve como não derramar umas lágrimas.
O último é o meu favorito dos livros e dos filmes. A Batalha dos Campos de Pelennor foi a melhor cena de guerra que eu já li, épica,porém dolorida. A guerra em LOTR não é uma batalha só pra ter cenas de gente jogando flechas e poderes, a guerra em LOTR é realmente uma guerra:dura, sofrida e com poder de traumatizar. Tolkien tava lá na 1a Guerra Mundial, e creio que ele deve ter usado mto de sua experiência nos campos de batalha da vida real para ilustrar o como seria uma guerra na Terra Média. Pippin e Mery passam por estresse pós traumático, Éowyin perde o tio, Faramir se vê em uma grande tragédia familiar. Tudo isso torna essa batalha algo muito forte pro enredo, claro que tbm é épica, com a Éowyin e o Gandalf arrasando lá, mas sem nunca esquecer a carga emocinal do que é uma verdadeira guerra.
Ao ler os livros eu me senti acompanhando os hobbits até Mordor, passando por tudo aquilo e acho essa jornada genial. O fim do Anel foge do convencional, o Frodo tem aquela recaída ao chegar na boca do vulcão e quem acaba sendo o responsável (msm q n intencionalmente) pela destruição do anel foi a criatura mais improvável de todas:O Smeagol, assim cumprindo o que Gandalf disse lá no início, o Frodo ter pena do Smeagol salvou a sua vida. Tudo se liga e aaaa!
E bem...o ponto mais importante de todos:a amizade. Frodo e Sam tem uma das amizades mais lindas que eu já li, o Sam carregando o Frodo por ele não aguentar foi uma das provas de amizade mais verdadeiras dos livros. Legolas, Aragorn e Gimli, Mery e Pippin...todos tem uma amizade tão pura,tão sincera e é emocionante ver isso superando um preconceito milenar entre elfos e anões ou se ajudando e lutando um pelos outros.
Eu ri e chorei com a Sociedade, me encantei pela beleza da Terra Média, ouvi mil vezes a trilha sonora dos filmes, quis morar no Condado.
Foi uma longa jornada e então, agora dizemos adeus nos Portos Cinzentos. Me senti como os hobbits se despedindo de Frodo e Gandalf, sorri e chorei simultaneamente, mas tudo bem, "Não vou pedir para que não chorem, pois nem todas as lágrimas são ruins " disse o nosso sábio mago. O que eu senti foi que LOTR é mais do que uma fantasia, é uma história sobre vida, sobre amadurecimento, amizade, guerra, corrupção,natureza do ser humano, lealdade e também sobre dizer adeus.
Parto dos Portos Cinzentos com a sensação de missão cumprida e ao passar na estante, ao olhar para aqueles três livrinhos meio surrados que eu comprei no sebo, sorrio nostalgicamente e sinto, aqui dentro, uma sensação que mescla saudade e encantamento.
Wederson.Pires 06/12/2020minha estante
Sua resenha: TUDO PARA MIM. Eu ainda não terminei o Retorno do Rei, mas, já estou sofrendo por ter que chegar no fim do livro por antecedência. Eu estou amando essa trilogia mais do que já amei qualquer livro antes.


Lala 06/12/2020minha estante
Cara, O Senhor dos Anéis é perfeito msm. Quero ler sua resenha quando vc terminar a trilogia, são muitas emoções envolvidas, só sei a Terra Média marcou demais minha história como leitora e não vejo a hora de ler alguma outra coisa do Tolkien pra voltar pra lá haha




neo 17/12/2014

Eu já perdi a conta de quantas pessoas já me pediram para fazer uma resenha de LOTR nos últimos quatro anos (sério, foram muitas), mas eu sempre as respondi dizendo que as chances de isso acontecer eram mínimas e o porquê é bem simples: eu adoro O Senhor dos Anéis. Tipo, muito. Para vocês terem uma ideia, minhas amigas brincam que eu não conseguiria ficar com alguém que não goste desse livro e elas estão, feliz ou infelizmente, provavelmente certas. Não por questão de mimimi você não gosta de LOTR, então você está errado e eu estou certa!!!, já que, graças a todos os deuses conhecidos, nunca passei por essa fase, mas sim porque eu não acho possível que uma pessoa que não viu nada de bom em O Senhor dos Anéis veja algo de bom em mim. Sim, esse é meu nível de paranoia com esse diabo de livro. Então, se ainda não deu pra perceber...

//////////!!!!!FANGIRL ALERT!!!!!\\\\\\\\\\\\\\

Eu vou ser piegas, gente. Vai ser vergonhoso.

Essa é sua última chance de escapar; depois não digam que eu não avisei.

Enfim, eu li LOTR quando era bem mais nova do que a maioria das pessoas que já leram esse livro eram na primeira vez que o leram. Faltava mais ou menos um mês para o meu aniversário de onze anos e eu estava aqui em Salvador de férias (na época eu morava em uma cidade do interior) quando meu pai resolveu arrastar todo mundo para a casa de um amigo dele. A coisa toda foi muito chata; enquanto os adultos bebiam e se divertiam, eu e meu irmão ficamos encarando um ao outro e então encarando a piscina (obviamente que ninguém tinha avisado que tinha piscina, logo a gente não tinha vindo preparado pra isso) e então encarando um ao outro novamente. Ficamos assim por um bom tempo até alguém lembrar que o amigo de meu pai tinha dois filhos que poderiam emprestar uma roupa para meu irmão depois. Ele, sendo o bom irmão que sempre foi (haha), me abandonou sem pensar duas vezes e se jogou na piscina na maior alegria. E eu fiquei lá, sozinha, sentindo muita pena de mim mesma, ressentindo o babaca do meu irmão e torrando no sol. Horas depois (sim, horas) alguém finalmente se apiedou e, sabendo por meio do meu pai que eu gostava de ler, perguntou se eu não queria dar uma olhada nos livros dos filhos do amigo do meu pai. Como eu meio que não tinha mais o que fazer, fui.

No meio de um monte de livros clássicos que na época não me atraíam nem um pouco (bem, ainda não o fazem, mas), acabei encontrando os quatro volumes de As Brumas de Avalon e os três de O Senhor dos Anéis. A mulher do amigo de meu pai me disse que eu poderia pegar uma coleção emprestada, já que passaria as férias todas em Salvador, e depois de pensar por um ou dois instantes acabei escolhendo O Senhor dos Anéis. Eu já tinha assistido aos filmes uma vez, mas para falar a verdade as únicas coisas que eu lembrava deles eram montanhas brancas e um bicho de fogo que mais tarde descobri ser o balrog (bem, eu tinha uns seis anos quando o primeiro filme foi lançado, so...), então peguei LOTR mais pela fama dele do que por qualquer outra coisa. Também já tinha ouvido falar de As Brumas de Avalon, mas acho que desde aquela época eu já tinha uma certa aversão a história e fantasia misturadas. Mesmo assim, às vezes eu me pego pensando no que teria acontecido se eu tivesse escolhido Brumas ao invés de LOTR; meu gênero preferido talvez fosse fantasia histórica e não alta-fantasia hoje em dia. Quem sabe?

Enfim, levei os três livros pra casa e os li em menos de duas semanas, o que foi um feito fantástico para o eu de 10 anos. O único livro "grosso" que eu tinha lido antes de LOTR foi o sexto de HP, O Enigma do Príncipe, e nesse eu levei um ano, duas desistências, longos períodos sem ler e releituras de vários trechos (em minha defesa, eu tinha nove/dez anos), então ler LOTR tão rápido foi tipo um milagre. E eu adorei os livros. Mais do que eu tinha adorado os quatro filmes de HP + o sexto livro (sim, eu li o sexto livro sem ler ou assistir o quinto filme), e até então eu achava isso meio impossível. Mas por que eu adorei tanto esses livros?

Responder essa pergunta é um tanto complicada. Veja bem, quais são as maiores críticas aos livros de O Senhor dos Anéis? Dizem que a narrativa é lenta, muito descritiva, que o mundo é maniqueísta demais e que os personagens secundários não recebem tanta atenção assim, certo? Certo. Mas essas críticas, esses "defeitos" não me afetam. Por quê?

Primeiro, O Senhor dos Anéis foi a primeira série de fantasia que eu li. Sim, eu li um livro de Harry Potter antes, mas de fantasia mesmo, sobre mundo secundários, elfos e a coisa toda, LOTR foi sim o primeiro. E foi justamente por isso que a narrativa lenta e muito descritiva não me incomodou nem um pouco. Como eu nunca tinha lido nada do gênero antes, pensei que aquilo fosse normal, fosse a regra, dei de ombros e segui lendo. E adorei as descrições, adorei a narrativa, adorei a história. Foi só depois, quando fui ler outros livros de fantasia, que percebi que a escrita de Tolkien não era (infelizmente pra mim) a regra. Ler O Senhor dos Anéis antes desses outros livros meio que tirou um pouco da qualidade do gênero para mim, já que até hoje eu não consigo me impedir de comparar a escrita deles à de Tolkien e de me sentir um pouco decepcionada. É meio estranho, mas, inconscientemente, me convenci de que essa narrativa lenta e descritiva era o normal e a considero como tal até hoje. O resultado disso é que 90% dos livros que leio acabam não alcançando essa normalidade. Ficam sempre "abaixo da média".

Em conclusão: eu provavelmente deveria ter lido LOTR agora, com 18 anos, e não com 10/11. Acredito que minha vida literária teria sido bem mais feliz, mas né...

¯_(ツ)_/¯

Então sim, eu sou fã de narrativas lentas e descritivas. Os únicos livros além de LOTR que "chegaram na média" pra mim foram As Crônicas de Gelo e Fogo, A Canção do Sangue e O Nome do Vento. O resto volta pra casa com nota baixa, infelizmente.

Segundo, eu não gosto de livros maniqueístas em 95% das vezes que leio um assim. E O Senhor dos Anéis, meu livro preferido de todos os tempos, é pra lá de maniqueísta. O bem e o mal são muito bem definidos em Arda, e poucos são os personagens que sequer tentam se aproximar de um equilíbrio entre esses dois pólos. É tudo muito preto no branco, quase o tempo todo. Então por que diabos eu gosto dessa história?

Pode parecer um tanto estranho, mas acho que gosto tanto de O Senhor dos Anéis porque o próprio mundo parece ser o personagem principal da história. É como se os personagens dos livros fossem apenas manifestações desse personagem maior. Sabe aqueles desenhos animados em que os personagens ficam com um anjinho e um diabinho em cada ombro e ambos tentam convencer o personagem a fazer as coisas certas/erradas? É nessa linha de pensamento. Nunca me incomodei com o maniqueísmo de O Senhor dos Anéis porque para mim ele nunca foi apenas uma questão de mal x bem externa, mas sim uma espécie de "metáfora" para a disputa interna que cada um enfrenta diariamente. Podemos ver uma amostra dessa disputa em Boromir, uma pessoa boa que acaba tomando uma decisão errada, Gollum, uma criatura gananciosa e egoísta que ainda assim mostra alguns sinais de simpatia/bondade, e até mesmo em Frodo, que, como Boromir, é uma pessoa boa e determinada a fazer o bem, mas que acaba sendo também corrompida pelo Um Anel.

Vale comentar que Tolkien odiava alegorias. Ele diz isso já no prefácio de LOTR, e se não me engano foi esse o motivo de ele ter brigado com C.S. Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia, seu amigo, já que Nárnia é basicamente uma alegoria ao cristianismo. Tolkien mesmo era cristão, e há alguns elementos que podem ser associados ao cristianismo em LOTR, mas diferentemente de Nárnia, esses elementos se resumem mais a valores e não são uma "recontagem" da história cristã.

(Não gente, eu não odeio Nárnia. Na verdade adoro os livros e filmes também).

Tolkien também lutou na Primeira Guerra Mundial e teve que ver um de seus filhos lutando na Segunda (O Senhor dos Anéis foi inclusive escrito durante ela), então, para mim, muito do que ele presenciou nesses períodos acabou personificado na figura do Um Anel. O Um Anel representa poder, mas um poder perverso, que corrompe e que causa o mal; até mesmo alguns dos personagens mais poderosos da história, como Galadriel e Gandalf, se recusam sequer a tocá-lo por medo de cederem a tentação. Uma boa parte da obra de Tolkien é justamente sobre ter poder, desejar poder e ser corrompido pelo poder, tanto aqui em LOTR quanto em O Silmarillion. E, para quem não sabe, Tolkien não era lá muito a favor da tecnologia, talvez justamente por ter presenciado a Primeira e a Segunda Guerra Mundial; para ele, a tecnologia que a humanidade estaria desenvolvendo, principalmente a tecnologia de armas, acabaria trazendo sofrimento para todos nós, mesmo se usada para o bem. Exatamente como o Um Anel (e as Silmarils, até certo ponto) que, como eu disse, é sim poderoso, mas que mesmo se usado pensando no bem acaba provocando o mal. Muitos até pensaram que o Um Anel seria uma alegoria à bomba atômica na época em que LOTR foi lançado, mas, como já dito, Tolkien meio que odiava alegorias e negou com veemência que O Senhor dos Anéis fosse a história das Grandes Guerras contada de outro modo. O Um Anel seria, portanto, apenas o mal. Ou melhor, a possibilidade de qualquer um se tornar mal se lhe for dada a oportunidade de ceder a uma tentação, seja ela qual for. E em LOTR essa tentação é justamente o poder. Ou, nas palavras do próprio homem, do já mencionado prefácio:

"Mas eu cordialmente desgosto de alegorias em todas as suas manifestações, e sempre foi assim desde que me tornei adulto e perspicaz o suficiente para detectar sua presença. Gosto muito mais de histórias, verdadeiras ou inventadas, com sua aplicabilidade variada ao pensamento e à experiência dos leitores. Acho que muitos confundem “aplicabilidade” com “alegoria”; mas a primeira reside na liberdade do leitor, e a segunda na dominação proposital do autor. É claro que um autor não consegue evitar ser afetado por sua própria experiência, mas os modos pelos quais os germes da história usam o solo da experiência são extremamente complexos, e as tentativas de definição do processo são, na melhor das hipóteses, suposições feitas a partir de evidências inadequadas e ambíguas."


Ou seja, o Um Anel pode ser basicamente o que você quiser que ele seja. Tada.

Concluindo, o maniqueísmo de LOTR não me incomoda porque não o vejo presente apenas como personagens do bem que nascem do bem e morrem do bem ou personagens maléficos que nascem maléficos e morrem maléficos. Vejo-o mais como uma luta interna constante entre ceder ou não a algo ruim, e talvez uma amostra de que é possível sim "vencer" sem se voltar para tais meios maléficos e que tempos de horror, como as Grandes Guerras para Tolkien e qualquer outro momento para qualquer outra pessoa, sempre acabam passando. E esse é um pensamento pra lá de reconfortante, certo?

Terceiro, os personagens secundários que não recebem tanta atenção quanto os principais. Sim, isso é verdade, mas acho que o tópico anterior (personagens sendo manifestações de um personagem maior e coisa e tal) ameniza esse defeito para mim, assim como o fato de que muitos e muitos desses personagens de LOTR aparecem em O Hobbit, O Silmarillion e em Contos Inacabados, livros que na maior parte das vezes lhes dão maior profundidade. Não deixa de ser algo que poderia ter sido explorado mais, mas é uma falha pequena diante do resto da história para mim.

Agora que já "respondi" porque as "falhas" de O Senhor dos Anéis não são falhas para mim (talvez apenas a última), posso explicar melhor porque gosto tanto dessa história. Boa parte desse porquê já está nas entrelinhas do que escrevi aí em cima, mas vamos lá.

Um dos motivos de eu gostar de LOTR é Arda. Arda é, para mim, o mundo imaginário mais complexo e bem feito que eu já li (sinto muito, Martin, mas nem mesmo seu mundo chega perto de Arda para mim). Como eu disse lá em cima, Arda parece um personagem de verdade. Arda é um mundo que tem suas próprias características e não, não estou falando de lagos, rios, continentes, ou do modo como o clima funciona ou qualquer outra coisa física, mas sim de personalidade mesmo. Há uma sensação de perda enorme no mundo de O Senhor dos Anéis, presente nos elfos, que sabem que seu tempo na Terra-média acabou, nos anéis, grandes fontes de poder que acabam definhando, nas Silmarils, que se perderam para sempre, e em vários personagens, principalmente nos hobbits, que perdem a "inocência" que tinham antes da guerra e que passam a carregar suas marcas após seu término. Grandes reinos, dos elfos ou dos homens, já existiram, mas tiveram fins horríveis. Vários heróis encontraram morte trágicas, e os que não o fizeram não viveram de todo felizes. Coisas belas e maravilhosas, como as já citadas Silmarils, os anéis, as árvores que iluminavam o mundo no início, acabam morrendo ou desaparecendo para sempre. Arda é simplesmente melancólica, e nela tudo tem um fim.

Mas mesmo assim há alguns indícios de um novo começo, de superação dessa perda, tanto no Condado quanto em Ithilien e na era dos homens que se inicia nas últimas páginas de O Senhor dos Anéis. Arda é interessante por sua melancolia, mas também o é por essa esperança de algo novo ou de uma nova chance.

O único mundo que chega perto de ter tanta personalidade quanto Arda, para mim, é o de As Crônicas de Gelo e Fogo. Gosto mais de O Nome do Vento do que de ASOIAF, mas o mundo de Martin é sinceramente melhor. Outros mundos de outros livros de fantasia sequer me causam impressão o suficiente para que eu me lembre deles após terminar a leitura.

Gosto dos personagens (embora meus preferidos estejam mais em O Silmarillion e em O Hobbit do que em LOTR), gosto dos lugares, do plot e do que ele representa, gosto da história de Arda e adoro a escrita. Mas O Senhor dos Anéis é meu livro preferido justamente por ser tão sombrio e tão difícil, muitas vezes simplesmente triste, e mesmo assim ser divertido e alegre. A aventura de Frodo e da Sociedade e os próprios acontecimentos de Arda sempre vão me deixar mais amarga do que qualquer cena de violência, estupro ou egoísmo presente nas fantasias de hoje em dia. Ao contrário do que esses livros atuais parecem pensar, eu já sei que o mundo no geral é um lugar ruim, com violência, estupro e egoísmo, então são os personagens e como eles reagem e lidam com esse mundo o que realmente importa para mim. O melhor jeito de conquistar o leitor, na minha opinião, não é lhe mostrar o que ele já sabe e esperar que isso o choque, mas sim mostrar como pessoas, importantes ou não, boas ou não, ainda assim sobrevivem e vivem em um mundo assim. Então sim, não há cenas terríveis de violência em LOTR, muito menos de estupro e há poucas de egoísmo, mas Frodo e Sam se arrastando até a montanha para destruir o Um Anel, completamente ferrados, feridos, sem comer, sem beber e sem dormir, totalmente desesperados e no final de suas forças sempre vai me chocar mais do que qualquer cena banal de violência por aí, porque, adivinha!, eu leio o jornal e já vi coisas feias demais em manchetes para ser abalada por uma cena de tortura aleatória. Essa é a realidade normal de qualquer pessoa normal que preste o mínimo de atenção no nosso mundo normal. Tada.

Além disso, como eu já disse, Arda é um mundo excepcional, e isso torna fácil mergulhar completamente na história. O Senhor dos Anéis é o tipo de história que realmente te transporta para outro lugar por completo. O efeito, pelo menos em mim, é tão grande que sempre que me interrompem quando o estou lendo eu sinto como se estivessem me puxando para fora d'água. Enquanto o leio, fico "submersa" e o resto do mundo desbota e parece distante, exatamente como quando estamos dentro de uma piscina ou dentro do mar. Poucos livros me dão essa impressão além de LOTR; na verdade, só consigo pensar em ASOIAF, O Nome do Vento, Aprendiz de Assassino e Captive Prince.

Mas, acima de tudo, O Senhor dos Anéis tem significado. Esse é um assunto meio polêmico porque cada livro tem um significado diferente para cada pessoa, mas O Senhor dos Anéis, pra mim, é mais do que plots intricados, personagens bem construídos e um mundo bem feito, e é por isso que eu nunca fui muito fã da ideia de fazer essa resenha. Eu adoro O Senhor dos Anéis porque dou valor às mesmas coisas que a história dá e acredito no que ela diz (ou no que eu acredito que ela diz, ao menos), e falar disso acaba sendo, você sabe, too close for comfort e coisa e tal. A situação só piora porque foi LOTR quem me fez começar a escrever de verdade, e apesar do meu livro hoje ser (eu espero) bem diferente de LOTR, pretendo escrevê-lo seguindo a fantasia tradicional de Tolkien e não essa moderna, que eu espero sinceramente que morra em breve.

Ironicamente, muito da minha relação com O Senhor dos Anéis pode ser explicado em uma própria cena do filme de O Senhor dos Anéis, mais especificamente em As Duas Torres, pra mim uma das melhores já feitas em adaptações de livros. É essa aqui, com um tico de spoiler, e que eu até pensei em transcrever, mas olha minha cara de quem vai escrever mais depois dessa Bíblia inteira. Nem rola.

Em conclusão: O Senhor dos Anéis sempre será meu livro preferido por todos esses motivos aí e um dia eu ainda queimarei certos livros dessa nova fantasia Grimdark em uma fogueira enquanto canto a canção que Bilbo fez para Aragorn. Apenas observem.

E que tal falar sobre as mulheres, hm? Ia me esquecendo disso Sim, LOTR tem poucas mulheres (Galadriel e Éowyn basicamente, nos livros, e Arwen também nos filmes), mas elas são incríveis. Quem se lembra de Celeborn se Galadriel é a mulher dele? Quem luta contra o sistema, contra a ideia de que mulher só serve para ficar em casa, se não Éowyn? Isso sem falar nas mulheres de The Silmarillion, que continuam poucas se comparadas aos homens, mas que são igualmente incríveis e bem construídas. LOTR tem uma sociedade medieval onde mulheres não são muita coisa, como centenas de livros por aí, e ainda assim consegue mostrar que esse sistema está errado e que mulheres incríveis são capazes de existir nele. LOTR foi escrito há mais de 60 anos. Livros de hoje, século XXI, não conseguem e/ou não querem fazer o que um livro escrito por um cara que nasceu no final do século retrasado fez. Ha.

LOTR não tem nenhuma diversidade sexual (dá pra entender um pouco porque foi lançado há 60 anos, mas ainda assim, né, não deixa de ser um defeito na minha opinião) e a diversidade de etnia/raça existe, mas essas pessoas de cor sempre são vistas como o inimigo. Não faço a menor ideia se Tolkien era racista ou não, mas mesmo que ele não fosse não é muito legal associar toda pessoa de cor de sua história ao inimigo terrível que destruir o mundo.

Apesar disso, no entanto, não consigo dar nada menos do que a nota máxima para O Senhor dos Anéis. Há defeitos nesse livro e nunca irei negá-los, mas essa história significou (e significa) muito para mim como pessoa e como escritora, então, né. 5.0 estrelas.

site: http://chimeriane.blogspot.com.br/
Jhony 18/12/2014minha estante
Resenha sensacional... a forma como escreves, parece que estás conversando com o leitor. Awesome !


neo 18/12/2014minha estante
Fico feliz que tenha gostado. Obrigada!




Patty Amanajás 01/04/2021

Eu sempre tive medo de encarar o Tolkien. Demorei muito, muito tempo para começar a ler alguma obra do autor porque sempre ouvi que são livros cheios de detalhes e de difícil leitura.

Isso me deixou com medo de ler e acabar achando entediante e maçante. Olha o terror que fizeram na minha cabeça! hahah

Em dezembro do ano passado criei coragem e comecei por O Hobbit. E então comecei minha jornada em conhecer O Oeste da Terra-Média, o fim da Terceira Era e esse universo que, até então, só conhecia pelos filmes.

O Hobbit é uma leitura super gostosinha. Achei a mais tranquila.

Depois fui para A Sociedade do Anel e então Tolkien me mostrou o quão detalhada é a sua escrita. Muita descrição de personagens e lugares. Muitos nomes difíceis. Alguns capítulos longos. Demorei um pouco para finalizar e tentar assimilar tudo. E tenho plena consciência que não assimilei muita coisa.

Encontrei muita sensibilidade nas palavras e na narrativa.

Finalizei As Duas Torres e encontrei ali o meu livro favorito dentre os 4. De início eu achava que o meu favorito seria O Retorno do Rei (igual os filmes).

Em O Retorno do Rei tive dificuldades em algumas partes. Lia e não entendia. Tive que voltar algumas vezes. Nos capítulos 7 e 8 eu realmente cansei um pouco com a narrativa minuciosa. Mas no último capítulo... ah o último capítulo!! Ele fecha de forma maravilhosa. Como achei bom esse capítulo, como a leitura foi agradável. Finalizei sentindo falta de tudo.

Em todos os 4 livros eu realmente tinha que ter um local adequado para ler e me concentrar para não perder os detalhes, imaginar esse universo e entender os diálogos e explicações.

Mesmo muito detalhista, no final eu tive a sensação que poderia ler mais sobre, que poderia se estender mais. Não achei chato e nem entediante ou que perdi meu tempo. Aliás, como achar chato algo tão rico em detalhes e que faz sua imaginação voar? É uma leitura extremamente rica e mágica.

Quero muito continuar e ler as outras obras do autor. Além de estar na expectativa da série produzida pela Amazon.
Dempire_sa 01/04/2021minha estante
E sem contar que essa edição da trilogia muito bonita, estou querendo comprar pra eu reler os dois primeiros pra finalmente ler o último. Apesar de eu ainda não ter lido o último livro, tenho um carinho por esse universo Tolkien.


Patty Amanajás 01/04/2021minha estante
Essa edição está linda mesmo e tem vezes que ele tá bem barato para a qualidade. Inclusive o box. Eu terminei com um carinho pelo universo e afeição muito grande pelos personagens. Certeza que em cada ano terá algum livro dele nas minhas metas.




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Larissa Trevizan. 27/04/2023minha estante
Mas nenhuma morte de Frodo ou do Gandalf é mencionada. Eu entendi errado o final? ?


ArtTorres 08/05/2023minha estante
Respondendo a Larrisa, não nenhuma "morte" foi mencionada. Porém, no final do Retorno do Rei, Frodo e Gandalf navegam juntos para Valinor, a terra dos imortais. Resumindo bastante, é o paraíso do Tolkien. Aqueles que tenham terminado a sua missão em vida, navegam para Valinor. É como se eles tivessem subido uma escada pro céu, ao invés de morrerem e a alma ir flutuando




Cuico 21/02/2023

Vamos lá, Sr. Frodo...
Enfim terminei essa história que já pode ser considerada uma das mais importantes da minha vida literária. Agora vou partir para a leitura dos Apêndices e das outras obras que englobam o Legendário do Tolkien, para conhecer sobre a Primeira e a Segunda Era desse universo fantástico que darão ainda mais contexto para os acontecimentos da Guerra do Anel.
Universo esse TÃO bem escrito que se torna impossível até de conseguir escolher em definitivo um personagem preferido, raça, povo, região... Cada um com sua complexidade e riqueza de detalhes que te faz conseguir gostar e te prender em todos os arcos, se sentindo pertencente a Terra Média e a Sociedade do Anel.
Uma história muito bem escrita, marcado muitas vezes por uma narrativa descritiva excessiva, mas que, graças a ela, te faz conseguir visualizar tudo que está acontecendo, onde e como.
Confesso que muitas vezes me vi reclamando pela falta de gravidade nos atos dos personagens, muitas vezes sem uma consequência adequada, que acabava gerando até uma falta de preocupação com o caminhar da história, mas que se não fosse por isso, não teria um final tão belo e triste com as conquistas e despedidas deles, e um ritmo tão gostoso e fluído.
Uma obra atemporal que com certeza recomendarei para todos que eu tiver oportunidade e que pretendo reler em um futuro próximo.
Laura1287 21/02/2023minha estante
????????


ezch 07/03/2023minha estante
dale cuico




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Elane.Nascimento 28/06/2022minha estante
É que o Sauron precisava do Anel para poder assumir uma forma física, por isso ele não apareceu


Chana.Deon 28/06/2022minha estante
Eu vi isso nos filmes depois, mas não lembro se no livro deixa isso claro




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Fernanda 20/02/2022minha estante
Vê os filmes agora, amg
tem coisas diferentes dos livros mas mesmo assim é muito bom também


Karencriss 20/02/2022minha estante
Vou assistir todoss




João 30/12/2021

Obra prima
Impossível começar essa singela resenha sem antes saudar seu criador! Tolkien foi simplesmente um gênio e uma pessoa iluminada. Difícil adjetivar plausivelmente essa trilogia. Trata-se de uma linda obra. Os desfechos dos personagens foram muito bem construídos e emocionantes. Que grata surpresa ter descoberto a honradez e coragem de Sam (considero que ele não teve a importância devida nos filmes). Gandalf como sempre roubando as cenas em que participa. Gollum é a personificação daquilo que a influência do fardo (anel) pode ter em nossas vidas. Por fim, encerro dizendo que pretendo reler um dia toda a trilogia, e agradecer ao seu criado. Obrigado Tolkien!
Carolina.Gomes 31/12/2021minha estante
No livro Sam deve ser gigante pq , pelos filmes, ele é o meu personagem favorito.


João 31/12/2021minha estante
Ele é fenomenal no livro! Um hobbit gigante. Claro que no sentido figurado kkk




boemillys 07/05/2021

despedida da terra-média
não estava pronta para o fim, adiei a leitura e posterguei o fim por um mês, e já estou com saudades dos meus hobbits. Me sinto órfã, vou sentir muita saudade de entrar para esse universo incrível e me perder em risos, tristezas e medos juntamente com a sociedade do anel.

p.s. te amo pippin, te amo sam
Felipe 07/05/2021minha estante
Realmente. Mesmo existindo outros livros da Terra Média, em nenhum há personagens tão carismáticos como da Sociedade do Anel!




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Paula1735 07/05/2021minha estante
Ótima resenha!!! Gosto muito daquela frase que diz: o mundo está dividido em dois grupos: aqueles que leram SdA e os que não leram. Que bom que fazemos parte do primeiro grupo ?




Sthefany Tupinamba 10/05/2021

Que final!!
Nossa, estou de boca aberta com esse final. Tolkien não deixou nenhum ponto sem nó. Tudo bem amarradinho. O destino de alguns personagens foi algo que eu não esperava, mas não posso dizer que estou decepcionada. Amei, amei, amei!
Andressa Menezes 10/05/2021minha estante
????




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